sábado, 10 de abril de 2010

Explicação para uma aparente contradição

No dia a seguir ao NYT haver fraudulentamente, está hoje provado que as traduções em que se baseou eram inexactas, incriminar o Santo Padre no encobrimento dos casos de pedofilia dentro da Igreja, o Spe Deus assumiu a posição de não publicar nada mais relativamente a este tema, considerando a carta de Bento XVI aos católicos irlandeses como suficiente para, de forma clara e inequívoca, esclarecer a posição da Igreja.

Infelizmente, constata-se que a campanha farisaica contra a Igreja Católica, o Papa e todos os seus membros e fieis está cada vez mais activa e usando de todos os artifícios para manchar o seu bom nome.

Meditando nos Santos Evangelhos e sabendo que o Senhor não se calou para denunciar e frontalmente apelidar de hipócritas aos fariseus de então, salvaguardadas, com a mais sincera humildade, as diferenças entre Ele e nós, entendemos que calarmo-nos, seria deixar espaço à calúnia infame, pelo que urge combater que todas as nossas forças em defesa da nossa amada Igreja no seu todo e do nosso queridíssimo Papa em particular.

Eis, porque o que vos poderia parecer uma contradição, não é mais que um acto meditado e de amor, e assim sendo, não daremos tréguas, procurando sempre ter a tranquilidade para actuar no mais profundo respeito dos ensinamentos do Senhor, ou seja, incisivos, mas com caridade e imbuídos de um espírito de perdão e recorrendo frequentemente à oração, pedindo ao Divino Espírito Santo que nos ajude e guie.

Para os mais cépticos em relação à utilidade prática das novas tecnologias, a titulo de curiosidade, posso referir que a entrevista que o Expresso não publicou do Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada, em número de leituras neste blogue e se comparada com as notícias e artigos inseridos na página de entrada online do referido semanário hoje Sábado dia 10 de Abril de 2010, ocupa a quarta posição, sendo apenas menos lida que a notícia que anuncia a primeira página do jornal, a tragédia do Rio de Janeiro e a primeira página do suplemento de economia.

Procuraremos continuar a denunciar a campanha caluniosa, utilizando as armas da verdade e em estrito respeito pela unidade da Igreja e dos católicos, pelo que evitaremos toda e qualquer tentativa divisionista mesmo que vinda de dentro da Igreja.

Obrigado votos de um Bom Domingo do Senhor!

JPR

O caso do P. Kiesle




Em 1978, o P. Stephan Kiesle, da Diocese de Oakland, nos Estados Unidos, abusou de 6 menores, entre os 11 e os 13 anos.

Nunca é demais dizer que, um abuso cometido por um sacerdote, é demais; que as vítimas devem ser ajudadas; que o sacerdote deve ser punido e impedido de continuar a abusar de crianças.

Dito isto, sobre o presente caso há a dizer o seguinte:

Continue a ler em ‘Ubi caritas’ AQUI

Da traição ao perdão, do ódio ao amor - Via-Sacra no Coliseu presidida por Bento XVI na noite de Sexta-Feira Santa

Com a morte de Cristo, a cruz, símbolo dos nossos insucessos e das nossas amarguras, tornou-se "um novo início" no qual "já brilha o esplendor vitorioso da Páscoa". Disse o Papa no final da Via-Sacra presidida no Coliseu na noite de 2 de Abril, Sexta-Feira Santa.

Queridos Irmãos e Irmãs!

Em oração, com ânimo recolhido e comovido, percorremos esta noite o caminho da Cruz. Com Jesus subimos ao Calvário e meditámos sobre o seu sofrimento, redescobrindo como é profundo o amor que Ele teve e tem por nós. Mas neste momento não queremos limitar-nos a uma compaixão ditada apenas pelo nosso frágil sentimento; ao contrário, queremos sentir-nos partícipes do sofrimento de Jesus, queremos acompanhar o nosso Mestre partilhando a sua Paixão na nossa vida, na vida da Igreja, pela vida do mundo, porque sabemos que precisamente na Cruz do Senhor, no amor sem limites, que se doa totalmente, está a fonte da graça, da libertação, da paz e da salvação.

Os textos, as meditações e as orações da Via Crucis ajudaram-nos a olhar para este mistério da Paixão para aprender a grande lição de amor que Deus nos deu na Cruz, para que nasça em nós um renovado desejo de converter o nosso coração, vivendo todos os dias o mesmo amor, a única força capaz de mudar o mundo.

Esta tarde contemplámos Jesus no seu rosto cheio de dor, escarnecido, ultrajado, desfigurado pelo pecado do homem: amanhã à noite contemplá-lo-emos no seu rosto cheio de júbilo, radiante e luminoso. Desde quando Jesus desceu ao sepulcro, o túmulo e a morte já não são lugar sem esperança, onde a história se encerra na falência mais total, onde o homem toca o limite extremo da sua impotência. A Sexta-feira Santa é o dia da esperança maior, a que se maturou na Cruz, enquanto Jesus morre, enquanto exala o último respiro, bradando em voz alta: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito" (Lc 23, 46). Entregando a sua existência "doada" nas mãos do Pai, Ele sabe que a sua morte se torna fonte de vida, como a semente no terreno se deve romper para que a planta possa nascer: "Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, permanece só; mas se morrer, dará muito fruto" (Jo 12, 24). Jesus é o grão de trigo que cai na terra, parte-se, quebra-se, morre e por isso pode dar fruto. A partir do dia em que Cristo nela foi elevado, a Cruz, que parece o sinal do abandono, da solidão, da falência tornou-se um novo início: da profundeza da morte elevou-se a promessa da vida eterna. Na Cruz já brilha o esplendor vitorioso do alvorecer do dia de Páscoa.

No silêncio desta noite, no silêncio que envolve o Sábado Santo, tocados pelo amor infinito de Deus, vivemos na expectativa do alvorecer do terceiro dia, o alvorecer da vitória do Amor de Deus, o alvorecer da luz que permite que os olhos do coração vejam de modo novo a vida, as dificuldades, o sofrimento. Os nossos insucessos, as nossas desilusões, as nossas amarguras, que parecem marcar o abalo de tudo, são iluminados pela esperança. O acto de amor da Cruz é confirmado pelo Pai e a luz resplandecente da Ressurreição tudo envolve e transforma: da traição pode nascer a amizade; da renegação o perdão, do ódio o amor.

Concede-nos, Senhor, carregar com amor a nossa cruz, as nossas cruzes quotidianas, na certeza de que elas são iluminadas pelo resplandecer da tua Páscoa. Amém.

(© L'Osservatore Romano - 10 de Abril de 2010)

Este Sábado iniciou-se a exibição do Santo Sudário em Turim, de 10 de Abril a 23 de Maio

Este Sábado, 10 de Abril, inicia-se na Catedral da cidade italiana de Turim a exibição do Santo Sudário. Este importante evento concluirá em 23 de Maio e terá entre seus visitantes o Papa Bento XVI quem presidirá uma Solene Eucaristia no Domingo 2 de Maio na Praça de São Carlos.
Nos dias da exibição, a Missa celebrar-se-á na Catedral, diante do Sudário, todas as manhãs às 7h00. No final, serão rezadas as laudes. O Santíssimo Sacramento fica exposto no Oratório da Reconciliação, no Palazzo Chiablese ao longo de toda a jornada. A capela está reservada à oração silenciosa e à adoração eucarística.

No Oratório estarão sacerdotes para administrar o sacramento da Reconciliação. Desde o final da Missa até às 20h00. o percurso está aberto à visita do Sudário. Para isso é indispensável ter feito a reserva através da Web: www.sindone.org

Também será possível chegar à Catedral entrando pela porta central, mas desde ali só será possível ver o Sudário de longe. O espaço da abóbada central está reservado à oração e à reflexão silenciosa. De noite, segundo o que se indicará no calendário, a Catedral poderá ficar aberta para acolher celebrações particulares ou iniciativas culturais de carácter religioso.

Alguns dados

Uma sólida tradição demonstra que o Santo Sudário de Turim é o sudário que envolveu o corpo de Jesus Cristo depois de sua morte. Esta é uma peça de linho tecida que mede 4,37 metros de comprimento e 1,11 de largura.

O manto leva a imagem detalhada da frente e as costas de um homem que foi crucificado de maneira idêntica a Jesus de Nazaré conforme descrevem as Escrituras.

O manto está em Turim, Itália, desde 1578 e é posto em exposição pública aproximadamente uma vez por cada geração.

Com o fim de determinar o modo como a imagem foi impressa no Lençol, mais de 1000 investigações científicas das mais diversas especialidades foram realizadas e se tomaram 32 mil fotografias.

No sítio www.sindone.org encontram-se os textos e as informações relativas a todos os aspectos da organização da exibição.

(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação de JPR)

Pio XII foi pai de todos, especialmente no tempo difícil do segundo conflito mundial

Na Sala dos Suíços da residência pontifícia de Castelgandolfo onde se encontra nestes dias, Bento XVI assistiu ontem à noite ao filme “Sob o céu de Roma” (“Sotto il cielo di Roma”), uma produção internacional que faz uma reconstrução do projecto de Hitler de sequestrar o Papa Pio XII e em paralelo, narra a história de dois jovens judeus.

Segundo Bento XVI, “para quem só ouviu falar ou estudou o tema do filme na escola, vê-lo ajuda a perceber uma época histórica não muito distante, mas que a história recente pode fazer esquecer”.

“Pio XII – disse o Papa - foi o pontífice da nossa juventude ; com o seu rico ensinamento soube falar aos homens do seu tempo indicando o caminho da verdade e com a sua grande sabedoria soube orientar a Igreja para o horizonte do Terceiro Milénio. Porém é minha atenção - acrescentou – sublinhar particularmente como Pio XII foi o Papa que, como pai de todos, presidiu na caridade em Roma e no mundo, sobretudo no tempo difícil do Segundo conflito mundial.

Referindo-se a um discurso de Pio XII aos membros do circulo de São Pedro em que lhes agradecia pela colaboração prestada na ajuda aos habitantes de Roma, durante o conflito mundial, Bento XVI acrescentou que o seu predecessor indicava como central para cada cristão a exortação de São Paulo aos Colossenses: “acima de tudo, revesti-vos da caridade que é o vinculo da perfeição”. Resida nos vossos corações a paz de Cristo, para a qual fostes chamados, a fim de formar um só corpo”.

“O primado da caridade, do amor, que é o mandamento do Senhor Jesus: este é o principio e a chave de leitura de toda a obra da Igreja, em primeiro lugar do seu Pastor universal. A caridade é a razão ultima de cada acção, de cada intervenção. É a razão global que move o pensamento e os gestos concretos, e sinto-me feliz pelo facto de também neste filme emergir este princípio unificador.

Permito-me sugerir esta chave de leitura, à luz do testemunho autentico daquele mestre de fé ,de esperança e de caridade que foi o Papa Pio XII.

(Fonte: site Radio Vaticana)

Tema para reflexão

Tema: Imaginação Mortificada

Quando nos parece surgirem contrariedades por todos os lados e a todo o momento, devemos perguntar se não nos faltará mortificação da imaginação, se não deveríamos ter mais visão sobrenatural.
(P. ANTÓNIO CARDIGOS, Filiação Divina, Rei dos Livros, nr. 85)

Doutrina: Evangelium Vitae 17b

Para além das intenções, que podem ser várias e quiçá assumir formas persuasivas em nome até da solidariedade, a verdade é que estamos perante uma objectiva "conjura contra a vida" que vê também implicadas Instituições Internacionais, empenhadas a encorajar e programar verdadeiras e próprias campanhas para difundir a contracepção, a esterilização e o aborto. Não se pode negar, enfim, que os mass-media são frequentemente cúmplices dessa conjura, ao abonarem junto da opinião pública aquela cultura que apresenta o recurso à contracepção, à esterilização, ao aborto e à própria eutanásia como sinal do progresso e conquista da liberdade, enquanto descrevem como inimigas da liberdade e do progresso as posições incondicionalmente a favor da vida.
(JOÃO PAULO II, Evangelium Vitae, 17b)

Agradecimento: António Mexia Alves

O Evangelho de Domingo dia 11 de Abril de 2010


São João 20,19-31

19 Chegada a tarde daquele mesmo dia, que era o primeiro da semana, e estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam juntos, por medo dos judeus, foi Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco!».20 Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se muito ao ver o Senhor.21 Ele disse-lhes novamente: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também vos envio a vós».22 Tendo dito esta palavras, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo.23 Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos». 24 Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.25 Os outros discípulos disseram-lhe: «Vimos o Senhor!». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas Suas mãos a abertura dos cravos, se não meter a minha mão no Seu lado, não acreditarei».26 Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, colocou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco».27 Em seguida disse a Tomé: «Mete aqui o teu dedo e vê as Minhas mãos, aproxima também a tua mão e mete-a no Meu lado; e não sejas incrédulo, mas fiel!».28 Respondeu-Lhe Tomé: «Meu Senhor e Meu Deus!».29 Jesus disse-lhe: «Tu acreditaste, Tomé, porque Me viste; bem-aventurados os que acreditaram sem terem visto». 30 Outros muitos prodígios fez ainda Jesus na presença de Seus discípulos, que não foram escritos neste livro.31 Estes, porém, foram escritos a fim de que acrediteis que Jesus é o Messias, Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em Seu nome.

EM DEFESA DE BENTO XVI – Santa Sé, na carta Joseph Ratzinger de 1985 nada mais há que a normal prudência

"O invocado na altura pelo futuro Papa – salienta-se – não é mais do que um convite à normal prudência para claramente se analisar o sugerido pela Diocese". Enquanto sacerdote o acusado não foi readmitido em trabalho pastoral, uma questão que ainda não era da competência da Congregação para a Doutrina da Fé, que como é sabido, que só assume tal competência sobre este casos em 2001.

O tempo decorrido pode ser explicado pela lentidão das comunicações na época. Parece que alguns comentaristas confundem a perda do mandato de um padre - à época da competência do Bispo local - com a sua redução ao estado laical, que deve ser autorizada pela Santa Sé.

(Fonte: ‘Agi’ com tradução da responsabilidade de JPR)


"Com as persistentes tentativas de envolver Joseph Ratzinger no escândalo de pedofilia, fontes autorizadas da Santa Sé comentam assim a carta publicada nos E.U.A., na qual o então Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, aconselhou prudência, em todos os sentidos, não apenas em relação ao sacerdote mas também para com as crianças) ao Bispo de Oakland, D. John Cummins, que sugeria a necessidade que um sacerdote suspeito de pedofilia fosse reduzido ao estado laical. Na missiva de 1985, publicada por Ratzinger, aconselhava-se a “que tivesse lugar a maior preocupação paterna”, tanto para com o padre “como para a para as crianças às quais jamais se deveria ter aproximado”.

(Fonte: blogue italiano ‘Papa Ratzinger’ com tradução da responsabilidade de JPR)

Vaticano: O Papa Bento XVI é guia coerente no caminho do rigor e da verdade ante abusos

A Igreja Católica está na primeira linha procurando a segurança das crianças e adolescentes

O Director da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, escreveu um editorial intitulado "Depois de Semana Santa, manter o rumo", dado a conhecer hoje através do site da Rádio Vaticano em espanhol. Nele explica-se que o Papa Bento XVI é o guia coerente no caminho do rigor e da verdade ante os abusos cometidos por alguns membros do clero, que não são tantos como diz a imprensa, mas uma excepção que envolve a muito poucos deles.

No artigo o Pe. Lombardi assinala que ante este delicado tema "em primeiro lugar se deve seguir procurando a verdade e a paz para os ofendidos. Entre as coisas que mais chamam a atenção é que hoje saem à luz tantas feridas internas que também se remontam há muitos anos atrás – inclusive há muitas décadas – mas que, evidentemente, seguem abertas".

"Muitas vítimas não procuram um ressarcimento económico mas uma ajuda interior, um juízo a respeito de sua dolorosa vivencia pessoal. Ainda resta algo por entender realmente. Provavelmente devemos ter uma experiência mais profunda de factos que marcaram tão negativamente a vida das pessoas, da Igreja e da sociedade. Um exemplo, em âmbito colectivo, são o ódio e a violência dos conflitos entre os povos, que resultam tão difíceis de superar para uma reconciliação verdadeira. Os abusos ferem a nível pessoal profundo".

Por isso, prossegue o sacerdote jesuíta, "fizeram muito bem os episcopados que valorosamente retomaram o estabelecimento de modos e lugares para que as vítimas possam expressar-se livremente e ser escutadas, sem dar por garantido que o problema estivesse já confrontado e superado graças aos centros de escuta instituídos há algum tempo, igual que aqueles episcopados ou bispos que com trato paternal prestam atenção espiritual, litúrgica e humana às vítimas".

"Parece certo que o número das novas denúncias de abusos diminui, como está acontecendo nos Estados Unidos, mas para muitos o caminho do saneamento em profundidade começa somente agora e para outros ainda está por começar. No contexto de atenção às vítimas, o Papa tem escrito que está disposto a novos encontros com elas, envolvendo-se no caminho de toda a comunidade eclesiástica. Mas trata-se de um caminho que para ter efeitos profundos deve realizar-se, ainda mais, no respeito das pessoas, e em busca da paz".

Ao referir-se logo aos processos contra os que cometeram estes crimes, o Pe. Lombardi explica que é necessário seguir "aplicando com decisão e veracidade os procedimentos adequados do julgamento canónico dos culpados e de colaboração com as autoridades civis no que se refere às suas competências judiciais e penais, tendo em conta a especificidade das normativas e das situações nos diversos países".

"Só assim se pode pensar em reconstruir efectivamente um clima de justiça e a plena confiança na instituição eclesiástica. deu-se o caso de que diversos responsáveis por comunidades ou instituições, por falta de experiência ou de preparação, não dispunham dos critérios de intervenção que podiam ajudar-lhes a intervir com determinação ainda quando fosse para eles muito difícil ou doloroso".

Mas, precisa de imediato o porta-voz, "enquanto a lei civil intervém com normas gerais, a canónica deve ter em conta a particular gravidade moral da traição da confiança depositada nas pessoas com responsabilidade na comunidade eclesiástica e da flagrante contradição com a conduta que deveriam testemunhar. Neste sentido, a transparência e o rigor se impõem como exigências urgentes de um testemunho de governo sábio e justo da Igreja".

Depois de explicar como estes abusos têm sua origem em uma visão desordenada da sexualidade, promovida também pela chamada "revolução sexual" dos 60, e logo depois de reiterar a necessária maturidade neste nível por parte dos candidatos ao sacerdócio, o Director da Sala de Imprensa da Santa Sé afirma que "quem ama a verdade e a valoração objectiva dos problemas saberá procurar e encontrar as informações para uma compreensão mais geral do problema da pederastia e dos abusos sexuais de menores em nosso tempo e nos diferentes países, compreendendo sua extensão e sua penetração".

Deste modo, continua, "poderá entender melhor em que medida a Igreja Católica compartilha não só seus problemas, em que medida supõem para ela uma gravidade particular e exigem intervenções específicas, e finalmente em que medida a experiência que a Igreja vai adquirindo neste campo possa ser útil também para outras instituições ou para toda a sociedade".

"Por isso com respeito a este aspecto, acredito que os meios de comunicação não trabalharam ainda suficientemente, sobre tudo nos países nos quais a presença da Igreja tem uma maior relevância, e a quem se apontam mais facilmente, portanto, as setas da crítica. Documentos como o relatório nacional dos EUA sobre o mau trato das crianças, mereceriam ser mais conhecidos para entender quais são os campos que exigem uma intervenção social urgente e as proporções dos problemas. Só no ano 2008, nos Estados Unidos, identificaram-se mais de 62.000 autores de abusos de menores, enquanto o grupo dos sacerdotes católicos é tão pequeno que nem sequer é tido em conta como tal".

O Pe. Lombardi diz ainda que "o compromisso pelo amparo dos menores e dos jovens é portanto um campo de trabalho imenso e inesgotável, que vai mais à frente do problema concernente a alguns membros do clero. Quem dedica seus esforços com sensibilidade, generosidade e atenção merecem gratidão, respeito e ânimo por parte de todos, e em particular, das autoridades eclesiásticas e civis. A sua contribuição é essencial para a serenidade e a credibilidade do trabalho educativo e de formação da juventude na Igreja e fora dela. Justamente, o Papa dirigiu-lhes palavras de grande avaliação na carta aos irlandeses, mas pensando naturalmente em um horizonte mais amplo".

Finalmente, diz o sacerdote, "Bento XVI é guia coerente pelo caminho do rigor e da veracidade, merece todo o respeito e o apoio, e prova disso são os amplos testemunhos de todos os cantos da Igreja. O Papa é um pastor que está à altura de confrontar com grande rectidão e segurança este tempo difícil, no qual não faltam críticas e insinuações infundadas; deve-se afirmar, sem preconceitos, que é um Papa que falou muito da verdade de Deus e do respeito da verdade, sendo uma testemunha credível dela".

"Acompanhemos-lhe e aprendemos dele a perseverança necessária para crescer na verdade, na transparência, mantendo amplo o horizonte sobre os graves problemas do mundo, respondendo com paciência à aparecimento – gota a gota – de parciais ou supostas ‘revelações’ que buscam diminuir sua credibilidade ou a de outras instituições e pessoas da Igreja", acrescenta.

Para concluir, o Pe. Lombardi assegura que "na Igreja, na sociedade em que vivemos, quando comunicamos e escrevemos, temos necessidade deste paciente e firme amor à verdade se queremos servir e não confundir os nossos contemporâneos".

(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação de JPR)

S. Josemaría nesta data em 1932

“Um pequeno acto, feito por Amor, quanto não vale!”, escreve nesta data.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Só entre os padres se encontram pedófilos? - Inês Pedrosa

Nota prévia de JPR:

Há já algum tempo escrevi neste blogue um comentário bastante incisivo e crítico a um artigo de Inês Pedrosa, facto que me trouxe alguns dissabores com um membro muito chegado e querido da minha família, que por sua vez nutre uma grande amizade pela escritora.

É da mais elementar justiça deixá-lo aqui expresso e agradecer à Inês Pedrosa o texto que ora nos oferece pela sua lucidez e justiça, ainda que haja um ponto com o qual discordo.

Bem-haja!


Dos políticos pedófilos é proibido falar. Bendita prescrição.

«Há uma coisa que eu nunca poderei perdoar aos políticos: é deixarem sistematicamente sem argumentos a minha esperança».

Miguel Torga, Diário, 14 de Novembro de 1985

De repente, parece que o crime de pedofilia é um exclusivo dos sacerdotes da Igreja Católica. Não haverá pedófilos em nenhuma outra religião? E que dizer das religiões – como o islamismo, em diversos países do Médio Oriente – que não só pactuam como aprovam o casamento forçado de meninas com velhos? Ou o crime de pedofilia, desde que consignado pela lei, deixa de ser crime?

Critica-se o Vaticano por não fazer um acto de contricção suficientemente claro quanto aos crimes dos seus membros. Não entendo porque teria a Igreja de pedir desculpa por crimes que nada têm que ver com a instituição enquanto tal. A religião católica condena a pedofilia, como aliás todos os crimes contra as pessoas, sem olhar a credos ou raças. Nem todas as religiões defendem os direitos humanos em absoluto – mas a Igreja Católica do século XXI defende-os. A História é um longo estendal de crimes imperdoáveis – se nos fixarmos nela, não encontraremos um só período, até ao século XX, em que as pessoas tenham sido consideradas todas igualmente dignas. Ainda hoje, em largas partes do mundo, as mulheres, as crianças ou os pertencentes a etnias diferentes da maioritária são tratados como lixo. A famosa Grécia Antiga era um território de senhores e escravos e uma civilização que oprimia barbaramente as mulheres. Sempre que se fala de pedofilia surgem conversas tão eruditas quanto insidiosas sobre as relações íntimas de aprendizagem entre homens e rapazinhos na Grécia Antiga – como se as iluminações mentais de uma pleîade de filósofos pudessem justificar o injustificável. O brilhantismo de Heidegger não chega para perdoar o nazismo – antes pelo contrário: é importante pensarmos como pode uma cultura subir tão alto e descer tão baixo em simultâneo. A cultura alemã, como a civilização grega, são excelentes campos de análise sociológica, política e filosófica. Como puderam os espíritos criadores da ideia democrática de «polis» considerar a cidadania como um privilégio dos supostamente mais aptos? De que modos não vigora ainda hoje este entendimento do mundo?

A mensagem de Cristo é precisamente a oposta – e se é verdade que a Igreja Católica tem um modo hierárquico e ostentatório de ser e de viver que em nada se coaduna com o modo de viver de Cristo ou a palavra dos Evangelhos, não é menos verdade que é ela quem hoje está, muitas vezes só, junto dos desvalidos. Se assumisse a culpa pelos crimes de pedofilia de um conjunto dos seus elementos, a Igreja estaria a sujar a imagem desses seus outros milhares de padres que se entregam a tornar felizes os que nada têm.

Entretanto o julgamento da pedofilia na Casa Pia eterniza-se. Esta semana surgiu a notícia de que uma das vítimas, transformada em mera testemunha porque os abusos de que foi alvo já prescreveram, ameaçou fazer justiça pelas suas próprias mãos contra os arguidos. Notícia sem alarde – talvez porque o presumível autor dos crimes de pedofilia já prescritos é, segundo o Diário de Notícias, uma «figura do Estado», cujo nome o Tribunal impede que se revele. Não entendo porque razão hão-de prescrever estes crimes – nem, aliás, quaisquer outros. A pedofilia é um crime que se exerce sobre crianças, ou seja, seres frágeis e totalmente desprovidos de poder. É um crime de que a vítima muitas vezes acaba por se sentir cúmplice, e que afecta irreversivelmente a sua identidade e a sua vida. A prescrição, em particular neste crime, representa conivência da lei com o criminoso. A mensagem é a de que, passado um tempo, não há sequelas nem razão para se falar de crime. A revolta desta vítima remetida à brutalidade do papel de testemunha é a prova de que assim não é – e o silêncio obrigatório em torno da «figura do Estado» demonstra quem e o quê está a proteger a Lei: o Poder e os poderosos. As ameaças da vítima foram relatadas ao procurador pelo seu próprio psiquiatra, que teve a coragem de enfrentar o paciente e avisá-lo de que o iria fazer
( condição necessária para a quebra do sigilo profissional). Se todos os psiquiatras tivessem esta coragem, haveria certamente menos crimes. Mas enquanto se admitir a prescrição deste crime tenebroso, os pedófilos continuarão impunes. E a culpa não é da Igreja – é dos políticos, que fazem leis para proteger, antes de mais, os seus correligionários. Não há pedófilos e pedófilos: todos são criminosos. É mais que tempo de sairmos da Grécia Antiga.

(Fonte: ‘Expresso’ na sua edição de 17 de Abril de 2010)

As exigências de um verdadeiro perdão

«Um perdão verdadeiro é algo em tudo diferente dum débil deixa-andar. O perdão está carregado de pretensão e exige ambos, aquele que perdoa e aquele que recebe o perdão com todo o seu ser. Um Jesus que tudo aprova é um Jesus sem a cruz para curar o homem. E efectivamente a cruz é cada mais excluída da teologia e falsamente interpretada como uma aventura desagradável ou como um assunto meramente político»

(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

Tema para reflexão

Ressurreição 7

CCIC-131: Qual o sentido e a importância da Ressurreição?
CIC: 651-655, 658

A Ressurreição é o culminar da Encarnação. Ela confirma a divindade de Cristo, e também tudo o que Ele fez e ensinou, e realiza todas as promessas divinas em nosso favor. Além disso, o Ressuscitado, vencedor do pecado e da morte, é o princípio da nossa justificação e da nossa Ressurreição: a partir de agora, Ele garante-nos a graça da adopção filial que é a participação real na sua vida de Filho unigénito; depois, no final dos tempos, Ele ressuscitará o nosso corpo.

Agradecimento: António Mexia Alves

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

São João da Cruz (1542-1591), Carmelita, Doutor da Igreja
A Subida ao Carmelo 3,31 (a partir da trad. OC, Cerf 1990, p. 869 rev.)

«Censurou-lhes a incredulidade»

Quando há abundância de sinais e de testemunhos, é menos meritório acreditar. [...] É por isso que Deus só realiza obras maravilhosas quando elas são absolutamente necessárias para a fé dos homens. Por este motivo, e a fim de que os Seus discípulos não fossem privados do mérito da fé por terem tido experiência directa da Sua ressurreição, antes de lhes aparecer, dispôs as coisas de modo a que eles acreditassem sem O terem visto.

A Maria Madalena, começou por lhe mostrar o túmulo vazio; em seguida, instruiu-a por meio dos anjos, porque «a fé vem da pregação», como diz São Paulo (Rom 10, 17). O Senhor queria que ela cresse ouvindo e antes de ver; e, quando O viu, foi sob a aparência de um jardineiro, a fim de completar a sua instrução na fé.

Aos discípulos, começou por lhes enviar as santas mulheres, que lhes disseram que Ele tinha ressuscitado. Aos peregrinos de Emaús, começou por inflamar o coração na fé, antes de Se lhes revelar. Por fim, repreendeu os discípulos por não terem acreditado. E a Tomé, que tinha querido tocar-Lhe nas chagas, disse: «Bem-aventurados os que, sem terem visto, acreditam!» (Jo 20, 29).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia10 de Abril de 2010

São Marcos 16,9-15

9 Jesus, tendo ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demónios.10 Ela foi noticiá-lo aos que tinham andado com Ele, os quais estavam tristes e chorosos.11 Tendo eles ouvido dizer que Jesus estava vivo e que fora visto por ela, não acreditaram.12 Depois disto, mostrou-Se de outra forma a dois deles, enquanto iam para a aldeia;13 os quais foram anunciar aos outros, que também a estes não deram crédito.14 Finalmente, apareceu aos onze, quando estavam à mesa, e censurou-lhes a sua incredulidade e dureza de coração, por não terem dado crédito aos que O tinham visto ressuscitado.15 E disse-lhes: «Ide por todo o mundo, e pregai o Evangelho a toda a criatura.