O discurso de Bento XVI aos diplomatas acreditados junto da Santa Sé olha para o futuro. Com uma vastidão de pontos de vista que em geral não se encontra nos líderes internacionais e com um realismo que não esconde os problemas. Numa resenha que, se é tradicional pela forma, mostra bem a atenção e a atitude da Sé romana em relação ao mundo, que o Papa descreveu no exórdio do seu texto: em Deus a Igreja existe para os outros, e por isso está aberta a todos.
Esta abertura foi demonstrada nas últimas semanas pelas plenas relações diplomáticas estabelecidas entre a Santa Sé e a Federação Russa um facto que é motivo de "profunda satisfação", quis ressaltar Bento XVI e pela visita do presidente vietnamita assim como, ao longo do ano que há pouco terminou, pelos encontros do Pontífice com numerosos representantes políticos, no Vaticano e durante as visitas e viagens.
Em primeiro plano no panorama internacional permanecem a crise dramática da economia mundial e a instabilidade social que ela origina. Raiz da crise como se lê na Caritas in veritate é a mentalidade egoísta e materialista. Com efeitos que ameaçam também a criação: um exemplo é a degradação ambiental que sobressaiu, depois da queda do muro de Berlim, nos regimes ateus europeus. Por isso, hoje a Santa Sé partilha a forte preocupação pela falência substancial da conferência de Copenhaga e faz votos por que nos próximos encontros de Bona e Cidade do México se superem as resistências de tipo económico e político à luta contra as mudanças climáticas. Caso contrário, estará em perigo o destino de alguns países, disse o Papa sem meios-termos.
Com mais razão a Igreja, atenta à salvaguarda do meio ambiente, insiste sobre o respeito irrenunciável da pessoa humana, que significa protecção da vida desde a concepção e uma distribuição equitativa dos recursos alimentares que são suficientes para toda a população mundial, como vai repetindo há decénios a Santa Sé contra catastrofismos interessados.
Assim aos lábios de Bento XVI voltou a preocupação pela exploração de enormes áreas da África, pela produção de drogas no Afeganistão e em alguns países da América Latina, mas sobretudo pelo constante aumento das despesas militares e pelos arsenais nucleares, do que tratará em Maio a conferência de Nova Iorque.
Muitas situações insustentáveis pelo propagar-se da violência, pobreza e fome estão na origem do imponente fenómeno migratório mundial, face ao qual o Papa voltou a pedir às autoridades civis para se moverem "com justiça, solidariedade e clarividência", recordando em particular a fuga dos cristãos do Médio Oriente. E precisamente por este dramático e preocupante fenómeno que corre o risco de extinguir a presença cristã nas terras onde a Igreja nasceu Bento XVI quis convocar para o próximo Outono uma assembleia do Sínodo dos Bispos. Reafirmando depois o pedido de reconhecimento dos direitos de israelitas e palestinianos, assim como da identidade e do carácter sagrado de Jerusalém.
As crises do mundo e das sociedades individualmente têm origem no coração dos homens repetiu o Papa e só podem ser superadas, mudando mentalidades e estilos de vida, através de um grande esforço educativo. A Igreja deseja participar nesta acção, mas para isto o seu papel público deve ser reconhecido, na Europa que não pode abandonar as fontes da própria identidade e no mundo. Onde a Igreja não pede privilégios, mas unicamente para poder viver para os outros, fiel ao único Senhor.
Giovanni Maria Vian - Director
(© L'Osservatore Romano - 16 de Janeiro de 2010)
sábado, 16 de janeiro de 2010
Visita de Bento XVI à Sinagoga de Roma neste Domingo dia 16, uma etapa importante do diálogo judaico - cristão
Vídeo em espanhol
Na tarde deste Domingo, 16 de Janeiro, o Papa Bento XVI efectua uma visita á Grande Sinagoga de Roma, repetindo assim o gesto efectuado há mais de 20 anos pelo seu predecessor João Paulo II. O Santo Padre será acolhido pelo presidente da Comunidade Judaica de Roma, Riccardo Pacifici, e pelo presidente das Comunidades Judaicas italianas, Renzo Gattegna.
A comunidade judaica romana é a mais antiga do mundo ocidental, e os judeus italianos recorrem a um ritual religioso e pronúncias próprias.
Além da sinagoga de Roma, Bento XVI visitará o Museu Judaico. É a primeira vez na história da Igreja que um Papa visita um museu judaico.
Ele verá a exposição Et ecce gaudium, sobre os judeus romanos e a cerimonia de eleição dos pontífices. Será inaugurada neste Domingo e permanecerá patente ao publico até 11 de Março .
Estarão expostas valiosas peças medievais, usadas pela comunidade judaica para dar as boas-vindas ao novo pontífice eleito e reconhecê-lo como bispo da Cidade Eterna. Na Idade Média, depois de ser eleito, o Papa ia, a cavalo, do Vaticano à basílica de São João de Latrão, a Igreja catedral de Roma em parada solene.
A comunidade judaica era encarregada de decorar a parte daquele percurso entre o Arco de Tito e o Coliseu. Tradicionalmente, eram usados tapetes, tecidos finos feitos com um fundo de grandes decorações com figuras simbólicas e pergaminhos com alguns lemas e citações bíblicas. Estas peças – provas de um capítulo importante das relações entre a Igreja Católica e a comunidade judaica - estarão expostas na exposição que será visita este Domingo por Bento XVI.
Alguns pergaminhos estão bem conservados, como as cartas de boas-vindas aos pontífices Clemente XII (1730), Bento XIV (1740) Clemente XIII (1758), Clemente XIV (1769) e Pio VI (1755).
Domingo, na inauguração da mostra, está confirmada a presença do grão-rabino de Roma, Riccardo Di Segni, conforme foi anunciado em conferencia de imprensa pela directora do Museu, Daniela di Castro.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Comentário ao Evangelho de Domingo feito por:
São Romano, o Melodista (? - c. 560), compositor de hinos
Hino n°18, As Bodas de Caná (a partir da trad. de SC 110, pp. 307ss. rev.)
«Tu, porém, guardaste o melhor vinho até agora!»
Enquanto Cristo participava na boda e a multidão dos convivas festejava, faltou-lhes o vinho e a alegria transformou-se em decepção. [...] Vendo isso, a puríssima Maria vem imediatamente dizer ao Filho: «Já não têm mais vinho. Por isso, peço-Te, Meu Filho, mostra que podes tudo, Tu que tudo criaste com sabedoria».
Por favor, Virgem venerável, na sequência de que milagres soubeste Tu que o Teu Filho, sem ter vindimado a uva, podia conceder o vinho, se Ele não tinha anteriormente feito milagres? Ensina-nos [...] como disseste a Teu Filho: «Dá-lhes vinho, Tu que tudo criaste com sabedoria».
«Eu mesma vi Isabel chamar-me Mãe de Deus antes do parto: depois do parto, Simeão cantou-me e Ana celebrou-me; os magos acorreram ao presépio vindos da Pérsia porque uma estrela anunciava antecipadamente o nascimento; os pastores, com os anjos, faziam-se arautos da alegria e a criação rejubilava com eles. Poderia eu ir procurar maiores milagres do que estes para crer, com base na fé deles, que o meu Filho é Aquele que tudo criou com sabedoria?» [...]
Quando Cristo, pelo Seu poder, mudou manifestamente a água em vinho, toda a multidão rejubilou, achando admirável o seu sabor. Hoje, é no banquete da Igreja que todos nós tomamos lugar, porque o vinho é transformado em sangue de Cristo e nós bebemo-lo todos com uma alegria santa, glorificando o grande Esposo. Porque o Esposo verdadeiro e filho de Maria, o Verbo que é deste toda a eternidade, tomou a forma dum escravo e tudo criou com sabedoria.
Altíssimo, Santo, Salvador de todos, visto que a tudo presides, guarda sem alteração o vinho que está em nós. Expulsa de nós toda a perversidade, todos os maus pensamentos que tornam aguado o Teu vinho santíssimo. [...] Pelas orações da Santa Virgem Mãe de Deus, liberta-nos da angústia dos pecados que nos oprimem, Deus misericordioso, Tu que tudo criaste com sabedoria.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Hino n°18, As Bodas de Caná (a partir da trad. de SC 110, pp. 307ss. rev.)
«Tu, porém, guardaste o melhor vinho até agora!»
Enquanto Cristo participava na boda e a multidão dos convivas festejava, faltou-lhes o vinho e a alegria transformou-se em decepção. [...] Vendo isso, a puríssima Maria vem imediatamente dizer ao Filho: «Já não têm mais vinho. Por isso, peço-Te, Meu Filho, mostra que podes tudo, Tu que tudo criaste com sabedoria».
Por favor, Virgem venerável, na sequência de que milagres soubeste Tu que o Teu Filho, sem ter vindimado a uva, podia conceder o vinho, se Ele não tinha anteriormente feito milagres? Ensina-nos [...] como disseste a Teu Filho: «Dá-lhes vinho, Tu que tudo criaste com sabedoria».
«Eu mesma vi Isabel chamar-me Mãe de Deus antes do parto: depois do parto, Simeão cantou-me e Ana celebrou-me; os magos acorreram ao presépio vindos da Pérsia porque uma estrela anunciava antecipadamente o nascimento; os pastores, com os anjos, faziam-se arautos da alegria e a criação rejubilava com eles. Poderia eu ir procurar maiores milagres do que estes para crer, com base na fé deles, que o meu Filho é Aquele que tudo criou com sabedoria?» [...]
Quando Cristo, pelo Seu poder, mudou manifestamente a água em vinho, toda a multidão rejubilou, achando admirável o seu sabor. Hoje, é no banquete da Igreja que todos nós tomamos lugar, porque o vinho é transformado em sangue de Cristo e nós bebemo-lo todos com uma alegria santa, glorificando o grande Esposo. Porque o Esposo verdadeiro e filho de Maria, o Verbo que é deste toda a eternidade, tomou a forma dum escravo e tudo criou com sabedoria.
Altíssimo, Santo, Salvador de todos, visto que a tudo presides, guarda sem alteração o vinho que está em nós. Expulsa de nós toda a perversidade, todos os maus pensamentos que tornam aguado o Teu vinho santíssimo. [...] Pelas orações da Santa Virgem Mãe de Deus, liberta-nos da angústia dos pecados que nos oprimem, Deus misericordioso, Tu que tudo criaste com sabedoria.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho de Domingo dia 17 de Janeiro de 2010
São João 2,1-11
Ao terceiro dia, celebrava-se uma boda em Caná da Galileia e a mãe de Jesus estava lá.
Jesus e os seus discípulos também foram convidados para a boda.
Como viesse a faltar o vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: «Não têm vinho!»
Jesus respondeu-lhe: «Mulher, que tem isso a ver contigo e comigo? Ainda não chegou a minha hora.»
Sua mãe disse aos serventes: «Fazei o que Ele vos disser!»
Ora, havia ali seis vasilhas de pedra preparadas para os ritos de purificação dos judeus, com capacidade de duas ou três medidas cada uma.
Disse-lhes Jesus: «Enchei as vasilhas de água.»
Eles encheram-nas até cima. Então ordenou-lhes: «Tirai agora e levai ao chefe de mesa.»
E eles assim fizeram. O chefe de mesa provou a água transformada em vinho, sem saber de onde era se bem que o soubessem os serventes que tinham tirado a água; chamou o noivo
e disse-lhe: «Toda a gente serve primeiro o vinho melhor e, depois de terem bebido bem, é que serve o pior. Tu, porém, guardaste o melhor vinho até agora!»
Assim, em Caná da Galileia, Jesus realizou o primeiro dos seus sinais miraculosos, com o qual manifestou a sua glória, e os discípulos creram nele.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Controlo total...
É incrível como nos esquecemos tão facilmente da nossa condição. É incrível como nos arrogamos donos da vida, quase sempre cheios de segurança, como se fôssemos o centro do mundo.
Achamos que está tudo sob controlo, que as coisas correm bem e que, se houver contrariedades, elas se hão-de resolver: há seguros de vida, dinheiro no banco, operações plásticas, psicólogos, pastilhas anti-depressivas e paliativos de vária ordem.
Achamos que controlamos tudo, até mesmo as adversidades! Mas o terrível terramoto de há três dias no Haiti, ou o do ano passado em Itália – só para citar os mais recentes –, repõem-nos na ordem. Isto é: são a prova de que a nossa vida é contingente e que nos confrontamos diariamente com um Mistério que nos ultrapassa, ao ponto de não sabermos se na próxima hora continuamos a respirar.
Se vivêssemos com esta consciência, quantas arrogâncias e presunções cairiam pela base!
Aura Miguel
(Fonte: site Rádio Renascença)
Achamos que está tudo sob controlo, que as coisas correm bem e que, se houver contrariedades, elas se hão-de resolver: há seguros de vida, dinheiro no banco, operações plásticas, psicólogos, pastilhas anti-depressivas e paliativos de vária ordem.
Achamos que controlamos tudo, até mesmo as adversidades! Mas o terrível terramoto de há três dias no Haiti, ou o do ano passado em Itália – só para citar os mais recentes –, repõem-nos na ordem. Isto é: são a prova de que a nossa vida é contingente e que nos confrontamos diariamente com um Mistério que nos ultrapassa, ao ponto de não sabermos se na próxima hora continuamos a respirar.
Se vivêssemos com esta consciência, quantas arrogâncias e presunções cairiam pela base!
Aura Miguel
(Fonte: site Rádio Renascença)
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1932
Escreve: “Menino, oferece-lhe todos os dias... as próprias fragilidades”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá AQUI)
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá AQUI)
DEUS NÃO MUDA AO SABOR DOS TEMPOS (Meditação de Joaquim Mexia Alves)
Leio algumas notícias, textos e comentários, quer na comunicação social, quer em espaços na net, e apercebo-me de algo que acho extraordinário, nesta “escalada” que o homem vai fazendo, afastando-se decididamente de Deus, ou pelo menos tentando fazer um deus à sua maneira.
Não bastavam as leis iníquas ao avesso da moralidade e defesa da família, elaboradas e aprovadas à pressa por políticos que apenas buscam protagonismo pessoal e “tapar o sol com a peneira”, vêm também alguns, apelidando-se de cristãos e católicos, fazer coro com os mesmos, arvorando-se em detentores da “verdadeira” doutrina do cristianismo.
A pretexto de que Jesus Cristo veio para todos, (o que é uma verdade), e que convivia com os pecadores, (com quem havia Ele de conviver se todos somos pecadores), a pretexto de uma igualdade, (que existe enquanto filhos de Deus), ou de outro tipo de argumentos, (normalmente baseados em textos de dissidentes da Igreja), pretende-se convencer-nos que certos actos deixaram de ser pecado, (falo em linguagem cristã católica), porque feitas em nome de um pretenso amor, de uma pretensa liberdade de consciência.
Mas a verdade é que se caminharmos esse caminho, então tudo é possível, e o pecado deixa de existir, (o que é uma “reivindicação” antiga daqueles que não querem viver o «convertei-vos»), pois para tudo e para todos os actos haverá sempre um modo de o homem dar a volta, adaptando a sua consciência às atitudes que toma.
Continua a querer confundir-se os pecadores com o pecado, e se àqueles o Senhor abraça e perdoa perante o arrependimento e o propósito de emenda, (já sei que são “conceitos retrógrados”), ao pecado o Senhor não o tolera, porque aliena e escraviza o homem na sua liberdade de filhos de Deus.
Pretendem assim alguns, afirmando-se cristãos e até católicos, adaptar a Doutrina às suas ideias, às suas conveniências, para, julgam eles, poderem verdadeiramente descansar as suas consciências e, à vontade, poderem tomar as atitudes e praticar os actos que mais lhes agradam, e que a maior parte das vezes são tão difíceis de combater num caminho de conversão.
Julgam que, com discussões de frases grandiloquentes, com conceitos estudados até à exaustão, convencidos da sua enorme capacidade de raciocinar, com os seus profundos e permanentes estudos, sobretudo daqueles teólogos dissidentes da Igreja, podem levar à mudança da Doutrina, convencidos que estão da sua superioridade.
Mas estão enganados, muito enganados, porque se os políticos podem de “uma penada” mudar as leis e adaptá-las ao seu gosto e ao gosto dos seus apoiantes, já Deus não muda e não é adaptável às conveniências de cada um!
Frases como, “a Igreja tem de adaptar-se aos tempos modernos”, não têm qualquer significado, porque a Igreja não é detentora de algo que Ela mesmo tenha inventado, mas de algo que lhe foi transmitido na Revelação do próprio Deus e como tal, e se for preciso, contra tudo e contra todos, continuará a proclamar a Verdade.
Foi assim nos primeiros tempos, foi e é assim ainda hoje em dia nalguns sítios deste mundo!
Houve muitas mulheres e homens que morreram por essa Verdade e ainda hoje há com certeza muitos dispostos a morrerem também, pelo Deus Único que pode dar a vida, e que é a Verdade.
Mas porquê esta vontade, esta luta permanente de tentarem mudar a Igreja, naquilo em que Ela é mais pura e consistente e que é a Doutrina?
Julgarão por acaso que, se por um terrível erro os homens da Igreja decidissem mudar a Doutrina, (fazendo a vontade aos “tempos”), Ela mudaria só porque os homens queriam?
Ou que Deus se “adaptaria” a essa nova doutrina?
Julgarão que, se por um acaso a Doutrina fosse de acordo com a vontade dos homens, ela levaria à salvação?
Se a Doutrina mudasse de acordo com a vontade dos tempos, nada daquilo que Jesus Cristo nos veio dizer seria hoje Doutrina, mas a mesma seria estabelecida pela vontade dos homens, vogando ao sabor dos tempos e das inclinações de cada um e não constituindo mais do que isso mesmo, ou seja, a vontade dos homens.
Envolvem-se muitas vezes em discussões intermináveis, em que à frente do coração e da fé, da entrega e da oração, da procura da condução do Espírito Santo, está o seu próprio pensamento cheio de certezas, tentando convencer os outros de que sabem muito melhor interpretar a vontade de Deus, do que aqueles que, vivendo a Tradição, vão lutando pela pureza da Doutrina, não deixando nunca de considerar em cada momento a melhor e mais perfeita forma de a entender, ensinar e viver.
Não se pode então discutir?
Claro que se pode e deve discutir, mas sempre na entrega de amor que leva a obediência a ser uma realidade que liberta e dá paz.
Pode-se discutir com certeza, mas não com argumentos que pretendem levar a uma suposta superioridade na interpretação da vontade de Deus, tornando Deus perfeitamente “dispensável”, pois o homem por si mesmo sabe muito bem o que Deus quer, o que não seria mais do que viver segundo a própria vontade do homem.
Também Jesus Cristo teve discussões e sempre respondeu com a simplicidade mais desconcertante, que é exactamente o que está muitas vezes arredado dessas discussões, onde pretende imperar uma suposta superioridade intelectual.
Talvez se fossemos mais humildes, se como Jesus Cristo nos retirássemos mais vezes para rezar e se em vez de querermos interpretar a Palavra proclamada, a nosso belo prazer, A vivêssemos no Espírito Santo, nos sentíssemos mais livres, mais em paz, mais em amor e muito mais capazes do caminho de conversão e entrega por amor, que é proposto, oferecido e desejado para cada um, por Jesus Cristo Nosso Senhor e Salvador, que deu a vida por nós cumprindo a vontade do Pai.
Monte Real, 15 de Janeiro de 2010
Joaquim Mexia Alves
www.queeaverdade.blogspot.com
Não bastavam as leis iníquas ao avesso da moralidade e defesa da família, elaboradas e aprovadas à pressa por políticos que apenas buscam protagonismo pessoal e “tapar o sol com a peneira”, vêm também alguns, apelidando-se de cristãos e católicos, fazer coro com os mesmos, arvorando-se em detentores da “verdadeira” doutrina do cristianismo.
A pretexto de que Jesus Cristo veio para todos, (o que é uma verdade), e que convivia com os pecadores, (com quem havia Ele de conviver se todos somos pecadores), a pretexto de uma igualdade, (que existe enquanto filhos de Deus), ou de outro tipo de argumentos, (normalmente baseados em textos de dissidentes da Igreja), pretende-se convencer-nos que certos actos deixaram de ser pecado, (falo em linguagem cristã católica), porque feitas em nome de um pretenso amor, de uma pretensa liberdade de consciência.
Mas a verdade é que se caminharmos esse caminho, então tudo é possível, e o pecado deixa de existir, (o que é uma “reivindicação” antiga daqueles que não querem viver o «convertei-vos»), pois para tudo e para todos os actos haverá sempre um modo de o homem dar a volta, adaptando a sua consciência às atitudes que toma.
Continua a querer confundir-se os pecadores com o pecado, e se àqueles o Senhor abraça e perdoa perante o arrependimento e o propósito de emenda, (já sei que são “conceitos retrógrados”), ao pecado o Senhor não o tolera, porque aliena e escraviza o homem na sua liberdade de filhos de Deus.
Pretendem assim alguns, afirmando-se cristãos e até católicos, adaptar a Doutrina às suas ideias, às suas conveniências, para, julgam eles, poderem verdadeiramente descansar as suas consciências e, à vontade, poderem tomar as atitudes e praticar os actos que mais lhes agradam, e que a maior parte das vezes são tão difíceis de combater num caminho de conversão.
Julgam que, com discussões de frases grandiloquentes, com conceitos estudados até à exaustão, convencidos da sua enorme capacidade de raciocinar, com os seus profundos e permanentes estudos, sobretudo daqueles teólogos dissidentes da Igreja, podem levar à mudança da Doutrina, convencidos que estão da sua superioridade.
Mas estão enganados, muito enganados, porque se os políticos podem de “uma penada” mudar as leis e adaptá-las ao seu gosto e ao gosto dos seus apoiantes, já Deus não muda e não é adaptável às conveniências de cada um!
Frases como, “a Igreja tem de adaptar-se aos tempos modernos”, não têm qualquer significado, porque a Igreja não é detentora de algo que Ela mesmo tenha inventado, mas de algo que lhe foi transmitido na Revelação do próprio Deus e como tal, e se for preciso, contra tudo e contra todos, continuará a proclamar a Verdade.
Foi assim nos primeiros tempos, foi e é assim ainda hoje em dia nalguns sítios deste mundo!
Houve muitas mulheres e homens que morreram por essa Verdade e ainda hoje há com certeza muitos dispostos a morrerem também, pelo Deus Único que pode dar a vida, e que é a Verdade.
Mas porquê esta vontade, esta luta permanente de tentarem mudar a Igreja, naquilo em que Ela é mais pura e consistente e que é a Doutrina?
Julgarão por acaso que, se por um terrível erro os homens da Igreja decidissem mudar a Doutrina, (fazendo a vontade aos “tempos”), Ela mudaria só porque os homens queriam?
Ou que Deus se “adaptaria” a essa nova doutrina?
Julgarão que, se por um acaso a Doutrina fosse de acordo com a vontade dos homens, ela levaria à salvação?
Se a Doutrina mudasse de acordo com a vontade dos tempos, nada daquilo que Jesus Cristo nos veio dizer seria hoje Doutrina, mas a mesma seria estabelecida pela vontade dos homens, vogando ao sabor dos tempos e das inclinações de cada um e não constituindo mais do que isso mesmo, ou seja, a vontade dos homens.
Envolvem-se muitas vezes em discussões intermináveis, em que à frente do coração e da fé, da entrega e da oração, da procura da condução do Espírito Santo, está o seu próprio pensamento cheio de certezas, tentando convencer os outros de que sabem muito melhor interpretar a vontade de Deus, do que aqueles que, vivendo a Tradição, vão lutando pela pureza da Doutrina, não deixando nunca de considerar em cada momento a melhor e mais perfeita forma de a entender, ensinar e viver.
Não se pode então discutir?
Claro que se pode e deve discutir, mas sempre na entrega de amor que leva a obediência a ser uma realidade que liberta e dá paz.
Pode-se discutir com certeza, mas não com argumentos que pretendem levar a uma suposta superioridade na interpretação da vontade de Deus, tornando Deus perfeitamente “dispensável”, pois o homem por si mesmo sabe muito bem o que Deus quer, o que não seria mais do que viver segundo a própria vontade do homem.
Também Jesus Cristo teve discussões e sempre respondeu com a simplicidade mais desconcertante, que é exactamente o que está muitas vezes arredado dessas discussões, onde pretende imperar uma suposta superioridade intelectual.
Talvez se fossemos mais humildes, se como Jesus Cristo nos retirássemos mais vezes para rezar e se em vez de querermos interpretar a Palavra proclamada, a nosso belo prazer, A vivêssemos no Espírito Santo, nos sentíssemos mais livres, mais em paz, mais em amor e muito mais capazes do caminho de conversão e entrega por amor, que é proposto, oferecido e desejado para cada um, por Jesus Cristo Nosso Senhor e Salvador, que deu a vida por nós cumprindo a vontade do Pai.
Monte Real, 15 de Janeiro de 2010
Joaquim Mexia Alves
www.queeaverdade.blogspot.com
Comentário ao Evangelho dia feito por:
João Paulo II
A partir da trad. Osservatore Romano
«Segue-Me»
Cada vocação é um acontecimento pessoal e original, mas é também um facto comunitário e eclesial. Ninguém é chamado a caminhar sozinho. Cada vocação é suscitada pelo Senhor como um dom para a comunidade cristã, que dele deve poder tirar benefício [...].
É sobretudo a vós, os jovens, que eu gostaria de me dirigir : Cristo precisa de vós para realizar o Seu projecto de salvação! Cristo precisa da vossa juventude e do vosso entusiasmo generoso para anunciar o Evangelho! Respondei a este chamado com a dádiva da vossa vida a Deus e a vossos irmãos. Tende confiança em Cristo. Ele não vos desiludirá nos vossos desejos e projectos, mas enchê-los-á de sentido e de alegria. Ele disse: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14, 6).
Abri com confiança o coração a Cristo! Deixai a Sua presença fortalecer-se em vós pela escuta quotidiana e cheia de adoração das Santas Escrituras, que constituem o livro da vida e das vocações cumpridas.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
A partir da trad. Osservatore Romano
«Segue-Me»
Cada vocação é um acontecimento pessoal e original, mas é também um facto comunitário e eclesial. Ninguém é chamado a caminhar sozinho. Cada vocação é suscitada pelo Senhor como um dom para a comunidade cristã, que dele deve poder tirar benefício [...].
É sobretudo a vós, os jovens, que eu gostaria de me dirigir : Cristo precisa de vós para realizar o Seu projecto de salvação! Cristo precisa da vossa juventude e do vosso entusiasmo generoso para anunciar o Evangelho! Respondei a este chamado com a dádiva da vossa vida a Deus e a vossos irmãos. Tende confiança em Cristo. Ele não vos desiludirá nos vossos desejos e projectos, mas enchê-los-á de sentido e de alegria. Ele disse: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14, 6).
Abri com confiança o coração a Cristo! Deixai a Sua presença fortalecer-se em vós pela escuta quotidiana e cheia de adoração das Santas Escrituras, que constituem o livro da vida e das vocações cumpridas.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 16 de Janeiro de 2010
São Marcos 2,13-17
Jesus saiu de novo para a beira-mar. Toda a multidão ia ao seu encontro, e Ele ensinava-os.
Ao passar, viu Levi, filho de Alfeu, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: «Segue-me.» E, levantando-se, ele seguiu Jesus.
Depois, quando se encontrava à mesa em casa dele, muitos cobradores de impostos e pecadores também se puseram à mesma mesa com Jesus e os seus discípulos, pois eram muitos os que o seguiam.
Mas os doutores da Lei do partido dos fariseus, vendo-o comer com pecadores e cobradores de impostos, disseram aos discípulos: «Porque é que Ele come com cobradores de impostos e pecadores?»
Jesus ouviu isto e respondeu: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os enfermos. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores.»
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Jesus saiu de novo para a beira-mar. Toda a multidão ia ao seu encontro, e Ele ensinava-os.
Ao passar, viu Levi, filho de Alfeu, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: «Segue-me.» E, levantando-se, ele seguiu Jesus.
Depois, quando se encontrava à mesa em casa dele, muitos cobradores de impostos e pecadores também se puseram à mesma mesa com Jesus e os seus discípulos, pois eram muitos os que o seguiam.
Mas os doutores da Lei do partido dos fariseus, vendo-o comer com pecadores e cobradores de impostos, disseram aos discípulos: «Porque é que Ele come com cobradores de impostos e pecadores?»
Jesus ouviu isto e respondeu: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os enfermos. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores.»
(Fonte: Evangelho Quotidiano)