sexta-feira, 15 de abril de 2011

Boa noite!

Pede ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, e à tua Mãe, que te façam conhecer-te e chorar por esse montão de coisas sujas que passaram por ti, deixando – ai! – tanto depósito... E ao mesmo tempo, sem quereres afastar-te dessa consideração, diz-lhe: – Dá-me, Jesus, um Amor como fogueira de purificação, onde a minha pobre carne, o meu pobre coração, a minha pobre alma, o meu pobre corpo se consumam, limpando-se de todas as misérias terrenas... E, já vazio de todo o meu eu, enche-o de Ti: que não me apegue a nada daqui de baixo; que sempre me sustente o Amor.

(São Josemaría Escrivá - Forja, 41)

É a hora de clamar: lembra-Te das promessas que me fizeste, para me encher de esperança; isto consola-me no meu nada e enche o meu viver de fortaleza. Nosso Senhor quer que contemos com Ele para tudo: vemos com evidência que sem Ele nada podemos e que com Ele podemos tudo. E confirma-se a nossa decisão de andar sempre na Sua presença.

Com a claridade de Deus no entendimento, que parece inactivo, torna-se-nos indubitável que, se o Criador cuida de todos – mesmo dos inimigos –, quanto mais cuidará dos amigos! Convencemo-nos que não há mal nem contradição que não venham por bem: assim assentam com mais firmeza, no nosso espírito, a alegria e a paz que nenhum motivo humano poderá arrancar-nos, porque estas visitas deixam sempre em nós algo de Seu, algo divino. Louvaremos o Senhor Nosso Deus que efectuou em nós coisas admiráveis e compreenderemos que fomos criados com capacidade de possuir um tesouro infinito.

Tínhamos começado com orações vocais, simples, encantadoras, que aprendemos na nossa meninice e que gostaríamos de não perder jamais. A oração, que começou com essa ingenuidade pueril, desenvolve-se agora em caudal largo, manso e seguro, porque acompanha a nossa amizade com Aquele que afirmou: Eu sou o caminho. Se amarmos Cristo assim, se com divino atrevimento nos refugiarmos na abertura que a lança deixou no Seu peito, cumprir-se-á a promessa do Mestre: qualquer que me ame observará a minha doutrina e meu Pai o amará e viremos a ele e nele faremos morada.

(São Josemaría Escrivá - Amigos de Deus, 305–306)

Hoje!


Quando recebemos uma graça particular do Senhor, por muito que nos esforcemos jamais conseguiremos manifestar a nossa gratidão imediata na sua totalidade, porque esta apenas é possível com amor e entrega total até ao final da nossa existência.

(JPR)

Cerejeira - por Aura Miguel

Foi recentemente apresentado o riquíssimo espólio do Cardeal Cerejeira, disponível agora em arquivo no Mosteiro de S. Vicente de Fora.

Este grande Patriarca da Igreja portuguesa, preocupado com a indiferença dos católicos do seu tempo, numa entrevista à “Voz de Petrópolis” – uma revista brasileira de cultura – desabafou o seguinte: “Prova-se aritmeticamente que, ou os católicos não são a grande maioria que dizem ou então a maioria é constituída pelo menos de… poltrões. (…) Há cristãos que servem só para desacreditar (…) a religião que professam. São, pela sua vida, os caluniadores de Cristo. A vida de muitos cristãos resume-se a pouco mais do que isto: comeram e não fizeram mal a ninguém”.

Estas declarações foram depois reproduzidas pelo Jornal Novidades, no dia 15 de Agosto de 1937.

Se a vida dos cristãos há 74 anos já se definia assim, o que diria agora o cardeal Cerejeira!


Aura Miguel

(Fonte: site Rádio Renascença)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1932

Escreve nos seus Apontamentos íntimos: “Jesus: o teu burrinho crê em ti, ama-te e espera. Faz-me santo, meu Deus, mesmo que seja à custa de pauladas. Não quero ser o estorvo da tua Obra. Quero corresponder, quero ser generoso... Mas, que querer é o meu?”.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Ataque de feministas a uma igreja católica em Barcelona também é um atentado contra a democracia

O Prior da paróquia San Vicente de Sarriá, Barcelona (Espanha), Pe. Manuel Valls, lamentou o atentado contra o templo na noite do dia 22 de Março e assinalou ao grupo ACI que o fato "vai contra a própria democracia, vai contra o civismo, vai contra uma convivência cívica que crentes ou não crentes desejam e querem promover".

No dia 27 de Março um suposto grupo de feministas assumiu na página web saboteamos.info a autoria da queima da porta principal da paróquia San Vicente de Sarriá. "Embora também estivesse em nossos objectivos gerar um dano material, e assim foi, esta acção é principalmente simbólica", indicaram.

As supostas autoras afirmaram que "a igreja simboliza e representa a opressão histórica e actual sobre tudo para nós como mulheres, decidindo sobre nossos corpos e nossas vidas, nosso papel e nossos papéis nesta sociedade patriarcal. Não é coincidência que tenhamos eleito como objectivo este bairro burguês, onde tanto a instituição eclesiástica como a direita conservadora está muito presente".

Em declarações à Agência ACI Prensa no pasado dia 8 de Abril, o sacerdote condenou o ataque e recordou anteriores atentados a este e outros templos de Barcelona, que estão inspirados "nos fatos da Semana Trágica de Barcelona", que entre em 26 de Julho e 2 de Agosto de 1909 terminou na queima de igrejas e conventos pelas mãos de grupos anarquistas, que usaram a Igreja como "bode expiatório" para protestar contra a guerra do Marrocos.

"Foi uma coisa que está estudada e está documentada. Foi uma coisa muito grave, e um prelúdio também da perseguição religiosa quando estalou a Guerra Civil, que aqui na Catalunha e em Barcelona foi especialmente virulenta, quer dizer matou-se muita gente, muitos sacerdotes em toda Catalunha, muitos seculares, sem julgamentos, sem nada".

Ele acrescentou que "portanto há um autor intelectual que se serviu de, ou serviu, não sei quem". "São mulheres realmente (os autores do ataque)? Não sabemos", acrescentou o Pe. Valls.

Sobre a acção das autoridades, disse que a anterior administração, que estava nas mãos da esquerda, não parecia ter muita vontade de esclarecer os ataques; entretanto, aparentemente "o novo Conselheiro Felip Puig e o mesmo Presidente da Generalitat (Prefeitura da Catalunha) estão interessados", mas não sabe "até onde chegarão".

Depois de assinalar que falta um pouco mais de vigilância na região, o sacerdote disse à nossa agência em espanhol que os fiéis lamentaram e condenaram o atentado. "Não é nenhuma boa notícia que se queime a porta da paróquia de Sarriá, que além disso é uma paróquia das poucas abertas em Barcelona todo o dia, e muito visitada".

O Pe. Valls afirmou que não deseja "cair em uma espécie de confrontação", mas recordou que "a liberdade de expressão tem uns limites, sobre tudo quando ofende". Do mesmo modo, rejeitou que se queira acusar a Igreja de oprimir as mulheres. 

"Se (estes ataques) se repetem, pois rezaremos mais, e que não percamos o senso de humor, a paciência, a cautela, a prudência, que nos mantenhamos na paz interior e a quietude que dá a oração, a liturgia e rezar também por estas pessoas, porque também o Senhor nos convida a rezar pelos que nos perseguem", finalizou.

(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação de JPR)

DEUS QUE SE REVELA NOS OUTROS

Temos de um modo geral todos nós, uma grande facilidade em julgarmos os outros, em estabelecermos parâmetros e “verdades” sobre os demais, convencendo-nos que eles são exactamente como nós os vemos e sentimos.

Poderíamos olhar para nós verdadeiramente, e logo perceberíamos que, a face que apresentamos não reflecte a maior parte das vezes a nossa interioridade, e muito mais até, quando nos referimos à nossa prática religiosa.

E é bem verdade que devíamos, devemos, ser testemunhas a todo o tempo do dom da Fé que nos foi dado, da alegria da vida que em nós foi criada, da certeza de sabermos, acreditarmos que o nosso Deus está sempre connosco, mas a verdade é que há sempre uma parte da nossa relação com Deus que apenas exprimimos na nossa intimidade com Ele.

Os momentos de oração em que sozinhos com Deus, nos baixamos na nossa fraqueza para subirmos até Ele, (mesmo em momentos de aridez), ficam nos nossos corações, e não somos capazes, a maior parte das vezes, de os transmitir, não só pela incapacidade das palavras, mas também para preservamos em nós essa doce alegria de olharmos humildemente nos olhos de Deus e nos sentirmos profundamente amados, amando-O com o Seu amor.

É assim muito fácil para os outros, (tal como nós fazemos em relação a eles), fazerem juízos sobre nós, sobre os nossos procedimentos, sobre como tantas vezes parece que o que dizemos, que o que apregoamos, não coincide com o que fazemos, com o que praticamos.

E então estabelecemos padrões, considerando que uns são orgulhosos e vaidosos, outros são falsos, outros apenas querem dar nas vistas, outros ainda nada sabem, nem têm conhecimentos, não cuidando de percebermos se essas fraquezas que lhes apontamos não são afinal um “espinho carne” 2Cor 12,7, que eles diariamente confrontam e combatem, por vezes com um esforço heróico que os leva a abdicarem de si, do seu conforto, para entregarem a Deus o seu sacrifício em penitência pelas suas fraquezas.

Sabemos lá nós dos caminhos de amor que Deus coloca a cada um, servindo-se das fraquezas, para fortalecer as forças, servindo-se do orgulho, para lutarmos pela humildade, servindo-se dum feitio adverso, para construir a Sua vontade?

É tão fácil julgar os outros, não sabendo das suas lutas diárias, da sua dedicação e empenho à conversão, das suas desilusões e tristezas quando em determinados momentos perdem essa luta, e têm de recomeçar de novo!

Resta-nos e consola-nos o amor de Deus, que quando caímos nos vai dizendo em cada momento:
«Também Eu não te condeno. Vai e de agora em diante não tornes a pecar.» Jo 8,11

Vem isto tudo a propósito de recentemente ter tido conhecimento, que uma determinada pessoa que muito bem conheci, já falecida, lutava diariamente com as suas fraquezas, com o seu especial modo de ser, e que, num amor profundo aos seus mais chegados, foi capaz de se entregar sem medida para combater as suas fraquezas e para se dar em sofrimento pela salvação dos seus.

Essa pessoa foi capaz de, (depois de ter consultado o seu director espiritual), usar um cilício à volta da cintura, bem como flagelar-se, não como um uso espúrio do sofrimento sem sentido, mas forçosamente para se unir à Paixão de Cristo, como expiação das suas faltas e sobretudo entregando-se pela salvação dos seus.

E eu, no meu íntimo, “julguei” muito essa pessoa, o seu feitio, a sua maneira de ser, e não fui capaz de reconhecer as provações, as dificuldades, que um tal modo de ser acarreta a quem quer fazer e viver a vontade de Deus no dia-a-dia.

Não fui capaz de reconhecer que muito mais do que pedir por uma boa vida, (ao jeito do mundo), para quem se gosta, é pedir uma vida com Deus e para Deus, que dá tudo o que precisamos do mundo, e dá o todo que vai para além do mundo.

Nunca é tarde para percebermos o que devemos mudar em nós.
Nunca é tarde para percebermos que não devemos julgar, porque nunca vemos o todo daquele que julgamos.
Nunca é tarde para reconhecermos que errámos, e pedirmos perdão a Deus e àquele a quem julgámos, mesmo que já não esteja entre nós.

Dou graças a Deus por me ter revelado este facto, e por ter colocado na minha vida essa pessoa que assim me ensina, ainda, a ser melhor, e a procurar o bem para os outros e para mim, aceitando e tentando dar de mim, tudo o que for da vontade de Deus.

Monte Real, 12 de Abril de 2011
Joaquim Mexia Alves

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

São Tomás Moro (1478-1535), estadista inglês, mártir
Tratado sobre a Paixão, Cristo amou-os até ao fim, 1ª homilia (a partir da trad. Delhougne, Les Pères commentent, p. 218)

Cristo deu a vida pelos Seus inimigos

Meditemos profundamente sobre o amor de Cristo, nosso Salvador, que «amou os Seus até ao fim» (Jo 13, 1), a ponto de, para seu bem, ter voluntariamente sofrido uma morte dolorosa, manifestando assim o maior amor possível. Porque Ele próprio tinha dito: «Não há maior amor do que dar a vida pelos amigos» (Jo 15, 13). Sim, é sem dúvida esse o maior amor que alguém jamais manifestou; e contudo, o nosso Salvador deu prova de um amor ainda maior, porque o fez tanto pelos amigos como pelos inimigos.

Que diferença entre este amor fiel e as outras formas de amor, falso e inconstante, que encontramos no nosso pobre mundo! [...] Quem terá a certeza de, na adversidade, continuar a ter muitos amigos, quando o próprio Salvador, quando foi preso, ficou só, abandonado pelos Seus? Quando vos fordes embora, quem quererá ir convosco? Se fôsseis rei, o vosso reino não vos deixaria partir só, esquecendo-vos sem demora? A vossa própria família não vos deixaria partir, qual pobre alma abandonada que não sabe para onde vai?

Aprendamos, pois, a amar em todo o tempo como temos o dever de amar: a Deus acima de todas as coisas, e a todas as coisas por causa Dele. Porque todo o amor que não se orienta para este fim – ou seja, para a vontade de Deus – é um amor completamente vão e estéril. Qualquer amor que devotemos a um ser criado que enfraqueça o nosso amor a Deus é um amor detestável e um obstáculo ao nosso caminho para o céu. [...] Assim pois, uma vez que Nosso Senhor nos amou tanto pela nossa salvação, imploremos-Lhe assiduamente a Sua graça, não vá acontecer que, em comparação com o Seu grande amor, nos encontremos cheios de ingratidão.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 15 de Abril de 2011

Evangelho segundo S. João 10,31-42

31 Os judeus, então, pegaram em pedras para O apedrejarem.32 Jesus disse-lhes: «Tenho-vos mostrado muitas obras boas que fiz por virtude de Meu Pai; por qual destas obras Me apedrejais?».33 Os judeus responderam-Lhe: «Não é por causa de nenhuma obra boa que Te apedrejamos, mas pela blasfémia, porque sendo homem, Te fazes Deus».34 Jesus respondeu-lhes: «Não está escrito na vossa Lei: “Eu disse: Vós sois deuses”?35 Se ela chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida, e a Escritura não pode ser anulada,36 a Mim, a Quem o Pai santificou e enviou ao mundo, vós dizeis: Tu blasfemas!, por Eu ter dito: Sou Filho de Deus?37 Se Eu não faço as obras de Meu Pai, não Me acrediteis;38 mas se as faço, mesmo que não queirais crer em Mim, crede nas Minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em Mim, e Eu no Pai». 39 Então os judeus procuravam novamente prendê-l'O, mas Ele escapou-Se das suas mãos.40 Retirou-Se novamente para o outro lado do Jordão, para o lugar em que João tinha começado a baptizar; e ficou lá.41 Foram muitos ter com Ele e diziam: «João não fez nenhum milagre,42 mas tudo o que disse d'Este era verdade». E muitos acreditaram n'Ele.