domingo, 17 de janeiro de 2010
Bento XVI fala de crescente maturação nas relações entre Católicos e Judeus e faz votos de um empenho comum em testemunhar a fé no Deus único
Vídeo em espanhol
Bento XVI deslocou-se neste domingo à tarde à grande Sinagoga de Roma, o chamado “Templo Maior”, em visita à Comunidade hebraica da Cidade. O facto foi referido pelo próprio Papa, antes do Angelus, ao meio-dia na praça de São Pedro, explicando que este acontecimento - a 24 anos da histórica visita de João Paulo II - assinala “mais uma etapa no caminho da concórdia e amizade entre Católicos e Judeus".
“Não obstante os problemas e dificuldades, entre os crentes das duas Religiões respira-se um clima de grande respeito e diálogo, que testemunha crescente maturação nas relações e o empenho comum em valorizar aquilo que nos une: antes de mais a fé no único Deus, mas também a tutela da vida e da família, a aspiração à justiça social e à paz”.
O Dia Mundial do Migrante e do Refugiado – celebrado neste domingo tendo como tema os menores migrantes e refugiados – foi o primeiro ponto abordado pelo Papa na sua alocução, evocando a Mensagem publicada a seu tempo para esta Jornada. “Jesus Cristo viveu, como neo-nato, a dramática experiência de refugiado, em razão das ameaças de Herodes – recordou Bento XVI. Ele ensina-nos a acolher as crianças com grande respeito e amor”
“Também a criança, qualquer que seja a sua nacionalidade ou a cor da pele, há de ser considerada, sempre e acima de tudo, como pessoa, imagem de Deus, a promover e tutelar contra toda e qualquer marginalização e exploração.
Em especial, ocorre desenvolver todo o esforço para que aos menores que se encontram a viver num país estrangeiro estejam garantidos no plano legislativo e sobretudo acompanhados nos inúmeros problemas que têm que enfrentar.
O Santo Padre encorajou “vivamente” as comunidades cristãs e os organismos que se empenham ao serviço dos menores migrantes e refugiados, exortando todos a, em relação a eles, “manter viva a sensibilidade educativa e cultural”, segundo o autêntico espírito evangélico.
Finalmente, Bento XVI recordou que tem início nesta segunda-feira a tradicional Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos: “Ela constitui, para os que crêem em Cristo, um tempo propício para reavivar o espírito ecuménico, para que as pessoas se encontrem, se conheçam, rezem e reflictam em conjunto”.
O Santo Padre recordou que o tema bíblico escolhido este ano para a Semana da Unidade, do Evangelho de São Lucas, faz eco às palavras de Jesus ressuscitado aos Apóstolos: “Sereis testemunhas de tudo isto”. “O nosso anúncio do Evangelho de Cristo será tanto mais credível e eficaz quanto mais estivermos unidos no seu amor, como verdadeiros irmãos”.
O Papa convidou portanto as paróquias, comunidades religiosas, associações e movimentos eclesiais a “rezar incessantemente pela plena unidade dos cristãos, de modo particular durante as celebrações eucarísticas”.
Após a recitação das Ave Marias, dirigiu o seu “pensamento às caras populações de Haiti”. Referindo a sua “premente oração”, Bento XVI declarou manter-se constantemente informado pelo Núncio Apostólico, do qual recebeu a notícia da morte do Arcebispo local, assim como de grande número de padres, religiosos e seminaristas.
“Acompanho e encorajo o esforço das numerosas organizações caritativas, que se estão ocupando das imensas necessidades do país. Rezo pelos feridos, pelos desalojados e por todos os perderam tragicamente a vida”.
(Fonte: site Radio Vaticana)
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1935
Passa o mês de Janeiro entre dificuldades económicas e materiais para levar para a frente a residência de estudantes DYA, de que é director Ricardo Fernández Vallespín: No dia 17 vai com ele e com Juan Jiménez Vargas ao Cerro de los Ángeles, a uns 10 km de Madrid. A fotografia é tirada nesse dia.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
A aldeia em chamas
É conhecida a história de Kierkegaard sobre o palhaço e a aldeia em chamas. O relato conta-nos que num circo da Dinamarca houve um grande incêndio. O director do circo pediu a um dos palhaços, que já estava preparado para actuar, que fosse rapidamente até à aldeia vizinha. O objectivo era pedir ajuda e avisar do perigo de que as chamas chegassem até lá. O palhaço correu até à aldeia e pediu aos habitantes que fossem com a maior urgência ao circo para apagar o fogo.
No entanto, os habitantes pensavam que se tratava de uma brincadeira e aplaudiram até chorar de tanto rir. O palhaço tentava explicar-lhes que era algo sério e que o circo estava realmente a arder. A sua insistência somente aumentava as gargalhadas. Acreditavam os aldeões que nunca tinham visto um cómico tão bom e que representasse tão bem. Até que o fogo chegou à aldeia. A ajuda foi demasiado tardia e tanto o circo como a povoação ficaram totalmente destruídos.
Esta história é uma boa comparação com a situação actual de tantos cristãos. Eles comprovam frequentemente o seu fracasso na tentativa de explicar aos outros a mensagem cristã de salvação. «Mas ser salvos de quê?» perguntam muitos. E sorriem com um certo ar de troça. Eles já não são “ingénuos”. E na sua aparente “auto-suficiência” não se dão conta, ou não o querem reconhecer, de que tudo nesta terra, a começar por nós próprios, traz em si o selo da caducidade. Tudo é passageiro.
Por isso, para entender a mensagem cristã é preciso, em primeiro lugar, sentir a necessidade de sermos salvos. É preciso darmo-nos conta de que, por muito avanço tecnológico que tenhamos alcançado, por muitos bens materiais que tenhamos adquirido, a miséria humana continua sempre presente à nossa volta e também dentro de nós. Indigência material, opressões injustas, doenças físicas ou psíquicas, e sobretudo a morte, derradeiro escândalo da vida. “Como ficam sós os mortos” repetia o poeta com versos já gastos. “Mas sós de verdade” acrescentava, “ficam os vivos quando sofrem sem esperança”.
Cegam-se a si próprios aqueles que pretendem não necessitar de salvação. Aqueles que afirmam não terem nada na sua vida de que se arrependerem, nada que tenham feito mal. Chamados à felicidade eterna, mas feridos pelo mal moral, muito mais sério do que o mal físico, todos nós necessitamos de uma salvação que só pode vir de Deus, a única realidade que não é passageira mas eterna.
Por isso, a fé e o actuar de acordo com ela, não é mais um detalhe na nossa vida. É, pelo contrário, algo de enorme importância e com profundas consequências temporais e eternas.
Rodrigo Lynce de Faria
No entanto, os habitantes pensavam que se tratava de uma brincadeira e aplaudiram até chorar de tanto rir. O palhaço tentava explicar-lhes que era algo sério e que o circo estava realmente a arder. A sua insistência somente aumentava as gargalhadas. Acreditavam os aldeões que nunca tinham visto um cómico tão bom e que representasse tão bem. Até que o fogo chegou à aldeia. A ajuda foi demasiado tardia e tanto o circo como a povoação ficaram totalmente destruídos.
Esta história é uma boa comparação com a situação actual de tantos cristãos. Eles comprovam frequentemente o seu fracasso na tentativa de explicar aos outros a mensagem cristã de salvação. «Mas ser salvos de quê?» perguntam muitos. E sorriem com um certo ar de troça. Eles já não são “ingénuos”. E na sua aparente “auto-suficiência” não se dão conta, ou não o querem reconhecer, de que tudo nesta terra, a começar por nós próprios, traz em si o selo da caducidade. Tudo é passageiro.
Por isso, para entender a mensagem cristã é preciso, em primeiro lugar, sentir a necessidade de sermos salvos. É preciso darmo-nos conta de que, por muito avanço tecnológico que tenhamos alcançado, por muitos bens materiais que tenhamos adquirido, a miséria humana continua sempre presente à nossa volta e também dentro de nós. Indigência material, opressões injustas, doenças físicas ou psíquicas, e sobretudo a morte, derradeiro escândalo da vida. “Como ficam sós os mortos” repetia o poeta com versos já gastos. “Mas sós de verdade” acrescentava, “ficam os vivos quando sofrem sem esperança”.
Cegam-se a si próprios aqueles que pretendem não necessitar de salvação. Aqueles que afirmam não terem nada na sua vida de que se arrependerem, nada que tenham feito mal. Chamados à felicidade eterna, mas feridos pelo mal moral, muito mais sério do que o mal físico, todos nós necessitamos de uma salvação que só pode vir de Deus, a única realidade que não é passageira mas eterna.
Por isso, a fé e o actuar de acordo com ela, não é mais um detalhe na nossa vida. É, pelo contrário, algo de enorme importância e com profundas consequências temporais e eternas.
Rodrigo Lynce de Faria