sábado, 15 de janeiro de 2011

A política da Igreja (Editorial)

Aos embaixadores acreditados junto da Santa Sé - um dos corpos diplomáticos mais representativos no mundo - o Papa explicou o papel da Igreja católica no contexto internacional. Uma presença activa e respeitosa das competências das autoridades civis, animada por uma convicção: que só Deus responde ao coração do ser humano e portanto a dimensão religiosa é "inegável e incoercível". Esta é a raiz profunda daquela que com uma expressão rápida é definida a política do Vaticano, a qual não procura privilégios inexistentes mas só liberdade para a missão, característica originária e constitutiva da comunidade cristã.

Eis então a preocupação pela liberdade religiosa, que para Bento XVI é um elemento indispensável na construção da paz. Um direito fundamental, portanto, com frequência lesado ou até negado. Hoje aumentou a consciência da gravidade destes fenómenos que ofendem a Deus e o homem, tornando impossível a convivência. Trata-se de sinais muito positivos, como as vozes preocupadas que se elevaram em diversos países muçulmanos e na Europa face ao crescimento da cristianofobia e aos sanguinolentos atentados que não respeitaram nem sequer os lugares de culto.

A análise do Papa foi à raiz dos pretextos que movem as campanhas de ódio, sobretudo na imensa região médio-oriental: ali os cristãos - repetiu com as palavras do sínodo celebrado em Outubro - são "cidadãos originais e autênticos", como no Iraque e no Egipto, onde a tradição cristã é antiga e vital. Portanto, não são estrangeiros, mas desejosos de contribuir para a construção do bem comum, fiéis a Deus e leais à pátria: no Médio Oriente, em África, na China, em toda a parte. Por isso, Bento XVI pediu às autoridades civis dos diversos países gestos concretos a favor de uma autêntica liberdade religiosa, como a ab-rogação da lei paquistanesa contra a blasfémia.

Temos sinais positivos também nos países de antiga cristandade. Se, de facto, se multiplicam tentativas tenazes de marginalizar a religião - negando o direito à objecção de consciência no campo da saúde e jurídico, suprimindo símbolos, impondo novas disciplinas escolares, inventando presumíveis direitos para encobrir "desejos egoístas" - o Conselho da Europa adoptou uma resolução que protege a objecção de consciência dos médicos, enquanto muitos se expressaram a favor da exposição do crucifixo, como o Governo italiano seguido, pelo de outros países e pelo Patriarcado de Moscovo.

Portanto, um panorama com altos e baixos no qual o olhar de Bento XVI vê tragédias e dificuldades, mas também sinais positivos. Como aconteceu com os reconhecimentos no centenário do nascimento de Madre Teresa, emblema da política da Igreja. Que não pretende favores mas pede a liberdade de testemunhar e anunciar o amor de Deus em prol de cada ser humano.

GIOVANNI MARIA VIAN - Director

(© L'Osservatore Romano - 15 de Janeiro de 2011)

Uma vida exemplar - João Paulo II será beatificado a 1 de Maio próximo

A beatificação de João Paulo II, que o seu sucessor presidirá no aniversário litúrgico da sua morte, é um acontecimento histórico que de facto não tem precedentes. É preciso remontar ao coração da Idade Média para encontrar exemplos análogos, mas em contextos não comparáveis com a decisão de Bento XVI: nos últimos dez séculos nenhum Papa elevou às honras dos altares o seu imediato predecessor.

Pietro del Marrone (que fora Celestino V) foi canonizado em 1313 - menos de vinte anos depois da morte - pelo seu terceiro sucessor e mais de dois séculos antes tinha sido imediatamente reconhecida a santidade de Leão IX e de Gregório VII, falecidos em 1054 e em 1085. Não por acaso, no início daquele papado reformador celebrado alguns decénios mais tarde no oratório lateranense de São Nicolau através da representação de alguns Pontífices contemporâneos, cada um definido sanctus.

Acerca da sobriedade hagiográfica da Igreja romana - que venera como santos quase só os Papas da era mais antiga - intervieram depois as modificações inovadoras da modernidade, com as decisões tomadas nos últimos trinta anos do século XIX e depois, sobretudo, com as de Pio XII e do próprio João Paulo II. Foi assim reconhecido o culto de alguns Pontífices medievais e foram elevados às honras dos altares Pio X, o último Papa santo, Inocêncio XI, Pio IX e João XXIII.

No centro de cada causa de beatificação e de canonização está exclusivamente a exemplaridade da vida de quem, com expressão escriturística, é definido ao serviço de Deus. Para garantir à história - como disse Paulo VI no anúncio da introdução das causas dos seus dois imediatos predecessores - "o património da sua herança espiritual", além de "qualquer outro motivo, que não seja o culto da verdadeira santidade, isto é, a glória de Deus e a edificação da sua Igreja".

E autêntico servidor de Deus foi Karol Wojtya, testemunha apaixonada de Cristo desde a juventude até ao último respiro. Disto muitíssimos, também não-católicos e não-cristãos, se aperceberam durante a sua vida exemplar; isto documenta o seu testamento espiritual, escrito em várias etapas nos anos do pontificado; por isso já a 28 de Abril de 2005, menos de um mês depois da morte, o seu sucessor dispensou dos termos prescritos para o início da causa; por isso, decidiu presidir à sua beatificação: para apresentar ao mundo o modelo da santidade pessoal de João Paulo II.

João Paulo II será proclamado beato pelo seu sucessor Bento XVI no Vaticano no próximo dia 1 de Maio, segundo domingo de Páscoa da Divina Misericórdia. A autorização à promulgação do decreto sobre o milagre atribuído a Karol Wojtya - o acto que conclui oficialmente o andamento da causa de beatificação - foi dada pelo próprio Papa Ratzinger na sexta-feira, 14 de Janeiro, durante a audiência concedida ao cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. Juntamente com o decreto relativo ao seu predecessor, o Pontífice autorizou a promulgação de outros oito decretos, entre os quais, o relativo à leiga brasileira "Nhá Chica".

GIOVANNI MARIA VIAN - Director

(© L'Osservatore Romano - 15 de Janeiro de 2011)

Boa Tarde!

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Comentário ao Evangelho de Domingo feito por:

São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo e Doutor da Igreja
Sobre Isaías, IV, 2 (a partir da trad. Sr Isabelle de la Source, lire la Bible, t. 6, p. 116)

«Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo»

O Evangelho de Domingo dia 16 de Janeiro de 2011

Evangelho segundo S. João 1,29-34

29 No dia seguinte João viu Jesus, que vinha ter com ele, e disse: «Eis o Cordeiro de Deus, eis O que tira o pecado do mundo.30 Este é Aquele de Quem eu disse: Depois de mim vem um homem que é superior a mim, porque era antes de mim,31 eu não O conhecia, mas vim baptizar em água, para Ele ser reconhecido em Israel».32 João deu este testemunho: «Vi o Espírito descer do céu em forma de pomba e repousou sobre Ele.33 Eu não O conhecia, mas O que me mandou baptizar em água, disse-me: Aquele sobre quem vires descer e repousar o Espírito, esse é O que baptiza no Espírito Santo.34 Eu O vi, e dei testemunho de que Ele é o Filho de Deus».

S. Josemaría Escrivá - Aconteceu nesta data em 1943

Nesta altura sofria de diabetes
José Orlandis e Salvador Canals foram recebidos em audiência por Pio XII. Falaram com o Santo Padre sobre o Opus Dei e Josemaría Escrivá. “A audiência durou cerca de 10 minutos - refere J. Orlandis – e antes de terminar, o Papa pediu-nos que transmitíssemos a sua bênção especial ao Fundador do Opus Dei”.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Bom Dia!

Um olhar sobre a vida humana


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Maria a Tenda a primeira Igreja



«Deus não está ligado a pedras, mas liga-se a pessoas vivas. O “sim” Maria abre-lhe espaço em que pode erguer a sua tenda. Ela torna-se para Deus a tenda, e assim é o início da Santa Igreja que, por seu lado, é antecipação da nova Jerusalém, em que já não há Templo porque o próprio Deus nela habita»

(Joseph Ratzinger in ‘Maria primeira Igreja’ – Joseph Ratzinger e Hans Urs von Balthasar)

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Africa do Norte) e Doutor da Igreja
Confissões, X, 27

E, levantando-se, ele seguiu Jesus.

O Evangelho do dia 15 de Janeiro de 2011

Evangelho segundo S. Marcos 2,13-17

13 Foi outra vez para a beira mar. Todo o povo ia ter com Ele e Ele ensinava-os.14 Ao passar viu Levi, filho de Alfeu, sentado no banco dos cobradores de impostos, e disse-lhe: «Segue-Me». Ele, levantando-se, seguiu-O.15 Aconteceu que, estando Jesus sentado à mesa em casa dele, estavam também à mesma mesa com Jesus e os Seus discípulos muitos publicanos e pecadores; porque eram muitos que também O seguiam.16 Os escribas e fariseus, vendo que Jesus comia com os pecadores e publicanos, diziam aos discípulos: «Porque come e bebe o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?».17 Ouvindo isto, Jesus disse-lhes: «Não têm necessidade de médico os sãos, mas os doentes; Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores».