quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Boa noite!

Tens obrigação de te santificar. – Tu, também. – Quem pensa que é tarefa exclusiva de sacerdotes e religiosos? A todos, sem excepção, disse o Senhor: "Sede perfeitos, como meu Pai Celestial é perfeito"..
(São Josemaría Escrivá - Caminho, 291)

Rectificar. – Todos os dias um pouco. – Eis o teu trabalho constante, se deveras queres tornar-te santo.
(São Josemaría Escrivá - Caminho, 290)

Ser fiel a Deus exige luta. E luta corpo a corpo, homem a homem – homem velho e homem de Deus – palmo a palmo, sem claudicar.
(São Josemaría Escrivá - Sulco, 126)

Hoje não bastam mulheres ou homens bons. Além disso, não é suficientemente bom quem se contenta em ser quase... bom; é preciso ser "revolucionário". Ante o hedonismo, ante a carga pagã e materialista que nos oferecem, Cristo quer inconformistas! Rebeldes de Amor!
(São Josemaría Escrivá - Sulco, 128)

Se não for para construir uma obra muito grande, muito de Deus – a santidade –, não vale a pena entregar-se.
Por isso, a Igreja, ao canonizar os Santos, proclama a heroicidade da sua vida.
(São Josemaría Escrivá - Sulco, 611)

Bento XVI exorta à oração do Terço durante o mês de Outubro

No final da catequese da Audiência Geral, o Papa Bento XVI recordou que Outubro é o mês dedicado ao Santo Rosário e que esta quinta-feira 7 se celebra a memória de Nossa Senhora do Rosário. Por isso alentou todos os católicos a rezarem esta oração quotidianamente.

Dirigindo-se aos peregrinos polacos, o Santo Padre disse que "o Rosário é uma oração especial da Igreja e uma arma espiritual para cada um de nós. A meditação da vida de Jesus e Maria seja para todos nós luz sobre o caminho evangélico da renovação espiritual e da conversão do coração".

Na saudação em italiano aos jovens, os doentes e aos recém-casados, o Papa disse que este mês de Outubro, mês do Rosário, "somos convidados a valorizar esta oração tão querida para a tradição do povo cristão".

"Convido-vos, queridos jovens, a fazerem do Terço oração diária. A vós, queridos doentes, animo-vos a crescer, graças à oração do Rosário, no abandono confiante às mãos de Deus. Eu vos exorto, esposos recém-casados a fazerem do Rosário uma constante contemplação dos mistérios de Cristo", concluiu.

(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação de JPR)

Um exemplar do “Caminho” para os mineiros do Chile

33 medalhas e pagelas de Nossa Senhora e um pequeno exemplar do “Caminho” foram entregues aos 33 mineiros retidos no Chile a 700 metros de profundidade.

29 de Setembro de 2010

Fruto de uma iniciativa de alguns fiéis do Opus Dei, enviou-se o livro conjuntamente com 33 medalhas do escapulário e pagelas de São Josemaría e de Nossa Senhora do Carmo.

Para levar a cabo esta ideia, o maior obstáculo revelou-se ser o tamanho, pois os exemplares normais não cabem nas “pombas” que levam a comida e medicamentos aos mineiros. Por fim, uma pessoa doou um pequeníssimo exemplar, editado há muitos anos na Argentina e que reunia as características necessárias de peso e volume.

Estes 33 mineiros poderão agora ler na profundidade da terra «Mãe! - Chama-a bem alto. - Ela, a tua Mãe Santa Maria, escuta-te, vê-te em perigo talvez, e oferece-te, com a graça do seu Filho, o consolo do seu regaço, a ternura das suas carícias. E encontrar-te-ás reconfortado para a nova luta.» (Caminho, 516)

(Fonte: site do Opus Dei-Espanha em opusdei.es com tradução de JPR)

O segredo da felicidade está na amizade com Jesus: recordou o Papa na audiência geral dedicada á mística alemã Santa Gertrudes


Humildade e fé, amor a Cristo e á sua Igreja, são as principais características de uma recta vida cristã: afirmou Bento XVI durante a audiência geral na Praça de S. Pedro, recordando a figura de Santa Gertrudes, a Grande, religiosa cisterciense alemã que viveu entre 1256 e 1302.

Dotada de grandes talentos naturais e de dons espirituais extraordinários - sublinhou o Papa – Gertrudes passou dos estudos liberais em que era excelente, aos estudos teológicos, e de uma vida que ela própria definiu indigna a uma vida de oração intensa, mística, com um ardor missionário excepcional.

Os seus ensinamentos – concluiu Bento XVI – não são só coisas do passado, mas esta vida permanece também hoje escola de vida cristã recta. Gertrudes, única mulher a merecer a merecer o apelativo de Grande, na Idade Média, ensina também aos cristãos de hoje que o centro da verdadeira vida é a amizade com o Senhor Jesus e que esta se aprende no amor pela Sagra Escritura, na liturgia, na fé profunda, no amor pela Virgem Maria, únicas actividades que permitem conhecer cada vez melhor o próprio Deus e portanto a verdadeira felicidade, meta da nossa vida.

Nesta audiência geral que viu a participação de cerca de 30 mil pessoas não faltaram palavras do Papa Bento XVI em português:

Queridos irmãos e irmãs,


Nos primeiros anos do século XIV, falecia no mosteiro de Helfta Santa Gertrudes, uma das místicas mais famosas e a única mulher da Alemanha a receber o cognome de “Grande”; com 5 anos de idade, entrara como aluna no mosteiro; e de aluna passou a monja. Mas, só aos 25 anos, teve lugar a sua «conversão»: nos estudos, com a passagem radical dos estudos humanistas profanos aos teológicos; e, na observância monástica, com a passagem de uma vida negligente a uma vida de oração intensa, mística, animada de grande ardor missionário. Então Gertrudes tivera a visão de um jovem que a guiava para fora da confusão que lhe oprimia a alma, tomando-a pela mão. Naquela mão, ela reconhece a marca daquelas preciosas chagas que aboliram todos os nossos pecados; reconhece Jesus, Aquele que na Cruz nos salvou com o seu sangue.


Amados peregrinos de língua portuguesa, a minha cordial saudação para todos, em particular para os grupos do Brasil e de Portugal, da paróquia dos Milagres na Bidoeira. Este mês do Rosário incita-nos a perseverar na reza diária do terço; que, desta forma, as vossas famílias se reúnam com a Virgem Mãe, para aprender a cooperar plenamente com os desígnios de salvação que Deus tem sobre vós. Como encorajamento e penhor de graças, de coração vos dou a minha Bênção Apostólica.


(Fonte: site Rádio Vaticano)

Sacerdote brasileiro recorda que católicos não podem apoiar candidatos favoráveis ao aborto (sem papas na língua, claro preciso e inequívoco)

O Pe. José Augusto, responsável pela formação dos padres da Comunidade Canção Nova, afirmou energicamente numa recente homilia que como católicos “não podemos compactuar com pessoas que querem matar crianças”. O sacerdote adverte que os católicos não podem e não devem votar em candidatos que apoiem o aborto. “Não votei e não vou votar” no PT, “eu sou a favor da vida”, afirmou.

No contexto do segundo turno das eleições, que de acordo com alguns analistas, foi ocasionado pelo facto de que a candidata do PT, Dilma Rousseff, perdeu votos entre os cristãos devido ao seu apoio ao aborto, o Pe. José Augusto afirmou que “os rumos da nação brasileira estão prestes a mudar e ela poderá mudar para o pior, para o lado pior, se neste segundo turno (...) o PT ganhar”.

O sacerdote, que é membro do Conselho da Comunidade Canção Nova, afirmou energicamente em sua homilia que os católicos “não podemos compactuar com pessoas que querem matar crianças”.

Em sua predicação, o sacerdote disse também que não podemos permanecer calados “diante de um partido que está apoiando o aborto quando a Igreja não o aprova”.

Asseverando que os católicos não podem e não devem votar em candidatos que apoiem o aborto o Pe. José Augusto recordou que “quem compactua com pessoas que aderem ao aborto está excomungado”.

“Não podemos compactuar com pessoas que querem matar crianças, matar crianças que estão no seio, na barriga, de uma mãe. E aqui não importa como estas crianças vieram, elas têm direito à vida, sim!”.

Em nota oficial assinada pelo seu fundador, o Monsenhor Jonas Abib, a Comunidade Canção Nova afirmou que “estamos em tempo de eleições no Brasil. Precisamos ser fiéis aos valores da Igreja”.

“A Canção Nova não vê cada candidato por suas bandeiras, mas os acolhe como filhos amados de Deus. Cada fiel deve votar de acordo com suas convicções e com a doutrina social da Igreja”.

“Rezemos pelo nosso país, pela Santa Igreja e pelos candidatos, para que sigam a Verdade que é Cristo Jesus e permaneçam n’Ele”, conclui a nota da CN.

Outros grupos, como a Equipe Missionária Regina Apostolorum, felicitaram o sacerdote, dizendo “Parabéns Pe. José Augusto, por dizer a verdade, por não se calar na Igreja de Deus, e tomar uma posição concreta, por não ficar em cima do muro”, afirmaram.

“Estou preocupado com o segundo turno. Mas para já saibam no PT eu não voto! E Não voto em ninguém que esteja coligado ao PT. Não votei e não voto!”, conclui o Pe. José Augusto.

O vídeo da homilia do Pe. José Augusto pode ser visto em:
http://www.regina-apostolorum.com/2010/10/pe-jose-augusto-da-cancao-nova-se.html

(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação de JPR)


Nota de JPR: aos leitores portugueses informo que o Spe Deus tem mais leitores no Brasil que em Portugal. Obrigado!

Bom Dia! Outubro 06, 2010 de António Mexia Alves (6 de 36)



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S. Josemaría Escrivá - Aconteceu nesta data em 2002

João Paulo II canoniza Josemaría Escrivá diante de uma multidão de pessoas dos cinco continentes, na Praça de São Pedro, Roma. Na homilia diz: “São Josemaría foi um mestre no exercício da oração, que ele considerava como uma “arma” extraordinária para redimir o mundo. Assim recomendava sempre: “primeiro, oração; depois, expiação; em terceiro lugar, muito «em terceiro lugar», acção” (Caminho, 82). Não se trata de um paradoxo, mas de uma verdade perene: a fecundidade do apostolado depende sobretudo da oração e de uma vida sacramental intensa e constante. Em última análise, este é o segredo da santidade e do verdadeiro êxito dos Santos”.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Bento XVI vai presidir a vigília pela “vida nascente”

A Sala de Imprensa da Santa Sé revelou que Bento XVI vai presidir pessoalmente a uma vigília de oração
pela “vida nascente”, que terá lugar a 27 de Novembro, na Basílica de São Pedro.

A iniciativa terá uma dimensão mundial e acontece no início do Advento, tempo litúrgico que antecede
o Natal.

O prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Cardeal Antonio Canizares Llovera, e o presidente do Conselho Pontifício para a Família, Cardeal Ennio Antonelli, enviaram uma carta aos presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo, convidando os bispos a promoverem celebrações e iniciativas de oração análogas na suas igrejas.

A intenção é “promover o compromisso e o testemunho eclesial por uma cultura da vida e do amor”.

(Fonte: ‘Página 1’, grupo Renascença, na sua edição de 05.10.2010)

Bula da canonização de Josemaria Escrivá em latim

LITTERAE DECRETALES
Beato Iosephmariae Escrivá Sanctorum honores decernuntur
IOANNES PAULUS PP II Servus Servorum Dei
ad perpetuam rei memoriam

Domine, ut videam! (cf Lc 18, 41), Domina, ut sit!, Omnes cum Petro ad Iesum per Mariam!, Regnare Christum volumus! (cf 1 Cor 15, 25), Deo omnis gloria! (cf. Canon Romanus, doxologia). Iaculatoriis his precibus Beati Iosephmariae Escrivá vitae narratio apte comprehendi potest. Harum primam alteramque vix sedecim annos natus recitare coepit, cum primum indicia animadvertit divini de se ipso consilii. His verbis ardens cordis eius studium exprimebatur, videndi nempe quid ab eo Deus quaereret, ut id ipsum sine mora exsequi conaretur, amantissime adimplens voluntatem Domini. Tertia vero prex iaculatoria frequenter legitur in iis quae novensilis sacerdos scripsit, ubi significabatur quomodo studium quo avebat animas Deo lucrari in unum conflueret cum firma voluntate servandae fidelitatis erga Ecclesiam cumque incensissima devotione erga Deiparam Virginem Mariam. Regnare Christum volumus!: apte haec verba complectuntur constantem eius sollicitudinem pastoralem diffundendi inter omnes viros ac mulieres vocationem qua omnes invitantur ut in Ipso dignitatis filiorum Dei participes reddantur. Qui quidem filii filiaeque eum in finem vivant, ut Ipsi soli serviant: Deo omnis gloria!

Haec autem omnia ad effectum deduxit cum cotidianis sui muneris officiis incumberet, quamobrem merito ipse dici potest “sanctus vitae ordinariae”. Etenim et vita eius et id quod verbis ac scriptis tradidit innumerabilem docuerunt christifidelium multitudinem – e laicis praesertim, qui diversissimis professionibus sunt intenti – communissimos labores convertere in orationem, in ceterorum hominum servitium inque viam sanctitatis.

Beatus Iosephmaria Escrivá de Balaguer Barbastri in Hispania, die IX mensis Ianuarii anno MCMII natus est. Presbyteralem ordinationem die XXVIII mensis Martii anno MCMXXV recepit. Die vero II mensis Octobris anno MCMXXVIII lumen a Domino accepit, ut divinum consilium erga se videret, eodemque die Opus Dei condidit. Nova itaque in Ecclesia vivendi exstitit ratio ut homines, nullo habito discrimine stirpis, coetus vel culturae, conscii sibi fierent se cunctos ad caritatis perfectionem atque ad apostolatum vocari, uniuscuiusque in mundo proprio servato loco. In ordinariis igitur vitae adiunctis est et locus in quo Dominus nos vocat et cardo circum quem responsio vertitur amoris plena. Docet ergo Iosephmaria Escrivá de Balaguer laborem, si divina gratia iuvante atque vivificante exerceatur, fontem esse inexhaustae fecunditatis: est enim instrumentum quo Crux ita exaltatur et in culmine ponitur universae humanae actuositatis, ut veluti mundus intus transformetur secundum Christi Spiritum et cum Deo reconcilietur.

Quam Iosephmaria tum ipse, tum per Societatem Sacerdotalem Sanctae Crucis, quam die XIV mensis Februarii anno MCMXLIII condiderat, pro sacerdotibus dedit operam, efficit ut fulgidum esset exemplum sollicitudinis circa cleri sanctitatem et fraternitatem.

Anno MCMXLVI Iosephmaria Romam se contulit ibique, pro suo apostolico studio, constanter laboravit ad christianum nuntium per omnes orbis terrarum partes propagandum, plene semper adhaerens Romano Pontifici cunctisque ecclesiis localibus servire cupiens. Multa eaque varia incepta suscepit ad promovendam personae humanae dignitatem, quae et in bonum humanae consortionis redundarent et ad Evangelium diffundendum multum conferrent.

Complura itinera fecit in Europae et Americae nationes, ubi catechesi tradendae indefessam navavit operam. Fama enim sanctitatis eius multitudines virorum ac mulierum ad eum audiendum attrahebat.

Die XXVI mensis Iunii anno MCMLXXV, tempore meridiano, cordis ictus correptus animam Deo reddidit. Eius corpus asservatur in ecclesia praelatitia Operis Dei, Sanctae Mariae de Pace dicata, quo christifideles e cunctis nationibus ad orandum frequentes conveniunt.

Iosephmariae Escrivá de Balaguer post mortem, fama sanctitatis eius late diffusa est eiusque intercessioni tribuuntur multae sanationes, quae per scientificas cognitiones explicari non posse videntur ac plurima spiritualia subsidia.

Conditoris Operis Dei sollemnem Beatificationem Nos Ipsi peregimus, die XVII mensis Maii anno MCMXCII, in foro Vaticanam Basilicam Sancti Petri Apostoli prospiciente.

Cum vero in dies augesceret beneficiorum numerus Beati Iosephmariae Escrivá de Balaguer precibus a christifidelibus acceptorum, Causae Actores unam sanationem elegerunt eandemque Apostolicae Sedi cognoscendam exhibuerunt, ut eidem Beato sanctorum honores decernerentur.

Super huiusmodi mira sanatione processus in Emeritensi Augustana-Pacensi Curia archiepiscopali actus est anno MCMXCIV; deinde felici exitu apud Congregationem de Causis Sanctorum consuetae factae sunt inquisitiones ac die XX mensis Decembris anno MMI decretum super miraculo coram Nobis est promulgatum. Deinde, auditis faventibus sententiis Patrum Cardinalium et Episcoporum a Nobis in Consistorium convocatorum die XXVI mensis Februarii anno MMII, decrevimus ut Canonizationis ritus die VI mensis Octobris eodem anno celebraretur.

Hodie igitur in foro Sancti Petri Basilicam Vaticanam prospiciente inter Missarum sollemnia, coram ingenti christifidelium multitudine, hanc sumus formulam elocuti: Ad honorem Sanctae et Individuae Trinitatis, ad exaltationem fidei catholicae et vitae christianae incrementum, auctoritate Domini nostri Iesu Christi, beatorum Apostolorum Petri et Pauli ac Nostra, matura deliberatione praehabita et divina ope saepius implorata, ac de plurimorum Fratrum Nostrorum consilio, Beatum Iosephmariam Escrivá de Balaguer Sanctum esse decernimus et definimus, ac Sanctorum Catalogo adscribimus, statuentes eum in universa Ecclesia inter Sanctos pia devotione recoli debere. In nomine Patris et Filii et Spiritus Sancti.

Quod autem decrevimus, volumus et nunc et in posterum vim habere, contrariis minime officientibus rebus quibuslibet.

Datum Romae, apud Sanctum Petrum, die sexto mensis Octobris, anno Domini bismillesimo secundo, Pontificatus Nostri vicesimo quarto.

Ego Ioannes Paulus
Catholicae Ecclesiae Episcopus

Marcellus Rossetti, protonot. apost.

"Deixemos que Deus faça maravilhas" - Artigo do Cardeal Joseph Ratzinger sobre S. Josemaría Escrivá no ‘L'Osservatore Romano’ de 6-X-2002

Deixemos que Deus faça maravilhas

Surpreendia-me sempre a interpretação que Josemaría Escrivá dava do nome Opus Dei: uma interpretação que poderíamos chamar biográfica e que nos consente compreender o fundador na sua fisionomia espiritual. Escrivá sabia que devia fundar algo, mas estava sempre consciente de que aquele algo não era obra sua, que ele não tinha inventado nada, que simplesmente o Senhor se servia dele. Por conseguinte, aquela não era a sua obra, mas o Opus Dei. Ele era unicamente um instrumento através do qual Deus teria agido.

Ao considerar este facto vieram-me à mente as palavras do Senhor transcritas no Evangelho de João (5, 17): «O meu Pai age sempre». São palavras pronunciadas por Jesus durante um debate com alguns peritos da religião que não queriam reconhecer que Deus pode trabalhar também no sábado. Eis um debate que ainda está aberto, de certa forma, entre os homens – também cristãos – do nosso tempo. Há quem pense que, depois da criação, Deus se «retirou» e não sente mais interesse pelas nossas coisas quotidianas. Segundo este modelo de pensamento, Deus já não poderia entrar no tecido da nossa vida quotidiana. Mas nas palavras de Jesus temos o desmentido. Um homem aberto à presença de Deus apercebe-se de que Deus faz maravilhas ainda hoje: portanto, devemos deixá-lo entrar e agir. E é assim que surgem as coisas que oferecem um futuro e renovam a humanidade.

Tudo isto nos ajuda a compreender por que é que Josemaría Escrivá não se considerava «fundador» de nada, mas apenas uma pessoa que quis cumprir a vontade de Deus, seguir a sua acção, a obra – precisamente – de Deus. Neste sentido, o teocentrismo de Escrivá de Balaguer, coerente com as palavras de Jesus, significa esta confiança no facto de que Deus não se retirou do mundo, que Deus age ainda agora e nós devemos apenas pôr-nos à sua disposição, estar disponíveis, ser capazes de reagir à sua chamada, o que é para mim uma mensagem de grandíssima importância. É uma mensagem que leva à superação daquela que se pode considerar a grande tentação do nosso tempo: isto é, a pretensão de que depois do big bang Deus se tenha retirado da história. A acção de Deus não «parou» no momento do big bang, mas ainda continua ao longo do tempo, quer no mundo da natureza quer no mundo humano.

Portanto, o fundador da Obra dizia: não fui eu que inventei algo; é o Outro que o faz e eu estou apenas disponível para servir de instrumento. Assim este título, e toda a realidade a que chamamos Opus Dei, estão profundamente relacionados com a vida interior do fundador que, mesmo permanecendo muito discreto neste ponto, nos faz compreender que estava em diálogo permanente, em contacto real com Aquele que nos criou e age por nós e connosco. O livro do Êxodo diz de Moisés (33, 11) que Deus falava com ele «face a face, como um amigo fala com outro amigo». Parece-me que, mesmo se o véu da discrição nos esconde tantos pormenores, contudo daqueles pequenos acenos resulta que se pode aplicar muito bem a Josemaría Escrivá este «falar como um amigo que fala com outro amigo», que abre as portas do mundo para que Deus se possa fazer presente, agir e transformar tudo.

Sob esta luz compreende-se também melhor o que significa santidade e vocação universal à santidade. Conhecendo um pouco a história dos santos, sabendo que nos processos de canonização se procura a virtude «heróica», temos quase inevitavelmente um conceito errado da santidade: «Não é para mim», somos tentados a pensar, «porque eu não me sinto capaz de realizar virtudes heróicas: é um ideal demasiado elevado para mim». Então a santidade torna-se uma coisa reservada a alguns «grandes», dos quais vemos as imagens nos altares, e que são muito diferentes de nós, que somos normais pecadores. Mas este é um conceito errado de santidade, uma percepção errónea que foi corrigida – e isto parece-me o ponto central – precisamente por Josemaría Escrivá.

Virtude heróica não significa que o santo faz uma espécie de «ginástica», de santidade, algo que as pessoas normais não conseguem fazer. Ao contrário, significa que na vida de um homem se revela a presença de Deus, isto é, se revela o que o homem por si só e para si não podia fazer. Talvez se trate, no fundo, apenas de uma questão terminológica, porque o adjectivo «heróico» foi mal interpretado. Virtude heróica propriamente não significa que alguém fez grandes coisas sozinho, mas que na sua vida aparecem realidades que ele não fez, porque foi transparente e disponível para a obra de Deus. Ou, por outras palavras, ser santo não é mais do que falar com Deus como um amigo fala com outro amigo. Eis a santidade.

Ser santo não significa ser superior aos outros; antes, o santo pode ser muito débil, pode ter cometido tantos erros na sua vida. A santidade é este contacto profundo com Deus, fazer-se amigo de Deus: é deixar agir o Outro, o Único que realmente pode fazer com que o mundo seja bom e feliz. Por conseguinte, se São Josemaría Escrivá fala da chamada de todos a ser santos, parece-me que, em última análise, está a haurir desta sua experiência pessoal de não ter feito sozinho coisas incríveis, mas de ter deixado agir Deus. E por isso nasceu uma renovação, uma força de bem no mundo, mesmo que todas as debilidades humanas permaneçam sempre presentes. Deveras todos somos capazes, todos somos chamados a abrir-nos a esta amizade com Deus, a não abandonar as mãos de Deus, a não deixar de voltar sempre de novo ao Senhor, falando com Ele como se fala com um amigo, sabendo bem que o Senhor realmente é o verdadeiro amigo de todos, mesmo de quantos não podem fazer grandes coisas sozinhos.

Com tudo isto compreendi melhor a fisionomia do Opus Dei, esta ligação surpreendente entre uma absoluta fidelidade à grande tradição da Igreja, à sua fé, com desarmante simplicidade, e a abertura incondicionada a todos os desafios deste mundo, quer no âmbito académico, quer no do trabalho, da economia, etc. Quem tem este vínculo com Deus, quem mantém este diálogo ininterrupto pode ousar responder a estes desafios, e deixa de ter medo; porque quem está nas mãos de Deus cai sempre nas mãos de Deus. É assim que desaparece o medo e nasce, ao contrário, a coragem de responder ao mundo de hoje.

Card. Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Publicado no Suplemento de 'L’Osservatore Romano', 6-X-2002

(Fonte: site do Opus Deis – Portugal em http://www.opusdei.pt/art.php?p=13946)

Tema para breve reflexão - Obediência (4)

Aquele que actua sempre com espírito de obediência pode estar seguro que não terá de dar a Deus contas das suas acções.

(S. FILIPE DE NERI, Máximas, F.W.Faber, Cromwell Press SN12 8PH, nr. 4-17, trad AMA)

Publicada por ontiano em NUNC COEPI - http://amexiaalves-nunccoepi.blogspot.com/

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
Jesus, the Word to be spoken (a partir da trad. Jésus, celui qu'in invoque, Nouvelle Cité 1988, cap. 6)

«Jesus estava algures a orar»

Para chegarmos a santos, precisamos da humildade e da oração. Jesus ensinou-nos a orar; ensinou-nos igualmente a ser mansos e humildes de coração (Mt 11, 29). Nada disto nos aproveitará se não soubermos o que é o silêncio. A humildade e a oração aprofundar-se-ão na medida em que o ouvido, o espírito e a língua tiverem vivido no silêncio com Deus, pois é no silêncio do coração que Deus fala.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 6 de Outubro de 2010

São Lucas 11,1-4

1 Estando Ele a fazer oração em certo lugar, quando acabou, um dos Seus discípulos disse-Lhe: «Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos». 2 Ele respondeu-lhes: «Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o Teu nome. Venha o Teu reino.3 O pão nosso de cada dia dá-nos hoje4 perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todos os que nos ofendem; e não nos deixes cair em tentação».