quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Boa noite!

A maior parte dos que têm problemas pessoais, "têm-nos" pelo egoísmo de pensar em si próprios.

(São Josemaría Escrivá - Forja, 310)

Cada um de vós, se quiser, pode encontrar o caminho que lhe for mais propício para este colóquio com Deus. Não me agrada falar de métodos nem de fórmulas, porque nunca fui amigo de espartilhar ninguém; tenho procurado animar todas as pessoas a aproximarem-se do Senhor, respeitando cada alma tal como ela é, com as suas próprias características. Pedi-lhe vós que meta os seus desígnios na nossa vida: e não apenas na nossa cabeça, mas no íntimo do nosso coração e em toda a nossa actividade externa. Garanto-vos que deste modo evitareis grande parte dos desgostos e das penas do egoísmo e sentir-vos-eis com força para propagar o bem à vossa volta. Quantas contrariedades desaparecem, quando interiormente nos colocamos muito próximos deste nosso Deus, que nunca nos abandona! Renova-se com diversos matizes esse amor de Jesus pelos seus, pelos doentes, pelos entrevados, quando pergunta: que se passa contigo? Comigo... E, logo a seguir, luz ou, pelo menos, aceitação e paz.

Ao convidar-te para fazeres essas confidências com o Mestre, refiro-me especialmente às tuas dificuldades pessoais, porque a maioria dos obstáculos para a nossa felicidade nascem de uma soberba mais ou menos oculta. Pensamos que temos um valor excepcional, qualidades extraordinárias. Mas, quando os outros não são da mesma opinião, sentimo-nos humilhados. É uma boa ocasião para recorrer à oração e para rectificar, com a certeza de que nunca é tarde para mudar a rota. Mas é muito conveniente iniciar essa mudança de rumo quanto antes.

(São Josemaría Escrivá - Amigos de Deus, 249)

Descanso

«Abatimento físico. - Estás... esgotado.
- Descansa. Pára com essa actividade exterior. - Consulta o médico. Obedece e despreocupa-te.
Em breve hás-de regressar à tua vida e melhorarás, se fores fiel, os teus trabalhos de apostolado.»

(São Josemaría Escrivá – Caminho, 706)

Papa critica descriminalização do aborto ao receber Bispos brasileiros


Bento XVI diz que os líderes da Igreja se devem pronunciar em matérias políticas quando estão em causa «os direitos fundamentais da pessoa»

Bento XVI manifestou-se hoje, 28 de Outubro, contra os “projectos políticos” que contemplam, “aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia”, recebendo um grupo de Bispos brasileiros.

A posição é assumida a poucos dias da segunda volta das eleições presidenciais no Brasil, marcada para o próximo Domingo, 31 de Outubro.

Segundo o Papa, quando não se defende a vida “o ideal democrático – que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana – é atraiçoado nas suas bases”.

A campanha eleitoral no maior país sul-americano tem sido marcada pelas críticas de vários membros da Igreja à candidata do Partido dos Trabalhadores, Dilma Rousseff, pelo seu posicionamento em relação ao tema do aborto.

No discurso, muito centrado na intervenção da Igreja Católica nestas matérias, Bento XVI afirmou que “quando os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas”.

“Seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, económicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural”, defendeu o Papa.

Bento XVI disse mesmo que os Bispos não devem “temer a oposição e a impopularidade” pelo seu empenho em favor dos “mais fracos e os mais indefesos”, como é o caso de “um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal”.

Citando o seu discurso inaugural da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, em 2007, o Papa sublinhou que “em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum”.

Neste ponto, acrescentou, tocam-se “política e fé”, frisando que “a religião católica é parte integral” da história do Brasil.

Em defesa dos “valores da vida humana e da sua transcendência”, o Papa quis ainda deixar um apelo em favor da “educação religiosa, e mais concretamente do ensino confessional e plural da religião, na escola pública do Estado”.

Por outro lado, Bento XVI recordou que “a presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia do seu respeito”.

(Fonte: site Agência Ecclesia)

A investigação cientifica seja lugar de dialogo e encontro entre o homem e o seu Criador. Bento XVI aos membros da Academia Pontifícia das Ciências


A ciência tenha sempre como seu objectivo a procura da verdade: esta a exortação de Bento XVI dirigida na manhã desta quinta feira aos participantes na plenária da Academia Pontifícia das Ciências, recebidos em audiência no Vaticano. O Papa pôs em realce os pontos de contacto entre a fé a pesquisa cientifica e reafirmou o encorajamento da Igreja para um progresso cientifico que seja verdadeiramente um beneficio para a humanidade.

A tarefa da ciência – disse o Papa – era e continua a ser uma procura paciente e ao mesmo tempo apaixonada da verdade, acerca do cosmo, da natureza e do ser humano. Uma procura que pode conhecer sucessos e insucessos , e cujo desenvolvimento pode viver momentos de exaltação quando se descobrem aspectos complexos da natureza, mas também de humildade quando teorias que se pensava tivessem descoberto alguns fenómenos se revelam pelo contrario apenas parciais. Bento XVI reafirmou a estima da Igreja pelos investigadores científicos e a gratidão pelos seus esforços que continua a encorajar. No fim de contas – acrescentou – também os cientistas apreciam cada vez mais a necessidade de abrir-se á filosofia para descobrir o fundamento lógico e epistemológico da sua metodologia.

Por seu lado - afirmou - a Igreja está convencida que em definitivo a actividade cientifica recebe benefícios do reconhecimento da dimensão espiritual do homem e da sua procura de respostas ultimas. E a este propósito o Papa auspiciou uma colaboração entre fé e ciência.

Os cientistas – afirmou o Papa – não criam o mundo. Procuram imitar as leis que a natureza nos manifesta. A experiencia dos cientistas como seres humanos, é portanto aquela da percepção de uma lei, de um logos. Isto, observou, leva-nos a admitir a existência de uma Razão omnipotente que sustenta o mundo. Este – salientou Bento XVI – é o ponto de encontro entre a ciência natural e a religião. Como resultado, portanto, a ciência torna-se um lugar de diálogo, de encontro entre o homem e a natureza, e potencialmente, até mesmo entre o homem e o seu Criador.

Com uma referencia á experiencia cientifica do século XX, tema da assembleia plenária da Academia pontifícia das Ciências, o Papa ofereceu uma reflexão ulterior sobre os resultados que a ciência deveria perseguir:

“Antes de mais – constatou – visto que a multiplicação dos desenvolvimentos científicos aumentam a nossa maravilha sobre a complexidade da natureza, é cada vez mais perceptível a necessidade de um contacto interdisciplinar legado a uma reflexão filosófica que leve a uma síntese . Além disso, acrescentou o Papa, o progresso cientifico deve ser sempre realizado em vista da fraternidade e da paz para ajudar a resolver os grandes problemas da humanidade e para dirigir os esforços de cada um para o bem verdadeiro do homem e o desenvolvimento integral dos povos do mundo inteiro. No século XXI, concluiu o Papa , o progresso poderá portanto definir-se positivo se os cientistas conseguirem aplicar as suas descobertas tendo em conta aquilo que é justo e bom .

(Fonte: site Rádio Vaticano)

Bom Dia! Outubro 28, 2010 de António Mexia Alves (28 de 36)



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S. Josemaría nesta data em 1931

“Julgo que não tenho inimigos. Na minha vida encontrei pessoas que me prejudicaram, positivamente. Não as considero como inimigos: sou muito pouca coisa para os ter. Contudo, desde agora, eles e elas ficam incluídos na categoria de benfeitores, para rezar ao Senhor por eles todos os dias”, anota hoje.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Ave mundi spes Maria - Gregoriano



Ave mundi spes Maria, ave mitis, ave pia, ave plena gratia.

Ave virgo singularis, quć per rubum designaris non passus incendia.
Ave rosa speciosa, ave Jesse virgula:
Cujus fructus nostri luctus relaxavit vincula.

Ave cujus viscera contra mortis foedera ediderunt filium.
Ave carens simili, mundo diu flebili reparasti gaudium.
Ave virginum lucerna, per quam fulsit lux superna his quos umbra tenuit.
Ave virgo de qua nasci, et de cujus lacte pasci res cćlorum voluit.

Ave gemma coeli luminarium.
Ave Sancti Spiritus sacrarium.

Oh, quam mirabilis, et quam laudabilis hćc est virginitas!
In qua per spiritum facta paraclitum fulsit foecunditas.

Oh, quam sancta, quam serena, quam benigna, quam amoena esse virgo creditur!
Per quam servitus finitur, posta coeli aperitur, et libertas redditur.
Oh, castitatis lilium, tuum precare filium, qui salus est humilium:
Ne nos pro nostro vitio, in flebili judicio subjiciat supplicio.

Sed nos tua sancta prece mundans a peccati fćce collocet in lucis domo.
Amen dicat omnis homo.

A COMUNIDADE MODELO (6)

«Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações. Perante os inumeráveis prodígios e milagres realizados pelos Apóstolos, o temor dominava todos os espíritos. Todos os crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum. Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um.
Como se tivessem uma só alma, frequentavam diariamente o templo, partiam o pão em suas casas e tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e tinham a simpatia de todo o povo. E o Senhor aumentava, todos os dias, o número dos que tinham entrado no caminho da salvação.» Act 2, 42-47

«E o Senhor aumentava, todos os dias, o número dos que tinham entrado no caminho da salvação.»

Esta é a missão primária da Igreja, revelar Deus aos homens, levá-los à comunhão com Deus num encontro pessoal com Jesus Cristo, que é o caminho da salvação.

Ou melhor ainda, esta é a missão de todos nós, cristãos católicos, porque a Igreja somos todos nós, Assembleia Santa reunida em Seu Nome, para por Ele, com Ele, e n’Ele caminharmos para a salvação, proclamando a Boa Nova a todos, pelas palavras, pelas acções, enfim, pelo testemunho das nossas vidas.

Porque devemos ter em conta que Deus todos os dias nos pergunta ao coração: «Onde está o teu irmão?»*

E podemos nós responder com verdade, onde está o nosso irmão?
Aquele que ri e aquele que chora, aquele que tem e aquele não tem, aquele que se veste e aquele que anda nu, aquele que se sacia e aquele que tem fome, aquele a quem é feita justiça e aquele que sofre a injustiça, aquele que é livre e aquele que está preso, aquele que conhece a Cristo e aquele que não O conhece, ou conhecendo-O não O segue.

As “instruções” para podermos responder a esta pergunta com um sim verdadeiro, estão perfeitamente contidas e descritas naquela passagem dos Actos dos Apóstolos.

Com efeito temos de ser «assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações» em Igreja, porque se assim formos em comunidade, também o seremos individualmente e se o formos individualmente, também o seremos em comunidade.

Realmente está sem dúvida bem descrito o modo como devem proceder os cristãos católicos, em Igreja e por si mesmos, e os frutos de tal procedimento.

Devemos assim ouvir o ensino da Igreja e dele fazer norma de vida, na privacidade, na família, no trabalho, na sociedade, em todos os momentos e circunstâncias.

Devemos assim viver unidos, amando-nos uns aos outros, percebendo que os nossos bens são graça de Deus, (fruto do nosso trabalho, que também é graça de Deus), e que como tal devem ser partilhados com os outros que nada têm.

Devemos assim «ter uma só alma», como Jesus nos ensina na Sua oração ao Pai:
«…de modo que sejam um, como Nós somos Um. Eu neles e Tu em mim, para que eles cheguem à perfeição da unidade e assim o mundo reconheça que Tu me enviaste e que os amaste a eles como a mim.»*

Devemos assim «frequentar diariamente o templo», não só o “templo” de reunião dos homens, mas também o templo do nosso coração:
«Tu, porém, quando orares, entra no quarto mais secreto e, fechada a porta, reza em segredo a teu Pai, pois Ele, que vê o oculto, há-de recompensar-te.»*

Devemos acercar-nos dos Sacramentos, (da Reconciliação, da Eucaristia, da Comunhão), que são o nosso alimento divino, que devemos celebrar e receber em «alegria e simplicidade», e não como rotina, como obrigação ou como um “peso” que não faz sentido, pois Deus criou-nos livres em tudo, e apenas quer a nossa salvação, apenas quer que a nossa alegria seja completa:
«Manifestei-vos estas coisas, para que esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja completa.»*

Devemos ainda louvar a Deus em tudo e em todos, nos momentos bons e nos momentos de provação, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, fazendo da nossa vida uma oração de louvor e entrega a Deus, como nos diz São Paulo:
«Orai sem cessar. Em tudo dai graças. Esta é, de facto, a vontade de Deus a vosso respeito em Jesus Cristo. Não apagueis o Espírito.»*

Então, e se assim procedermos, o Senhor dará a conhecer os frutos de tal procedimento, e acontecerão «inumeráveis prodígios e milagres» e teremos então também a «simpatia de todo o povo».

E por este proceder de todos nós em Igreja, e pelos frutos que o Senhor dará a conhecer, consequência pela graça de Deus deste procedimento, «o Senhor aumentará, todos os dias, o número dos que hão-de entrar no caminho da salvação» .

Sim, será o Senhor que chamará e aumentará o número daqueles que entrarão no caminho da salvação, porque essa será a recompensa maior de quem assim proceder, a alegria da salvação aqueles que ainda se encontram fora do Caminho, da Verdade e da Vida.
«Digo-vos Eu: Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não necessitam de conversão.»*

Parece utópico, irrealizável, afastado do nosso tempo e do nosso lugar?

Não, não é, porque quando nos entregamos a Ele, quando estamos com Ele, n’Ele e por Ele, Ele mesmo se encarrega de fazer tudo em nós, para que tudo seja feito segundo a Sua vontade.

Assim seja.

* Gn 4, 9; Jo 17, 22-23; Mt 6, 6; Jo 15, 11; 1 Ts 5, 17-19; Lc 15, 7

Monte Real, 27 de Outubro de 2010

Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.com/2010/10/comunidade-modelo-6.html

S. Simão e S. Judas Tadeu, apóstolos

Simão e Judas aparecem juntos nas diversas listas dos "doze". Na lista dos doze, Simão vem no undécimo lugar em Marcos e Mateus e no décimo em Lucas; Judas no undécimo em Lucas e no décimo em Marcos e Mateus. Dão a este o cognome de Tadeu. O lugar no fim da lista leva a pensar nos trabalhadores contratados às cinco horas da tarde. (Mt 20,6). "São estes os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, também chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, o filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu ..." (Mateus 10,1ss.). A respeito de Simão, apenas sabemos que era originário de Caná e era chamado Zelota. Certamente Simão teria pertencido ao partido radical e nacionalista dos zelotas, opositores intransigentes do domínio romano na Palestina. Quanto a Judas, chamado Tadeu, sabemos pelo Evangelho que, na Última Ceia, perguntou a Jesus: "'Senhor, por que te manifestarás a nós e não ao mundo?' Respondeu-lhe Jesus: “Se alguém me ama, guardará minha palavra e o meu Pai o amará, e a ele viremos e nele estabeleceremos morada. Quem não me ama não guarda minhas palavras; e a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que me enviou”.

Segundo S. Jerónimo, Judas terá pregado em Osroene (região de Edessa). Terá evangelizado a Mesopotâmia. S. Paulino de Nola tinha-o como apóstolo na Líbia. Fortunato de Poitiers julgava-o enterrado na Pérsia. Os martirológios latinos conservam esta notícia, utilizando uma narração que o reúne a Simão.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Tema para reflexão - Liberdade

Deus podia ter-nos criado sem liberdade, de modo que Lhe déssemos glória como Lhe dão glória os animais e as plantas, que se movem pelas leis necessárias da sua natureza, dos seus instintos, submetidos à servidão de uns estímulos externos ou internos. Podia ter-nos feito como animais mais aperfeiçoados, mas sem liberdade. Todavia Deus quis criar-nos livres para que, por amor, queiramos reconhecer a nossa dependência dele.

(Francisco Fernández CARVAJAL, Falar com Deus, Tempo comum, 3ª Semana, 4ª F)

Publicada por ontiano em NUNC COEPI - http://amexiaalves-nunccoepi.blogspot.com/

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Papa Bento XVI
Audiência geral de 11/10/2006 (trad. DC 2368, p. 1003 © copyright Libreria Editrice Vaticana)

A unidade dos Doze, unidade da Igreja

Hoje tomamos em consideração dois dos doze Apóstolos: Simão o Cananeu e Judas Tadeu (que não se deve confundir com Judas Iscariotes). Consideramo-los juntos, não só porque nas listas dos Doze são sempre mencionados um ao lado do outro (cf. Mt 10, 4; Mc 3, 18; Lc 6, 15; Act 1, 13), mas também porque as notícias que a eles se referem não são muitas, excepto o facto de o cânone neo-testamentário conservar uma carta atribuída a Judas Tadeu.

Simão recebe um epíteto que varia nas quatro listas: Mateus qualifica-o como «cananeu», Lucas define-o como «zelote». Na realidade, as duas qualificações equivalem-se, porque significam a mesma coisa; de facto, na língua hebraica, o verbo qanà' significa «ser zeloso», «ser dedicado» [...]. Portanto, é possível que este Simão, se não pertencia exactamente ao movimento nacionalista dos Zelotes, tivesse pelo menos como característica um fervoroso zelo pela identidade judaica, por conseguinte, por Deus, pelo seu povo e pela Lei divina. Sendo assim, Simão coloca-se nos antípodas de Mateus que, ao contrário, sendo publicano, provinha de uma actividade considerada totalmente impura.

Sinal evidente de que Jesus chama os Seus discípulos e colaboradores das camadas sociais e religiosas mais diversas, sem exclusão alguma. Ele interessa-Se pelas pessoas, não pelas categorias ou pelas actividades sociais! E o mais belo é que no grupo dos Seus seguidores, todos, mesmo que diversos, coexistiam, superando as imagináveis dificuldades; de facto, o motivo de coesão era o próprio Jesus, no qual todos se reencontravam unidos. Isto constitui claramente uma lição para nós, com frequência propensos a realçar as diferenças e talvez as contraposições, esquecendo que em Jesus Cristo nos é dada a força para superarmos os nossos conflitos. Tenhamos também presente que o grupo dos Doze é a prefiguração da Igreja, na qual devem ter espaço todos os carismas, povos e raças, todas as qualidades humanas, que encontram a sua composição e a sua unidade na comunhão com Jesus.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 28 de Outubro de 2010

São Lucas 6,12-19

12 Naqueles dias Jesus retirou-se para o monte a orar, e passou toda a noite em oração a Deus.13 Quando se fez dia, chamou os Seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de Apóstolos:14 Simão, a quem deu o sobrenome de Pedro, seu irmão André, Tiago, João, Filipe, Bartolomeu,15 Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Simão, chamado o Zelote,16 Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi o traidor. 17 Descendo com eles, parou numa planície. Estava lá um grande número dos Seus discípulos e uma grande multidão de povo de toda a Judeia, de Jerusalém, do litoral de Tiro e de Sidónia,18 que tinham vindo para O ouvir, e para ser curados das suas doenças. Os que eram atormentados pelos espíritos imundos ficavam também curados.19 Todo o povo procurava tocá-l'O, porque saía d'Ele uma virtude que os curava a todos.