quinta-feira, 24 de março de 2011

Boa noite!

"Estes dias – dizias-me – foram mais felizes do que nunca!". E respondi-te sem hesitar: porque "viveste" um pouco mais entregue do que habitualmente.

(São Josemaría Escrivá - Sulco, 7)

Recordem a parábola dos talentos. Aquele servo que só recebeu um podia – como os companheiros  empregá-lo bem, procurar que rendesse, usando as suas qualidades. E que decide? Tem medo de o perder. E está certo. Mas, e depois? Enterra-o! E acaba por não dar fruto.

Não esqueçamos este caso de temor doentio de aproveitar honradamente a capacidade de trabalho, a inteligência, a vontade, o homem todo. Enterro-o – parece afirmar esse desgraçado , mas a minha liberdade fica a salvo! Não. A liberdade inclinou-se para uma coisa muito concreta, para a mais pobre e árida secura. Optou, porque não tinha outro remédio senão escolher; mas escolheu mal.

Nada mais falso do que opor a liberdade à entrega, porque a entrega surge como consequência da liberdade. Reparem que, quando uma mãe se sacrifica por amor aos filhos, escolheu; e, segundo a medida desse amor, assim se manifestará a sua liberdade. Se esse amor é grande, a liberdade será fecunda e o bem dos filhos nasce dessa bendita liberdade, que pressupõe entrega, e nasce dessa bendita entrega, que é precisamente liberdade.

Mas, perguntar-me-ão, quando conseguimos o que amamos com toda a alma, já não continuamos a procurá-lo. Desapareceu a liberdade? Garanto-vos que então é mais activa do que nunca, porque o amor não se contenta com um cumprimento rotineiro, nem se coaduna com o fastio e a apatia. Amar significa recomeçar todos os dias a servir, com obras de carinho.

Insisto, e gostaria de gravá-lo a fogo em cada um: a liberdade e a entrega não se contradizem; apoiam-se mutuamente. A liberdade só se pode entregar por amor; não concebo outra espécie de desprendimento. Não é um jogo de palavras mais ou menos acertado. Na entrega voluntária, em cada instante dessa dedicação, a liberdade renova o amor e renovar-se é ser continuamente jovem, generoso, capaz de grandes ideais e de grandes sacrifícios.

(São Josemaría Escrivá - Amigos de Deus, 30–31)

Celibato sacerdotal grita ao mundo secularizado que Deus está presente

O Prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Mauro Piacenza, assinalou que o celibato sacerdotal "grita" ao mundo secularizado que Deus sempre está presente.

Em artigo publicado na edição de 23 de Março do L'Osservatore Romano, o Cardeal recorda que "o celibato é um dom do Senhor que o sacerdote está chamado livremente a acolher e a viver com plenitude".

Logo depois de recordar que este ensinamento é um tema fundamental dos Papas, o Cardeal adverte que "só uma incorrecta hermenêutica dos textos do (Concílio) Vaticano II poderia conduzir a ver no celibato um resíduo do passado se deve libertar-se".

"Tal posição – prossegue - além de ser erro histórico, teológica e doutrinalmente, é também maléfico para os aspectos espirituais, pastorais, missionários e vocacionais", acrescenta.

De seguida o Cardeal Piacenza salienta a necessidade de formar doutrinalmente o candidato ao celibato sacerdotal porque "não se pode viver o que não se compreende através da razão" e sublinhou que "o celibato é um assunto de radicalidade evangélica". 

"Pobreza, castidade e obediência não são conselhos reservados de modo exclusivo aos religiosos. São virtudes que devem ser vividas com intensa paixão missionária. Não podemos baixar o nível da formação e, de facto da proposta da fé".

O Prefeito reconhece ainda que "num mundo secularizado é sempre mais difícil compreender as razões do celibato. Entretanto devemos ter a coragem, como Igreja, de nos perguntarmos se queremos nos resignar perante tal situação, aceitando como iniludível e a progressiva secularização das sociedades e das culturas, ou se estamos preparados para uma obra de profunda e real nova evangelização, ao serviço do Evangelho e, por isso, da verdade sobre o homem".

"Considero, em tal sentido, que o motivado apoio ao celibato e à sua adequada valorização na Igreja e no mundo possam representar algumas das maneiras mais eficazes para superar a secularização".

Finalmente o Cardeal Piacenza escreve que "não devemos deixar-nos condicionar ou intimidar por quem não compreende o celibato e queira modificar a disciplina eclesiástica, ao contrário, devemos recuperar a motivada consciência de que o nosso celibato desafia a mentalidade do mundo, pondo em crise seu secularismo e seu agnosticismo, e gritando, por séculos, que Deus está presente".
 

(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação de JPR)

Igreja/Cultura: Vaticano convida não crentes para «viagem» conjunta

Lançamento do «Pátio dos Gentios», em Paris, procurou convergências positivas para enfrentar desafios da sociedade contemporânea

O Vaticano inaugurou hoje, em Paris, o encontro internacional do «Pátio dos Gentios», nova estrutura para o diálogo com não crentes, afirmando que este pretende ser um “espaço aberto”.

Na abertura dos trabalhos, que decorreram na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), o cardeal Gianfranco Ravasi destacou que esta iniciativa quer “derrubar” muros.

A Igreja Católica, disse o presidente do Conselho Pontifício da Cultura, quer convidar os não crentes a “iniciar uma viagem” conjunta, em busca da “verdade”, do “sentido da existência” e da “comunhão”.

O nome «Pátio dos Gentios» (Il Cortile dei gentili) evoca o espaço homónimo que, no antigo Templo de Jerusalém, hospedava os não judeus.

Juntando diplomatas, escritores, pensadores e representantes do mundo da cultura, a conferência inaugural deixou vários apelos ao diálogo, como o da directora geral da UNESCO, Irina Bokova, em videomensagem.

O filósofo católica Fabrice Hadjadj, falou sobre o homem que se “espanta por existir” e precisa, por isso de um “céu, uma esperança, uma razão”.

Trata-se, disse, de colocar a questão do homem e reconhecer que o que faz a sua especificidade não é ser um superanimal”, mas recolhe todas as criaturas, “pela sua oração, pela sua poesia” e as encaminha “rumo a uma fonte misteriosa”.

Aziza Bennani, embaixadora de Marrocos na UNESCO, destacou a importância de “alargar o diálogo inter-religioso e assim ultrapassar o separatismo”.

Esta responsável apelou a um diálogo mais concentrado sobre as “convergências” entre crentes e não crentes, “para promover uma cultura da paz, uma paz duradoura”.

O ex-primeiro-ministro italiano Giuliano Amato falou, por seu lado, das dificuldades que se colocam no diálogo intercultural e convidou a uma “aliança entre crentes e não crentes” para dar “sentido” à liberdade e à democracia.

Jean Vanier, fundador da comunidade de «L'Arche», que trabalha com pessoas portadoras de deficiências, falou na necessidade de “reconhecimento”, de haver quem olhe o outro como “um ser humano”.

“A diferença não é uma ameaça, mas um tesouro”, precisou.

Francesco Follo, observador da Santa Sé na UNESCO, encerrou os trabalhos desta primeira conferência, sublinhando que o caminho da reflexão continua “aberto” e que qualquer monólogo é “patológico”.

Na manhã de sexta-feira, os trabalhos vão ter lugar na Universidade de Sorbonne e, à tarde, na Academia de França.

Depois dos colóquios, decorre para uma mesa-redonda no Colégio dos Bernardinos, edifício histórico, do século XIII.

A iniciativa inclui ainda uma festa especialmente pensada para os mais jovens, tendo como tema «No pátio do Desconhecido», na catedral Notre Dame de Paris, no dia 25 de Março, com música, espectáculos e um encontro de reflexão, seguindo-se uma vigília de oração e uma meditação.

Durante este último momento, haverá uma ligação em directo ao Vaticano para que o Papa se dirija a todos os presentes sobre o “significado e os objectivos” desta iniciativa.

Depois de Paris, as iniciativas do «Pátio dos Gentios» vão passar por Florença (Itália), Tirana (Albânia), Estocolmo (Suécia), Berlim (Alemanha), Moscovo (Rússia), Quebeque (Canadá), Praga (República Checa), Chicago e Washington (EUA).

OC

(Fonte: site Agência Ecclesia)

Boa Tarde!

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S. Josemaría Escrivá nesta data em 1933

Escreve: “Não tenhas medo da morte. – Aceita-a, desde agora, generosamente..., quando Deus quiser..., como Deus quiser..., onde Deus quiser, - Não duvides; virá no tempo, no lugar e do modo que mais convier..., enviada pelo teu Pai-Deus. – Bem-vinda seja a nossa irmã, a morte!”

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

João Paulo II – A caminho da sua Beatificação no próximo dia 1 de Maio (excertos homilias diversas)

«Jesus cura um incurável.


Faz um milagre. Com isto prova que existe sobre a terra o poder de perdoar os pecados. E como os escribas afirmaram que tal poder só Deus o tem, deveriam agora tirar a conclusão daquilo que eles mesmos haviam verbalmente sustentado.


Jesus reafirma a presença de Deus entre a multidão. Jesus reafirma o poder divino, que Lhe é próprio, de perdoar os pecados.


Jesus mostra, ao mesmo tempo, que mais perigoso e preocupante do que o mal físico (neste caso, a doença grave e crónica) é o mal do pecado. Ele é o Salvador vindo antes de mais para curar este grave mal.» (18-II-1979)

Porque está deprimido? (interessantíssimo, com uma forte componente dos pensamentos de São Tomás de Aquino sobre o tema)

Na recente conferência de Pedro Afonso "A tristeza é sempre sinal de depressão?", o psiquiatra respondia negativamente. A tristeza é um estado passageiro, que não deve confundir-se com a doença, que precisa do correspondente acompanhamento clínico. Portugal é o país europeu que mais consome anti-depressivos, receitados muitas vezes por médicos de família, que não têm a mesma competência no diagnóstico da depressão que um psiquiatra. Um especialista australiano desenvolve este tema, ensaiando também uma explicação cultural e não só uma solução com fármacos.

Será a cultura contemporânea terreno fértil para a epidemia da depressão?

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Cristo total

«Eis o Cristo total, Cabeça e Corpo, um só, formado de muitos [...]. Quer seja a Cabeça que fale, quer sejam os membros, é Cristo que fala: fala desempenhando o papel de Cabeça (ex persona capitis), ou, então, desempenhando o papel do Corpo (ex persona corporis). Conforme ao que está escrito: «Serão os dois uma só carne. É esse um grande mistério; digo-o em relação a Cristo e à Igreja» (Ef 5, 31-32). E o próprio Senhor diz no Evangelho: «Já não são dois, mas uma só carne» (Mt 19, 6). Como vedes, temos, de algum modo, duas pessoas diferentes; no entanto, tornam-se uma só na união esponsal [...] «Diz-se "Esposo" enquanto Cabeça e "esposa" enquanto Corpo»

(Enarratio in Psalmum 74, 4 - Santo Agostinho)

Meditação de Francisco Fernández Carvajal


DESPRENDIMENTO
– O desprendimento das coisas confere-nos a necessária liberdade para seguir a Cristo. Os bens são somente meios.
– Desprendimento e generosidade. Alguns exemplos.
– Desprendimento do supérfluo e do necessário, da saúde, dos dons que Deus nos deu, do que temos e usamos.

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
Não Há Maior Amor

«Um pobre [...] jazia ao seu portão»


O Evangelho do dia 24 de Março de 2011

Evangelho segundo S. Lucas 16,19-31

19 «Havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho fino e todos os dias se banqueteava esplêndidamente.20 Havia também um mendigo, chamado Lázaro, que, coberto de chagas, estava deitado à sua porta,21 desejando saciar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico, e até os cães vinham lamber-lhe as chagas.22 «Sucedeu morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico, e foi sepultado.23 Quando estava nos tormentos do inferno, levantando os olhos, viu ao longe Abraão e Lázaro no seu seio.24 Então exclamou: Pai Abraão, compadece-te de mim, e manda Lázaro que molhe em água a ponta do seu dedo para refrescar a minha língua, pois sou atormentado nestas chamas.25 Abraão disse-lhe: Filho, lembra-te que recebeste os teus bens em vida, e Lázaro, ao contrário, recebeu males; por isso ele é agora consolado e tu és atormentado.26 Além disso, há entre nós e vós um grande abismo; de maneira que os que querem passar daqui para vós não podem, nem os daí podem passar para nós.27 O rico disse: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à minha casa paterna,28 pois tenho cinco irmãos, para que os advirta disto, e não suceda virem também eles parar a este lugar de tormentos.29 Abraão disse-lhe: Têm Moisés e os profetas; oiçam-nos.30 Ele, porém, disse: Não basta isso, pai Abraão, mas, se alguém do reino dos mortos for ter com eles, farão penitência.31 Ele disse-lhe: Se não ouvem Moisés e os profetas, também não acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos».