domingo, 22 de agosto de 2010

Ave Maris Stella (St. John's College Choir)



Maris stella,
Déi mater alma,
Atque semper Virgo
Félix caeli porta Sumens illud Ave
Gabriélis ore,
Funda nos in pace,
Mutans Evae nomen. Solve vincla reis,
Profer lumen caecis,
Mala nostra pelle,
Bona cuncta posce. Monstra te esse matrem,
Sumat per te preces
Qui pro nobis natus,
tulit esse tuus. Virgo singularis
Inter omnes mitis,
Nos culpis solutos
Mites fac et castos.

Passe bem!

Não é certamente possível ter escolas e creches abertas e maternidades a funcionarem, se nascem cada vez menos crianças e Portugal tem uma das mais baixas taxas de natalidade da Europa.

Nos últimos anos, todas as políticas dominantes foram no sentido de atacar a família, de a desestruturar e de dificultar que os casais tenham filhos. Na mesma semana da notícia do fecho das escolas, foi promulgada a lei das uniões de facto. Esta lei vem no seguimento de toda uma legislação concebida para considerar a instituição familiar - ou, como escreveram Marx e Engels, a «família patriarcal-burguesa» - algo de obsoleto.

Senão, vejamos. O aborto passou a ser considerado um direito, o que teve como consequência imediata transformar-se num banal método anticoncepcional. Da legislação que existia em Portugal e que apenas pretendia evitar a prisão das mulheres que, perante um drama que por vezes acontece nas curvas da vida, partiu-se para esse caminho e os resultados estão à vista. Hoje, há jovens mulheres que banalizaram o aborto na sua vida e já realizaram dois ou três abortos legais, desde que a lei foi aprovada, em hospitais públicos, ou em clínicas espanholas. Alguns dos inspiradores da lei já vieram, alarmados, penalizar-se pelos resultados da lei que fizeram e reconhecer que nem conseguem que essas jovens passem, depois de abortar, por uma consulta de planeamento familiar. Voltam apenas, pouco tempo depois, para um novo aborto. Um direito nunca pressupõe culpa e a lei aprovada banalizou o aborto a pedido, sem drama , sem culpa, como se não existisse uma vida interrompida.

Em simultâneo, facilitou-se de tal forma o divórcio sem qualquer salvaguarda da parte mais frágil do casal: os filhos e (quase sempre) a mulher, surgindo dramas terríveis de casamentos desfeitos com um «passa bem». Os filhos vêem-se de repente transformados num fardo que circula de casa em casa, sem quarto, porque o que dá mais jeito é que uma semana «chateiem» um, outra outro e, muitas vezes, ainda rodem pelos vários avós. As crianças deixaram de ser, tantas vezes, o centro do vida familiar para se transformarem em novos nómadas e as mulheres em novos pobres, «despedidas» mais facilmente que qualquer empregado sindicalizado.

Do ponto de vista fiscal, o casamento e os filhos penalizam quem tem a ideia antiquada de casar e imagine-se… ter filhos e ter uma família. As uniões de facto estão de tal forma equiparadas ao casamento que o melhor para quem não deseja nenhum compromisso é mesmo garantir, publicamente, em notário que, apesar de solteiro, viúvo ou divorciado, vive só, assegurando que ninguém entra lá em casa. Homem ou mulher.

O casamento civil foi, assim, equiparado à união de facto, transformado num contrato a (curto) prazo, quando já tinha sido recentemente equiparado o casamento de homossexuais com o de heterossexuais. Com filhos ou sem filhos, o importante é, na ideologia dominante, acabar com a opressão da família burguesa.

Não modernas as teorias que originaram estas leis mas, felizmente, também não corremos ainda os riscos das teses extremistas do fim da família, teorizado por Marx e Engels como um objectivo de luta. Marx escreveu que «a primeira divisão do trabalho é a de homem e mulher para a procriação de filhos». Engels cita-o e acrescenta que «a primeira oposição de classes que aparece na história coincide com o desenvolvimento do antagonismo de homem e mulher no casamento singular e que a primeira opressão de classe coincide com a do sexo feminino pelo masculino» (in “Origem da Família, da Propriedade e do Estado”, F. Engels.).

No seguimento desta teoria, nasceram as feministas radicais com a Kolontai e o ataque à família levado a cabo nos países comunistas que foi um dos maiores atentados aos direitos humanos nesses países. Na URSS, os pais não faziam férias com os filhos. Os filhos passavam férias nos Pioneiros, enquanto os pais seguiam para as férias nos sindicatos. Na China de Mao Tse-Tung, além de ser proibido pelo Estado ter mais que um filho e o aborto ser obrigatório, chegou-se ao ponto de proibir as cozinhas nas casas das famílias e de se ter de comer e cozinhar nos refeitórios comunitários. Refeitórios masculinos e femininos.

Com leis que dificultam cada vez mais ter filhos, com modelos dominantes desestruturantes da família, ainda há quem proteste por se fecharem escolas, creches, ATL, maternidades, jardins-escolas? Espantoso é que ainda haja quem seja feliz e acredite no futuro, olhando e vivendo filhos e netos.

Zita Seabra


(Fonte: JN online)

A Nossa Senhora: o primeiro hino da América



O cântico mais antigo da América: o Hanaq Pachaq (“Reino dos Céus”) dedicado a Nossa Senhora.

O “Hanaq Pachaq” ‒ o “Reino dos Céus” na língua incaica ‒ é a primeira obra polifónica composta no Novo Mundo e um dos hinos mais antigos dedicado a Nossa Senhora.

É um hino para ser cantado nas procissões de ingresso na igreja. Ele foi concebido em língua quéchua, a dos incas do Peru. Provavelmente o autor foi um indígena. O missionário franciscano frei Juan Pérez Bocanegra fez a anotação musical.

Ó alegria do Céu,
Reverenciar-te-ei por todo sempre,
Árvore florida que nos dás o Fruto Sagrado,
esperança da Humanidade,
fortaleza que me sustenta
quando eu estou para cair.

Considera minha veneração,
minha reverência e meu pranto.
Ó Tu, mão guiadora de Deus, Mãe de Deus,
Amancaicito* que desabrochas em tenras e brancas asas,
faz a este teu filho conhecer
o local que lhe tendes reservado no Reino dos Céus.

*Amancaicito=Flor andina, parecida ao lírio branco.

A modesta jovem de Nazaré tornou-se Rainha do mundo! Como diz Jesus: últimos que se tornam primeiros: Bento XVI no Angelus dominical


Vídeo em espanhol

A figura de Maria, recordada pela Igreja, uma semana depois da Assunção, com o título de “Rainha”, foi o tema da alocução do Papa, neste domingo ao meio-dia, no pátio interior da residência de Castelgandolfo.

“Contemplamos a Mãe de Cristo coroada pelo seu Filho, isto é, associada à sua Realeza universal, tal como a representam numerosos mosaicos e pinturas. Também esta memória ocorre este ano ao domingo, iluminada assim com a Palavra de Deus e a celebração da Páscoa semanal.” “Em especial (observou o Papa), o ícone da Virgem Maria Rainha assume uma significativa dimensão no Evangelho deste dia, quando Jesus afirma: “Há últimos que serão os primeiros e primeiros que serão os últimos”.

“Nossa Senhora é o exemplo perfeito desta verdade evangélica, de que Deus abaixa os soberbos e os potentes deste mundo e exalta os humildes. A pequena e simples jovem de Nazaré tornou-se a Rainha do mundo! Esta é uma das maravilhas que revelam o coração de Deus.”
Naturalmente – clarificou Bento XVI – “a realeza de Maria é totalmente relativa à de Cristo: é Ele que é o Senhor, que, após a humilhação da morte de cruz, o Pai exaltou acima de todas as criaturas nos céus, na terra e sob a terra. Foi por um desígnio da graça que a Mãe Imaculada foi plenamente associada ao mistério do Filho”. “A Mãe partilhou com o Filho não só os aspectos humanos do mistério (de Cristo: incarnação, vida escondida em Nazaré, ministério messiânico e Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão), mas também intenção profunda, a vontade divina, de tal modo que toda a sua existência, pobre e humilde, foi elevada, transformada, glorificada, passando através da porta estreita que é o próprio Jesus”.

Recordando que em muitas partes Maria é venerada com o título de Rainha, Bento XVI concluiu a sua alocução antes da recitação do Angelus confiando a Nossa Senhora a causa da paz no mundo, perante a “absurda lógica da violência”.

“Queremos sobretudo renovar, como filhos da Igreja, a nossa devoção àquela que Jesus nos deixou como Mãe e Rainha. Confiamos à sua intercessão a quotidiana oração pela paz, especialmente onde mais se faz sentir com toda a sua dureza a absurda lógica da violência, para que todos os homens se persuadam que neste mundo devemos ajudar-nos uns aos outros como irmãos, para construir a civilização do amor”.

Entre os muitos fiéis e grupos presentes em Castelgandolfo para o encontro dominical com o Papa, havia também peregrinos de língua portuguesa, que Bento XVI quis saudar na nossa língua: “Saúdo também o grupo brasileiro da paróquia de São Joaquim, diocese de Franca, e demais peregrinos de língua portuguesa, desejando que esta peregrinação vos ajude a fortalecer a confiança em Jesus Cristo e a encarnar na vida a sua mensagem de salvação. De coração vos agradeço e abençoo. Ide com Deus!”

(Fonte: site Radio Vaticana)

S. Josemaría sobre a Festa de Santa Maria Rainha


Celebra-se a festa de Santa Maria Rainha. Sobre a Majestade de Nossa Senhora dirá: “Quem pode ser melhor Mestra de amor a Deus que esta Rainha, que esta Senhora, que esta Mãe, que tem a relação mais íntima com a Trindade: Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho, Esposa de Deus Espírito Santo, e que é ao mesmo tempo Mãe nossa? - Recorre pessoalmente à sua intercessão”.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Agnus Dei



Agnus Dei, qui tollis peccata mundi,
miserere nobis.

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi,
miserere nobis.

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi,
dona nobis pacem.

Nossa Senhora Rainha


Salve, Regina, Mater misericordiae,
vita, dulcedo, et spes nostra, salve.
ad te clamamus
exsules filii Hevae,
ad te suspiramus, gementes et flentes
in hac lacrimarum valle.

Eia, ergo, advocata nostra, illos tuos
misericordes oculos ad nos converte;
et Jesum, benedictum fructum ventris tui,
nobis post hoc exsilium ostende.
O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria.

Ora pro nobis sancta Dei Genetrix.
Ut digni efficiamur promissionibus Christi. Amen.

A festa de hoje foi instituída por Pio XII, em 1955. Antecedida pela festa da Assunção de Nossa Senhora, celebramos hoje aquela que é a Mãe de Jesus, Cabeça da Igreja, e nossa Mãe.

Pio XII assim fala de Nossa Senhora Rainha: "Procurem, pois, acercar-se agora com maior confiança do que antes, todos quantos recorrem ao trono de graça e de misericórdia da Rainha e Mãe Nossa, para implorar auxílio nas adversidades, luz nas trevas, conforto na dor e no pranto ... Há, em muitos países da terra, pessoas injustamente perseguidas por causa da sua profissão cristã, e privadas dos direitos humanos e divinos da liberdade ... A estes filhos atormentados e inocentes, volva os seus olhos misericordiosos, cuja luz serena as tempestades e dissipa as nuvens, a poderosa Senhora das coisas e dos tempos, que sabe aplacar as violências com o seu pé virginal; e à todos conceda que em breve possam gozar da merecida liberdade ... Todo aquele, pois, que honra a Senhora dos celestes e dos mortais, invoque-a como Rainha sempre presente, Medianeira de paz".

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O perigo do intervencionismo estatal

O excesso de zelo da administração pública pode destroçar a infância de uma criança e fazê-la pagar o que na Coligação Nacional para a Reforma da Protecção da Criança - National Coalition for Child Protection Reform (NCCPR) - nos Estados Unidos, chamam o "preço do pánico". Foi o que aconteceu a Krinna Patel que nasceu em Tampa (Florida), quando a mãe, de nacionalidade indiana, visitava uns amigos.

Pouco depois de nascer, Krinna foi "confiscada" durante dois meses pelo Departamento de Menores da Florida (DCF), porque a mãe, que quase não falava inglês, não compreendeu adequadamente um funcionário que lhe perguntou se possuía casa e rendimentos. Ela respondeu que não, porque estava de visita, e a sua resposta bastou para que lhe fosse retirada temporariamente a custódia da sua filha.

O drama de Krinna ocorreu na Florida em 1999, ano em que a percentagem de crianças separadas das suas mães aumentou 50% relativamente ao ano anterior, superando em 35% a média nacional durante mais de 5 anos.

Mas não se trata apenas disso. Em muitas ocasiões, o convívio de uma criança com os seus país é conveniente, apesar de algum deles ter um dos problemas incluídos nas possíveis razões que motivam a administração a asumir a custódia temporária.

Ajudar os pais

Investigadores da Universidade da Florida estudaram dois grupos de crianças que nasceram num ambiente em que a droga estava presente. As crianças de um dos grupos foram incluídas num programa de acolhimento e as do outro grupo ficaram ao cuidado das suas mães. Depois de 6 meses, fizeram-se alguns testes habituais para avaliar o desenvolvimento das crianças: gatinhar, sentar, apanhar coisas. As crianças que viviam com as suas mães obtiveram melhores resultados. Para as crianças acolhidas, ser separadas das suas mães pode ser mais tóxico que viver num lar em que se consome droga. Por vezes, a administração esquece que, pelo bem do filho, nesses casos, a prioridade deve ser facilitar o tratamento oportuno aos pais antes de lhes retirar a tutela.

Por isso, assumir o Estado a custódia de uma criança deveria ser o último recurso, depois de ficar comprovada a impossibilidade de que continue com os pais. Seria um erro, por exemplo, recorrer ao acolhimento na situação de grave indigência dos pais, sem tentar primeiro aliviar a situação da família. É isso, precisamente, o que fazem demasiado frequentemente as autoridades nos Estados Unidos, segundo a NCCPR.

A despesa pública espanhola para prestar assistência adequada aos pais e tutores legais no acolhimento de crianças manteve-se estável no período de 2000-2004, à volta dos 0,3% de custo monetário relativamente ao PIB. Um esforço orçamental inferior à média europeia que destina 1,6% do PIB a prestações para famílias e filhos. A despesa em serviços equivalia a 0,2% do PIB enquanto que a média da União Europeia dos 15 era de 0,6%. O peso da despesa em prestações de família e filhos sobre o total de despesa social era de 3% em 2003, muito longe da média europeia que se situava nos 8%.

Álvaro Lucas

Aceprensa