segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Não se resignar perante o fenómeno da fome como se fosse algo de estrutural!
Para combater e vencer a fome, é essencial redefinir os conceitos e os princípios até agora aplicados nas relações internacionais: alertou Bento XVI, intervindo, nesta segunda de manhã, na sede da FAO, em Roma, na abertura da Cimeira Mundial sobre a Segurança Alimentar, promovida por este organismo das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.
“A fome não depende tanto de uma carência dos recursos materiais, mas sim de uma carência de recursos sociais, o mais importante dos quais é de natureza institucional. Falta de facto uma organização das instituições económicas capaz de garantir adequadamente um acesso regular e adaptado à alimentação e à água, enfrentando as necessidades ligadas às necessidades primárias e às urgências das verdadeiras crises alimentares”.
“Há que enfrentar numa perspectiva de longo prazo o problema da insegurança alimentar” – recordou ainda o Papa, citando a sua recente Encíclica social. Trata-se, concretamente, de eliminar as causas estruturais que estão na origem deste problema, promovendo ao mesmo tempo o desenvolvimento agrícola dos países mais pobres, através de investimentos em infra-estruturas rurais, em sistemas de irrigação, de transporte, de organização dos mercados, e ainda com a formação e difusão de técnicas agrícolas apropriadas.
Mais ainda do que no passado, é necessário que os países pobres sejam integrados na economia mundial. O princípio de cooperação, por outro lado, deve ser coerente com o princípio de subsidiariedade.
“a cooperação deve-se tornar um instrumento eficaz, livre de constrangimentos e de interesses que podem absorver uma parte não indiferente dos recursos destinados ao desenvolvimento. É também importante sublinhar quanto o caminho da solidariedade para o desenvolvimento dos países pobres pode constituir ao mesmo tempo uma via de solução da actual crise global”.
Actualmente – prosseguiu o Papa – “subsiste ainda um nível desigual de desenvolvimento entre as Nações e no interior delas, determinando, em muitas áreas do planeta, condições de precariedade, acentuando a contraposição entre pobreza e riqueza”.
“Existe o risco de considerar a fome como estrutural, parte integrante das realidades sociopolíticas dos países mais débeis, objecto de um sentimento de resignado mal-estar, se não mesmo de indiferença.
Não é assim, e não deve ser assim! Para combater e vencer a fome, é essencial começar a definir de um modo novo os conceitos e os princípios até agora aplicados nas relações internacionais, de modo a responder à questão: o que é que pode orientar para as necessidades dos últimos a atenção dos Estados e a conduta consequente?”
A resposta a esta questão não deve limitar-se ao aspecto prático, operacional, da cooperação, mas centrar-se também nos princípios em que se deve inspirar – alertou o Papa.
“Só em nome da pertença comum à família humana universal é que se pode pedir a cada povo e portanto a cada país que seja solidário, ou seja, disposto a assumir responsabilidades concretas para vir ao encontro das necessidades dos outros, para favorecer uma autêntica partilha radicada no amor”.
Na última parte do discurso pronunciado nesta segunda-feira, na Cimeira da FAO, em Roma, Bento XVI referiu-se ainda à questão da defesa do meio ambiente. “Os métodos de produção alimentar – observou – impõem uma análise atenta da relação entre desenvolvimento e salvaguarda do ambiente”. Questão que se liga com o actual problema das mutações climáticas.
“É indispensável aprofundar inter-acções entre a segurança ambiental e o preocupante fenómeno das mudanças climáticas, focalizando-se no carácter central da pessoa humana e em particular das populações mais vulneráveis a estes dois fenómenos”.
Não bastam as normas, legislações, planos de desenvolvimento, investimentos… - advertiu o Papa.
“Há que modificar os estilos de vida pessoais e colectivos, os hábitos de consumo e as verdadeiras necessidades. Acima de tudo, é necessário estar consciente do dever moral de distinguir o bem e o mal nas acções humanas, para redescobrir assim o elo de comunhão que une a pessoa e a criação”.
Por outras palavras, “a degradação do ambiente está estreitamente ligada à cultura que modela a comunidade humana: quando se respeita, na sociedade, a ecologia humana, favorece-se também a ecologia propriamente dita. É mesmo assim: o sistema ecológico apoia-se no respeito de um projecto que diz respeito tanto a uma sã coexistência na sociedade como também a uma boa relação com a natureza”.
“Os deveres que temos em relação ao ambiente estão ligados aos deveres que temos para com a pessoa considerada em si mesma e nas relações com os outros. Não se podem exigir alguns destes deveres e calcar aos pés os outros…
A fome é o sinal mais cruel e concreto da pobreza. Não é possível continuar a aceitar a opulência e o esbanjamento ao mesmo tempo que o drama da fome tomar dimensões cada vez maiores”.
Pela sua parte - assegurou o Papa – a Igreja Católica dará cada vez mais atenção aos esforços para vencer a fome: apoiará sempre, em palavras e actos, a acção solidária que todas as componentes da Comunidade internacional estão chamadas a empreender.
(Fonte: Radio Vaticana)
Papa lembra vítimas das estradas
Bento XVI deixa apelos à prudência e à responsabilidade
Bento XVI assinalou este Domingo o Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada, apelando à prudência e responsabilidade de “todos os que percorrem as estradas do mundo”, defendendo assim “a sua própria vida e a dos outros”.
Depois da recitação do Angelus, na Praça de São Pedro, o Papa lembrou os que morreram ou ficaram feridos em acidentes rodoviários, bem como seus familiares e amigos.
Celebrado anualmente no terceiro Domingo de Novembro, este Dia Mundial foi adoptado pela ONU para evocar todos aqueles que perderam a vida e ficaram feridos em acidentes de viação.
De acordo com os últimos dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), os acidentes nas estradas portuguesas provocaram, entre 1 de Janeiro e 7 de Novembro, 629 mortos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, anualmente morrem cerca de 1,2 milhões de pessoas e 50 milhões ficam feridas em consequência de acidentes de viação, em todo o mundo.
Além desta celebração, o Papa evocou ainda a assembleia plenária da Comissão Episcopal Europeia para os Media, que reuniu no Vaticano durante os últimos dias, agradecendo o “contributo qualificado” na área da Internet e da comunicação na Igreja, que considerou uma temática de “grande actualidade”.
Final de ano
Na sua habitual catequese dominical, Bento XVI começou por recordar que se vai concluir em breve o Ano Litúrgico, ocasião para “dar graças ao Senhor que nos concedeu percorrer uma vez mais este caminho de fé – antigo e sempre novo – na grande família espiritual da Igreja”.
“É um dom inestimável que nos permite viver na história o mistério de Cristo, acolhendo nos sulcos da nossa existência pessoal e comunitária a semente da Palavra de Deus, semente de eternidade que transforma a partir de dentro este mundo, abrindo-o ao Reino dos Céus”, disse.
O Papa destacou ainda a importância da “Palavra de Cristo”, assegurando que “aqueles que a escutam, a acolhem e dão fruto fazem parte do Reino de Deus, isto é, vivem sob a sua senhoria; permanecem no mundo, mas já não são do mundo; levam em si um gérmen de eternidade, um princípio de transformação que se manifesta já agora numa vida boa, animada pela caridade, e no final produzirá a ressurreição da carne”.
(Fonte: site Agência Ecclesia)
Bento XVI assinalou este Domingo o Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada, apelando à prudência e responsabilidade de “todos os que percorrem as estradas do mundo”, defendendo assim “a sua própria vida e a dos outros”.
Depois da recitação do Angelus, na Praça de São Pedro, o Papa lembrou os que morreram ou ficaram feridos em acidentes rodoviários, bem como seus familiares e amigos.
Celebrado anualmente no terceiro Domingo de Novembro, este Dia Mundial foi adoptado pela ONU para evocar todos aqueles que perderam a vida e ficaram feridos em acidentes de viação.
De acordo com os últimos dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), os acidentes nas estradas portuguesas provocaram, entre 1 de Janeiro e 7 de Novembro, 629 mortos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, anualmente morrem cerca de 1,2 milhões de pessoas e 50 milhões ficam feridas em consequência de acidentes de viação, em todo o mundo.
Além desta celebração, o Papa evocou ainda a assembleia plenária da Comissão Episcopal Europeia para os Media, que reuniu no Vaticano durante os últimos dias, agradecendo o “contributo qualificado” na área da Internet e da comunicação na Igreja, que considerou uma temática de “grande actualidade”.
Final de ano
Na sua habitual catequese dominical, Bento XVI começou por recordar que se vai concluir em breve o Ano Litúrgico, ocasião para “dar graças ao Senhor que nos concedeu percorrer uma vez mais este caminho de fé – antigo e sempre novo – na grande família espiritual da Igreja”.
“É um dom inestimável que nos permite viver na história o mistério de Cristo, acolhendo nos sulcos da nossa existência pessoal e comunitária a semente da Palavra de Deus, semente de eternidade que transforma a partir de dentro este mundo, abrindo-o ao Reino dos Céus”, disse.
O Papa destacou ainda a importância da “Palavra de Cristo”, assegurando que “aqueles que a escutam, a acolhem e dão fruto fazem parte do Reino de Deus, isto é, vivem sob a sua senhoria; permanecem no mundo, mas já não são do mundo; levam em si um gérmen de eternidade, um princípio de transformação que se manifesta já agora numa vida boa, animada pela caridade, e no final produzirá a ressurreição da carne”.
(Fonte: site Agência Ecclesia)
É preciso não esquecer
O primeiro-ministro reiterou que o Governo avançará com a proposta para permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo e afastou a hipótese de referendo, dizendo não aceitar "nenhuma lição de democracia" (Sol 6/Nov.). Pobre de quem, pela arrogância da resposta, mostra não entender a democracia. Mas a resposta é curiosa, porque foi nestes temas da vida e família que surgiram os maiores atropelos ao espírito e prática democráticos no Portugal moderno.
Lembremos que nunca a política desceu tão baixo como no longo processo que levou ao actual financiamento público do aborto. A lei da liberalização da prática foi chumbada no Parlamento por um voto a 20 de Fevereiro de 1997. Mostrando supino desprezo pelas instituições, a mesma câmara, depois de substituir alguns deputados, voltou a votar a mesma lei na mesma legislatura, aprovando-a a 4 de Fevereiro de 1998 por nove votos. O descaramento foi tal que até a Assembleia percebeu não poder deixar as coisas assim e convocou um referendo nacional, que a 28 de Junho de 1998 rejeitou a lei.
O veredicto era claro e democrático. Mas a arrogância de quem se julga sabedor e não precisa de lições nunca respeita a vontade popular. Pior ainda, ao convocar novo referendo foi decidido que o tema não ia ser o aborto, acerca do qual já se sabia a opinião. Toda a discussão em 2007 omitiu a referência a embriões, gravidez e até hospitais, para se centrar apenas em... mulheres presas. Quem é que quer as pobres mães atrás das grades? O magnífico embuste resultou e a 11 de Fevereiro, apesar de os votos de rejeição terem aumentado, os abortistas conseguiram a desejada vitória, que os levou não a libertar mulheres, porque nenhuma estava presa, mas a promover o aborto livre e barato.
A experiência eliminou de vez o respeito dos activistas pelo processo democrático. Nunca mais o povo foi consultado, usando-se os meios mais expeditos e manipuladores para atacar as leis mais essenciais e estruturantes.
Em Julho de 1999, o presidente Jorge Sampaio vetou a "lei da procriação medicamente assistida", referindo como razão o insuficiente debate público. Quando o Presidente Cavaco Silva promulgou a lei revista (Lei n.º 32/2006, de 26 de Julho) teve de enviar uma mensagem à Assembleia, manifestando o seu desconforto. Depois, o Governo decidiu banalizar o divórcio e Cavaco Silva foi obrigado a devolver o diploma sem promulgação em Agosto de 2008 com graves críticas à irresponsabilidade do articulado. Acabou por promulgar a Lei n.º 61/2008 de 31 de Outubro, reiterando as críticas em mensagem de 20 de Outubro. Em Agosto deste ano, o Presidente não promulgou a lei das uniões de facto (Decreto 349/X), aprovada a correr no final da legislatura, citando mais uma vez "a ausência de um debate aprofundado" (Mensagem de 24 de Agosto). Como se vê, o Governo e os seus correligionários precisam mesmo de lições de democracia.
Dada a vergonha desta história, é claro que agora, na questão estrutural da definição do casamento, nunca admitirão um referendo, sabendo que vão perder. Só o fariam se tivessem uma coisa de que mostram carecer: vergonha. A recusa baseia-se num argumento sumamente desonesto: o facto de a proposta do casamento entre pessoas do mesmo sexo figurar nos programas eleitorais. Quem o diz sabe bem a enormidade do que afirma. Os programas não são menus, em que se possa escolher o que se gosta e rejeitar o resto. Os votos numa lista nada informam sobre a opinião em rubricas concretas. O mais elementar bom-senso e respeito democrático recomendariam uma ponderação cuidada na mudança de uma lei tão fundamental. Mas bom-senso e respeito democrático foi o que mostraram não ter neste tema há décadas.
As gerações futuras censurarão asperamente a nossa pelas terríveis infâmias legais cometidas contra a vida e a família. A apatia e comodismo generalizados merecem bem o repúdio. Mas não podemos esquecer também as enormes manipulações, fraudes e indignidades do processo que, sem desculpar a cumplicidade passiva, mostram bem a baixeza dos ataques.
João César da Neves
(Fonte: DN online)
Lembremos que nunca a política desceu tão baixo como no longo processo que levou ao actual financiamento público do aborto. A lei da liberalização da prática foi chumbada no Parlamento por um voto a 20 de Fevereiro de 1997. Mostrando supino desprezo pelas instituições, a mesma câmara, depois de substituir alguns deputados, voltou a votar a mesma lei na mesma legislatura, aprovando-a a 4 de Fevereiro de 1998 por nove votos. O descaramento foi tal que até a Assembleia percebeu não poder deixar as coisas assim e convocou um referendo nacional, que a 28 de Junho de 1998 rejeitou a lei.
O veredicto era claro e democrático. Mas a arrogância de quem se julga sabedor e não precisa de lições nunca respeita a vontade popular. Pior ainda, ao convocar novo referendo foi decidido que o tema não ia ser o aborto, acerca do qual já se sabia a opinião. Toda a discussão em 2007 omitiu a referência a embriões, gravidez e até hospitais, para se centrar apenas em... mulheres presas. Quem é que quer as pobres mães atrás das grades? O magnífico embuste resultou e a 11 de Fevereiro, apesar de os votos de rejeição terem aumentado, os abortistas conseguiram a desejada vitória, que os levou não a libertar mulheres, porque nenhuma estava presa, mas a promover o aborto livre e barato.
A experiência eliminou de vez o respeito dos activistas pelo processo democrático. Nunca mais o povo foi consultado, usando-se os meios mais expeditos e manipuladores para atacar as leis mais essenciais e estruturantes.
Em Julho de 1999, o presidente Jorge Sampaio vetou a "lei da procriação medicamente assistida", referindo como razão o insuficiente debate público. Quando o Presidente Cavaco Silva promulgou a lei revista (Lei n.º 32/2006, de 26 de Julho) teve de enviar uma mensagem à Assembleia, manifestando o seu desconforto. Depois, o Governo decidiu banalizar o divórcio e Cavaco Silva foi obrigado a devolver o diploma sem promulgação em Agosto de 2008 com graves críticas à irresponsabilidade do articulado. Acabou por promulgar a Lei n.º 61/2008 de 31 de Outubro, reiterando as críticas em mensagem de 20 de Outubro. Em Agosto deste ano, o Presidente não promulgou a lei das uniões de facto (Decreto 349/X), aprovada a correr no final da legislatura, citando mais uma vez "a ausência de um debate aprofundado" (Mensagem de 24 de Agosto). Como se vê, o Governo e os seus correligionários precisam mesmo de lições de democracia.
Dada a vergonha desta história, é claro que agora, na questão estrutural da definição do casamento, nunca admitirão um referendo, sabendo que vão perder. Só o fariam se tivessem uma coisa de que mostram carecer: vergonha. A recusa baseia-se num argumento sumamente desonesto: o facto de a proposta do casamento entre pessoas do mesmo sexo figurar nos programas eleitorais. Quem o diz sabe bem a enormidade do que afirma. Os programas não são menus, em que se possa escolher o que se gosta e rejeitar o resto. Os votos numa lista nada informam sobre a opinião em rubricas concretas. O mais elementar bom-senso e respeito democrático recomendariam uma ponderação cuidada na mudança de uma lei tão fundamental. Mas bom-senso e respeito democrático foi o que mostraram não ter neste tema há décadas.
As gerações futuras censurarão asperamente a nossa pelas terríveis infâmias legais cometidas contra a vida e a família. A apatia e comodismo generalizados merecem bem o repúdio. Mas não podemos esquecer também as enormes manipulações, fraudes e indignidades do processo que, sem desculpar a cumplicidade passiva, mostram bem a baixeza dos ataques.
João César da Neves
(Fonte: DN online)
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1955
Chega a Milão, Itália, primeira etapa de uma viagem que o levará a França, Suíça, Bélgica, Holanda, Alemanha e Áustria. “Enchemos de Ave Marias e de canções as estradas da Europa”, dirá com frequência.
(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/16-11-5)
Sábado dia 21, na Capela Sistina, encontro de Bento XVI com uma ampla representação do mundo da arte
No próximo dia 21 de Novembro, no extraordinário cenário da Capela Sistina, o Papa Bento XVI vai encontrar-se com uma ampla embaixada do mundo artístico. Já confirmaram a sua presença alguns dos protagonistas fundamentais da criação contemporânea, nos seus diversos âmbitos: das Artes Visuais (Anish Kapoor e Bill Viola), da Arquitectura (Mario Botta, Calatrava, Gregotti, Zah Hadid), da Literatura (Piero Citati, Franco Loi, Claudio Magris), da Música (Arvo Part, Ennio Morricone), do Cinema (Peter Greenaway, Philip Groning, Nanni Moretti, Sokurov, Zeffirelli)… De Portugal participará nomeadamente o Padre Tolentino de Mendonça, poeta e biblista, especialmente atento à dimensão da beleza e da arte.
Como ele próprio escreve em editorial da agência Ecclesia, “este encontro, que vem sendo descrito como ocasião histórica, pretende assinalar dois aniversários: os 10 anos passados da Carta que João Paulo II endereçou aos Artistas e os 45 anos do encontro que em 1964, também na Capela Sistina, o Papa Paulo VI manteve com grandes figuras deste campo para, como ele dizia, «restabelecer uma aliança nova entre a inspiração divina da fé e a inspiração criadora da Arte».”
E prossegue ainda José Tolentino de Mendonça, a propósito do encontro que o Papa Bento XVI vai ter com os artistas, na capela Sistina, sábado próximo:
“Na conferência em que se anunciou o encontro de Bento XVI, D. Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, não podia ser mais incisivo. Segundo ele, continua a ser muito claro que a Arte não tem apenas a tarefa de descrever o visível, mas cabe-lhe colher no visível o Invisível. Isto é, compete-lhe espelhar uma visão transcendente do Ser, mostrando como a epifania da beleza é inseparável da epifania do Mistério. A dramática verdade que hoje, porém, experimentamos é a de uma ruptura na relação, que em grande medida deveria ser co-natural, entre Fé e criação artística. Percebemos que no passado a experiência cristã foi o húmus de admiráveis obras e percursos, mas na actualidade frequentemente nos deparamos com uma grave pobreza. Face a este doloroso divórcio, Bento XVI pretende propor um esperançoso diálogo, em nome de um novo e fecundo impulso de beleza. A linguagem artística não é apenas ilustração estética da verdade que a fé confessa, mas é um verdadeiro “lugar teológico”. Há um Evangelho da Beleza que só a Beleza pode anunciar.”
(Fonte: site Radio Vaticana)
Como ele próprio escreve em editorial da agência Ecclesia, “este encontro, que vem sendo descrito como ocasião histórica, pretende assinalar dois aniversários: os 10 anos passados da Carta que João Paulo II endereçou aos Artistas e os 45 anos do encontro que em 1964, também na Capela Sistina, o Papa Paulo VI manteve com grandes figuras deste campo para, como ele dizia, «restabelecer uma aliança nova entre a inspiração divina da fé e a inspiração criadora da Arte».”
E prossegue ainda José Tolentino de Mendonça, a propósito do encontro que o Papa Bento XVI vai ter com os artistas, na capela Sistina, sábado próximo:
“Na conferência em que se anunciou o encontro de Bento XVI, D. Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, não podia ser mais incisivo. Segundo ele, continua a ser muito claro que a Arte não tem apenas a tarefa de descrever o visível, mas cabe-lhe colher no visível o Invisível. Isto é, compete-lhe espelhar uma visão transcendente do Ser, mostrando como a epifania da beleza é inseparável da epifania do Mistério. A dramática verdade que hoje, porém, experimentamos é a de uma ruptura na relação, que em grande medida deveria ser co-natural, entre Fé e criação artística. Percebemos que no passado a experiência cristã foi o húmus de admiráveis obras e percursos, mas na actualidade frequentemente nos deparamos com uma grave pobreza. Face a este doloroso divórcio, Bento XVI pretende propor um esperançoso diálogo, em nome de um novo e fecundo impulso de beleza. A linguagem artística não é apenas ilustração estética da verdade que a fé confessa, mas é um verdadeiro “lugar teológico”. Há um Evangelho da Beleza que só a Beleza pode anunciar.”
(Fonte: site Radio Vaticana)
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
São Gregório Magno (c. 540-604), papa e Doutor da Igreja
Homilia 2 sobre o Evangelho (a partir da trad. Luc commenté, DDB 1987, p. 140 rev.)
«Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim»
Observemos que é quando Jesus se aproxima de Jericó que o cego recupera a vista. Jericó significa «lua» e na Sagrada Escritura a lua é o símbolo da carne votada ao desaparecimento; em determinado momento do mês ela diminui, simbolizando o declínio da nossa condição humana votada à morte. É, pois, ao aproximar-se de Jericó que o nosso Criador faz com que o cego recupere a vista. É ao tornar-Se próximo de nós pela carne, de que Se revestiu, com a sua mortalidade, que Ele torna a dar ao género humano a luz que tínhamos perdido. É porque Deus endossa a nossa natureza que o homem acede à condição divina.
E é precisamente a humanidade que está representada por este cego sentado na beira do caminho e a mendigar, pois a Verdade diz de Si mesma: «Eu sou o caminho» (Jo 14, 6). Aquele que não conhece o brilho da luz eterna é de facto cego, mas se começa a crer no Redentor então fica «sentado à beira do caminho». Se, embora crendo Nele, não Lhe implora o dom da luz eterna, se se recusa a pedir-Lho, será sempre um cego à beira do caminho; um cego que não pede. [...] Que todo o homem que reconhece as trevas que o tornam cego, que todo o homem que compreende que lhe falta a luz eterna grite do fundo do seu coração, grite com toda a sua alma: «Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim.»
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Homilia 2 sobre o Evangelho (a partir da trad. Luc commenté, DDB 1987, p. 140 rev.)
«Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim»
Observemos que é quando Jesus se aproxima de Jericó que o cego recupera a vista. Jericó significa «lua» e na Sagrada Escritura a lua é o símbolo da carne votada ao desaparecimento; em determinado momento do mês ela diminui, simbolizando o declínio da nossa condição humana votada à morte. É, pois, ao aproximar-se de Jericó que o nosso Criador faz com que o cego recupere a vista. É ao tornar-Se próximo de nós pela carne, de que Se revestiu, com a sua mortalidade, que Ele torna a dar ao género humano a luz que tínhamos perdido. É porque Deus endossa a nossa natureza que o homem acede à condição divina.
E é precisamente a humanidade que está representada por este cego sentado na beira do caminho e a mendigar, pois a Verdade diz de Si mesma: «Eu sou o caminho» (Jo 14, 6). Aquele que não conhece o brilho da luz eterna é de facto cego, mas se começa a crer no Redentor então fica «sentado à beira do caminho». Se, embora crendo Nele, não Lhe implora o dom da luz eterna, se se recusa a pedir-Lho, será sempre um cego à beira do caminho; um cego que não pede. [...] Que todo o homem que reconhece as trevas que o tornam cego, que todo o homem que compreende que lhe falta a luz eterna grite do fundo do seu coração, grite com toda a sua alma: «Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim.»
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 16 de Novembro de 2009
São Lucas 18,35-43
Quando se aproximavam de Jericó, estava um cego sentado a pedir esmola à beira do caminho.
Ouvindo a multidão que passava, perguntou o que era aquilo.
Disseram-lhe que era Jesus de Nazaré que ia a passar.
Então, bradou: «Jesus, Filho de David, tem misericórdia de mim!»
Os que iam à frente repreendiam-no, para que se calasse. Mas ele gritava cada vez mais: «Filho de David, tem misericórdia de mim!»
Jesus parou e mandou que lho trouxessem. Quando o cego se aproximou, perguntou-lhe:
«Que queres que te faça?» Respondeu: «Senhor, que eu veja!»
Jesus disse-lhe: «Vê. A tua fé te salvou.»
Naquele mesmo instante, recobrou a vista e seguia-o, glorificando a Deus. E todo o povo, ao ver isto, deu louvores a Deus.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Quando se aproximavam de Jericó, estava um cego sentado a pedir esmola à beira do caminho.
Ouvindo a multidão que passava, perguntou o que era aquilo.
Disseram-lhe que era Jesus de Nazaré que ia a passar.
Então, bradou: «Jesus, Filho de David, tem misericórdia de mim!»
Os que iam à frente repreendiam-no, para que se calasse. Mas ele gritava cada vez mais: «Filho de David, tem misericórdia de mim!»
Jesus parou e mandou que lho trouxessem. Quando o cego se aproximou, perguntou-lhe:
«Que queres que te faça?» Respondeu: «Senhor, que eu veja!»
Jesus disse-lhe: «Vê. A tua fé te salvou.»
Naquele mesmo instante, recobrou a vista e seguia-o, glorificando a Deus. E todo o povo, ao ver isto, deu louvores a Deus.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)