Bento XVI almoça com sem-abrigo e famílias carenciadas






O Papa Bento XVI se aproximou da multidão que o esperava em um centro para sem-abrigo de Roma, e saudou as crianças que estenderam os braços, sem mudar o costume, depois da agressão de que foi vítima antes da Missa do Galo, na quinta-feira passada.

Precedido por uma importante escolta, composta por veículos e motos, Bento XVI visitou neste domingo o refeitório de Santo Egídio, no bairro popular de Trastevere, depois de celebrar o Angelus na praça de São Pedro.

Sorridente ao descer do veículo, o Papa parou para apertar as mãos das crianças que o aguardavam atrás das barreiras de segurança. Depois deu a volta para saudar a multidão.

Não se observou nenhuma mudança nos hábitos do Sumo Pontífice depois que uma mulher com problemas psiquiátricos o derrubou na quinta-feira à noite na Basílica de São Pedro.

Mais cedo, na praça de São Pedro, antes da bênção do Angelus, o Papa celebrou a família "baseada no casamento entre um homem e uma mulher".

O tema da segurança voltou a ganhar destaque após a agressão, mas o porta-voz de Bento XVI, o padre Federico Lombardi, já declarara que não é possível proteger o Papa em 100%, a não ser que se crie um muro entre ele e os fiéis, o que é "impensável".

Durante o episódio de quinta-feira, o cardeal francês Roger Etchegaray, de 87 anos, sofreu uma fractura de fémur. Ele foi operado neste domingo com êxito, segundo o Vaticano.

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“Estou aqui convosco para vos transmitir a minha vizinhança, que vos quero bem e que ao vossos problemas não estão longínquos do meu pensamento, mas no âmago e no coração da na comunidade dos crente, e portanto no meu coração”

(Excerto discurso no final do almoço com tradução a partir do italiano de JPR)

Nota: Neste almoço além de sem-abrigo da cidade de Roma participaram, embora a notícia da AFP não o refira, famílias carenciadas.

Família, ícone de Deus, tem a missão de procriar, recordou o Papa neste Domingo, salientando que os filhos não são propriedade dos pais


Vídeo em espanhol
Ocorre neste Domingo a Festa da Sagrada Família e a ela Bento XVI dedicou as suas reflexões antes da recitação da oração mariana do Angelus do meio-dia, juntamente com os milhares de pessoas congregadas na Praça de S. Pedro.

“Deus quis revelar-se nascendo numa família humana, e portanto a família humana tornou-se ícone de Deus! – salientou o Papa. Deus é Trindade, é comunhão de amor, e a família é a sua primeira e imediata expressão. O homem e a mulher, criados à imagem de Deus, no matrimónio tornam-se numa única carne, isto é uma comunhão de amor que gera nova vida. A família humana é portanto ícone da Trindade tanto pelo amor interpessoal, como pela fecundidade do amor”.

O Santo Padre falou também da importância da educação cristã, começando por salientar que a família cristã está consciente de que os filhos são dom e projecto de Deus. Portanto não os pode considerar com uma posse própria, mas servindo neles o desenho de amor do Pai é chamada a educá-los á liberdade maior que é precisamente aquela de dizer “sim” a Deus para fazer a sua vontade.

Deste “sim” a Virgem Maria é o exemplo perfeito. A ela confiamos todas as famílias, rezando em particular pela sua preciosa missão educativa, disse o Papa.

Falando depois em língua espanhola Bento XVI saudou os pastores e fieis congregados em Madrid para celebrar a Sagrada Família de Nazaré e recordou o significado verdadeiro desta festa.

“Deus, vindo ao mundo no seio de uma família manifesta que esta instituição é caminho seguro para o encontrar e conhecer, assim como um apelo permanente a trabalhar pela unidade de todos à volta do amor. Daí que um dos maiores serviços que nós cristãos podemos prestar aos nossos semelhantes – salientou o Papa - é oferecer-lhes o nosso testemunho sereno e firme da família fundada no matrimónio entre um homem e uma mulher, salvaguardando-a e promovendo-a pois ela é de suma importância para o presente e o futuro da humanidade. Efectivamente a família é melhor escola onde se aprende a viver aqueles valores que dignificam a pessoa e fazem grandes os povos. Peço a Deus – disse depois o Santo Padre – que nos vossos lares se respire sempre o amor de total entrega e fidelidade que Jesus trouxe ao mundo com o seu nascimento, alimentando-o e fortalecendo-o com a oração diária, a pratica constante das virtudes, a compreensão recíproca e o mutuo respeito.

(Fonte: site Radio Vaticana)

S. Josemaría Escrivá sobre a Festa de São João Evangelista

Festa de São João Evangelista. “Terás pensado alguma vez, com santa inveja, no Apóstolo adolescente, João, quem diligebat Jesus, que Jesus amava.
- Não gostarias de merecer que te chamassem “o que ama a Vontade de Deus”? Emprega os meios, dia a dia”, escreve em Forja.

(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/27-12-5)
Nota de JPR: hoje por ser o primeiro Domingo depois do Natal celebra-se a Festa da Sagrada Família, mas sempre que o dia 27 de Dezembro calha num outro dia da semana celebra-se a Festa de São João Evangelista.

Festa da Sagrada Família

Caríssimos Irmãos e Irmãs

1. Poucos dias depois do Natal, a Igreja contempla hoje a Sagrada Família. Na escola de Nazaré cada família aprende a ser o centro de amor, de unidade e de abertura à vida.

No nosso tempo, um mal-entendido sentido dos direitos por vezes perturba a própria natureza da instituição familiar e do vínculo conjugal. É preciso que, a todos os níveis se unam os esforços de quantos crêem na importância da família baseada no matrimónio. Trata-se de uma realidade humana e divina que deve ser defendida e promovida como bem fundamental da sociedade.

2. Os cristãos, recorda o Concílio Vaticano II, atentos aos sinais dos tempos, devem promover "activamente o bem do matrimónio e da família, quer pelo testemunho da sua vida pessoal, quer pela acção harmónica com todos os homens de boa vontade" (Gaudium et spes, 52). É necessário proclamar com alegria e com coragem o Evangelho da família. Para esta finalidade, elevemos a nossa oração comum a Jesus, a Maria e a José por todas as famílias, sobretudo pelas que se encontram em dificuldades materiais e espirituais.

João Paulo II – Excerto do Angelus de 28 de Dezembro de 2003

São João, Apóstolo e Evangelista

João, filho de Zebedeu e de Salomé, irmão de Tiago Maior, de profissão pescador, originário de Betsaida, como Pedro e André, ocupa um lugar de primeiro plano no elenco dos apóstolos. O autor do quarto Evangelho e do Apocalipse, será classificado pelo Sinédrio como indouto e inculto. No entanto, o leitor, mesmo que leia superficialmente os seus escritos, percebe não só o arrojo do pensamento, mas também a capacidade de revestir com criativas imagens literárias os sublimes pensamentos de Deus. A voz do juiz divino é como o mugido de muitas águas.

João é sempre o homem da elevação espiritual, mais inclinado à contemplação que à acção. É a águia que desde o primeiro bater das asas se eleva às vertiginosas alturas do mistério trinitário: "No princípio de tudo, aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e ele mesmo era Deus."

Ele está entre os mais íntimos de Jesus e nas horas mais solenes de sua vida João está perto. Está a seu lado na hora da ceia, durante o processo, e único entre os apóstolos, assiste à sua morte junto com Maria. Mas contrariamente a tudo o que possam fazer pensar as representações da arte, João não era um homem fantasioso e delicado. Bastaria o apelido humorista que o Mestre impôs a ele e a seu irmão Tiago: "Filhos do trovão" para nos indicar um temperamento vivaz e impulsivo, alheio a compromissos e hesitações, até aparecendo intolerante e cáustico.

No seu Evangelho designa a si mesmo simplesmente como "o discípulo a quem Jesus amava." Também se não nos é dado indagar sobre o segredo desta inefável amizade, podemos adivinhar uma certa analogia entre a alma do Filho do homem e a do filho do trovão, pois Jesus veio à terra não só trazer a paz mas também o fogo. Após a ressurreição, João está quase constantemente ao lado de Pedro. Paulo, na epístola aos gálatas, fala de Pedro, Tiago e João como colunas na Igreja.

No Apocalipse, João diz que foi perseguido e degredado para a ilha de Patmos "por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo". Conforme uma tradição unânime ele viveu em Éfeso em companhia de Maria e sob o imperador Domiciano foi colocado dentro de uma caldeira com óleo a ferver, mas saiu ileso e todavia com a glória de ter dado testemunho. Depois do exílio de Patmos voltou definitivamente para Éfeso, onde exortava continuamente os fiéis ao amor fraterno, resultando em três cartas, acolhidas entre os textos sagrados, assim como o Apocalipse e o Evangelho. Morreu carregado de anos em Éfeso durante o império de Trajano (98-117), onde foi sepultado.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)