sábado, 2 de abril de 2011

Boa noite!

Dentro da grande multidão humana – interessam-nos todas as almas – tens de ser fermento, para que, com a ajuda da graça divina e com a tua correspondência, actues em todos os lugares do mundo como a levedura que dá qualidade, que dá sabor, que dá volume, com o fim de que depois o pão de Cristo possa alimentar outras almas.

(São Josemaría Escrivá - Forja, 973)

Uma grande multidão acompanhara Jesus. Nosso Senhor ergue os olhos e pergunta a Filipe: Onde compraremos pão para dar de comer a toda esta gente?. Fazendo um cálculo rápido, Filipe responde: Duzentos dinheiros de pão não bastam para cada um receber um pequeno bocado. Como não dispõem de tanto dinheiro, lançam mão de uma solução caseira. Diz-lhe um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro: Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes, mas que é isto para tanta gente.

Nós queremos seguir o Senhor e desejamos difundir a sua Palavra. Humanamente falando, é lógico que também perguntemos a nós mesmos: mas que somos nós para tanta gente? Em comparação com o número de habitantes da Terra, ainda que nos contemos por milhões, somos poucos. Por isso, temos de considerar-nos como uma pequena levedura, preparada e disposta a fazer o bem à humanidade inteira, recordando as palavras do Apóstolo: Um pouco de levedura fermenta toda a massa, transforma-a. Precisamos, portanto, de aprender a ser esse fermento, essa levedura, para modificar e transformar as multidões.

Se meditarmos com sentido espiritual no texto de S. Paulo, compreenderemos que temos de trabalhar em serviço de todas as almas. O contrário seria egoísmo. Se olharmos para a nossa vida com humildade, veremos claramente que o Senhor nos concedeu talentos e qualidades, além da graça da fé. Nenhum de nós é um ser repetido. O Nosso Pai criou-nos um a um, repartindo entre os seus filhos diverso número de bens. Pois temos de pôr esses talentos, essas qualidades, ao serviço de todos; temos de utilizar esses dons de Deus como instrumentos para ajudar os homens a descobrirem Cristo.

(São Josemaría Escrivá - Amigos de Deus, 256–258)

No abismo do mal (Editorial)

A peregrinação de Bento XVI às Fossas Ardeatinas - assim a definiu o próprio Papa - para prestar homenagem às vítimas do abominável massacre, que permanece indelével entre os numerosíssimos horrores da segunda guerra mundial, não encontrou muito espaço nos meios de comunicação. Talvez devido à sucessão contínua e dramática de notícias no panorama internacional.
No entanto, a visita de Bento XVI àquele sacrário "amado por todos os italianos" - em continuidade com as de Paulo VI e de João Paulo II, e com a vontade de rezar e "renovar a memória" - tem um significado particular, que permanece. Com efeito, o seu sucessor realizou outro passo na recomposição da memória daquele conflito que contribuiu para precipitar o século XX no abismo do mal. Como afirmou o próprio Bento XVI, um mês exacto após a sua eleição, reflectindo sobre as últimas sucessões papais.

Deste modo é preciso considerar, dizia o novo Papa, "o facto de que na cátedra de Pedro, a um Pontífice polaco sucedeu um cidadão daquela terra, a Alemanha, onde o regime nazi pôde afirmar-se com grande virulência, atacando depois as nações vizinhas, entre as quais em particular a Polónia? Ambos os Papas na juventude - embora em frentes opostas e em situações diferentes - tiveram que conhecer a barbárie da segunda guerra mundial e da violência insensata contra outros homens, de povos contra outros povos".

Na presença do rabino-chefe da mais antiga comunidade da diáspora ocidental, ferozmente atingida pela perseguição racial, também nas Fossas Ardeatinas o bispo de Roma, "cidade consagrada pelo sangue dos mártires", quis passar um pouco de tempo com os familiares das vítimas - católicos e judeus juntos - e prestou homenagem à sua memória num local próximo das catacumbas e do qual mais uma vez se elevou a oração dos Salmos, com as palavras que há muitos séculos judeus e cristãos dirigem ao único Deus.

Aquele Deus ao qual, na hora das trevas, se dirigiram duas pessoas, como outras naqueles dias, para afirmar a fé "em Deus e na Itália" e invocar a protecção para os judeus "contra as bárbaras perseguições". Bento XVI citou as suas palavras, recordando o 150º aniversário da unidade do país e repetindo que no Pai de todos é possível um futuro diverso. Que não ofenda o Nome santo de Deus e o ser humano, criado à sua imagem.

GIOVANNI MARIA VIAN - Director

(© L'Osservatore Romano - 2 de Abril de 2011)

Comentário ao Evangelho de Domingo feito por:

Santo Efrém (c. 306-373), diácono na Síria, Doutor da Igreja
Comentário do Diatesseron, 16, 28-31 (a partir da trad. SC 121, pp. 299ss.)

«Eu vim a este mundo para proceder a um juízo: de modo que os que não vêem vejam»


O Evangelho de Domingo dia 3 de Abril de 2011

Evangelho segundo S. João 9,1-41

1 Passando Jesus, viu um homem cego de nascença.2 Os Seus discípulos perguntaram-Lhe: «Mestre, quem pecou, este ou os seus pais, para que nascesse cego?».3 Jesus respondeu: «Nem ele nem seus pais pecaram; mas foi para se manifestarem nele as obras de Deus.4 Importa que Eu faça as obras d'Aquele que Me enviou enquanto é dia; vem a noite, quando ninguém pode trabalhar.5 Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo».6 Dito isto, cuspiu no chão, fez lodo com a saliva, e ungiu com o lodo os olhos do cego.7 Depois disse-lhe: «Vai, lava-te na piscina de Siloé!», que quer dizer “Enviado”. Foi, lavou-se e voltou com vista.8 Então os seus vizinhos e os que o tinham visto antes a mendigar diziam: «Não é este aquele que estava sentado e pedia esmola?». Uns diziam: «É este!».9 Outros, porém: «Não é, mas é outro, que se parece com ele!». Porém ele dizia: «Sou eu mesmo!».10 Perguntaram-lhe: «Como se abriram os teus olhos?».11 Ele respondeu: «Aquele homem, que se chama Jesus, fez lodo, ungiu os meus olhos e disse-me: Vai à piscina de Siloé e lava-te. Fui, lavei-me e vejo».12 Perguntaram-lhe: «Onde está Ele?». Respondeu: «Não sei». 13 Levaram aos fariseus o que tinha sido cego.14 Ora era dia de sábado quando Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos.15 Perguntaram-lhe, pois, também os fariseus de que modo tinha adquirido a vista. Respondeu-lhes: «Pôs-me lodo sobre os olhos, lavei-me e vejo».16 Então, alguns fariseus diziam: «Este homem, que não guarda o sábado, não é de Deus». Porém, outros diziam: «Como pode um homem pecador fazer tais prodígios?». E havia desacordo entre eles.17 Disseram, por isso, novamente ao cego: «Tu que dizes d'Aquele que te abriu os olhos?». Ele respondeu: «Que é um profeta!».18 Mas os judeus não acreditaram que ele tivesse sido cego e recuperado a vista, enquanto não chamaram os pais.19 Interrogaram-nos: «É este o vosso filho, que dizeis que nasceu cego? Como vê, pois, agora?».20 Seus pais responderam: «Sabemos que este é nosso filho e que nasceu cego;21 mas não sabemos como ele agora vê e também não sabemos quem lhe abriu os olhos; perguntai-o a ele mesmo. Tem idade; ele próprio fale de si!».22 Seus pais falaram assim porque tinham medo dos judeus; porque estes tinham combinado que, se alguém confessasse que Jesus era o Messias, fosse expulso da sinagoga.23 Por isso é que os pais disseram: «Ele tem idade, interrogai-o a ele!».24 Tornaram, pois, a chamar o homem que tinha sido cego e disseram-lhe: «Dá glória a Deus! Nós sabemos que esse homem é um pecador».25 Então disse-lhes ele: «Se é pecador, não sei; o que sei é que eu era cego, e agora vejo».26 Disseram-lhe pois: «Que é que Ele te fez? Como te abriu os olhos?».27 Respondeu-lhes: «Eu já vo-lo disse e vós não me destes atenção; porque o quereis ouvir novamente? Quereis, porventura, fazer-vos também Seus discípulos?».28 Então, injuriaram-no e disseram: «Discípulo d'Ele sejas tu; nós somos discípulos de Moisés.29 Sabemos que Deus falou a Moisés; mas Este não sabemos donde é».30 O homem respondeu-lhes: «É de admirar que vós não saibais donde Ele é, e que me tenha aberto os olhos.31 Nós sabemos que Deus não ouve os pecadores; mas quem honra a Deus e faz a Sua vontade, esse é ouvido por Deus.32 Desde que existe o mundo, nunca se ouviu dizer que alguém abrisse os olhos a um cego de nascença.33 Se Este não fosse de Deus, não podia fazer nada».34 Responderam-lhe: «Tu nasceste coberto de pecados e queres ensinar-nos?». E lançaram-no fora. 35 Jesus ouviu dizer que o tinham lançado fora e, tendo-o encontrado, disse-lhe: «Tu crês no Filho de Deus?».36 Ele respondeu: «Quem é, Senhor, para eu acreditar n'Ele?».37 Jesus disse-lhe: «Estás a vê-l'O; é Aquele mesmo que fala contigo».38 Então ele disse: «Creio, Senhor!». E O adorou.39 Jesus disse: «Eu vim a este mundo para exercer um justo juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem se tornem cegos».40 Ouviram isto alguns dos fariseus que estavam com Ele, e disseram-Lhe: «Porventura também nós somos cegos?».41 Jesus disse-lhes: «Se vós fosseis cegos, não teríeis culpa; mas, pelo contrário, vós dizeis: Nós vemos! E permanece o vosso pecado».

Manipulações...

Parece fácil e dá milhões a alguns, mistura-se Deus, Fé e até Anjos e Santos, dá-se-lhe um toque de Física Quântica, mete-se uma citação e uma foto de Einstein, que não reconhece que é filho de Deus e que Ele criou o Universo, mas ainda assim não se descarta Deus, pois “ainda vende” e dá credibilidade. Ah! Importantíssimo, antes de se formular um desejo deve-se reunir determinadas condições, entre elas, o momento escolhido ser o ideal para o fazer, ou seja, caso não suceda, a culpa é sempre dos…que acreditaram, pois não souberam escolher o momento certo.

Tendo em consideração a crise que vai para aí, eu multiplicaria no mínimo por dois o envio destas mensagens, porquê só dez e porque não vinte ou trinta, se é assim tão fácil, sejam pois generosos, têm a salvação da humanidade na vossa lista de endereços, advoguem a entrega universal de PC’s e endereços de correio electrónico, para quê preocuparem-se com a fome e as necessidades dos mais carenciados, um simples desejo usando o poder da mente resolve tudo!

Por favor, parem, pensem e racionalizem, verão que estão a ser manipulados(as) e que o vosso bem estar espiritual pode ser muitíssimo mais rico. Para tal, permito-me sugiro-vos a leitura da vida e ensinamentos de Jesus Cristo, que nos falou com parábolas e numa linguagem simples; será que sabem o que significa Física Quântica e compreendem a Teoria da Relatividade de Einstein ou mesmo as “realidades cósmicas”. Pois é… mas Cristo não está na moda, é uma chatice, pensam que não vos faz pessoas modernas, pessoas do nosso tempo, do politicamente correcto, do socialmente bem aceite. É certo que uma ou outra citação do Evangelho vos protege e até ajudará a convencer os mais cépticos, mas não muitas, porque “poder da mente”, a Física Quântica, o Cosmos, são de facto muito mais “in”, a foto de Einstein não vos compromete e o Crucifixo marca, eu diria, ainda bem que marca.

Buscam tranquilidade e paz de espírito? Experimentem dialogar com Deus, se quiserem tratem-no por tu que Ele não se importa. Não sabem como começar a conversa, comecem exactamente por aí, por Lhe dizer não sei bem o que quero e espero de Ti, dá-me uma mãozinha, e verão que funciona e não necessitarão de andar a badalar a vossa conversa através de ridículos “Power Points”.

Finalmente e fruto do diálogo sugerido, desejo-vos que concluam e sintam como Santo Agostinho, “Sei apenas que, sem ti, me sinto mal, não apenas fora de mim mesmo, mas também dentro de mim mesmo, e que toda a abundância, que não é o meu Deus, é para mim indigência” Confissões (VIII, 9).

(JPR)

Nota: este foi o primeiro artigo publicado no dia 10.02.2008 no Spe Deus, resolvi repescá-lo porque infelizmente se mantém actual, embora acrescentasse que a Cruz do Senhor ainda atrai e é misturada no meio desta triste mistela. Há dias lendo a página web de uma dessas ... verifiquei que a primeiro preocupação era referir que o seu fundador era baptizado, pois assim procurariam atrair os mais incautos para prosseguir na leitura e nas vendas de livros e DVD's online e sabe-se lá o que mais.

Hoje!


Senhor saber-Te e ter-Te dentro de nós é uma alegria que deveremos, enquanto Teus filhos, ter sempre presente. Imaginemos então a alegria e gratidão da Virgem Maria, que foi o primeiro Sacrário ter-Te no seu imaculado ventre.

(JPR)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1927

Tem 25 anos e está em Fombuena, pequena aldeia de Saragoça (Espanha) substituindo o pároco, quando escreve: “Sempre procurei cumprir a Vontade de Deus. Mandaram-me de um lado para o outro, como se manda um burro, puxando-o pela a arreata, e muitas vezes à pancada”.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Através do Baptismo fundimo-nos com o Senhor

«Sepultemo-nos com Cristo pelo Baptismo, para com Ele ressuscitarmos; desçamos com Ele, para com Ele sermos elevados; tornemos a subir com Ele, para n'Ele sermos glorificados»

(Oratio 40, 9 - São Gregório Nazianzeno)

João Paulo II – A caminho da sua Beatificação no próximo dia 1 de Maio (excertos audiências diversas)

«A justiça é, em certo modo, maior que o homem, que as dimensões da sua vida terrena, que as possibilidades de estabelecer nesta vida relações plenamente justas entre os homens, os ambientes, as sociedades e grupos sociais, as nações, e assim por diante. Cada homem vive e morre com certa sensação de a justiça não estar completa, porque o mundo não é capaz de satisfazer completamente um ser criado à imagem de Deus, de o satisfazer nem na profundidade da sua pessoa nem nos vários aspectos da sua vida humana.» (08-XI-1978)

Meditação de Francisco Fernández Carvajal


O FARISEU E O PUBLICANO
– Necessidade da humildade. A soberba tudo perverte.
– A hipocrisia dos fariseus. Manifestações da soberba.
– Aprender do publicano da parábola. Pedir a humildade.

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Santo André de Creta (660-740), monge e bispo
Grande Cânon da Liturgia Bizantina da Quaresma, 2.as Odes (a partir da trad. de Clément, DDB, 1982, p. 119 ss. rev.)

«Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador»


O Evangelho do dia 2 de Abril de 2011

Evangelho segundo S. Lucas 18,9-14

9 Disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos por se considerarem justos, e desprezavam os outros:10 «Subiram dois homens ao templo a fazer oração: um era fariseu e o outro publicano.11 O fariseu, de pé, orava no seu interior desta forma: Graças Te dou, ó Deus, porque não sou como os outros homens: ladrões, injustos, adúlteros, nem como este publicano.12 Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de tudo o que possuo.13 O publicano, porém, conservando-se a distância, não ousava nem sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Meu Deus, tem piedade de mim, pecador.