Cinco anos com Bento XVI

Os cinco anos de pontificado de Bento XVI têm sido marcados pelo realismo e pela fidelidade aos seus princípios enquanto teólogo, referem especialistas portugueses consultados pela Agência ECCLESIA.

Jozef Ratzinger foi eleito como o 265.º Papa da história da Igreja Católica no dia 19 de Abril de 2005, pouco mais de 24 horas depois do início do Conclave. Assume o nome de Bento XVI e apresenta-se ao mundo como “um simples e humilde trabalhador da vinha do Senhor”.

O teólogo português Henrique Noronha Galvão - um antigo aluno de Jozef Ratzinger - escreve que nas questões fundamentais do actual Papa, como teólogo, “constou sempre a tentativa de restaurar, na crise civilizacional que diagnostica no nosso tempo, as referências fundamentais da existência humana que estão em perigo”.

A vaticanista Aura Miguel, da Rádio Renascença, afirma que “entre as preocupações que Bento XVI tem manifestado nos últimos tempos e em viagens pastorais – tendo como horizonte a visita dele ao nosso país - vale a pena sublinhar algumas coisas que tem dito à Europa”.

Uma Europa “cansada da fé”, onde Portugal se inclui e que, explica, segundo a jornalista portuguesa com acreditação permanente junto da Santa Sé, “a prioridade do Papa em centrar todas as suas viagens pastorais deste ano no Velho Continente”.

“Bento XVI tem-se revelado um Papa realista”, escreve.

O Papa carrega consigo uma visão estratégica da Igreja e do mundo, muito clara, que se centra na necessidade de referências, de valores, de um pensamento forte contra a “ditadura do relativismo” a que tantas vezes se tem referido.

Em declarações à Agência ECCLESIA, Pacheco Pereira sublinha que Bento XVI “tem uma noção de reforço dessa identidade de combate ao relativismo e do combate a um conjunto de teorias – caso da Teologia da Libertação – que transformava o cristianismo numa espécie de progressismo político muito influenciado pelo marxismo”.

Geopolítica

O Pe. Fernando Silva de Matos, Conselheiro Eclesiástico da Embaixada de Portugal junto da Santa Sé, regista que “nos encontros com os Embaixadores, com os Chefes de Estado, com os Governantes das nações, quer no Vaticano, quer nos países visitados, torna-se evidente a sensibilidade do Chefe da Igreja Católica em relação à causa da paz”.

O sacerdote elenca “algumas vias tidas pelo Papa como fundamentais para alcançar este objectivo”: diálogo inter-religioso, renúncia às armas e à violência para a resolução dos conflitos, eliminação da pobreza e da fome nos países subdesenvolvidos e a laicidade positiva.

Elias Couto, Editor de "Cristo e a Cidade", diz por seu lado que “Bento XVI apareceu como um Papa tímido nos contactos pessoais” e “alguns tomaram isso como fraqueza”.

“Enganaram-se. O seu estilo talvez não seja o ideal para a hipermediatização de que todos sofremos. Será, no entanto, profundamente benéfico para a Igreja. Assim esta saiba aproveitar o seu exemplo e aprender com a sua sabedoria”, observa.
Balanço do pontificado apresenta um Papa «realista» e fiel aos seus princípios enquanto teólogo de referência

Bento XVI continuou a mostrar vontade de estar aberto ao diálogo com todos, não só com aqueles que vivem na Igreja, mas também com aqueles que estão fora. O diálogo entre fé e razão será, sem dúvida, uma das grandes marcas do primeiro Papa eleito no século XXI.

Aura Miguel destaca, a este respeito, “o interesse com que largos sectores intelectuais seguem este pontificado (a partir das suas interpelações culturais), tendo em conta a lucidez e extraordinária capacidade do Papa para falar aos que estão de fora, ou hesitantes”.

Até à visita de Bento XVI a Portugal, a Agência ECCLESIA publicará um dossier semanal sobre a figura do Papa e os preparativos para o seu acolhimento.

(Fonte: site Agência Ecclesia)

Anunciar a caridade de Cristo ressuscitado, como Ele foi mensageiro do amor de Deus Pai: Bento XVI, nesta segunda de Páscoa


Vídeo em espanhol

Nesta segunda-feira de Páscoa, feriado em Itália, o Papa exortou os fiéis a “anunciar a caridade de Cristo”, como “mensageiros da sua ressurreição”. E isso seguindo os passos de Jesus, “mensageiro por excelência do amor” do Pai. Bento XVI falava ao meio-dia, antes da recitação da antífona mariana do tempo pascal, no pátio da residência de Castelgandolfo, onde se encontra para um breve período de repouso após a intensa actividade da Semana Santa.

O Pontífice partiu da expressão “segunda-feira do Anjo”, utilizada em Itália para designar este dia. Uma referência, naturalmente, ao anjo (ou anjos) de que falam os textos evangélicos da ressurreição de Jesus. São Mateus escreve: “E eis que sobreveio um grande terramoto. De facto, um anjo do Senhor desceu do céu, aproximou-se, deslocou a pedra do sepulcro e sentou-se sobre ela. O seu aspecto era semelhante ao do relâmpago e a sua veste branca como a neve”. Todos os evangelistas precisam que, quando as mulheres foram ao sepulcro, encontrando-o aberto e vazio, foi um anjo que lhes anunciou que Jesus tinha ressuscitado. Em Mateus, este mensageiro do Senhor diz-lhes: “Não tenhais medo! Sei que procurais Jesus, o crucificado. Não está aqui. Ressuscitou, como tinha dito”. E mostra-lhes o túmulo vazio, encarregando-as de levarem o anúncio aos discípulos.

Em Marcos, o anjo é descrito como “um jovem, revestido de uma veste branca”, que dá às mulheres idêntica mensagem. Lucas fala de “dois homens com vestes resplandecentes”, que recordam às mulheres que Jesus tinha preanunciado muito antes a sua morte e ressurreição. E também João fala de “dois anjos com vestes brancas”. É Maria de Magdala que os vê, quando está a chorar junto ao sepulcro, e eles lhe dizem: “Mulher, porque choras”.

Bento XVI chamou a atenção para outro significado que pode evocar o “anjo” que anuncia a ressurreição de Jesus. De facto, para além de definir os anjos, criaturas espirituais dotadas de inteligência e vontade, servidores e mensageiros de Deus, este termo é também um dos mais antigos títulos atribuídos ao próprio Jesus. Tertuliano, por exemplo, escreve que Cristo foi chamado anjo do conselho, pois “devia anunciar ao mundo o grande projecto do Pai para a restauração do homem”. “Jesus Cristo, o Filho de Deus, é “também chamado o Anjo de Deus Pai”, pois “é o Mensageiro por excelência do seu amor”.

“Caros amigos, pensemos no que Jesus ressuscitado disse aos Apóstolos: Como o Pai me mandou, também eu vos mando. E comunicou-lhes o seu Espírito Santo. Isto quer dizer que, como Jesus anunciou o amor de Deus Pai, também nós devemos ser anunciadores da caridade de Cristo:
somos mensageiros da sua ressurreição, da sua vitória sobre o mal e sobre a morte, portadores do seu amor divino”.

Embora permanecendo por natureza homens e mulheres – observou ainda o Papa – recebemos a missão de sermos “anjos”, mensageiros de Cristo. Uma missão que a todos nos é dada no Baptismo e no Crisma. E os padres, ministros de Cristo, recebem de modo especial esta missão, através do Sacramento da Ordem – lembrou Bento XVI, a concluir, evocando o Ano Sacerdotal em curso.

Nas saudações pronunciadas depois em diversas línguas, aos variados grupos de peregrinos presentes, destacamos as palavras em espanhol, encorajando a viver com alegria e coerência a fé na ressurreição, na certeza da “presença amorosa” do Ressuscitado, que “acompanha o caminho da Igreja e a sustenta nas suas dificuldades”

(Fonte: site Radio Vaticana)

S. Josemaría nesta data em 1965






“Porque é que os homens se entristecem? Porque a vida na terra, não é como nós, pessoalmente, esperávamos e porque surgem obstáculos que impedem ou dificultam a satisfação do que pretendemos. Nada disto acontece quando a alma vive essa realidade sobrenatural da sua filiação divina. Se Deus é por nós, quem será contra nós? Que estejam tristes os que se empenham em não se reconhecerem filhos de Deus, tenho eu repetido sempre”, afirma na homilia que prega hoje, e que anos depois será publicada com o título “Humildade”, no livro Amigos de Deus.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Não me envergonho de ser sacerdote


"Penso nos Santos sacerdotes, que não são poucos, e nos honestos, que são muitos, recordando aos que me sinto a ver por antecipação com confiança", acrescenta.

O P. Cabra comenta ainda que "não sou cego para não ver as coisas que não funcionam, primeiro em mim e de seguida nos outros. Mas o bem maior não está em menosprezar o ideal, mas em analisar o nível da minha vida, sentir-se sempre mais humildes, mais unidos na Igreja, não deixar muito sozinhos os nossos sacerdotes, rezar por eles, sustentá-los com nosso calor humano. Sobre tudo não lançar tão facilmente a primeira pedra".

Pe. Piergiordano Cabra

(Fonte: ‘ACI Digital’ selecção de excerto da responsabilidade de JPR)

BENTO XVI, FÁTIMA E O CENTENÁRIO DA REPÚBLICA – Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada

Por uma muito feliz coincidência, o Papa Bento XVI visita Portugal, pela primeira vez nessa sua qualidade de sucessor de Pedro, no preciso ano do centenário da República. Sendo Fátima a principal razão da vinda do Vigário de Cristo à Terra de Santa Maria e etapa culminante desta sua visita pastoral, vem a propósito relembrar a atitude da primeira República em relação às aparições da Cova da Iria.

Como é sabido, não foi a Igreja que impôs Fátima, mas Fátima que se impôs à Igreja, na feliz frase do Cardeal Cerejeira. A instituição eclesial, desde o prelado diocesano até ao pároco local, olhou inicialmente com algum cepticismo para os acontecimentos de que eram protagonistas três crianças analfabetas, a mais velha das quais de apenas dez anos de idade. Mas, não obstante a sua prudente reserva original, a hierarquia não se opôs às manifestações da piedade popular, que imediatamente irromperam no local das aparições marianas. Mais tarde, a Igreja viria a reconhecer oficialmente o carácter sobrenatural do fenómeno.

Outra foi a atitude das autoridades públicas, na pessoa do então Administrador do Concelho, que era também Presidente da Câmara local e Juiz da respectiva comarca, cujo laicismo maçónico e acirrado anticlericalismo logo se fez sentir de forma brutal. Com efeito, à medida que crescia o número dos peregrinos, crescia também o seu ódio à religião católica e a sua feroz determinação em impedir que, no território sob a sua jurisdição, renascesse uma fonte da fé que o regime instaurado sete anos antes se propusera extinguir. Se, em nome da laicidade, seria desculpável a sua indiferença e, em nome da liberdade, seria de admitir a sua descrença, em nome da legalidade e dos mais fundamentais direitos humanos não eram minimamente aceitáveis os procedimentos então empregues pelo referido representante do poder central, autarca e magistrado judicial, com manifesto abuso de poder, contra os videntes, não obstante a sua pouca idade e a sua atitude civicamente irrepreensível.

Em nome da República e com a sua autoridade, o Latoeiro, alcunha por que era conhecido o então Administrador do Concelho de Vila Nova de Ourém, permitiu-se raptar as três crianças, sem o consentimento de seus pais, detê-las por algum tempo na prisão municipal, junto aos presos de delito comum, e, depois, aterrorizá-las com interrogatórios, ameaças de morte e torturas psicológicas que a mais severa e desumana polícia política não desdenharia. Todos estes comportamentos – escusado será dize-lo – tipificam acções puníveis pela lei e todos estes flagrantes delitos perpetrados contra os inocentes pastorinhos foram realizados por um representante do Estado republicano, no exercício das suas funções oficiais.

A Igreja em Portugal não quer certamente indemnizações, nem qualquer tipo de reparação pelas ofensas sofridas há quase um século por três dos seus mais egrégios fiéis, a Irmã Lúcia, de santa memória, e os Beatos Francisco e Jacinta Marto. Mas ao Estado português não lhe ficaria mal, no próximo 13 de Maio, pedir perdão à Igreja, na pessoa de Sua Santidade o Papa, pelas ofensas que a primeira República cometeu em geral contra a Igreja Católica e, em particular, contra os videntes de Fátima.

Em nome da justiça e da verdade, espera-se que o máximo representante da República portuguesa não deixe de aproveitar a imensa graça da visita do Santo Padre, para apresentar as desculpas a que o Estado português está moralmente obrigado. Em prol da reconciliação da República com a Igreja e para o bem de Portugal.

P. Gonçalo Portocarrero de Almada

Crónica publicada na ‘Voz da Verdade’ e gentilmente cedida pelo autor

(O realce do penúltimo parágrafo é da responsabilidade de JPR )

Tema para reflexão

Ressurreição 3

CCIC: 127. Que «sinais» atestam a ressurreição de Jesus?
CIC: 639-644; 656-657

Para além do sinal essencial constituído pelo túmulo vazio, a Ressurreição de Jesus é atestada pelas mulheres que foram as primeiras a encontrar Jesus e o anunciaram aos Apóstolos. A seguir, Jesus «apareceu a Cefas (Pedro) e depois aos Doze. Seguidamente, apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez» (1 Cor 15,5-6) e a outros ainda. Os Apóstolos não teriam podido inventar a Ressurreição, uma vez que esta lhes parecia impossível: de facto, Jesus repreendeu-os pela sua incredulidade.

Agradecimento: António Mexia Alves

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja
1º sermão para a Quinta-Feira Santa, Morin Guelferbytanus 13; PLS 2, 572 (a partir da trad. coll. Icthus, vol. 10, p. 221)

«Subo para o Meu Pai, que é vosso Pai»

«Não Me detenhas, pois ainda não subi para o Pai». Que quer isto dizer? Que tocamos melhor a Jesus através fé do que através da carne. Tocar Cristo pela fé é tocá-Lo com toda a verdade. Assim foi com a mulher que sofria de perdas de sangue: aproximou-se de Cristo, cheia de fé, e tocou-Lhe no manto. [...] E o Senhor, comprimido embora pelas multidões, só foi tocado por essa mulher [...], porque ela acreditou (Mc 5, 25ss.).

Hoje, meus irmãos, Jesus está no céu. Quando habitava entre os Seus discípulos, estava revestido duma carne visível e tinha um corpo palpável, víamo-Lo, tocávamos-Lhe. Mas hoje, que está sentado à direita do Pai, quem de entre nós Lhe pode tocar? E, no entanto, infelizes de nós se não Lhe tocarmos. Nós, os que acreditamos, tocamos-Lhe. Ele está no céu, está longe, e as distâncias que O separam de nós não são mensuráveis. Mas crê e tocar-Lhe-ás. Que digo eu? Tocar-Lhe-ás? Se creres, terás junto a ti Aquele em Quem crês. [...]

Quereis saber como é que Maria Lhe queria tocar? Ela procurava-O morto e não acreditava que Ele havia de ressuscitar: «Levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram» (Jo 20, 2). Chora por um homem. [...] «Não Me detenhas, pois ainda não subi para o Pai». Se Me tocares antes de Eu ir para o Pai, não verás em Mim senão um homem. Que te dá essa fé? Deixa-Me subir para o Pai. Nunca O deixei, mas subirei até Ele por ti, se acreditares que sou igual do Pai». Nosso Senhor Jesus Cristo não deixou o Seu Pai quando desceu de junto d'Ele. E, quando voltou a subir de junto de nós, também não nos abandonou. Porque, no momento de subir e de Se sentar à direita do Pai, lá no alto, disse aos Seus discípulos: «Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos» (Mt 28, 20).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 6 de Abril de 2010

São João 20,11-18

11 Entretanto, Maria estava da parte de fora do sepulcro a chorar. Enquanto chorava, inclinou-se para o sepulcro12 e viu dois anjos vestidos de branco, sentados no lugar onde fora posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés.13 Eles disseram-lhe: «Mulher, porque choras?». Respondeu-lhes: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram».14 Ditas estas palavras, voltou-se para trás e viu Jesus de pé, mas não sabia que era Jesus.15 Jesus disse-lhe: «Mulher, porque choras? A quem procuras?». Ela, julgando que era o hortelão, disse-Lhe: «Senhor, se tu O levaste, diz-me onde O puseste; eu irei buscá-l'O».16 Jesus disse-lhe: «Maria!». Ela, voltando-se, disse-Lhe em hebreu: «Rabboni!»,17 Jesus disse-lhe: «Não Me retenhas, porque ainda não subi para Meu Pai; mas vai a Meus irmãos e diz-lhes que subo para Meu Pai e vosso Pai, para Meu Deus e vosso Deus».18 Foi Maria Madalena anunciar aos discípulos: «Vi o Senhor!», e as coisas que Ele lhe disse.