quarta-feira, 31 de março de 2010
Um ano em números e são só isso mesmo…
Na semana em que o Spe Deus atingiu as 100.000 visitas, na foto poderão aferir da sua evolução entre Março de 2009 e o mesmo mês de 2010.
Faço votos de alguma forma, ainda que muito modesta, possa estar a servir o Senhor por esta via, pois só Ele, a Sua Igreja e o amor ao próximo são verdadeiramente importantes.
Obrigado!
JPR
Solidariedade do Presidente do Senado e deputados ante ameaças ao Cardeal Bagnasco
O Presidente do Senado da Itália, Renato Schifani e o Presidente da Câmara de Deputados, Gianfranco Fini, expressaram ao sua solidariedade ao Arcebispo de Génova e Presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), Cardeal Angelo Bagnasco, depois de este receber uma carta anónima com ameaças há dias.
Schifani assinala que estas ameaças são "actos graves e deploráveis que querem amedrontar o livre pensamento da Igreja".
Por sua parte Fini comenta, numa mensagem escrita ao Cardeal, que "estou seguro que este vil gesto não o impedirá de prosseguir com serenidade sua missão ao serviço da Igreja e da comunidade".
Esta não é a primeira vez que o Cardeal recebe ameaças. Em Abril de 2007 a Catedral da Génova foi pintada com grafites nas quais se ameaçava de morte o purpurado. Naquela ocasião diversas autoridades políticas e outros bispos italianos, deploraram estes covardes actos.
(Fonte: ‘ACI Digital’ com edição e adaptação de JPR)
Schifani assinala que estas ameaças são "actos graves e deploráveis que querem amedrontar o livre pensamento da Igreja".
Por sua parte Fini comenta, numa mensagem escrita ao Cardeal, que "estou seguro que este vil gesto não o impedirá de prosseguir com serenidade sua missão ao serviço da Igreja e da comunidade".
Esta não é a primeira vez que o Cardeal recebe ameaças. Em Abril de 2007 a Catedral da Génova foi pintada com grafites nas quais se ameaçava de morte o purpurado. Naquela ocasião diversas autoridades políticas e outros bispos italianos, deploraram estes covardes actos.
(Fonte: ‘ACI Digital’ com edição e adaptação de JPR)
Bento XVI convida os jovens a “formar a mentalidade católica universal” conforme descrita por São Josemaría (vídeo em espanhol)
«amplidão de horizontes e aprofundamento enérgico do que é perenemente vivo na ortodoxia católica» (Sulco, 428)
Audiência geral da Semana Santa dedicada ao Tríduo Pascal em que somos chamados ao silencio e á oração para contemplar o mistério...
...da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor
Bento XVI dedicou a audiência geral desta quarta feira ao Triduo Pascal que inicia com a Missa vespertina da Ceia do Senhor na quinta feira Santa: é o fulcro do inteiro ano litúrgico no qual somos chamados ao silencio e á oração para contemplar o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, como o próprio Papa salientou falando em português:
Como prelúdio, na manhã da Quinta-feira Santa, celebramos a Missa do Crisma, na qual são consagrados os santos óleos e os sacerdotes renovam as promessas da sua ordenação, gesto que neste Ano Sacerdotal assume um significado especial. Ao entardecer do mesmo dia, comemoramos a instituição da Eucaristia e o gesto do lava-pés visto como uma representação da vida entrega de Jesus com o seu amor levado ao extremo; um amor infinito capaz de habilitar o homem para a comunhão com Deus e torná-lo livre. Na Sexta-feira Santa, fazemos memória do seu sacrifício na Cruz para a nossa redenção. Por fim, após o silêncio do Sábado-Santo, celebramos a Vigília Pascal na qual, com o canto do Aleluia, proclamamos a Ressurreição de Cristo: a vitória da luz sobre as trevas, da vida sobre a morte.
Amados peregrinos de língua portuguesa e de modo especial vós jovens universitários vindos para o UNIV: a todos dou as boas vindas, desejando uma participação frutuosa nas referidas celebrações que possa conduzir-vos a uma comunhão cada vez mais intensa com o Mistério de Cristo. Que Deus vos abençoe! Ide em paz!
Durante esta audiência o Santo Padre voltou a exortar os sacerdotes a deixarem-se conquistar por Cristo e serem no mundo de hoje mensageiros de paz, de esperança e de reconciliação.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Bento XVI dedicou a audiência geral desta quarta feira ao Triduo Pascal que inicia com a Missa vespertina da Ceia do Senhor na quinta feira Santa: é o fulcro do inteiro ano litúrgico no qual somos chamados ao silencio e á oração para contemplar o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, como o próprio Papa salientou falando em português:
Como prelúdio, na manhã da Quinta-feira Santa, celebramos a Missa do Crisma, na qual são consagrados os santos óleos e os sacerdotes renovam as promessas da sua ordenação, gesto que neste Ano Sacerdotal assume um significado especial. Ao entardecer do mesmo dia, comemoramos a instituição da Eucaristia e o gesto do lava-pés visto como uma representação da vida entrega de Jesus com o seu amor levado ao extremo; um amor infinito capaz de habilitar o homem para a comunhão com Deus e torná-lo livre. Na Sexta-feira Santa, fazemos memória do seu sacrifício na Cruz para a nossa redenção. Por fim, após o silêncio do Sábado-Santo, celebramos a Vigília Pascal na qual, com o canto do Aleluia, proclamamos a Ressurreição de Cristo: a vitória da luz sobre as trevas, da vida sobre a morte.
Amados peregrinos de língua portuguesa e de modo especial vós jovens universitários vindos para o UNIV: a todos dou as boas vindas, desejando uma participação frutuosa nas referidas celebrações que possa conduzir-vos a uma comunhão cada vez mais intensa com o Mistério de Cristo. Que Deus vos abençoe! Ide em paz!
Durante esta audiência o Santo Padre voltou a exortar os sacerdotes a deixarem-se conquistar por Cristo e serem no mundo de hoje mensageiros de paz, de esperança e de reconciliação.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Primado da vida espiritual
«A resposta a Deus exige aquele caminho interior que leva o crente a encontrar-se com o Senhor. Tal encontro apenas é possível se o homem for capaz de abrir o coração a Deus, que fala nas profundezas da consciência. Para isso é preciso interioridade, silêncio, vigilância.»
Bento XVI - Discurso aos bispos nomeados durante o ano transacto (19.Set.05)
(in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, nº 45, Lucerna 2006)
Bento XVI - Discurso aos bispos nomeados durante o ano transacto (19.Set.05)
(in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, nº 45, Lucerna 2006)
S. Josemaría nesta data em 1935
Deixa reservado o Santíssimo Sacramento na residência de estudantes da rua de Ferraz. Dois dias depois escreve agradecido: “Celebrou-se a Santa Missa, no Oratório desta Casa, e ficou Sua Divina Majestade Reservado, realizando plenamente os desejos de tantos anos (desde 1928)”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Um espetáculo sobre o Cura D’Ars
Com esta cena se abre o espectáculo sobre o Cura D’Ars, organizado pelo Pontifício Seminário Francês de Roma para o Ano Sacerdotal.
Menos de três meses de preparativos foram necessários para escrever a peça, encontrar 52 actores e organizar os ensaios. Um espectáculo de qualidade com uma finalidade espiritual, como explica um dos organizadores, Frédéric Fagot.
As duas apresentações que ocorreram na igreja de São Luis dos Franceses, em Roma, insistiram sobre a importância da oração e do empenho apostólico de São João Maria Vianney. É o que revela Stanislas Delcampe, seminarista da diocese de Rouen, que interpretou o papel do Cura d'Ars.
Ao mostrar ao grande público, que presenciou em massa, a vida e a experiência de São João Maria Vianney, a finalidade do espectáculo era acompanhar este Ano Sacerdotal com uma reflexão sobre o papel actual do padre. Diversos trechos sonoros com a voz de Bento XVI marcaram o espectáculo dedicado ao Santo, que em Junho próximo será proclamado padroeiro dos sacerdotes de todo o mundo. Stanislas Delcampe, que interpretou o Cura d'Ars, afirma ter sido tocado pela cura das almas que caracterizava o santo e de ter uma predilecção especial pelo início do texto do seu acto de amor.
"Interpreto o papel de um pequeno pastor que indica a estrada para Ars ao Santo Cura, o qual lhe diz: Você mostrou-me a estrada para Ars, eu mostrar-lhe-ei a estrada para o paraíso”.
“Faço votos de que este espectáculo seja antes de tudo uma oração, uma meditação sobre o sacerdócio, sobre a vida. Mas a vida de todos, não somente a vida do padre. E que através da figura do Cura d'Ars se possa redescobrir o essencial”.
“O aspecto muito belo no Cura d'Ars é que, de alguma maneira, não tem nada de extraordinário. Não faz nada além de viver a vida de um padre na sua paróquia, tentando sempre manter, ao mesmo tempo, uma relação muito forte com Deus e, a partir dali, também uma relação com os outros, uma relação com seus paroquianos”.
“Parece-me que hoje em dia seja absolutamente fundamental para a vida do padre manter juntos esses dois aspectos, sem refugiar-se num ou no outro”.
“Amo-te, meu Deus, e o meu único desejo é amar-te até o último suspiro da minha vida”. São João Maria Vianney
(Fonte: H2O News com edição de JPR)
"Bento, cinco anos sob ataque": Avaliação de um pontificado brilhante
Paolo Rodari é um vaticanista (N. de JPR: jornalista acreditado junto da Santa Sé e especialista em temas a ela relacionados) italiano que estudou ciências políticas, filosofia e teologia. Escreveu no jornal Il Foglio um artigo titulado "Bento, cinco anos sob ataque" no qual explica como o Papa Bento XVI tende às decisões "impopulares" pelas quais é constante e infundadamente criticado por muitos meios e inclusive por alguns dentro da Igreja, e no qual assinala ainda uma série de temas essenciais deste brilhante pontificado.
Rodari começa o seu artigo recordando as palavras do Santo Padre na audiência geral de 10 de Março na qual falou sobre São Boaventura e o governo da Igreja. Para o Santo, dizia, "governar não era simplesmente uma tarefa, mas sobre tudo um pensar e rezar. Para Boaventura ‘não se governa a Igreja apenas mediante ordens ou estruturas, mas sim guiando e iluminando as almas’".
O vaticanista assinala logo que diante das "acusações sobre a gestão da Igreja que são factos sempre importantes – as últimas vêm de um New York Times que disserta sobre os casos de dois sacerdotes, o americano Lawrence C. Murphy e o alemão Peter Hullermann, para pôr em causa a Ratzinger Cardeal, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé desde 1981– (o Papa) respondeu pondo em prática o ensino do teólogo franciscano. Ou apresentando seu próprio ‘pensamento iluminado’ como quer ser a carta pastoral à Igreja na Irlanda".
Depois de recordar o ataque da media contra Paulo VI e João Paulo II, Rodari explica que um primeiro ponto importante no pontificado de Bento XVI foi o discurso à Cúria Romana em Dezembro de 2005 no qual explicava que o Concílio Vaticano não constitui uma ruptura com o passado, como afirmam alguns. Sua postura, sobre estes e outros temas, explica o vaticanista Benny Lay, "ainda hoje gera incómodo fora e dentro da Igreja".
O vaticanista comenta de seguida que muitos dos conteúdos do Santo Padre "geram incómodos e aversões. Inclusive no caso dos sacerdotes pedófilos: quanto incómodo gera, dentro da Igreja, o facto de que Ratzinger siga insistindo no celibato dos presbíteros? Diante disto o Papa não cede. E tampouco o fez quando foi negada a possibilidade de falar na Universidade La Sapienza. Não se apresentou na Aula Magna mas ainda assim enviou seu discurso e deixou um sinal. ‘Não quero impor a fé’, disse. E todos os jornais o fizeram titular".
"O mesmo aconteceu – prossegue – quando partiu para a África. Disse que a SIDA/AIDS não pode ser superada com a distribuição de preservativos. Abriram-se os céus. A ‘inteligência’ laica de meia Europa atacou-o. Mas disse uma coisa justa: para combater a SIDA/AIDS só serve uma educação do homem que o leve a considerar o próprio corpo de um modo distinto. O oposto, em resumo, a uma concepção narcisista e auto-referencial da sexualidade".
Rodari comenta logo a reacção de alguns ao seu discurso em Regensburg sobre a fé e a razão: "tocou o elo existente entre a religião e a civilização explicando que converter usando a violência é contrário à razão e Deus. A entrevista de uma frase de Manuel II Paleólogo, segundo o qual o Islão introduz somente ‘coisas más e desumanas como sua directiva de defender por meio da espada a fé’ desencadeou a indignação do mundo muçulmano".
Aos críticos de sua decisão de liberalizar a Missa em latim com o Motu Proprio ‘Sumorum Pontificum’ e o levantamento da excomunhão dos bispos lefebverianos, Rodari assinala que o Papa Bento XVI "não só fere quando fala, mas quando toma decisões que penetram no coração da Igreja" que não procuram um "regresso" à época anterior do Concílio Vaticano II, mas que os católicos cresçam na comunhão eclesiástica.
O vaticanista italiano também comenta a decisão do Santo Padre de autorizar o decreto que reconhece as virtudes heróicas de Pio XII, apenas uns dias antes de sua visita à Sinagoga de Roma: "o mundo judeu reagiu, mas o Papa o decidiu e na sinagoga repete um conceito muitas vezes famoso: ‘a sé apostólica desenvolveu uma acção de socorro para muitos judeus, com frequência de forma oculta e discreta’".
Rodari refere-se seguidamente à abertura da Igreja Católica aos milhares de anglicanos que querem voltar para a plena comunhão, decisão que tampouco agradou a alguns. Com a constituição apostólica Anglicanorum Coetibus Bento XVI abre as portas a estes irmãos e recordou aos bispos da Inglaterra seu convencimento de que "estes grupos serão uma bênção para toda a Igreja".
Finalmente o vaticanista refere-se ao comentário de Piero Gheddo do Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras (PIME): "viajei pelo mundo e conheci distintas realidades anglicanas. Por que querem voltar para a comunhão com Roma? Porque uma Igreja que se abre ao mundo de modo desconsiderado aceitando a ordenação feminina e o ‘matrimónio’ homossexual não tem sentido".
"O Papa combate para proteger uma Igreja fortemente protegida pela verdade e por isso há quem o persiga", conclui.
(Fonte: ‘ACI Digital’ com edição de JPR)
Rodari começa o seu artigo recordando as palavras do Santo Padre na audiência geral de 10 de Março na qual falou sobre São Boaventura e o governo da Igreja. Para o Santo, dizia, "governar não era simplesmente uma tarefa, mas sobre tudo um pensar e rezar. Para Boaventura ‘não se governa a Igreja apenas mediante ordens ou estruturas, mas sim guiando e iluminando as almas’".
O vaticanista assinala logo que diante das "acusações sobre a gestão da Igreja que são factos sempre importantes – as últimas vêm de um New York Times que disserta sobre os casos de dois sacerdotes, o americano Lawrence C. Murphy e o alemão Peter Hullermann, para pôr em causa a Ratzinger Cardeal, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé desde 1981– (o Papa) respondeu pondo em prática o ensino do teólogo franciscano. Ou apresentando seu próprio ‘pensamento iluminado’ como quer ser a carta pastoral à Igreja na Irlanda".
Depois de recordar o ataque da media contra Paulo VI e João Paulo II, Rodari explica que um primeiro ponto importante no pontificado de Bento XVI foi o discurso à Cúria Romana em Dezembro de 2005 no qual explicava que o Concílio Vaticano não constitui uma ruptura com o passado, como afirmam alguns. Sua postura, sobre estes e outros temas, explica o vaticanista Benny Lay, "ainda hoje gera incómodo fora e dentro da Igreja".
O vaticanista comenta de seguida que muitos dos conteúdos do Santo Padre "geram incómodos e aversões. Inclusive no caso dos sacerdotes pedófilos: quanto incómodo gera, dentro da Igreja, o facto de que Ratzinger siga insistindo no celibato dos presbíteros? Diante disto o Papa não cede. E tampouco o fez quando foi negada a possibilidade de falar na Universidade La Sapienza. Não se apresentou na Aula Magna mas ainda assim enviou seu discurso e deixou um sinal. ‘Não quero impor a fé’, disse. E todos os jornais o fizeram titular".
"O mesmo aconteceu – prossegue – quando partiu para a África. Disse que a SIDA/AIDS não pode ser superada com a distribuição de preservativos. Abriram-se os céus. A ‘inteligência’ laica de meia Europa atacou-o. Mas disse uma coisa justa: para combater a SIDA/AIDS só serve uma educação do homem que o leve a considerar o próprio corpo de um modo distinto. O oposto, em resumo, a uma concepção narcisista e auto-referencial da sexualidade".
Rodari comenta logo a reacção de alguns ao seu discurso em Regensburg sobre a fé e a razão: "tocou o elo existente entre a religião e a civilização explicando que converter usando a violência é contrário à razão e Deus. A entrevista de uma frase de Manuel II Paleólogo, segundo o qual o Islão introduz somente ‘coisas más e desumanas como sua directiva de defender por meio da espada a fé’ desencadeou a indignação do mundo muçulmano".
Aos críticos de sua decisão de liberalizar a Missa em latim com o Motu Proprio ‘Sumorum Pontificum’ e o levantamento da excomunhão dos bispos lefebverianos, Rodari assinala que o Papa Bento XVI "não só fere quando fala, mas quando toma decisões que penetram no coração da Igreja" que não procuram um "regresso" à época anterior do Concílio Vaticano II, mas que os católicos cresçam na comunhão eclesiástica.
O vaticanista italiano também comenta a decisão do Santo Padre de autorizar o decreto que reconhece as virtudes heróicas de Pio XII, apenas uns dias antes de sua visita à Sinagoga de Roma: "o mundo judeu reagiu, mas o Papa o decidiu e na sinagoga repete um conceito muitas vezes famoso: ‘a sé apostólica desenvolveu uma acção de socorro para muitos judeus, com frequência de forma oculta e discreta’".
Rodari refere-se seguidamente à abertura da Igreja Católica aos milhares de anglicanos que querem voltar para a plena comunhão, decisão que tampouco agradou a alguns. Com a constituição apostólica Anglicanorum Coetibus Bento XVI abre as portas a estes irmãos e recordou aos bispos da Inglaterra seu convencimento de que "estes grupos serão uma bênção para toda a Igreja".
Finalmente o vaticanista refere-se ao comentário de Piero Gheddo do Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras (PIME): "viajei pelo mundo e conheci distintas realidades anglicanas. Por que querem voltar para a comunhão com Roma? Porque uma Igreja que se abre ao mundo de modo desconsiderado aceitando a ordenação feminina e o ‘matrimónio’ homossexual não tem sentido".
"O Papa combate para proteger uma Igreja fortemente protegida pela verdade e por isso há quem o persiga", conclui.
(Fonte: ‘ACI Digital’ com edição de JPR)
Família – Apoio a casais sem filhos
A Conferência Episcopal norte-americana acaba de lançar um plano para ajudar e atender os casais que desejam ter filhos e não podem. Além de lhes oferecer recursos na sua página web, publicou um documento onde recorda alguns princípios morais sobre as técnicas de assistência à fertilidade.
Os bispos dos Estados Unidos levaram muito a sério a defesa da família. Nos últimos anos, publicaram vários documentos para esclarecer a doutrina sobre o casamento. Os dois mais importantes são: Married Love and the Gift of Life (2006) e Marriage: Love and Life in the Divine Plan (2009).
Ambos procuram explicar de modo atractivo algumas ideias básicas sobre o casamento e a família. Além disso, também incluem argumentos sobre questões como a contracepção, as uniões homossexuais, o divórcio e as uniões de facto sem vínculo matrimonial.
O empenho cultural dos bispos costuma ser acompanhado por campanhas que proporcionam recursos práticos para reavivar a estima pelo compromisso conjugal. A mais conhecida de todas é "For Your Marriage", que decorre há mais de três anos (cfr. Aceprensa, 4-06-200, na versão impressa7). Há pouco tempo lançaram uma versão desta campanha para o público de língua castelhana (www.portumatrimonio.org).
Soluções que não o são
Agora, a Conferência Episcopal norte-americana quis aproximar-se de um modo especial dos casais que desejam ter filhos e não podem. Como primeira medida, criou uma secção especial no seu site para lhes recordar os meios lícitos que têm ao seu alcance.
Segundo informa o Washington Post (20-02-2010), nalgumas dioceses dos Estados Unidos já havia iniciativas isoladas. Na de St. Louis, tornaram-se famosas as "missas para casais sem filhos", com homilias e orações pensadas para eles. O costume começou com o então arcebispo de St. Louis, Justin Rigali (agora cardeal de Filadélfia) e foi continuado pelo seu sucessor, Robert Carlson.
Embora este tipo de iniciativas seja sempre bem-vindo, os bispos quiseram abordar o fenómeno da esterilidade mais a fundo. O seu objectivo é dar alívio aos casais que sofrem este problema. Além disso, querem clarificar os dilemas éticos que suscitam alguns tratamentos da infertilidade.
Para os bispos, ambos os aspectos estão ligados. Há técnicas – dizem - que são soluções e outras que não o são, pois não respeitam a dignidade dos cônjuges, do casamento nem da procriação. Neste sentido, não se pode falar de verdadeiras soluções, mesmo que do ponto de vista técnico prometam maravilhas.
Fruto da sua experiência na diocese de St. Louis, o cardeal Rigali constata que "há muita confusão entre os fiéis católicos a respeito dos ensinamentos da Igreja sobre as técnicas de reprodução assistida".
Compaixão e clareza
Para abordar este problema, os bispos norte-americanos reuniram-se em Baltimore no passado mês de Novembro. Daí surgiu um documento programático, intitulado Live-Giving Love in an Age of Technology.
O texto começa por recordar que a abertura à vida é essencial ao casamento. O problema é que, segundo os dados que os bispos têm, hoje um em cada seis casais padece de infertilidade. Isto constitui uma fonte de sofrimento real para muitos esposos.
Os bispos gerem a sua situação com realismo: "A esterilidade pode afectar as relações sexuais e até a estabilidade do casamento. Também pode alterar as relações com os pais e os sogros, que expressam a sua decepção perante a falta de netos. Os católicos podem sentir uma dor ainda mais profunda, ao ouvirem a Igreja elogiar a vida familiar e ensinar que os filhos são o dom supremo do casamento."
Em seguida, o documento esclarece algumas questões que causam perplexidade em sectores cada vez mais amplos da sociedade: a relação entre sexualidade e procriação; a doação de óvulos e esperma; a fecundação in vitro; a clonagem humana; a adopção de embriões congelados, etc.
Os bispos fazem uma chamada de atenção para os restantes católicos de modo a que apoiem os casais sem filhos. Além disso, incentivam a adopção como "uma forma admirável de constituir uma família" e de contribuir para a criação de uma cultura da vida.
O documento termina com uma mensagem final: "O casamento é a primeira e mais básica comunidade de amor (...). Se se tiver isto em conta, compreende-se que alguns aspectos do casamento e da paternidade não podem ser delegados a outros, nem substituídos pela tecnologia".
Juan Meseguer Velasco
Aceprensa
Os bispos dos Estados Unidos levaram muito a sério a defesa da família. Nos últimos anos, publicaram vários documentos para esclarecer a doutrina sobre o casamento. Os dois mais importantes são: Married Love and the Gift of Life (2006) e Marriage: Love and Life in the Divine Plan (2009).
Ambos procuram explicar de modo atractivo algumas ideias básicas sobre o casamento e a família. Além disso, também incluem argumentos sobre questões como a contracepção, as uniões homossexuais, o divórcio e as uniões de facto sem vínculo matrimonial.
O empenho cultural dos bispos costuma ser acompanhado por campanhas que proporcionam recursos práticos para reavivar a estima pelo compromisso conjugal. A mais conhecida de todas é "For Your Marriage", que decorre há mais de três anos (cfr. Aceprensa, 4-06-200, na versão impressa7). Há pouco tempo lançaram uma versão desta campanha para o público de língua castelhana (www.portumatrimonio.org).
Soluções que não o são
Agora, a Conferência Episcopal norte-americana quis aproximar-se de um modo especial dos casais que desejam ter filhos e não podem. Como primeira medida, criou uma secção especial no seu site para lhes recordar os meios lícitos que têm ao seu alcance.
Segundo informa o Washington Post (20-02-2010), nalgumas dioceses dos Estados Unidos já havia iniciativas isoladas. Na de St. Louis, tornaram-se famosas as "missas para casais sem filhos", com homilias e orações pensadas para eles. O costume começou com o então arcebispo de St. Louis, Justin Rigali (agora cardeal de Filadélfia) e foi continuado pelo seu sucessor, Robert Carlson.
Embora este tipo de iniciativas seja sempre bem-vindo, os bispos quiseram abordar o fenómeno da esterilidade mais a fundo. O seu objectivo é dar alívio aos casais que sofrem este problema. Além disso, querem clarificar os dilemas éticos que suscitam alguns tratamentos da infertilidade.
Para os bispos, ambos os aspectos estão ligados. Há técnicas – dizem - que são soluções e outras que não o são, pois não respeitam a dignidade dos cônjuges, do casamento nem da procriação. Neste sentido, não se pode falar de verdadeiras soluções, mesmo que do ponto de vista técnico prometam maravilhas.
Fruto da sua experiência na diocese de St. Louis, o cardeal Rigali constata que "há muita confusão entre os fiéis católicos a respeito dos ensinamentos da Igreja sobre as técnicas de reprodução assistida".
Compaixão e clareza
Para abordar este problema, os bispos norte-americanos reuniram-se em Baltimore no passado mês de Novembro. Daí surgiu um documento programático, intitulado Live-Giving Love in an Age of Technology.
O texto começa por recordar que a abertura à vida é essencial ao casamento. O problema é que, segundo os dados que os bispos têm, hoje um em cada seis casais padece de infertilidade. Isto constitui uma fonte de sofrimento real para muitos esposos.
Os bispos gerem a sua situação com realismo: "A esterilidade pode afectar as relações sexuais e até a estabilidade do casamento. Também pode alterar as relações com os pais e os sogros, que expressam a sua decepção perante a falta de netos. Os católicos podem sentir uma dor ainda mais profunda, ao ouvirem a Igreja elogiar a vida familiar e ensinar que os filhos são o dom supremo do casamento."
Em seguida, o documento esclarece algumas questões que causam perplexidade em sectores cada vez mais amplos da sociedade: a relação entre sexualidade e procriação; a doação de óvulos e esperma; a fecundação in vitro; a clonagem humana; a adopção de embriões congelados, etc.
Os bispos fazem uma chamada de atenção para os restantes católicos de modo a que apoiem os casais sem filhos. Além disso, incentivam a adopção como "uma forma admirável de constituir uma família" e de contribuir para a criação de uma cultura da vida.
O documento termina com uma mensagem final: "O casamento é a primeira e mais básica comunidade de amor (...). Se se tiver isto em conta, compreende-se que alguns aspectos do casamento e da paternidade não podem ser delegados a outros, nem substituídos pela tecnologia".
Juan Meseguer Velasco
Aceprensa
Temas para reflexão
Talvez, hoje, seja a última oportunidade de fazer uma boa Confissão nesta Quaresma. Aproxima-se o Domingo da Ressurreição e queremos apresentar-nos a Jesus Ressuscitado com o coração limpo e a alma a brilhar. Não são coisas pequenas, é algo muito importante. O Senhor que com a Sua Paixão e Morte na Cruz nos mereceu a salvação, espera-nos de braços abertos para nos acolher com compaixão e alegria.
Não o defraudemos. Amor com amor se paga.
(AMA, comentário sobre a confissão quaresmal, 2010.02.28)
Agradecimento: António Mexia Alves
Não o defraudemos. Amor com amor se paga.
(AMA, comentário sobre a confissão quaresmal, 2010.02.28)
Agradecimento: António Mexia Alves
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
A Oração da Igreja (a partir da trad. Paris, 1955, pp. 19-22; cf. Source cachée, p. 54)
«Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?»
Sabemos, pelos relatos evangélicos, que Cristo orou como judeu crente e fiel à Lei. [...] Ele pronunciou as velhas orações de bênção do pão, do vinho e dos frutos da terra que ainda hoje se recitam, como testemunham os relatos da Última Ceia, totalmente consagrada a uma das mais sagradas obrigações religiosas: a solene refeição pascal, que comemorava a libertação da servidão do Egipto. Talvez seja aqui que temos a visão mais profunda da oração de Cristo, e como que a chave que nos introduz na oração de toda a Igreja. [...]
A bênção e a partilha do pão e do vinho faziam parte do rito da refeição pascal. Mas uma e outra recebem aqui um sentido inteiramente novo. Aqui nasce a vida da Igreja. É certo que só no Pentecostes é que a Igreja nasce como comunidade espiritual e visível; mas aqui, na Ceia, cumpre-se o enxerto do sarmento na cepa que torna possível a efusão do Espírito. As antigas orações de bênção tornaram-se, nos lábios de Cristo, palavras criadoras de vida. Os frutos da terra transformaram-se na Sua carne e no Seu sangue, encheram-se da Sua vida. [...] A Páscoa da Antiga Aliança veio a ser a Páscoa da Nova Aliança.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
A Oração da Igreja (a partir da trad. Paris, 1955, pp. 19-22; cf. Source cachée, p. 54)
«Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?»
Sabemos, pelos relatos evangélicos, que Cristo orou como judeu crente e fiel à Lei. [...] Ele pronunciou as velhas orações de bênção do pão, do vinho e dos frutos da terra que ainda hoje se recitam, como testemunham os relatos da Última Ceia, totalmente consagrada a uma das mais sagradas obrigações religiosas: a solene refeição pascal, que comemorava a libertação da servidão do Egipto. Talvez seja aqui que temos a visão mais profunda da oração de Cristo, e como que a chave que nos introduz na oração de toda a Igreja. [...]
A bênção e a partilha do pão e do vinho faziam parte do rito da refeição pascal. Mas uma e outra recebem aqui um sentido inteiramente novo. Aqui nasce a vida da Igreja. É certo que só no Pentecostes é que a Igreja nasce como comunidade espiritual e visível; mas aqui, na Ceia, cumpre-se o enxerto do sarmento na cepa que torna possível a efusão do Espírito. As antigas orações de bênção tornaram-se, nos lábios de Cristo, palavras criadoras de vida. Os frutos da terra transformaram-se na Sua carne e no Seu sangue, encheram-se da Sua vida. [...] A Páscoa da Antiga Aliança veio a ser a Páscoa da Nova Aliança.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 31 de Março de 2010
São Mateus 26,14-25
14 Então um dos doze, que se chamava Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes,15 e disse-lhes: «Que me quereis dar e eu vo-l'O entregarei?». Eles prometeram-lhe trinta moedas de prata.16 E desde então buscava oportunidade para O entregar.17 No primeiro dia dos ázimos, aproximaram-se de Jesus os discípulos, dizendo: «Onde queres que Te preparemos o que é necessário para comer a Páscoa?».18 Jesus disse-lhes: «Ide à cidade, a casa de um tal, e dizei-lhe: “O Mestre manda dizer: O Meu tempo está próximo, quero celebrar a Páscoa em tua casa com os Meus discípulos”».19 Os discípulos fizeram como Jesus tinha ordenado e prepararam a Páscoa.20 Ao entardecer, pôs-se Jesus à mesa com os doze.21 Enquanto comiam, disse-lhes: «Em verdade vos digo que um de vós Me há-de trair».22 Eles, muito tristes, cada um começou a dizer: «Porventura sou eu, Senhor?»23 Ele respondeu: «O que mete comigo a mão no prato, esse é que Me há-de trair.24 O Filho do Homem vai certamente, como está escrito d'Ele, mas ai daquele homem por quem será entregue o Filho do Homem! Melhor fora a tal homem não ter nascido».25 Judas, o traidor, tomou a palavra e disse: «Porventura, sou eu, Mestre?». Jesus respondeu-lhe: «Tu o disseste».
14 Então um dos doze, que se chamava Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes,15 e disse-lhes: «Que me quereis dar e eu vo-l'O entregarei?». Eles prometeram-lhe trinta moedas de prata.16 E desde então buscava oportunidade para O entregar.17 No primeiro dia dos ázimos, aproximaram-se de Jesus os discípulos, dizendo: «Onde queres que Te preparemos o que é necessário para comer a Páscoa?».18 Jesus disse-lhes: «Ide à cidade, a casa de um tal, e dizei-lhe: “O Mestre manda dizer: O Meu tempo está próximo, quero celebrar a Páscoa em tua casa com os Meus discípulos”».19 Os discípulos fizeram como Jesus tinha ordenado e prepararam a Páscoa.20 Ao entardecer, pôs-se Jesus à mesa com os doze.21 Enquanto comiam, disse-lhes: «Em verdade vos digo que um de vós Me há-de trair».22 Eles, muito tristes, cada um começou a dizer: «Porventura sou eu, Senhor?»23 Ele respondeu: «O que mete comigo a mão no prato, esse é que Me há-de trair.24 O Filho do Homem vai certamente, como está escrito d'Ele, mas ai daquele homem por quem será entregue o Filho do Homem! Melhor fora a tal homem não ter nascido».25 Judas, o traidor, tomou a palavra e disse: «Porventura, sou eu, Mestre?». Jesus respondeu-lhe: «Tu o disseste».
terça-feira, 30 de março de 2010
Entrevista concedida por Mons. Guido Marini, Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias a Paolo Rodari, de ‘Il Riformista’
(Páscoa de 2008)
«A primeiríssima reacção foi de enorme surpresa e grande receio. Depois, vivi com algum nervosismo as vésperas da assunção do cargo, ao mesmo tempo que sentia imenso o distanciamento da minha diocese e da minha cidade, da minha irmã e da família, dos amigos, dos ambientes em que exerci, de modo particular, o meu sacerdócio: a cúria, o seminário, a catedral.
Simultaneamente, porém, senti-me muito honrado por ter sido chamado pelo Santo Padre a desempenhar o cargo de Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias. Senti imediatamente que a possibilidade que me era dada de estar junto do Santo Padre era uma verdadeira graça para o meu sacerdócio.»
É assim que Monsenhor Guido Marino, genovês de 42 anos, descreve a Il Riformista a sua chegada, em Outubro passado, ao Vaticano, para assumir o cargo de Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, uma nomeação que lhe permite trabalhar muito de perto com o Santo Padre.
«Aquilo de que me apercebi no início do meu novo encargo foi claramente confirmado de todas as vezes que tive a graça de me encontrar com o Santo Padre. Estes encontros foram sempre e continuam a ser para mim motivos de grande alegria e de grande emoção. Nunca me teria passado pela cabeça, a mim, leitor atento e apreciador do Cardeal Ratzinger, que teria um dia a graça de estar tão perto dele como estou actualmente.
E depois, a par da profunda veneração que a figura do Papa suscita em mim, vivo a experiência do seu relacionamento humano sereno, fino e delicado, que me enche o coração de alegria e me convida a gastar-me com todas as minhas energias, colaborando com generosidade, humildade e fidelidade na aplicação do seu magistério ao âmbito litúrgico, no domínio das minhas competências.»
O cargo de Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias é um cargo importante porque, se é certo que lex orandi lex credendi (a Igreja crê naquilo que prega), dirigir as cerimónias papais com rigor e fidelidade às normas é dar um contributo para a fé de toda a Igreja.
«A liturgia da Igreja», explica Monsenhor Marini, «com as suas palavras, os seus gestos, silêncios e cânticos, leva-nos a viver, com singular eficácia, os diversos momentos da história da salvação, de tal modo que sejamos verdadeiramente participantes deles e nos transformemos cada vez mais em discípulos autênticos do Senhor, percorrendo de novo, com a nossa vida, os passos Daquele que morreu e ressuscitou para nossa salvação. A celebração litúrgica, quando é realmente participada, induz esta transformação, que é a história da santidade.»
Contributo importante para esta «transformação» poderá ser a recolocação, nas cerimónias papais, da cruz a meio do altar, como resíduo da antiga «orientação para Oriente» das igrejas, da sua orientação para o sol nascente, para Aquele que vem.
«A posição da cruz no centro do altar», refere Monsenhor Marini, «indica a centralidade do crucifixo nas celebrações eucarísticas e a precisa orientação interior que toda a assembleia é convidada a ter durante a liturgia eucarística: cada um olha, não para si, mas para Aquele que nasceu, morreu e ressuscitou por nós, para o Salvador.
É do Senhor que vem a salvação, Ele é o Oriente, o Sol nascente para onde todos devemos voltar o nosso olhar, de Quem todos devemos acolher o dom da graça.
A questão da orientação litúrgica nas celebrações eucarísticas, e a forma também prática que ela assume, tem enorme importância, porque veicula um dado fundamental, simultaneamente teológico, antropológico, eclesiológico e inerente à espiritualidade pessoal.»
O reposicionamento da cruz salienta que as praxes litúrgicas do passado devem continuar vivas.
«A liturgia da Igreja», observa Monsenhor Marini, «como aliás toda a sua vida, assenta na continuidade; eu diria que há um desenvolvimento na continuidade. O que significa que a Igreja procede no seu caminhar histórico, sem perder de vista as suas raízes e a sua tradição viva, circunstância que poderá exigir, em determinados casos, a recuperação de elementos, preciosos e importantes, que foram sendo abandonados, esquecidos pelo caminho, cujo significado autêntico o decurso do tempo tornou menos luminoso. Quanto tal acontece, não se dá um regresso ao passado no domínio litúrgico, mas um verdadeiro progresso, um progresso iluminado.»
E, neste progresso, não se pode deixar de mencionar o Motu proprio Summorum Pontificum: «Uma reflexão atenta no Motu proprio, tal como na carta de apresentação do mesmo dirigida pelo Papa aos bispos de todo o mundo, faz ressaltar uma dupla intenção. Antes de mais, a de promover uma “reconciliação no seio da Igreja” e, neste sentido, e como já foi dito, o Motu proprio é um belíssimo acto de amor à unidade da Igreja. Em segundo lugar, e este é um dado que não pode ser esquecido, a intenção de favorecer um enriquecimento recíproco entre as duas formas do Rito Romano, de tal maneira, por exemplo, que nas celebrações segundo o Missal de Paulo VI (a forma ordinária do Rito Romano) “possa manifestar-se, de maneira mais intensa do que até ao presente, a sacralidade que atrai muitos ao uso antigo”.»
Estes são dias importantes para a Igreja. Dias em que a Igreja revive a paixão, morte e ressurreição do Senhor. Dias de um tempo litúrgico importante para os fiéis, a Quaresma, a Semana Santa e por fim a Páscoa.
«A Quaresma», salienta o entrevistado, «é um tempo de sincera conversão, num clima espiritual de austeridade. Uma austeridade que não é um fim em si mesma, mas que visa facilitar a recuperação daquilo que é realmente essencial à vida humana. E o essencial é, acima de tudo, Deus. É por isso que a Quaresma é um tempo privilegiado de regresso a Deus de todo o coração, através da tríplice via da oração, do jejum e da esmola, como nos recorda a página evangélica da Quarta-Feira de Cinzas. É o tempo em que somos chamados a reviver interiormente, num arco de quarenta dias, a experiência do antigo povo de Deus peregrino no deserto, e a experiência das tentações por que Jesus passou.
No fundo, ambas as experiências nos conduzem a uma luta destinada a encontrar a Deus e a permanecer em íntima comunhão com Ele, a preservar o primado da Sua vontade na nossa vida, a não permitir que outra coisa que não Ele tenha a capacidade de nos absorver o coração.
Com a Páscoa, abrem-se novos cenários de espiritualidade, coroados de alegria exultante, de vida sobreabundante, de esperança luminosa; porque, com Cristo Ressuscitado, a morte foi vencida, o pecado e o mal deixaram de ter a última palavra na vida do homem, a feliz eternidade é uma perspectiva real, a vida tem sentido, descobre-se que a Verdade do rosto de Deus é o amor misericordioso que não tem fim.»
(Agradecimento: ‘É o Carteiro!’ )
«A primeiríssima reacção foi de enorme surpresa e grande receio. Depois, vivi com algum nervosismo as vésperas da assunção do cargo, ao mesmo tempo que sentia imenso o distanciamento da minha diocese e da minha cidade, da minha irmã e da família, dos amigos, dos ambientes em que exerci, de modo particular, o meu sacerdócio: a cúria, o seminário, a catedral.
Simultaneamente, porém, senti-me muito honrado por ter sido chamado pelo Santo Padre a desempenhar o cargo de Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias. Senti imediatamente que a possibilidade que me era dada de estar junto do Santo Padre era uma verdadeira graça para o meu sacerdócio.»
É assim que Monsenhor Guido Marino, genovês de 42 anos, descreve a Il Riformista a sua chegada, em Outubro passado, ao Vaticano, para assumir o cargo de Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, uma nomeação que lhe permite trabalhar muito de perto com o Santo Padre.
«Aquilo de que me apercebi no início do meu novo encargo foi claramente confirmado de todas as vezes que tive a graça de me encontrar com o Santo Padre. Estes encontros foram sempre e continuam a ser para mim motivos de grande alegria e de grande emoção. Nunca me teria passado pela cabeça, a mim, leitor atento e apreciador do Cardeal Ratzinger, que teria um dia a graça de estar tão perto dele como estou actualmente.
E depois, a par da profunda veneração que a figura do Papa suscita em mim, vivo a experiência do seu relacionamento humano sereno, fino e delicado, que me enche o coração de alegria e me convida a gastar-me com todas as minhas energias, colaborando com generosidade, humildade e fidelidade na aplicação do seu magistério ao âmbito litúrgico, no domínio das minhas competências.»
O cargo de Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias é um cargo importante porque, se é certo que lex orandi lex credendi (a Igreja crê naquilo que prega), dirigir as cerimónias papais com rigor e fidelidade às normas é dar um contributo para a fé de toda a Igreja.
«A liturgia da Igreja», explica Monsenhor Marini, «com as suas palavras, os seus gestos, silêncios e cânticos, leva-nos a viver, com singular eficácia, os diversos momentos da história da salvação, de tal modo que sejamos verdadeiramente participantes deles e nos transformemos cada vez mais em discípulos autênticos do Senhor, percorrendo de novo, com a nossa vida, os passos Daquele que morreu e ressuscitou para nossa salvação. A celebração litúrgica, quando é realmente participada, induz esta transformação, que é a história da santidade.»
Contributo importante para esta «transformação» poderá ser a recolocação, nas cerimónias papais, da cruz a meio do altar, como resíduo da antiga «orientação para Oriente» das igrejas, da sua orientação para o sol nascente, para Aquele que vem.
«A posição da cruz no centro do altar», refere Monsenhor Marini, «indica a centralidade do crucifixo nas celebrações eucarísticas e a precisa orientação interior que toda a assembleia é convidada a ter durante a liturgia eucarística: cada um olha, não para si, mas para Aquele que nasceu, morreu e ressuscitou por nós, para o Salvador.
É do Senhor que vem a salvação, Ele é o Oriente, o Sol nascente para onde todos devemos voltar o nosso olhar, de Quem todos devemos acolher o dom da graça.
A questão da orientação litúrgica nas celebrações eucarísticas, e a forma também prática que ela assume, tem enorme importância, porque veicula um dado fundamental, simultaneamente teológico, antropológico, eclesiológico e inerente à espiritualidade pessoal.»
O reposicionamento da cruz salienta que as praxes litúrgicas do passado devem continuar vivas.
«A liturgia da Igreja», observa Monsenhor Marini, «como aliás toda a sua vida, assenta na continuidade; eu diria que há um desenvolvimento na continuidade. O que significa que a Igreja procede no seu caminhar histórico, sem perder de vista as suas raízes e a sua tradição viva, circunstância que poderá exigir, em determinados casos, a recuperação de elementos, preciosos e importantes, que foram sendo abandonados, esquecidos pelo caminho, cujo significado autêntico o decurso do tempo tornou menos luminoso. Quanto tal acontece, não se dá um regresso ao passado no domínio litúrgico, mas um verdadeiro progresso, um progresso iluminado.»
E, neste progresso, não se pode deixar de mencionar o Motu proprio Summorum Pontificum: «Uma reflexão atenta no Motu proprio, tal como na carta de apresentação do mesmo dirigida pelo Papa aos bispos de todo o mundo, faz ressaltar uma dupla intenção. Antes de mais, a de promover uma “reconciliação no seio da Igreja” e, neste sentido, e como já foi dito, o Motu proprio é um belíssimo acto de amor à unidade da Igreja. Em segundo lugar, e este é um dado que não pode ser esquecido, a intenção de favorecer um enriquecimento recíproco entre as duas formas do Rito Romano, de tal maneira, por exemplo, que nas celebrações segundo o Missal de Paulo VI (a forma ordinária do Rito Romano) “possa manifestar-se, de maneira mais intensa do que até ao presente, a sacralidade que atrai muitos ao uso antigo”.»
Estes são dias importantes para a Igreja. Dias em que a Igreja revive a paixão, morte e ressurreição do Senhor. Dias de um tempo litúrgico importante para os fiéis, a Quaresma, a Semana Santa e por fim a Páscoa.
«A Quaresma», salienta o entrevistado, «é um tempo de sincera conversão, num clima espiritual de austeridade. Uma austeridade que não é um fim em si mesma, mas que visa facilitar a recuperação daquilo que é realmente essencial à vida humana. E o essencial é, acima de tudo, Deus. É por isso que a Quaresma é um tempo privilegiado de regresso a Deus de todo o coração, através da tríplice via da oração, do jejum e da esmola, como nos recorda a página evangélica da Quarta-Feira de Cinzas. É o tempo em que somos chamados a reviver interiormente, num arco de quarenta dias, a experiência do antigo povo de Deus peregrino no deserto, e a experiência das tentações por que Jesus passou.
No fundo, ambas as experiências nos conduzem a uma luta destinada a encontrar a Deus e a permanecer em íntima comunhão com Ele, a preservar o primado da Sua vontade na nossa vida, a não permitir que outra coisa que não Ele tenha a capacidade de nos absorver o coração.
Com a Páscoa, abrem-se novos cenários de espiritualidade, coroados de alegria exultante, de vida sobreabundante, de esperança luminosa; porque, com Cristo Ressuscitado, a morte foi vencida, o pecado e o mal deixaram de ter a última palavra na vida do homem, a feliz eternidade é uma perspectiva real, a vida tem sentido, descobre-se que a Verdade do rosto de Deus é o amor misericordioso que não tem fim.»
(Agradecimento: ‘É o Carteiro!’ )
El cardenal de Lima, monseñor Cipriani: "Si quieren hacer daño a la Iglesia nos uniremos más en la oración y en la transparencia"
"Quisiera elevar una oración por el Papa, objeto de campaña de maltrato de la prensa, especialmente europea, frente a una vida de compromiso con la verdad y lealtad con la verdad, en este tema de abusos sexuales". Así se manifestó ayer el Cardenal Arzobispo de Lima, S.E.R Juan Luis Cipriani, en su programa radial «Dialogo de Fe», que transmite Radio Programas del Perú. El cardenal se refirió también a la necesidad imperiosa de defender el derecho a la vida.
El cardenal primado del Perú aseguró que ante "una campaña sistemática por dañar al Santo Padre, su actitud siempre ha sido de una coherencia y veracidad y total compromiso con la verdad y siempre ha sido muy claro en decir estos delitos deben ser juzgados por el fuero civil cuando estos lo ameritan".
"Si quieren hacer mucho daño a la Iglesia", dijo el prelado, "nos uniremos más en la oración y en la transparencia".
En el mismo programa, el arzobispo limeño aseguró que "la base de todos los derechos humanos es la vida. Si no hay vida, no hay humano, entonces no hay derechos del ser humano, entonces no hay vida. La vida en su expresión más íntima surge en el inicio, cuando esa criatura no tiene ninguna posibilidad de defensa personal y toda se la tenemos que dar nosotros".
"Por lo tanto", sentenció el cardenal, "el derecho esencial de todos los derechos humanos es el derecho a la vida del niño por nacer".
(Fonte: http://www.analisisdigital.com/Noticias/Noticia.asp?id=46911&idNodo=-3)
Agradecimento: ‘Infovitae’
El cardenal primado del Perú aseguró que ante "una campaña sistemática por dañar al Santo Padre, su actitud siempre ha sido de una coherencia y veracidad y total compromiso con la verdad y siempre ha sido muy claro en decir estos delitos deben ser juzgados por el fuero civil cuando estos lo ameritan".
"Si quieren hacer mucho daño a la Iglesia", dijo el prelado, "nos uniremos más en la oración y en la transparencia".
En el mismo programa, el arzobispo limeño aseguró que "la base de todos los derechos humanos es la vida. Si no hay vida, no hay humano, entonces no hay derechos del ser humano, entonces no hay vida. La vida en su expresión más íntima surge en el inicio, cuando esa criatura no tiene ninguna posibilidad de defensa personal y toda se la tenemos que dar nosotros".
"Por lo tanto", sentenció el cardenal, "el derecho esencial de todos los derechos humanos es el derecho a la vida del niño por nacer".
(Fonte: http://www.analisisdigital.com/Noticias/Noticia.asp?id=46911&idNodo=-3)
Agradecimento: ‘Infovitae’
Os seres humanos enquanto terra fecunda para a palavra de Deus
«… pode mesmo dizer-se que no Evangelho apenas se expõe como os seres humanos se podem tornar terra fecunda para a palavra de Deus. E podem-no na medida em que, por assim dizer, apresentam os elementos orgânicos nos quais a vida pode crescer e amadurecer. Fazem-no na medida em que eles próprios vivem a partir desse meio orgânico, deixando-se invadir por essa palavra e tornando-se eles próprios palavra, transferindo a sua vida para a oração e, assim, para Deus».
(Joseph Ratzinger in ‘Maria primeira Igreja’ – Joseph Ratzinger e Hans Urs von Balthasar)
(Joseph Ratzinger in ‘Maria primeira Igreja’ – Joseph Ratzinger e Hans Urs von Balthasar)
Gerar Cristo
O Senhor encontra uma morada na nossa alma e na nossa vida. Mas não devemos trazê-l'O só no coração, devemos levá-l'O ao mundo de tal maneira que também nós possamos, no nosso tempo, gerar Cristo.
Bento XVI - Catequese da audiência geral (15.Fev.06)
(in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, nº 143, Lucerna 2006)
Bento XVI - Catequese da audiência geral (15.Fev.06)
(in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, nº 143, Lucerna 2006)
S. Josemaría nesta data em 1925
Às 10.30 da manhã celebra a sua primeira Missa na capela da Virgem do Pilar, em Saragoça (Espanha), em sufrágio pela alma de seu pai, falecido havia poucos meses: “Na Santa capela, perante uma mão-cheia de pessoas, celebrei sem dar nas vistas a minha Missa Nova”. É a Segunda-feira anterior à Semana Santa desse ano.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
É poderosa a misericórdia do Senhor
«São mais do que podíamos esperar [os semeadores de confusão], e onde não são combatidos seduzem outros e engrossa-se a seita, de modo que não sei onde vão a terminar. Eu prefiro curá-los dentro do organismo da Igreja antes que amputá-los desse organismo como membros incuráveis, a não ser que urja a necessidade; porque também há que temer que por perdoar o apodrecido apodreçam muitos outros, contudo é poderosa a misericórdia do Senhor e pode livrá-los dessa peste»
(Epístola 137, 23,22 - Santo Agostinho)
(Epístola 137, 23,22 - Santo Agostinho)
A tempestade que se aproxima
(…) Mas é importante recordar que estes escândalos se referem a crimes cometidos há várias décadas. Ora, os candidatos a Woodwards e Bernsteins [os dois jornalistas americanos que revelaram o escândalo Watergate] estão a desviar as atenções de uma crise que está a decorrer hoje, uma crise de que os media estão a desviar-nos as atenções (…), uma crise em que eles próprios desempenham um papel activo.
A Chanceler alemã, Angela Merkel percebeu muito bem o que se estava a passar, quando declarou que o abuso de menores era «um crime desprezível», mas se recusou a considerar que a Igreja Católica era a única instituição que devia ser objecto de críticas. «Não simplifiquemos demasiado as coisas», disse Angela Merkel. «Podemos considerar a necessidade de alterar estatutos, podemos dar indemnizações, mas a questão principal é que estamos perante um grande desafio para toda a sociedade.»
O grande furo jornalístico, a história de que ninguém fala, é que estamos a viver em negação de um sistemático, abrangente e deliberado processo de promoção de uma sexualidade descontrolada. É como se o serviço nacional de saúde tivesse substituído os cirurgiões por bruxas e praticantes de reiki; ou como se o ministério da defesa estivesse a deixar enferrujar os tanques. Alguns dos princípios fundamentais de uma sociedade civilizada, como a contenção sexual, a fidelidade matrimonial, a promoção da família, estão a ser activamente postos em causa. E a espantosa lista de políticos apanhados com as calças na mão (literalmente), o tsunami de pornografia e de actividade sexual entre adolescentes, são campainhas de alarme acerca das consequências resultantes da criação de uma cultura hiper-sexualizada.
Basta pensar no anúncio feito recentemente por uma empresa australiana, de que tinha vendido ao gigante farmacêutico Ely Lilly, por 335 milhões de dólares, os direitos de comercialização de um desodorizante de testosterona que tem como finalidade fazer aumentar o impulso sexual masculino.
Ou na recente notícia de que a Federação Internacional de Planeamento Familiar presenteou as escuteiras com um atractivo panfleto em que as incitava a «terem relações sexuais de muitas maneiras, e com parceiros diversos».
Ou no facto de o governo do Reino Unidos ter decidido alargar a educação sexual a crianças de cinco anos.
Se estas ideias tivessem sido propostas por um sacerdote, haveria imediatamente quem dissesse que se tratava de um predador. E de facto trata-se de ideias predadoras, que querem atacar a sociedade, com vista ao lucro. Que sociedade estamos nós a criar, quando incitamos as crianças a tratar o sexo como se fosse um passatempo e os homens a permanecerem num estado de permanente excitação? O sexo não é um brinquedo. Na ausência de padrões morais muito claros, o sexo é uma paixão natural que facilmente se transforma num vício antinatural. Alguém acredita que, dentro de trinta anos, haverá menos abusos sexuais, quando as crianças aprendem a masturbar-se nas aulas?
De todas as instituições sociais, dá a impressão de que a Igreja é a única que se apercebe de que se prepara uma crise, pela qual vamos pagar caro nos anos que se seguem. Como Bento XVI dizia aos bispos americanos:
As crianças merecem crescer com uma visão saudável da sexualidade e do lugar que ela ocupa nas relações humanas, e devem ser poupadas às manifestações degradantes e à crua manipulação da sexualidade que é hoje dominante. Têm o direito de ser educadas em valores morais autênticos, enraizados na dignidade da pessoa humana. [...] Que sentido tem falar de protecção de menores, quando a pornografia e a violência estão presentes em tantas casas de família, por via de media hoje totalmente disponíveis?
Michael Cook é o editor de www.mercatornet.com
Aceprensa
(Excertos, selecção da responsabilidade de JPR)
A Chanceler alemã, Angela Merkel percebeu muito bem o que se estava a passar, quando declarou que o abuso de menores era «um crime desprezível», mas se recusou a considerar que a Igreja Católica era a única instituição que devia ser objecto de críticas. «Não simplifiquemos demasiado as coisas», disse Angela Merkel. «Podemos considerar a necessidade de alterar estatutos, podemos dar indemnizações, mas a questão principal é que estamos perante um grande desafio para toda a sociedade.»
O grande furo jornalístico, a história de que ninguém fala, é que estamos a viver em negação de um sistemático, abrangente e deliberado processo de promoção de uma sexualidade descontrolada. É como se o serviço nacional de saúde tivesse substituído os cirurgiões por bruxas e praticantes de reiki; ou como se o ministério da defesa estivesse a deixar enferrujar os tanques. Alguns dos princípios fundamentais de uma sociedade civilizada, como a contenção sexual, a fidelidade matrimonial, a promoção da família, estão a ser activamente postos em causa. E a espantosa lista de políticos apanhados com as calças na mão (literalmente), o tsunami de pornografia e de actividade sexual entre adolescentes, são campainhas de alarme acerca das consequências resultantes da criação de uma cultura hiper-sexualizada.
Basta pensar no anúncio feito recentemente por uma empresa australiana, de que tinha vendido ao gigante farmacêutico Ely Lilly, por 335 milhões de dólares, os direitos de comercialização de um desodorizante de testosterona que tem como finalidade fazer aumentar o impulso sexual masculino.
Ou na recente notícia de que a Federação Internacional de Planeamento Familiar presenteou as escuteiras com um atractivo panfleto em que as incitava a «terem relações sexuais de muitas maneiras, e com parceiros diversos».
Ou no facto de o governo do Reino Unidos ter decidido alargar a educação sexual a crianças de cinco anos.
Se estas ideias tivessem sido propostas por um sacerdote, haveria imediatamente quem dissesse que se tratava de um predador. E de facto trata-se de ideias predadoras, que querem atacar a sociedade, com vista ao lucro. Que sociedade estamos nós a criar, quando incitamos as crianças a tratar o sexo como se fosse um passatempo e os homens a permanecerem num estado de permanente excitação? O sexo não é um brinquedo. Na ausência de padrões morais muito claros, o sexo é uma paixão natural que facilmente se transforma num vício antinatural. Alguém acredita que, dentro de trinta anos, haverá menos abusos sexuais, quando as crianças aprendem a masturbar-se nas aulas?
De todas as instituições sociais, dá a impressão de que a Igreja é a única que se apercebe de que se prepara uma crise, pela qual vamos pagar caro nos anos que se seguem. Como Bento XVI dizia aos bispos americanos:
As crianças merecem crescer com uma visão saudável da sexualidade e do lugar que ela ocupa nas relações humanas, e devem ser poupadas às manifestações degradantes e à crua manipulação da sexualidade que é hoje dominante. Têm o direito de ser educadas em valores morais autênticos, enraizados na dignidade da pessoa humana. [...] Que sentido tem falar de protecção de menores, quando a pornografia e a violência estão presentes em tantas casas de família, por via de media hoje totalmente disponíveis?
Michael Cook é o editor de www.mercatornet.com
Aceprensa
(Excertos, selecção da responsabilidade de JPR)
Bispo de Beja fala em «lobbies dos poderes anti-Igreja»
D. António Vitalino considera que as celebrações pascais deste ano e a visita de Bento XVI a Portugal não podem passar ao lado das notícias que têm posto em causa as opções do Papa e o comportamento de alguns padres.
“Os lobbies dos poderes anti-Igreja, que não aceitam a verdade da fé cristã, que o sucessor de Pedro, a tempo e a contratempo, continua a proclamar, montaram uma campanha, que tem como objectivo denegrir e derrubar o actual Papa (…) desde a sua eleição em 2005”, escreve o bispo de Beja na mensagem pascal.
Para o prelado, “os católicos portugueses devem preparar-se para acolher com alegria a visita de Sua Santidade, (…) abafando as vozes discordantes e contestatárias com a oração, o canto e a festa”.
Em Ano Sacerdotal, o documento assinala que “a comunicação social tem posto na praça pública muitos podres, mesmo de pessoas chamadas para o serviço na Igreja, e também muitos sofrimentos de crianças inocentes”, acontecimentos que para o prelado têm de ser “um motivo acrescido para a celebração da Páscoa”.
Este tempo litúrgico, diz o texto, realça “a certeza de que não estamos condenados a viver no pecado e no fracasso, mas que Deus vem em auxílio da nossa fraqueza, nos liberta e nos salva”.
Depois de sublinhar que o serviço realizado pelos padres “tem sido espezinhado na praça pública pela infidelidade de alguns e pela calúnia e clima de suspeição reinante”, o presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana salienta que “a inveja não tolera o diferente” nem “o esforço de alguns em ser santos e ajudar a que outros também o sejam”.
Referindo-se às celebrações anuais da Páscoa, o prelado questiona se não se tornaram numa “rotina” ou se delas “brota alguma força de transformação e aperfeiçoamento das nossas vidas”.
“O nosso combate à pobreza e à exclusão social precisam desta energia espiritual e anímica, que brota da Páscoa de Cristo e da sua celebração na vida da Igreja e dos cristãos”, conclui o bispo de Beja.
(Fonte: site Agência Ecclesia)
Nota de JPR:
Tenho o grato prazer de conhecer pessoalmente D. António Vitalino Dantas, tendo-o como uma pessoa profundamente humilde e com um passado pastoral junto das comunidades de emigrantes portugueses na Alemanha credor da maior admiração, pelo que quando afirma “montaram uma campanha, que tem como objectivo denegrir e derrubar o actual Papa” sei que o faz, não para se pôr em bico dos pés, mas porque disso está firmemente convicto. Aliás, há muito, que todos sabemos que assim é, pena é que poucos tenham a coragem de o dizer claramente.
Não nos deixemos intimidar, como ainda no Domingo o Santo Padre no-lo expressou na primeira pessoa, e sempre com os olhos postos em Jesus Cristo Nosso Senhor peguemos na sua corda e caminhemos em unidade com Ele, com a Santa Madre Igreja e o Papa.
“Os lobbies dos poderes anti-Igreja, que não aceitam a verdade da fé cristã, que o sucessor de Pedro, a tempo e a contratempo, continua a proclamar, montaram uma campanha, que tem como objectivo denegrir e derrubar o actual Papa (…) desde a sua eleição em 2005”, escreve o bispo de Beja na mensagem pascal.
Para o prelado, “os católicos portugueses devem preparar-se para acolher com alegria a visita de Sua Santidade, (…) abafando as vozes discordantes e contestatárias com a oração, o canto e a festa”.
Em Ano Sacerdotal, o documento assinala que “a comunicação social tem posto na praça pública muitos podres, mesmo de pessoas chamadas para o serviço na Igreja, e também muitos sofrimentos de crianças inocentes”, acontecimentos que para o prelado têm de ser “um motivo acrescido para a celebração da Páscoa”.
Este tempo litúrgico, diz o texto, realça “a certeza de que não estamos condenados a viver no pecado e no fracasso, mas que Deus vem em auxílio da nossa fraqueza, nos liberta e nos salva”.
Depois de sublinhar que o serviço realizado pelos padres “tem sido espezinhado na praça pública pela infidelidade de alguns e pela calúnia e clima de suspeição reinante”, o presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana salienta que “a inveja não tolera o diferente” nem “o esforço de alguns em ser santos e ajudar a que outros também o sejam”.
Referindo-se às celebrações anuais da Páscoa, o prelado questiona se não se tornaram numa “rotina” ou se delas “brota alguma força de transformação e aperfeiçoamento das nossas vidas”.
“O nosso combate à pobreza e à exclusão social precisam desta energia espiritual e anímica, que brota da Páscoa de Cristo e da sua celebração na vida da Igreja e dos cristãos”, conclui o bispo de Beja.
(Fonte: site Agência Ecclesia)
Nota de JPR:
Tenho o grato prazer de conhecer pessoalmente D. António Vitalino Dantas, tendo-o como uma pessoa profundamente humilde e com um passado pastoral junto das comunidades de emigrantes portugueses na Alemanha credor da maior admiração, pelo que quando afirma “montaram uma campanha, que tem como objectivo denegrir e derrubar o actual Papa” sei que o faz, não para se pôr em bico dos pés, mas porque disso está firmemente convicto. Aliás, há muito, que todos sabemos que assim é, pena é que poucos tenham a coragem de o dizer claramente.
Não nos deixemos intimidar, como ainda no Domingo o Santo Padre no-lo expressou na primeira pessoa, e sempre com os olhos postos em Jesus Cristo Nosso Senhor peguemos na sua corda e caminhemos em unidade com Ele, com a Santa Madre Igreja e o Papa.
Temas para reflexão
Aproxima-se a passos largos o culminar desta Quaresma. Desde o seu início que temos vindo a considerar a Confissão Sacramental. Uma Confissão serena e completa, com o firme propósito de satisfazer as dívidas que possamos ter com o Senhor. O Sacerdote irá absolver-nos e despedir-nos em paz e, essa paz, encherá o nosso coração e dará novo impulso à nossa vida.
(AMA, meditação sobre a Confissão Quaresmal, 2010.02.25)
Meditação:
Pergunto-me, muitas vezes, se Judas seria absolutamente necessário à história da Redenção. Esta figura sinistra de traidor, este homem estranho, credor de uma confiança sem limites por parte do Salvador, que terá sido, provavelmente, um dos setenta e dois que o Mestre enviou a pregar o reino de Deus, que talvez tenha feito milagres e operado portentos sobrenaturais, este homem encarnou uma personalidade que ficou para a história como o sinónimo da traição mais abjecta e soes.
A “venda” de Jesus por umas trinta moedas de prata.
É como que uma mancha indelével no final da vida terrena de Jesus Cristo, sobretudo porque, contrasta de forma tão flagrante com os outros discípulos mais próximos do Mestre.
Eles eram homens simples, com pouca cultura e pouca fé; um até jurou que O não conhecia; outros, quase todos, fugiram espavoridos na hora da provação. Mas todos regressam, voltam a reunir-se, encontram-se com Maria e, depois, com o próprio Cristo Ressuscitado.
São – foram – as colunas da Igreja que o Salvador fundou para a eternidade.
Ele, Judas, não! Arrependeu-se também, sem dúvida, mas o arrependimento quando não se confessa a culpa e se não pede perdão ao ofendido, para nada serve.
Confessar a culpa a um Deus misericordioso e compassivo que perdoa sempre, é encontrar a salvação; guardar o arrependimento dentro de si próprio, por muito profundo e sentido que seja, leva à perdição.
Por isso, penso, que de facto Judas é necessário nesta grandiosa história da salvação humana. Aprendemos, assim, que o perdão só nos pode vir da própria pessoa de Cristo, dele, que é o Caminho que vale a pena andar, a Verdade que interessa conhecer e a Vida que nos convém viver. (AMA, comentário sobre Jo 13, 21-33; 36-38, 2009.04.07)
Agradecimento: António Mexia Alves
(AMA, meditação sobre a Confissão Quaresmal, 2010.02.25)
Meditação:
Pergunto-me, muitas vezes, se Judas seria absolutamente necessário à história da Redenção. Esta figura sinistra de traidor, este homem estranho, credor de uma confiança sem limites por parte do Salvador, que terá sido, provavelmente, um dos setenta e dois que o Mestre enviou a pregar o reino de Deus, que talvez tenha feito milagres e operado portentos sobrenaturais, este homem encarnou uma personalidade que ficou para a história como o sinónimo da traição mais abjecta e soes.
A “venda” de Jesus por umas trinta moedas de prata.
É como que uma mancha indelével no final da vida terrena de Jesus Cristo, sobretudo porque, contrasta de forma tão flagrante com os outros discípulos mais próximos do Mestre.
Eles eram homens simples, com pouca cultura e pouca fé; um até jurou que O não conhecia; outros, quase todos, fugiram espavoridos na hora da provação. Mas todos regressam, voltam a reunir-se, encontram-se com Maria e, depois, com o próprio Cristo Ressuscitado.
São – foram – as colunas da Igreja que o Salvador fundou para a eternidade.
Ele, Judas, não! Arrependeu-se também, sem dúvida, mas o arrependimento quando não se confessa a culpa e se não pede perdão ao ofendido, para nada serve.
Confessar a culpa a um Deus misericordioso e compassivo que perdoa sempre, é encontrar a salvação; guardar o arrependimento dentro de si próprio, por muito profundo e sentido que seja, leva à perdição.
Por isso, penso, que de facto Judas é necessário nesta grandiosa história da salvação humana. Aprendemos, assim, que o perdão só nos pode vir da própria pessoa de Cristo, dele, que é o Caminho que vale a pena andar, a Verdade que interessa conhecer e a Vida que nos convém viver. (AMA, comentário sobre Jo 13, 21-33; 36-38, 2009.04.07)
Agradecimento: António Mexia Alves
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja
Sermões sobre o Evangelho de São João, 62, 63 (a partir da trad. En Calcat rev.)
«Molhando um bocado de pão, deu-o a Judas»
Quando o Senhor, Pão da Vida (Jo 6, 35), deu pão a este homem morto e marcado, entregando a quem traía o pão vivo, disse-lhe: «O que tens a fazer, fá-lo depressa». Não ordenava o crime; descobria o mal em Judas, e anunciava-nos o nosso bem. O facto de Cristo ser entregue não terá sido o pior para Judas e o melhor para nós? Por conseguinte, Judas prejudica-se, beneficiando-nos sem o saber.
«O que tens a fazer, fá-lo depressa.» Palavras de um homem que está pronto, não de um homem irritado. Palavras que não anunciam a punição de quem trai, mas a recompensa do Redentor, Daquele que resgata. Ao dizer: «O que tens a fazer, fá-lo depressa», Cristo, mais que condenar o crime de infidelidade, procura apressar a salvação dos crentes. «Foi entregue por causa das nossas faltas; como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela» (Rom 4, 25; Ef 5, 25). É isso que leva o apóstolo Paulo a dizer: «Amou-me e a Si mesmo Se entregou por mim» (Gal 2, 20). De facto, ninguém entregava Cristo se Ele mesmo não Se tivesse entregado. [...] Quando Judas O trai, é Cristo que Se entrega; um negocia a sua venda, o Outro o nosso resgate. «O que tens a fazer, fá-lo depressa»: não que tenhas poder para tal, mas porque é a vontade Daquele que pode tudo. [...]
«Tendo tomado o bocado de pão, saiu logo. Fazia-se noite». E aquele que saía era a noite. Então, quando a noite saiu, Jesus disse: «Agora o Filho do Homem foi glorificado!» «Um dia passa ao outro esta mensagem» (Sl 18, 3), ou seja, Cristo confiou-Se aos Seus discípulos para que O escutassem e O seguissem no amor. [...] Algo de semelhante acontecerá quando este mundo, vencido por Cristo, acabar. Então, o joio deixará de se misturar com o trigo, «então, os justos resplandecerão como o Sol, no Reino de seu Pai» (Mt 13, 43).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Sermões sobre o Evangelho de São João, 62, 63 (a partir da trad. En Calcat rev.)
«Molhando um bocado de pão, deu-o a Judas»
Quando o Senhor, Pão da Vida (Jo 6, 35), deu pão a este homem morto e marcado, entregando a quem traía o pão vivo, disse-lhe: «O que tens a fazer, fá-lo depressa». Não ordenava o crime; descobria o mal em Judas, e anunciava-nos o nosso bem. O facto de Cristo ser entregue não terá sido o pior para Judas e o melhor para nós? Por conseguinte, Judas prejudica-se, beneficiando-nos sem o saber.
«O que tens a fazer, fá-lo depressa.» Palavras de um homem que está pronto, não de um homem irritado. Palavras que não anunciam a punição de quem trai, mas a recompensa do Redentor, Daquele que resgata. Ao dizer: «O que tens a fazer, fá-lo depressa», Cristo, mais que condenar o crime de infidelidade, procura apressar a salvação dos crentes. «Foi entregue por causa das nossas faltas; como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela» (Rom 4, 25; Ef 5, 25). É isso que leva o apóstolo Paulo a dizer: «Amou-me e a Si mesmo Se entregou por mim» (Gal 2, 20). De facto, ninguém entregava Cristo se Ele mesmo não Se tivesse entregado. [...] Quando Judas O trai, é Cristo que Se entrega; um negocia a sua venda, o Outro o nosso resgate. «O que tens a fazer, fá-lo depressa»: não que tenhas poder para tal, mas porque é a vontade Daquele que pode tudo. [...]
«Tendo tomado o bocado de pão, saiu logo. Fazia-se noite». E aquele que saía era a noite. Então, quando a noite saiu, Jesus disse: «Agora o Filho do Homem foi glorificado!» «Um dia passa ao outro esta mensagem» (Sl 18, 3), ou seja, Cristo confiou-Se aos Seus discípulos para que O escutassem e O seguissem no amor. [...] Algo de semelhante acontecerá quando este mundo, vencido por Cristo, acabar. Então, o joio deixará de se misturar com o trigo, «então, os justos resplandecerão como o Sol, no Reino de seu Pai» (Mt 13, 43).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 30 de Março de 2010
São João 13,21-33.36-38
21 Tendo Jesus dito estas coisas, perturbou-Se em Seu espírito e declarou abertamente: «Em verdade, em verdade vos digo que um de vós Me há-de entregar».22 Olhavam, pois, os discípulos uns para os outros, não sabendo de quem falava.23 Ora um dos Seus discípulos, aquele que Jesus amava, estava recostado sobre o peito de Jesus.24 A este, Simão Pedro fez sinal, para lhe dizer: «De quem fala Ele?».25 Aquele discípulo, pois, tendo-se reclinado sobre o peito de Jesus, disse-Lhe: «Quem é, Senhor?».26 Jesus respondeu: «É aquele a quem Eu der o bocado que vou molhar». Molhando, pois, o bocado, deu-o a Judas Iscariotes, filho de Simão.27 Atrás do bocado, Satanás entrou nele. Jesus disse-lhe então: «O que tens a fazer, fá-lo depressa».28 Nenhum, porém, dos que estavam à mesa percebeu por que lhe dizia isto.29 Alguns, como Judas era o que tinha a bolsa, julgavam que Jesus lhe dissera: «Compra as coisas que nos são precisas para o dia da festa», ou: «Dá alguma coisa aos pobres».30 Ele, pois, tendo recebido o bocado, saiu imediatamente; era noite.31 Depois que ele saiu, Jesus disse: «Agora é glorificado o Filho do Homem, e Deus é glorificado n'Ele.32 Se Deus foi glorificado n'Ele, também Deus O glorificará em Si mesmo; e glorificá-l'O-á sem demora.33 Filhinhos, já pouco tempo estou convosco. Buscar-Me-eis, mas, assim como disse aos judeus: Para onde Eu vou, vós não podeis vir, também vos digo agora. 36 Simão Pedro disse-Lhe: «Senhor, para onde vais?». Jesus respondeu-lhe: «Para onde Eu vou, não podes tu agora seguir-Me, mas seguir-Me-ás mais tarde».37 Pedro disse-lhe: «Porque não posso eu seguir-Te agora? Darei a minha vida por Ti».38 Jesus respondeu-lhe: «Darás a tua vida por Mim? Em verdade, em verdade te digo: Não cantará o galo sem que Me tenhas negado três vezes.
21 Tendo Jesus dito estas coisas, perturbou-Se em Seu espírito e declarou abertamente: «Em verdade, em verdade vos digo que um de vós Me há-de entregar».22 Olhavam, pois, os discípulos uns para os outros, não sabendo de quem falava.23 Ora um dos Seus discípulos, aquele que Jesus amava, estava recostado sobre o peito de Jesus.24 A este, Simão Pedro fez sinal, para lhe dizer: «De quem fala Ele?».25 Aquele discípulo, pois, tendo-se reclinado sobre o peito de Jesus, disse-Lhe: «Quem é, Senhor?».26 Jesus respondeu: «É aquele a quem Eu der o bocado que vou molhar». Molhando, pois, o bocado, deu-o a Judas Iscariotes, filho de Simão.27 Atrás do bocado, Satanás entrou nele. Jesus disse-lhe então: «O que tens a fazer, fá-lo depressa».28 Nenhum, porém, dos que estavam à mesa percebeu por que lhe dizia isto.29 Alguns, como Judas era o que tinha a bolsa, julgavam que Jesus lhe dissera: «Compra as coisas que nos são precisas para o dia da festa», ou: «Dá alguma coisa aos pobres».30 Ele, pois, tendo recebido o bocado, saiu imediatamente; era noite.31 Depois que ele saiu, Jesus disse: «Agora é glorificado o Filho do Homem, e Deus é glorificado n'Ele.32 Se Deus foi glorificado n'Ele, também Deus O glorificará em Si mesmo; e glorificá-l'O-á sem demora.33 Filhinhos, já pouco tempo estou convosco. Buscar-Me-eis, mas, assim como disse aos judeus: Para onde Eu vou, vós não podeis vir, também vos digo agora. 36 Simão Pedro disse-Lhe: «Senhor, para onde vais?». Jesus respondeu-lhe: «Para onde Eu vou, não podes tu agora seguir-Me, mas seguir-Me-ás mais tarde».37 Pedro disse-lhe: «Porque não posso eu seguir-Te agora? Darei a minha vida por Ti».38 Jesus respondeu-lhe: «Darás a tua vida por Mim? Em verdade, em verdade te digo: Não cantará o galo sem que Me tenhas negado três vezes.
segunda-feira, 29 de março de 2010
Extremistas assassinam menino cristão de três anos idade no Iraque
O “L’Osservatore Romano” deu a conhecer hoje a lamentável noticia do assassinato de um menino de três anos, pertencente a uma família cristã, cuja morte se produziu em um atentado em Mosul, Iraque, no sábado dia 27 de Março.
A mãe e dois irmãos – conforme indica a agência noticiosa da Santa Sé Fides, que difere das notícias da agência Ankawa, que fala de três meninas – resultaram feridos depois da detonação de um explosivo colocado em sua casa.
Ao ser conduzidos ao hospital, o pequeno de três anos faleceu. Sobre este deplorável feito, o Arcebispo siro-católico de Mosul, D. George Casmoussa, manifestou à Fides que "os fiéis estão aterrorizados. Mas nossa palavra de ordem é esperar, sempre e em todo lugar" com fé e esperança.
(Fonte: ‘ACI Digital’ com edição de JPR)
A mãe e dois irmãos – conforme indica a agência noticiosa da Santa Sé Fides, que difere das notícias da agência Ankawa, que fala de três meninas – resultaram feridos depois da detonação de um explosivo colocado em sua casa.
Ao ser conduzidos ao hospital, o pequeno de três anos faleceu. Sobre este deplorável feito, o Arcebispo siro-católico de Mosul, D. George Casmoussa, manifestou à Fides que "os fiéis estão aterrorizados. Mas nossa palavra de ordem é esperar, sempre e em todo lugar" com fé e esperança.
(Fonte: ‘ACI Digital’ com edição de JPR)
Arcebispo de Nova Iorque: Bento XVI é líder na purificação e reforma da Igreja
O Arcebispo de Nova Iorque, D. Timothy Dolan, denunciou campanha difamatória "quase frenética" contra o Papa Bento XVI e ressaltou que o Santo Padre "é um líder na purificação, na reforma e a renovação da Igreja".
Na sua homilia da Missa de Domingo do Ramos na Catedral de São Patrício em Manhattan, o Prelado convidou a todos os fiéis a rezar pelo Pontífice.
(…)
O Arcebispo disse também que a tristeza é mais intensa "pelas graves insinuações contra o Santo Padre enquanto em certos ambientes se lançou uma campanha quase frenética para implicar este grande homem".
Para D. Dolan, os progressos da Igreja Católica para confrontar a realidade nos Estados Unidos nunca se deram "sem a insistência e o apoio do mesmo homem (o Papa) agora coroado todos os dias pelos espinhos da maldade que não têm nenhum fundamento".
(Fonte: ‘ACI Digital’ com edição de JPR)
Na sua homilia da Missa de Domingo do Ramos na Catedral de São Patrício em Manhattan, o Prelado convidou a todos os fiéis a rezar pelo Pontífice.
(…)
O Arcebispo disse também que a tristeza é mais intensa "pelas graves insinuações contra o Santo Padre enquanto em certos ambientes se lançou uma campanha quase frenética para implicar este grande homem".
Para D. Dolan, os progressos da Igreja Católica para confrontar a realidade nos Estados Unidos nunca se deram "sem a insistência e o apoio do mesmo homem (o Papa) agora coroado todos os dias pelos espinhos da maldade que não têm nenhum fundamento".
(Fonte: ‘ACI Digital’ com edição de JPR)
Toda a vida do Venerável João Paulo II decorreu sob o signo da caridade, da capacidade de doar-se com generosidade, sem reservas, sem medida...
“A regra da comunidade de Jesus é a regra do amor que sabe servir até ao dom da vida” – sublinhou Bento XVI, na homilia, comentando os textos da Missa desta segunda-feira da Semana Santa e aludindo ao testemunho do Papa Wojtyla, falecido há cinco anos.
Começando pela primeira leitura, em que o Profeta Isaías apresenta a figura de um “Servo de Deus” que é ao mesmo tempo o seu eleito e que sabe agir com uma firmeza inquebrantável, até que se encontre realizada a tarefa que lhe foi confiada, observou o Papa:
“Durante o seu longo pontificado, ele prodigalizou-se em proclamar o direito com firmeza, sem debilidades ou hesitações, sobretudo quando devia confrontar-se com resistências, hostilidades e recusas. Sabia que o Senhor o tinha tomado pela mão, e foi isso que lhe permitiu exercer um ministério muito fecundo pelo qual, uma vez mais, damos fervorosas graças a Deus”.
Passando depois a comentar o Evangelho da ceia em Betânia, com Lázaro, Marta e Maria, com o pressentimento da morte iminente, em que Maria unge os pés de Jesus com um perfumo de grande valor, Bento XVI fez notar que “o gesto de Maria é a expressão de uma grande fé e de um grande amor”:
“Maria oferece a Jesus o que tem de mais precioso, com um gesto de profunda devoção. O amor não calcula, não mede, não olha a despesas, não levanta barreiras, mas sabe dar com alegria, procura só o bem do outro, vence a mesquinhez, a mesquinhez, os ressentimentos, as durezas que o homem leva no seu coração”.
Maria coloca-se aos pés de Jesus em atitude de humildade e de serviço, como fará o próprio Mestre na Última Ceia – observou ainda o Papa.
“O significado do gesto de Maria , que é resposta ao Amor infinito de Deus, difunde-se entre todos os convidados. Todo e qualquer gesto de caridade e de autêntica devoção a Cristo não permanece um facto pessoal, não diz apenas respeito à relação entre o indivíduo e o Senhor, mas abarca todo o corpo que é a Igreja, é contagioso: infunde amor, alegria, luz”.
“Ao acto de Maria se contrapõem a atitude e as palavras de Judas, que, a pretexto da ajuda a prestar aos pobres, esconde o egoísmo e a falsidade do homem fechado em si mesmo, encadeado à avidez da posse… Judas calcula naquilo em que não se pode calcular, entra com espírito mesquinho no espaço que é do amor, do dom, da doação total. E Jesus, que até àquele momento tinha permanecido em silêncio, intervém a favor do gesto de Maria… Jesus compreende que Maria intuiu o amor de Deus e indica que já se aproxima a sua “hora”, a “hora” em que o Amor encontrará a sua expressão suprema sobre o lenho da Cruz. O Filho de Deus… desce aos abismos da morte para elevar o homem às alturas de Deus…
“Toda a vida do Venerável João Paulo II decorreu sob o signo desta caridade, da capacidade de doar-se com generosidade, sem reservas, sem medida, sem cálculos. O que o movia era o amor a Cristo, ao qual tinha consagrado a vida, um amor super-abundante e incondicionado. E foi precisamente porque se aproximou cada vez mais de Deus no amor que ele pôde tornar-se companheiro de viagem para o homem de hoje, derramando no mundo o perfume do Amor de Deus”.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Esta tarde Bento XVI presidirá na Basílica de São Pedro a Missa no quinto aniversário da morte de João Paulo II
Na tarde desta Segunda-feira, com inicio ás 18h00, Bento XVI presidirá, na Basílica de São Pedro, a uma missa em sufrágio pelo Papa João Paulo II, no quinto aniversário do seu falecimento.
Karol Wojtyla faleceu a 2 de Abril de 2005, mas este ano a data coincide com a Sexta-Feira Santa, motivo pelo qual a Missa foi antecipada.
Durante a oração dos fiéis, está previsto que se eleve, em polaco, a seguinte súplica: “Pelo venerável Papa João Paulo II, que serviu a Igreja até o limite das suas forças, para que, do céu, interceda para infundir a esperança que se realiza plenamente participando da glória da ressurreição”.
(Fonte: site Radio Vaticana)
S. Josemaría nesta data em 1947
A Câmara Municipal de Barbastro, sua cidade natal, nomeia-o Filho predilecto. Passados anos, numa carta dirigida ao Presidente da Câmara, datada de 28 de Março de 1971, escreve: “Sou muito barbastrense e procuro ser bom filho dos meus pais. Deixe-me dizer que a minha mãe e o meu pai, embora tivessem de sair dessa terra, inculcaram em nós, com a fé e a piedade, um carinho muito grande às terras banhadas pelo Vero e pelo Cinca”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Santidade
O segredo da santidade é a amizade com Cristo e a adesão fiel à sua vontade.
Bento XVI - Discurso aos seminaristas (19.Ago.05)
(in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, nº 34, Lucerna 2006)
Bento XVI - Discurso aos seminaristas (19.Ago.05)
(in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, nº 34, Lucerna 2006)
Os verdadeiros santos…
…são pessoas em tudo humanas e naturais, são aqueles em que o humano, mediante a transformação e a purificação pascais, vem à luz com toda a sua beleza original.
(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)
(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)
Muitos artistas desejam retomar o diálogo com a Igreja
O Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, D. Gianfranco Ravasi, assinalou que no último encontro do Papa Bento XVI com os artistas, “muitos deles nos pediram explicitamente renovar a colaboração e voltar a elaborar projectos comuns” com a Igreja.
“Acolhendo os numerosos artistas, procedentes dos diferentes continentes, percebemos claramente seu desejo e sua vontade de confrontar-se com a Igreja e com seu património espiritual, ideal e cultural, retomando o diálogo interrompido ou fragmentário da última fase histórica”, expressou o Prelado em diálogo com Gustavo Villavicencio, do jornal El Mercurio do Chile.
No diálogo, D. Ravasi assinalou que actualmente os cristãos estão menos presentes no mundo da arte, “comparado a outros momentos históricos”, devido a dois motivos fundamentais.
“Por uma parte, a Igreja, pensemos sobre tudo nos últimos dois séculos, encerrou-se às vezes em si mesma, desinteressando-se dos fenómenos culturais e das tendências que actuam intensamente nas pessoas e nas consciências; por outro lado, não faltaram, e não faltam ainda, correntes filosóficas, políticas, económicas e culturais que obstaculizam a acção da Igreja e actuam para marginá-la e privá-la de qualquer possibilidade de comunicação e intervenção nas sociedades”, indicou.
A autoridade da Santa Sé destacou a importância do decoro na arte e a liturgia e explicou que “na história da Igreja e da arte cristã encontramos duas correntes fundamentais, ambas importantes e certamente complementares: uma primeira corrente sustenta que a beleza e a riqueza das obras de arte reenvia à Beleza mesma de Deus”.
“A outra, em troca, propõe a essencialidade e a simplicidade das formas para que emirja ainda mais a absoluta beleza de Deus. Evidentemente, as duas possibilidades correspondem a sensibilidades e contextos culturais e artísticos diferentes”, finalizou.
(Fonte: ‘ACI Digital’)
“Acolhendo os numerosos artistas, procedentes dos diferentes continentes, percebemos claramente seu desejo e sua vontade de confrontar-se com a Igreja e com seu património espiritual, ideal e cultural, retomando o diálogo interrompido ou fragmentário da última fase histórica”, expressou o Prelado em diálogo com Gustavo Villavicencio, do jornal El Mercurio do Chile.
No diálogo, D. Ravasi assinalou que actualmente os cristãos estão menos presentes no mundo da arte, “comparado a outros momentos históricos”, devido a dois motivos fundamentais.
“Por uma parte, a Igreja, pensemos sobre tudo nos últimos dois séculos, encerrou-se às vezes em si mesma, desinteressando-se dos fenómenos culturais e das tendências que actuam intensamente nas pessoas e nas consciências; por outro lado, não faltaram, e não faltam ainda, correntes filosóficas, políticas, económicas e culturais que obstaculizam a acção da Igreja e actuam para marginá-la e privá-la de qualquer possibilidade de comunicação e intervenção nas sociedades”, indicou.
A autoridade da Santa Sé destacou a importância do decoro na arte e a liturgia e explicou que “na história da Igreja e da arte cristã encontramos duas correntes fundamentais, ambas importantes e certamente complementares: uma primeira corrente sustenta que a beleza e a riqueza das obras de arte reenvia à Beleza mesma de Deus”.
“A outra, em troca, propõe a essencialidade e a simplicidade das formas para que emirja ainda mais a absoluta beleza de Deus. Evidentemente, as duas possibilidades correspondem a sensibilidades e contextos culturais e artísticos diferentes”, finalizou.
(Fonte: ‘ACI Digital’)
Seminário de Port-au-Prince retomará a sua actividade logo após a Semana Santa
O Arcebispo de Cap-Haitien e Presidente da Conferência Episcopal Haitiana, D. Louis Kébreau, deu a conhecer que ao final da Semana Santa o Seminário Maior de Porto Príncipe retomará suas actividades interrompidas logo do terramoto que devastou o país o passado 12 de Janeiro.
Conforme explicou o Prelado em Königstein (Alemanha) aos colaboradores da organização católica internacional “Ajuda à Igreja que Sofre” (Kirche in not), “os seminaristas, procedentes de várias dioceses haitianas, e os docentes alojar-se-ão de forma provisória em tendas campanha. Este novo começo representa um sinal de esperança para este país destruído e traumatizado”.
O Arcebispo assinalou ademais que “muita gente vai aos sacerdotes em busca de consolo e ajuda, e os haitianos ainda se encontram em estado de choque pela perda do cônjuge, dos filhos ou de outros familiares. Além disso, centenas de milhares de pessoas perderam tudo”.
“Também a Igreja perdeu a muitos de seus colaboradores (religiosas, bispos e sacerdotes). Entre os mortos também estão trinta dos 260 seminaristas do Haiti”, adicionou.
Entretanto, o Prelado indicou que “pouco a pouco a normalidade se vai reinstalando, mas está claro que superar as consequências do terramoto levará ainda muito tempo: Nós apenas começámos”, disse.
Depois do terramoto de 12 de Janeiro de 2010, Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) pôs à disposição da Igreja haitiana uma ajuda de 70 mil dólares. Posteriormente, transferiram-se outros 100 mil dólares para a aquisição de medicamentos, roupa e mantimentos para os 230 futuros sacerdotes do Seminário Maior na capital.
(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação e edição de JPR)
Conforme explicou o Prelado em Königstein (Alemanha) aos colaboradores da organização católica internacional “Ajuda à Igreja que Sofre” (Kirche in not), “os seminaristas, procedentes de várias dioceses haitianas, e os docentes alojar-se-ão de forma provisória em tendas campanha. Este novo começo representa um sinal de esperança para este país destruído e traumatizado”.
O Arcebispo assinalou ademais que “muita gente vai aos sacerdotes em busca de consolo e ajuda, e os haitianos ainda se encontram em estado de choque pela perda do cônjuge, dos filhos ou de outros familiares. Além disso, centenas de milhares de pessoas perderam tudo”.
“Também a Igreja perdeu a muitos de seus colaboradores (religiosas, bispos e sacerdotes). Entre os mortos também estão trinta dos 260 seminaristas do Haiti”, adicionou.
Entretanto, o Prelado indicou que “pouco a pouco a normalidade se vai reinstalando, mas está claro que superar as consequências do terramoto levará ainda muito tempo: Nós apenas começámos”, disse.
Depois do terramoto de 12 de Janeiro de 2010, Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) pôs à disposição da Igreja haitiana uma ajuda de 70 mil dólares. Posteriormente, transferiram-se outros 100 mil dólares para a aquisição de medicamentos, roupa e mantimentos para os 230 futuros sacerdotes do Seminário Maior na capital.
(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação e edição de JPR)
CONHECER BENTO XVI - A Eucaristia, eixo da vida cristã
O cristão não pode viver sem a Eucaristia, diz Bento XVI na Exortação Apostólica "Sacramentum caritatis", que recolhe as conclusões do Sínodo dos Bispos realizado em Outubro de 2005. O Papa sublinha que a Eucaristia - alimento do homem faminto de verdade e de liberdade - deve influir em toda a vida do cristão, em todas as suas actuações públicas. E como "a melhor catequese sobre a Eucaristia é a própria Eucaristia bem celebrada", dedica particular atenção aos aspectos litúrgicos.
A Exortação Apostólica Sacramentum caritatis, datada de 22 de Fevereiro de 2007, é o segundo documento de envergadura publicado pelo Papa, após a encíclica Deus caritas est, com a qual está intimamente relacionada, como se pode deduzir do próprio título (tirado de uma expressão de S. Tomás de Aquino). O seu fio condutor é «a Eucaristia, fonte e ápice da vida da Igreja», que justifica a multiplicidade dos temas abordados nas suas cento e trinta páginas (28.000 palavras).
Está dividida em três grandes partes: Eucaristia, mistério acreditado; Eucaristia, mistério celebrado; Eucaristia, mistério vivido.
A intrínseca unidade destes três aspectos é um dos pontos-chave do texto. O objectivo do Papa é "suscitar na Igreja um novo impulso e fervor pela Eucaristia", em continuidade com o recente magistério da Igreja e concretamente com a encíclica Ecclesia de Eucharistia (2003) de João Paulo II.
Eucaristia, mistério acreditado
Um tema tão central para a vida da Igreja e dos cristãos não podia deixar de ser tratado com profundidade através dos séculos. Não eram de esperar, portanto, novidades doutrinais neste documento. A sua riqueza consiste em apresentar o património doutrinal com novo vigor e como eixo em torno do qual tudo gira. "Quanto mais viva for a fé eucarística no povo de Deus, mais profunda será a sua participação na vida eclesial por meio duma adesão convicta à missão que Cristo confiou aos seus discípulos. Testemunha-o a própria história da Igreja: toda a grande reforma está, de algum modo, ligada à redescoberta da fé na presença eucarística do Senhor no meio do seu povo".
A Igreja, "universal sacramento de salvação", exprime-se nos sete sacramentos, "pelos quais a graça de Deus influencia concretamente a existência dos fiéis para que toda a sua vida, redimida por Cristo, se torne culto agradável a Deus".
O Papa mostra a relação que tem cada um dos sete sacramentos com o mistério eucarístico e indica que o caminho de iniciação cristã tem como ponto de referência a possibilidade de aceder a este sacramento. Daqui deriva a necessidade de sublinhar o vínculo estreito que há entre Baptismo, Confirmação e Eucaristia. Do ponto de vista pastoral, observa o Papa, é necessário verificar se a sequência na administração destes sacramentos é a adequada (efectivamente, nalguns lugares a Confirmação recebe-se em último lugar, o que poderá obscurecer a realidade de que "somos baptizados e crismados em ordem à Eucaristia").
Confissão e indulgências
No que diz respeito à confissão é muito útil para os fiéis "recordar-lhes os elementos que, no rito da Santa Missa, explicitam a consciência do próprio pecado e, simultaneamente, da misericórdia de Deus. Além disso, a relação entre a Eucaristia e a Reconciliação recorda-nos que o pecado nunca é uma realidade exclusivamente individual, mas inclui sempre uma ferida no seio da comunhão eclesial, na qual nos encontramos inseridos pelo Baptismo".
"O Sínodo lembrou que é dever pastoral do Bispo promover na sua diocese uma decisiva recuperação da pedagogia da conversão que nasce da Eucaristia e favorecer, entre os fiéis, a confissão frequente", a cuja administração se devem dedicar todos os sacerdotes com generosidade, empenho e competência. "A propósito, procure-se que, nas nossas igrejas, os confessionários sejam bem visíveis e expressivos do significado deste sacramento. Peço aos pastores que vigiem atentamente sobre a celebração do sacramento da Reconciliação, limitando a prática da absolvição geral exclusivamente aos casos previstos".
O Papa constata a influência de "uma cultura que tende a apagar o sentido do pecado, favorecendo uma atitude superficial que leva a esquecer a necessidade de estar na graça de Deus para se aproximar dignamente da comunhão sacramental".
Também é de grande eficácia pastoral o recurso às indulgências, com as quais se ganha "a remissão, perante Deus, da pena temporal devida aos pecados, cuja culpa já foi apagada". Ajuda-nos a compreender que "não somos capazes, só com as nossas forças, de reparar o mal cometido e que os pecados de cada um causam dano a toda a comunidade". A prática das indulgências ajuda a descobrir o carácter central da Eucaristia na vida cristã, "dado que a forma própria da indulgência prevê, entre as condições requeridas, abeirar-se da Confissão e da Comunhão sacramental".
Sacerdócio e celibato
Depois de recomendar o costume do Viático, a comunhão levada aos doentes, o Papa expõe a relação da Eucaristia com a Ordem sacerdotal, condição indispensável para a celebração válida da Eucaristia. Os sacerdotes actuam na celebração litúrgica em nome de toda a Igreja; portanto, "nunca devem colocar em primeiro plano a sua pessoa nem as suas opiniões, mas Jesus Cristo".
O sentido do celibato sacerdotal ocupa um amplo espaço no documento. "Os padres sinodais quiseram sublinhar como o sacerdócio ministerial requer, através da ordenação, a plena configuração a Cristo. Embora respeitando a prática e tradição oriental diferente, é necessário reiterar o sentido profundo do celibato sacerdotal, justamente considerado uma riqueza inestimável e confirmado também pela prática oriental de escolher os bispos apenas de entre aqueles que vivem em celibato, indício da grande honra em que ela tem a opção do celibato, feita por numerosos presbíteros".
O Papa diz que o ponto de referência para entender o sentido do celibato é "o facto de que o próprio Cristo, eterno sacerdote, ter vivido a sua missão até ao sacrifício da cruz, no estado de virgindade". Assim, pois, "não é suficiente compreender o celibato sacerdotal em termos meramente funcionais; na realidade, constitui uma especial conformação ao estilo de vida do próprio Cristo".
"Em sintonia com a grande tradição eclesial, com o Concílio Vaticano II e com os Sumos Pontífices meus predecessores, corroboro a beleza e a importância duma vida sacerdotal vivida no celibato como sinal expressivo de dedicação total e exclusiva a Cristo, à Igreja e ao Reino de Deus, e, consequentemente, confirmo a sua obrigatoriedade para a tradição latina. O celibato sacerdotal, vivido com maturidade, alegria e dedicação, é uma bênção enorme para a Igreja e para a própria sociedade".
Os problemas de escassez de clero não podem levar a aceitar candidatos sem os requisitos necessários para a ordenação sacerdotal. "Um clero não suficientemente formado e admitido à ordenação sem o necessário discernimento dificilmente poderá oferecer um testemunho capaz de suscitar noutros o desejo de generosa correspondência à vocação de Cristo". Sobretudo, é preciso "ter a coragem de propor aos jovens o seguimento radical de Cristo, mostrando-lhes o seu encanto". E ter maior confiança na iniciativa divina, em que "Cristo continua a suscitar homens que não hesitam em abandonar qualquer outra ocupação para se dedicarem totalmente à celebração dos mistérios sagrados, à pregação do Evangelho e ao ministério pastoral".
Matrimónio e situações irregulares
Outro grande espaço está dedicado ao Matrimónio, à raiz antropológica e teológica da sua indissolubilidade e às situações irregulares. O Papa refere como na teologia de S. Paulo "o amor esponsal é sinal sacramental do amor de Cristo pela sua Igreja, um amor que tem o seu ponto culminante na cruz, expressão das suas 'núpcias' com a humanidade e, ao mesmo tempo, origem e centro da Eucaristia".
"O vínculo fiel, indissolúvel e exclusivo que une Cristo e a Igreja e tem expressão sacramental na Eucaristia, está de harmonia com o dado antropológico primordial segundo o qual o homem deve unir-se de modo definitivo com uma só mulher, e vice-versa". "Se a Eucaristia exprime a irreversibilidade do amor de Deus em Cristo pela sua Igreja, compreende-se por que motivo a mesma implique, relativamente ao sacramento do Matrimónio, aquela indissolubilidade a que todo o amor verdadeiro não pode deixar de aspirar".
O Papa qualifica de "problema pastoral espinhoso e complexo" a situação dos fiéis que, depois de terem celebrado o sacramento do Matrimónio, se divorciaram e contraíram novas núpcias. "O Sínodo dos Bispos confirmou a prática da Igreja, fundada na Sagrada Escritura, de não admitir aos sacramentos os divorciados que voltaram a casar, porque o seu estado e condição de vida contradizem objectivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja que é significada e realizada na Eucaristia".
Todavia, essas pessoas continuam a pertencer à Igreja, que as "acompanha com especial solicitude na esperança de que cultivem, quanto possível, um estilo cristão de vida". Nos casos em que surgirem dúvidas legítimas sobre a validade do Matrimónio, deve fazer-se tudo o que for necessário para verificar o seu fundamento. Nestas situações é preciso evitar que a preocupação pastoral seja vista em contraposição ao direito. "Deve-se partir do pressuposto que o ponto fundamental de encontro entre direito e pastoral é o amor pela verdade". Por isto, quando não se reconhece a nulidade do vínculo matrimonial e se verificam as condições objectivas que tornam realmente irreversível a convivência, "a Igreja encoraja estes fiéis a esforçarem-se por viver a sua relação segundo as exigências da lei de Deus, como amigos, como irmão e irmã; deste modo poderão novamente abeirar-se da mesa eucarística, com os cuidados previstos por uma comprovada prática eclesial. Para que tal caminho se torne possível e dê frutos, deve ser apoiado pela ajuda dos pastores e por adequadas iniciativas eclesiais, evitando, em todo o caso, abençoar estas relações para que não surjam entre os fiéis confusões acerca do valor do matrimónio".
Mistério celebrado
A segunda parte do documento está dedicada à celebração da Eucaristia. Destaca o sentido da liturgia e da sua beleza, revê as partes da Missa e propõe a redescoberta da adoração eucarística. Neste percurso não faltam indicações concretas sobre alguns aspectos pontuais. Uma ideia de fundo, presente em todo o texto, é que a renovação litúrgica querida pelo II Concílio do Vaticano, deve ser lida em continuidade com a tradição litúrgica da Igreja, isto é, "dentro da unidade que caracteriza o desenvolvimento histórico do próprio rito, sem introduzir artificiosas rupturas".
A relação entre mistério acreditado e mistério celebrado manifesta-se, de modo peculiar no valor teológico e litúrgico da beleza, vista não como mero esteticismo. "A beleza não é um factor decorativo da acção litúrgica, mas seu elemento constitutivo, enquanto atributo do próprio Deus e da sua revelação. Tudo isto nos há-de tornar conscientes da atenção que se deve prestar à acção litúrgica para que brilhe segundo a sua própria natureza". Visto que a liturgia eucarística é essencialmente acção de Deus, que nos envolve em Jesus por meio do Espírito, "o seu fundamento não está à mercê do nosso arbítrio e não pode suportar a chantagem das modas passageiras".
"Durante os trabalhos sinodais, foi várias vezes recomendada a necessidade de superar toda e qualquer separação entre a ars celebrandi, isto é, a arte de celebrar rectamente) e a participação plena, activa e frutuosa de todos os fiéis: com efeito, o primeiro modo de favorecer a participação do povo de Deus no rito sagrado é a condigna celebração do mesmo".
Gosto pela beleza
Da profunda ligação entre beleza e liturgia passa à consideração da importância de todas as expressões artísticas colocadas ao serviço da celebração: a arquitectura dos templos, a arte sacra, os paramentos e a decoração. O Papa diz que é necessário que em tudo quanto tenha a ver com a Eucaristia, haja gosto pela beleza que fomente o assombro pelo mistério de Deus, manifeste a unidade da fé e reforce a devoção.
Ocupa lugar de destaque o canto litúrgico, que "deve integrar-se na forma própria da celebração". Neste sentido, é necessário evitar a improvisação genérica ou a introdução de géneros musicais que não respeitem o sentido da liturgia". E embora tendo em conta as diferentes tendências e tradições, "desejo - como foi pedido pelos padres sinodais - que se valorize adequadamente o canto gregoriano, como canto próprio da liturgia romana".
Nesse contexto, o Papa recomenda - em sintonia com as directrizes do II Concílio do Vaticano - o uso da língua latina, especialmente nas celebrações que têm lugar durante encontros internacionais. "A nível geral, peço que os futuros sacerdotes sejam preparados, desde o tempo do seminário, para compreender e celebrar a Santa Missa em latim, bem como para usar textos latinos e entoar o canto gregoriano; nem se descure a possibilidade de formar os próprios fiéis para saberem, em latim, as orações mais comuns e cantarem, em gregoriano, determinadas partes da liturgia".
O ponto de referência para entender o sentido do celibato é o facto de o próprio Cristo, eterno sacerdote, ter vivido a sua missão até ao sacrifício da cruz, no estado de virgindade".
Viver segundo o domingo
A relação da Eucaristia com a vida quotidiana do cristão é o tema da terceira parte do documento. "O culto a Deus na existência humana não pode ser relegado para um momento particular e privado, mas tende, por sua natureza, a permear cada aspecto da realidade do indivíduo. Assim, o culto agradável a Deus torna-se uma nova maneira de viver todas as circunstâncias da existência, na qual cada particular fica exaltado porque vivido dentro do relacionamento com Cristo e como oferta a Deus".
Os cristãos "devem cultivar o desejo de ver a Eucaristia influir cada vez mais profundamente na sua existência quotidiana, levando-os a serem testemunhas reconhecidas como tais no próprio ambiente de trabalho e na sociedade inteira".
Trata-se de «viver segundo o domingo», em frase de Santo Inácio de Antioquia. Portanto, um primeiro passo será a prática do preceito dominical e a recuperação do sentido do domingo, que em si mesmo merece ser santificado para que não acabe por ficar um dia «vazio de Deus»". "É no dia consagrado a Deus que o ser humano compreende o sentido da sua existência e também do trabalho".
O Papa salienta que os padres sinodais afirmaram que "os fiéis cristãos precisam de uma compreensão mais profunda das relações entre a Eucaristia e a vida quotidiana. A espiritualidade eucarística não é apenas participação na Missa e devoção ao Santíssimo Sacramento; mas abraça a vida inteira".
Com efeito, acrescenta o Papa, "hoje torna-se necessário redescobrir que Jesus Cristo não é uma simples convicção privada ou uma doutrina abstracta, mas uma pessoa real cuja inserção na história é capaz de renovar a vida de todos. Por isso, a Eucaristia, enquanto fonte e ápice da vida e missão da Igreja, deve traduzir-se em espiritualidade, em vida «segundo o Espírito»".
Coerência eucarística
Os cristãos "devem cultivar o desejo de ver a Eucaristia influir cada vez mais profundamente na sua existência quotidiana, levando-os a serem testemunhas reconhecidas como tais no próprio ambiente de trabalho e na sociedade inteira".
Esta "coerência eucarística" exige também o testemunho público da própria fé. "Evidentemente isto vale para todos os baptizados, mas impõe-se com particular premência a quantos, pela posição social ou política que ocupam, devem tomar decisões sobre valores fundamentais como o respeito e defesa da vida humana desde a concepção até à morte natural, a família fundada sobre o matrimónio, entre um homem e uma mulher, a liberdade de educação dos filhos e a promoção do bem comum em todas as suas formas. Estes são valores não negociáveis. Por isso, cientes da sua grave responsabilidade social, os políticos e os legisladores católicos devem sentir-se particularmente interpelados pela sua consciência rectamente formada a apresentar e apoiar leis inspiradas nos valores impressos na natureza humana".
O Papa conclui recordando o exemplo dos primeiros cristãos, quando o culto cristão era ainda proibido. "Alguns cristãos do Norte de África, que se sentiam obrigados a celebrar o dia do Senhor, desafiaram tal proibição. Foram martirizados enquanto declaravam que não lhes era possível viver sem a Eucaristia, alimento do Senhor: «Sine dominico non possumos (...)» Também nós não podemos viver sem participar no sacramento da nossa salvação e desejamos ser iuxta dominicam viventes, isto é, traduzir na vida o que celebramos no dia do Senhor".
In Aceprensa, 32/07, na versão impressa
A Exortação Apostólica Sacramentum caritatis, datada de 22 de Fevereiro de 2007, é o segundo documento de envergadura publicado pelo Papa, após a encíclica Deus caritas est, com a qual está intimamente relacionada, como se pode deduzir do próprio título (tirado de uma expressão de S. Tomás de Aquino). O seu fio condutor é «a Eucaristia, fonte e ápice da vida da Igreja», que justifica a multiplicidade dos temas abordados nas suas cento e trinta páginas (28.000 palavras).
Está dividida em três grandes partes: Eucaristia, mistério acreditado; Eucaristia, mistério celebrado; Eucaristia, mistério vivido.
A intrínseca unidade destes três aspectos é um dos pontos-chave do texto. O objectivo do Papa é "suscitar na Igreja um novo impulso e fervor pela Eucaristia", em continuidade com o recente magistério da Igreja e concretamente com a encíclica Ecclesia de Eucharistia (2003) de João Paulo II.
Eucaristia, mistério acreditado
Um tema tão central para a vida da Igreja e dos cristãos não podia deixar de ser tratado com profundidade através dos séculos. Não eram de esperar, portanto, novidades doutrinais neste documento. A sua riqueza consiste em apresentar o património doutrinal com novo vigor e como eixo em torno do qual tudo gira. "Quanto mais viva for a fé eucarística no povo de Deus, mais profunda será a sua participação na vida eclesial por meio duma adesão convicta à missão que Cristo confiou aos seus discípulos. Testemunha-o a própria história da Igreja: toda a grande reforma está, de algum modo, ligada à redescoberta da fé na presença eucarística do Senhor no meio do seu povo".
A Igreja, "universal sacramento de salvação", exprime-se nos sete sacramentos, "pelos quais a graça de Deus influencia concretamente a existência dos fiéis para que toda a sua vida, redimida por Cristo, se torne culto agradável a Deus".
O Papa mostra a relação que tem cada um dos sete sacramentos com o mistério eucarístico e indica que o caminho de iniciação cristã tem como ponto de referência a possibilidade de aceder a este sacramento. Daqui deriva a necessidade de sublinhar o vínculo estreito que há entre Baptismo, Confirmação e Eucaristia. Do ponto de vista pastoral, observa o Papa, é necessário verificar se a sequência na administração destes sacramentos é a adequada (efectivamente, nalguns lugares a Confirmação recebe-se em último lugar, o que poderá obscurecer a realidade de que "somos baptizados e crismados em ordem à Eucaristia").
Confissão e indulgências
No que diz respeito à confissão é muito útil para os fiéis "recordar-lhes os elementos que, no rito da Santa Missa, explicitam a consciência do próprio pecado e, simultaneamente, da misericórdia de Deus. Além disso, a relação entre a Eucaristia e a Reconciliação recorda-nos que o pecado nunca é uma realidade exclusivamente individual, mas inclui sempre uma ferida no seio da comunhão eclesial, na qual nos encontramos inseridos pelo Baptismo".
"O Sínodo lembrou que é dever pastoral do Bispo promover na sua diocese uma decisiva recuperação da pedagogia da conversão que nasce da Eucaristia e favorecer, entre os fiéis, a confissão frequente", a cuja administração se devem dedicar todos os sacerdotes com generosidade, empenho e competência. "A propósito, procure-se que, nas nossas igrejas, os confessionários sejam bem visíveis e expressivos do significado deste sacramento. Peço aos pastores que vigiem atentamente sobre a celebração do sacramento da Reconciliação, limitando a prática da absolvição geral exclusivamente aos casos previstos".
O Papa constata a influência de "uma cultura que tende a apagar o sentido do pecado, favorecendo uma atitude superficial que leva a esquecer a necessidade de estar na graça de Deus para se aproximar dignamente da comunhão sacramental".
Também é de grande eficácia pastoral o recurso às indulgências, com as quais se ganha "a remissão, perante Deus, da pena temporal devida aos pecados, cuja culpa já foi apagada". Ajuda-nos a compreender que "não somos capazes, só com as nossas forças, de reparar o mal cometido e que os pecados de cada um causam dano a toda a comunidade". A prática das indulgências ajuda a descobrir o carácter central da Eucaristia na vida cristã, "dado que a forma própria da indulgência prevê, entre as condições requeridas, abeirar-se da Confissão e da Comunhão sacramental".
Sacerdócio e celibato
Depois de recomendar o costume do Viático, a comunhão levada aos doentes, o Papa expõe a relação da Eucaristia com a Ordem sacerdotal, condição indispensável para a celebração válida da Eucaristia. Os sacerdotes actuam na celebração litúrgica em nome de toda a Igreja; portanto, "nunca devem colocar em primeiro plano a sua pessoa nem as suas opiniões, mas Jesus Cristo".
O sentido do celibato sacerdotal ocupa um amplo espaço no documento. "Os padres sinodais quiseram sublinhar como o sacerdócio ministerial requer, através da ordenação, a plena configuração a Cristo. Embora respeitando a prática e tradição oriental diferente, é necessário reiterar o sentido profundo do celibato sacerdotal, justamente considerado uma riqueza inestimável e confirmado também pela prática oriental de escolher os bispos apenas de entre aqueles que vivem em celibato, indício da grande honra em que ela tem a opção do celibato, feita por numerosos presbíteros".
O Papa diz que o ponto de referência para entender o sentido do celibato é "o facto de que o próprio Cristo, eterno sacerdote, ter vivido a sua missão até ao sacrifício da cruz, no estado de virgindade". Assim, pois, "não é suficiente compreender o celibato sacerdotal em termos meramente funcionais; na realidade, constitui uma especial conformação ao estilo de vida do próprio Cristo".
"Em sintonia com a grande tradição eclesial, com o Concílio Vaticano II e com os Sumos Pontífices meus predecessores, corroboro a beleza e a importância duma vida sacerdotal vivida no celibato como sinal expressivo de dedicação total e exclusiva a Cristo, à Igreja e ao Reino de Deus, e, consequentemente, confirmo a sua obrigatoriedade para a tradição latina. O celibato sacerdotal, vivido com maturidade, alegria e dedicação, é uma bênção enorme para a Igreja e para a própria sociedade".
Os problemas de escassez de clero não podem levar a aceitar candidatos sem os requisitos necessários para a ordenação sacerdotal. "Um clero não suficientemente formado e admitido à ordenação sem o necessário discernimento dificilmente poderá oferecer um testemunho capaz de suscitar noutros o desejo de generosa correspondência à vocação de Cristo". Sobretudo, é preciso "ter a coragem de propor aos jovens o seguimento radical de Cristo, mostrando-lhes o seu encanto". E ter maior confiança na iniciativa divina, em que "Cristo continua a suscitar homens que não hesitam em abandonar qualquer outra ocupação para se dedicarem totalmente à celebração dos mistérios sagrados, à pregação do Evangelho e ao ministério pastoral".
Matrimónio e situações irregulares
Outro grande espaço está dedicado ao Matrimónio, à raiz antropológica e teológica da sua indissolubilidade e às situações irregulares. O Papa refere como na teologia de S. Paulo "o amor esponsal é sinal sacramental do amor de Cristo pela sua Igreja, um amor que tem o seu ponto culminante na cruz, expressão das suas 'núpcias' com a humanidade e, ao mesmo tempo, origem e centro da Eucaristia".
"O vínculo fiel, indissolúvel e exclusivo que une Cristo e a Igreja e tem expressão sacramental na Eucaristia, está de harmonia com o dado antropológico primordial segundo o qual o homem deve unir-se de modo definitivo com uma só mulher, e vice-versa". "Se a Eucaristia exprime a irreversibilidade do amor de Deus em Cristo pela sua Igreja, compreende-se por que motivo a mesma implique, relativamente ao sacramento do Matrimónio, aquela indissolubilidade a que todo o amor verdadeiro não pode deixar de aspirar".
O Papa qualifica de "problema pastoral espinhoso e complexo" a situação dos fiéis que, depois de terem celebrado o sacramento do Matrimónio, se divorciaram e contraíram novas núpcias. "O Sínodo dos Bispos confirmou a prática da Igreja, fundada na Sagrada Escritura, de não admitir aos sacramentos os divorciados que voltaram a casar, porque o seu estado e condição de vida contradizem objectivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja que é significada e realizada na Eucaristia".
Todavia, essas pessoas continuam a pertencer à Igreja, que as "acompanha com especial solicitude na esperança de que cultivem, quanto possível, um estilo cristão de vida". Nos casos em que surgirem dúvidas legítimas sobre a validade do Matrimónio, deve fazer-se tudo o que for necessário para verificar o seu fundamento. Nestas situações é preciso evitar que a preocupação pastoral seja vista em contraposição ao direito. "Deve-se partir do pressuposto que o ponto fundamental de encontro entre direito e pastoral é o amor pela verdade". Por isto, quando não se reconhece a nulidade do vínculo matrimonial e se verificam as condições objectivas que tornam realmente irreversível a convivência, "a Igreja encoraja estes fiéis a esforçarem-se por viver a sua relação segundo as exigências da lei de Deus, como amigos, como irmão e irmã; deste modo poderão novamente abeirar-se da mesa eucarística, com os cuidados previstos por uma comprovada prática eclesial. Para que tal caminho se torne possível e dê frutos, deve ser apoiado pela ajuda dos pastores e por adequadas iniciativas eclesiais, evitando, em todo o caso, abençoar estas relações para que não surjam entre os fiéis confusões acerca do valor do matrimónio".
Mistério celebrado
A segunda parte do documento está dedicada à celebração da Eucaristia. Destaca o sentido da liturgia e da sua beleza, revê as partes da Missa e propõe a redescoberta da adoração eucarística. Neste percurso não faltam indicações concretas sobre alguns aspectos pontuais. Uma ideia de fundo, presente em todo o texto, é que a renovação litúrgica querida pelo II Concílio do Vaticano, deve ser lida em continuidade com a tradição litúrgica da Igreja, isto é, "dentro da unidade que caracteriza o desenvolvimento histórico do próprio rito, sem introduzir artificiosas rupturas".
A relação entre mistério acreditado e mistério celebrado manifesta-se, de modo peculiar no valor teológico e litúrgico da beleza, vista não como mero esteticismo. "A beleza não é um factor decorativo da acção litúrgica, mas seu elemento constitutivo, enquanto atributo do próprio Deus e da sua revelação. Tudo isto nos há-de tornar conscientes da atenção que se deve prestar à acção litúrgica para que brilhe segundo a sua própria natureza". Visto que a liturgia eucarística é essencialmente acção de Deus, que nos envolve em Jesus por meio do Espírito, "o seu fundamento não está à mercê do nosso arbítrio e não pode suportar a chantagem das modas passageiras".
"Durante os trabalhos sinodais, foi várias vezes recomendada a necessidade de superar toda e qualquer separação entre a ars celebrandi, isto é, a arte de celebrar rectamente) e a participação plena, activa e frutuosa de todos os fiéis: com efeito, o primeiro modo de favorecer a participação do povo de Deus no rito sagrado é a condigna celebração do mesmo".
Gosto pela beleza
Da profunda ligação entre beleza e liturgia passa à consideração da importância de todas as expressões artísticas colocadas ao serviço da celebração: a arquitectura dos templos, a arte sacra, os paramentos e a decoração. O Papa diz que é necessário que em tudo quanto tenha a ver com a Eucaristia, haja gosto pela beleza que fomente o assombro pelo mistério de Deus, manifeste a unidade da fé e reforce a devoção.
Ocupa lugar de destaque o canto litúrgico, que "deve integrar-se na forma própria da celebração". Neste sentido, é necessário evitar a improvisação genérica ou a introdução de géneros musicais que não respeitem o sentido da liturgia". E embora tendo em conta as diferentes tendências e tradições, "desejo - como foi pedido pelos padres sinodais - que se valorize adequadamente o canto gregoriano, como canto próprio da liturgia romana".
Nesse contexto, o Papa recomenda - em sintonia com as directrizes do II Concílio do Vaticano - o uso da língua latina, especialmente nas celebrações que têm lugar durante encontros internacionais. "A nível geral, peço que os futuros sacerdotes sejam preparados, desde o tempo do seminário, para compreender e celebrar a Santa Missa em latim, bem como para usar textos latinos e entoar o canto gregoriano; nem se descure a possibilidade de formar os próprios fiéis para saberem, em latim, as orações mais comuns e cantarem, em gregoriano, determinadas partes da liturgia".
O ponto de referência para entender o sentido do celibato é o facto de o próprio Cristo, eterno sacerdote, ter vivido a sua missão até ao sacrifício da cruz, no estado de virgindade".
Viver segundo o domingo
A relação da Eucaristia com a vida quotidiana do cristão é o tema da terceira parte do documento. "O culto a Deus na existência humana não pode ser relegado para um momento particular e privado, mas tende, por sua natureza, a permear cada aspecto da realidade do indivíduo. Assim, o culto agradável a Deus torna-se uma nova maneira de viver todas as circunstâncias da existência, na qual cada particular fica exaltado porque vivido dentro do relacionamento com Cristo e como oferta a Deus".
Os cristãos "devem cultivar o desejo de ver a Eucaristia influir cada vez mais profundamente na sua existência quotidiana, levando-os a serem testemunhas reconhecidas como tais no próprio ambiente de trabalho e na sociedade inteira".
Trata-se de «viver segundo o domingo», em frase de Santo Inácio de Antioquia. Portanto, um primeiro passo será a prática do preceito dominical e a recuperação do sentido do domingo, que em si mesmo merece ser santificado para que não acabe por ficar um dia «vazio de Deus»". "É no dia consagrado a Deus que o ser humano compreende o sentido da sua existência e também do trabalho".
O Papa salienta que os padres sinodais afirmaram que "os fiéis cristãos precisam de uma compreensão mais profunda das relações entre a Eucaristia e a vida quotidiana. A espiritualidade eucarística não é apenas participação na Missa e devoção ao Santíssimo Sacramento; mas abraça a vida inteira".
Com efeito, acrescenta o Papa, "hoje torna-se necessário redescobrir que Jesus Cristo não é uma simples convicção privada ou uma doutrina abstracta, mas uma pessoa real cuja inserção na história é capaz de renovar a vida de todos. Por isso, a Eucaristia, enquanto fonte e ápice da vida e missão da Igreja, deve traduzir-se em espiritualidade, em vida «segundo o Espírito»".
Coerência eucarística
Os cristãos "devem cultivar o desejo de ver a Eucaristia influir cada vez mais profundamente na sua existência quotidiana, levando-os a serem testemunhas reconhecidas como tais no próprio ambiente de trabalho e na sociedade inteira".
Esta "coerência eucarística" exige também o testemunho público da própria fé. "Evidentemente isto vale para todos os baptizados, mas impõe-se com particular premência a quantos, pela posição social ou política que ocupam, devem tomar decisões sobre valores fundamentais como o respeito e defesa da vida humana desde a concepção até à morte natural, a família fundada sobre o matrimónio, entre um homem e uma mulher, a liberdade de educação dos filhos e a promoção do bem comum em todas as suas formas. Estes são valores não negociáveis. Por isso, cientes da sua grave responsabilidade social, os políticos e os legisladores católicos devem sentir-se particularmente interpelados pela sua consciência rectamente formada a apresentar e apoiar leis inspiradas nos valores impressos na natureza humana".
O Papa conclui recordando o exemplo dos primeiros cristãos, quando o culto cristão era ainda proibido. "Alguns cristãos do Norte de África, que se sentiam obrigados a celebrar o dia do Senhor, desafiaram tal proibição. Foram martirizados enquanto declaravam que não lhes era possível viver sem a Eucaristia, alimento do Senhor: «Sine dominico non possumos (...)» Também nós não podemos viver sem participar no sacramento da nossa salvação e desejamos ser iuxta dominicam viventes, isto é, traduzir na vida o que celebramos no dia do Senhor".
In Aceprensa, 32/07, na versão impressa
Temas para reflexão
Se ainda não a fizemos estamos muito a tempo da Confissão Quaresmal. Normalmente, nos três primeiros dias desta semana as Paróquias dispõem de Sacerdotes suficientes para nos atenderem. Não teremos nenhuma desculpa.
Custa!
Talvez, sim, mas o bem que se alcança vale bem o esforço que fizermos para concretizar essa obrigação de cristãos.
(AMA, comentário sobre a Confissão Quaresmal, 2010.02.21)
Meditação:
Jesus que muito pouco tem de Seu, - talvez a túnica que veste e as sandálias que calça - muito menos ouro ou prata, vê-se envolvido, sem querer em questões que têm a ver com dinheiro: para dar uma resposta, lapidar, sobre a justiça pede um denário (a César o que é de César a Deus o que é de Deus), manda Pedro à pesca para, da boca de um peixe, tirar um estáter para pagar o imposto dos dois, recusa-se a arbitrar sobre uma herança, e, agora, há uma falsa questão sobre uma despesa considerada excessiva. Falsa questão, sim, como Ele próprio declara a Judas que, não obstante, acabará por vender o Mestre exactamente pela mesma importância sobre a qual agora reclama. È verdade… o Dono e Senhor do universo é trocado pelo preço de um frasco de perfume!
Em tão pouca conta tinhas a vida do teu Mestre, Judas, que não foste ao menos, capaz de regatear o preço pelo qual O vendias?
E eu, quantas vezes, miseravelmente, não O troco pela ninharia de um prazer fugaz e efémero, por uma outra coisa qualquer que o único sinal que deixa é o travo amargo da cedência, do pouca coisa que sou; quantas vezes? (AMA, meditação sobre Jo 12, 1-11 2009.04.06)
Via-Sacra:
Sempre a Paixão do Senhor me trouxe ao coração sentimentos mistos de tristeza e alegria profundas.
Tristeza não pela Paixão propriamente dita, não obstante a sua crueza e trágica realidade, mas pela maldade e indiferença dos homens, minhas também, perante tal magnifico gesto de suprema amizade: dar a vida pelos seus amigos.
Alegria ao realizar a importância concreta que, aos olhos de Deus, teve e tem a humanidade, onde me incluo, para merecer tal sacrifício.
A Via-sacra recorda-me esta realidade: O preço que Jesus pagou para que eu possa ser feliz aqui e na Vida Eterna. A sua devoção ajuda-me a compenetrar-me disso e a manter vivos no meu coração os desejos, afectos e inspirações para me esforçar por viver como O Senhor querem. Tempo de drama e de angústia, a Paixão do Senhor; mas tempo de esperança e alegria também.
Que nesta Quaresma eu me encontre verdadeiramente com Jesus. Que a meditação da Sua Paixão e Morte inculquem no meu coração firmes propósitos de melhorar a minha vida em todos os aspectos, mas, principalmente, na devoção verdadeira, no amor entranhado, na luta constante, no repúdio por tudo aquilo que me possa afastar do caminho da salvação Eterna. Que estas cenas que procurarei viver intensamente, movam a minha vontade de forma irrevogável, em me afastar de todas as ocasiões de pecado. (AMA, Porto, Quaresma de 1987)
Agradecimento: António Mexia Alves
Custa!
Talvez, sim, mas o bem que se alcança vale bem o esforço que fizermos para concretizar essa obrigação de cristãos.
(AMA, comentário sobre a Confissão Quaresmal, 2010.02.21)
Meditação:
Jesus que muito pouco tem de Seu, - talvez a túnica que veste e as sandálias que calça - muito menos ouro ou prata, vê-se envolvido, sem querer em questões que têm a ver com dinheiro: para dar uma resposta, lapidar, sobre a justiça pede um denário (a César o que é de César a Deus o que é de Deus), manda Pedro à pesca para, da boca de um peixe, tirar um estáter para pagar o imposto dos dois, recusa-se a arbitrar sobre uma herança, e, agora, há uma falsa questão sobre uma despesa considerada excessiva. Falsa questão, sim, como Ele próprio declara a Judas que, não obstante, acabará por vender o Mestre exactamente pela mesma importância sobre a qual agora reclama. È verdade… o Dono e Senhor do universo é trocado pelo preço de um frasco de perfume!
Em tão pouca conta tinhas a vida do teu Mestre, Judas, que não foste ao menos, capaz de regatear o preço pelo qual O vendias?
E eu, quantas vezes, miseravelmente, não O troco pela ninharia de um prazer fugaz e efémero, por uma outra coisa qualquer que o único sinal que deixa é o travo amargo da cedência, do pouca coisa que sou; quantas vezes? (AMA, meditação sobre Jo 12, 1-11 2009.04.06)
Via-Sacra:
Sempre a Paixão do Senhor me trouxe ao coração sentimentos mistos de tristeza e alegria profundas.
Tristeza não pela Paixão propriamente dita, não obstante a sua crueza e trágica realidade, mas pela maldade e indiferença dos homens, minhas também, perante tal magnifico gesto de suprema amizade: dar a vida pelos seus amigos.
Alegria ao realizar a importância concreta que, aos olhos de Deus, teve e tem a humanidade, onde me incluo, para merecer tal sacrifício.
A Via-sacra recorda-me esta realidade: O preço que Jesus pagou para que eu possa ser feliz aqui e na Vida Eterna. A sua devoção ajuda-me a compenetrar-me disso e a manter vivos no meu coração os desejos, afectos e inspirações para me esforçar por viver como O Senhor querem. Tempo de drama e de angústia, a Paixão do Senhor; mas tempo de esperança e alegria também.
Que nesta Quaresma eu me encontre verdadeiramente com Jesus. Que a meditação da Sua Paixão e Morte inculquem no meu coração firmes propósitos de melhorar a minha vida em todos os aspectos, mas, principalmente, na devoção verdadeira, no amor entranhado, na luta constante, no repúdio por tudo aquilo que me possa afastar do caminho da salvação Eterna. Que estas cenas que procurarei viver intensamente, movam a minha vontade de forma irrevogável, em me afastar de todas as ocasiões de pecado. (AMA, Porto, Quaresma de 1987)
Agradecimento: António Mexia Alves
Comentário ao Evangelho do dia:
Guilherme Saint-Thierry (c. 1085-1148), monge beneditino depois cisterciense
Orações para meditar, n°5 (a partir da trad. O.E.I.L. 1985, p. 84 em Bourguet, L'Évangile médité, p. 198 rev.)
«A casa encheu-se com a fragrância do perfume»
Desde a minha infância, não parei de pecar, e Tu não cessaste de me fazer bem. [...] Contudo, Senhor, que o Teu julgamento se transforme em misericórdia. Toma a ocasião do pecado para condenar o pecado. [...] Que o meu coração seja digno do fogo do Teu perfeito amor, que o Seu calor intenso faça sair de mim e consuma todo o veneno do pecado! Que ponha a nu e afogue nas lágrimas dos meus olhos toda a infecção da minha consciência. Que a Tua cruz crucifique tudo o que a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e o orgulho da vida corromperam devido à minha longa negligência.
Senhor, quem o desejar pode ouvir-me e desprezar a minha confissão: que me olhe prostrado como a pecadora aos pés da Tua misericórdia, banhando-os com as lágrimas do meu coração, vertendo sobre eles o perfume de uma terna devoção (Lc 7, 38). Que todos os meus recursos, por mais pobres que sejam, de corpo e alma, sejam usados para comprar este perfume que Te agrada. Espalhá-lo-ei sobre a Tua cabeça, sobre Ti cuja cabeça é Deus; e sobre os Teus pés, sobre Ti cuja ponta é a nossa natureza fraca. Ainda que o fariseu murmure, Tu, meu Deus, tem piedade de mim! Ainda que o ladrão aperte os cordões da bolsa rangendo os dentes, desde que eu Te agrade, pouco me importa incomodar seja quem for.
Ó amor do meu coração, que em cada dia eu verta sem parar este perfume, porque espalhando-o sobre Ti, espalho-o também sobre mim. [...] Concede-me o dom de Te entregar lealmente tudo o que tenho, tudo o que sei, tudo o que sou, tudo o que posso! Que fique sem nada! Estou aos pés da Tua misericórdia, aonde permanecerei, aonde chorarei, até que me faças escutar a Tua suave voz, o julgamento da Tua boca, a sentença da Tua e da minha justiça: «São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou» (Lc 7, 47).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Orações para meditar, n°5 (a partir da trad. O.E.I.L. 1985, p. 84 em Bourguet, L'Évangile médité, p. 198 rev.)
«A casa encheu-se com a fragrância do perfume»
Desde a minha infância, não parei de pecar, e Tu não cessaste de me fazer bem. [...] Contudo, Senhor, que o Teu julgamento se transforme em misericórdia. Toma a ocasião do pecado para condenar o pecado. [...] Que o meu coração seja digno do fogo do Teu perfeito amor, que o Seu calor intenso faça sair de mim e consuma todo o veneno do pecado! Que ponha a nu e afogue nas lágrimas dos meus olhos toda a infecção da minha consciência. Que a Tua cruz crucifique tudo o que a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e o orgulho da vida corromperam devido à minha longa negligência.
Senhor, quem o desejar pode ouvir-me e desprezar a minha confissão: que me olhe prostrado como a pecadora aos pés da Tua misericórdia, banhando-os com as lágrimas do meu coração, vertendo sobre eles o perfume de uma terna devoção (Lc 7, 38). Que todos os meus recursos, por mais pobres que sejam, de corpo e alma, sejam usados para comprar este perfume que Te agrada. Espalhá-lo-ei sobre a Tua cabeça, sobre Ti cuja cabeça é Deus; e sobre os Teus pés, sobre Ti cuja ponta é a nossa natureza fraca. Ainda que o fariseu murmure, Tu, meu Deus, tem piedade de mim! Ainda que o ladrão aperte os cordões da bolsa rangendo os dentes, desde que eu Te agrade, pouco me importa incomodar seja quem for.
Ó amor do meu coração, que em cada dia eu verta sem parar este perfume, porque espalhando-o sobre Ti, espalho-o também sobre mim. [...] Concede-me o dom de Te entregar lealmente tudo o que tenho, tudo o que sei, tudo o que sou, tudo o que posso! Que fique sem nada! Estou aos pés da Tua misericórdia, aonde permanecerei, aonde chorarei, até que me faças escutar a Tua suave voz, o julgamento da Tua boca, a sentença da Tua e da minha justiça: «São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou» (Lc 7, 47).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 29 de Março de 2010
São João 12,1-11
1 Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde se encontrava Lázaro, que Jesus tinha ressuscitado.2 Ofereceram-Lhe lá uma ceia. Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com Ele.3 Então, Maria tomou uma libra de perfume feito de nardo puro de grande preço, ungiu os pés de Jesus e Os enxugou com os seus cabelos; e a casa encheu-se com o cheiro do perfume.4 Judas Iscariotes, um dos Seus discípulos, aquele que O havia de entregar, disse:5 «Porque não se vendeu este perfume por trezentos denários para se dar aos pobres?».6 Disse isto, não porque se importasse com os pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, roubava o que nela se deitava.7 Mas Jesus respondeu: «Deixa-a; ela reservou este perfume para o dia da Minha sepultura;8 porque pobres sempre os tereis convosco, mas a Mim nem sempre Me tereis».9 Uma grande multidão de judeus soube que Jesus estava ali e foi lá, não somente por causa de Jesus, mas também para ver Lázaro, a quem Ele tinha ressuscitado dos mortos.10 Os príncipes dos sacerdotes deliberaram então matar também Lázaro,11 porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus.
1 Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde se encontrava Lázaro, que Jesus tinha ressuscitado.2 Ofereceram-Lhe lá uma ceia. Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com Ele.3 Então, Maria tomou uma libra de perfume feito de nardo puro de grande preço, ungiu os pés de Jesus e Os enxugou com os seus cabelos; e a casa encheu-se com o cheiro do perfume.4 Judas Iscariotes, um dos Seus discípulos, aquele que O havia de entregar, disse:5 «Porque não se vendeu este perfume por trezentos denários para se dar aos pobres?».6 Disse isto, não porque se importasse com os pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, roubava o que nela se deitava.7 Mas Jesus respondeu: «Deixa-a; ela reservou este perfume para o dia da Minha sepultura;8 porque pobres sempre os tereis convosco, mas a Mim nem sempre Me tereis».9 Uma grande multidão de judeus soube que Jesus estava ali e foi lá, não somente por causa de Jesus, mas também para ver Lázaro, a quem Ele tinha ressuscitado dos mortos.10 Os príncipes dos sacerdotes deliberaram então matar também Lázaro,11 porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus.