Não tente separar o homem o que Deus uniu. Palavras do Cardeal Patriarca, em Lisboa, no encerramento do II Fórum da Família, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus.
D. José Policarpo lembrou que o casamento é mais do que uma união de vontades.
“O dinamismo desta aliança não é só deste mundo, os dois são peregrinos da vida interna, uma aliança para sempre, com altos e baixos – com certeza – com dificuldades que são purificadoras do próprio amor. A isto a igreja nunca poderá renunciar, como nunca poderá renunciar à espiritualidade específica desta aliança: dois num só”, disse.
O Cardeal Patriarca de Lisboa, na homilia desta tarde, lembrou aos católicos que só quem acredita na eternidade cristã não teme a morte.
D. José Policarpo apelou a que se olhe a vida para além da realidade do dia-a-dia.
“É um problema sério na nossa vida cristã contemporânea e da sociedade em que vivemos, este quebrar as barreiras da esperança, sermos capazes de olhar a vida não apenas com os dados e as características deste mundo, mas com os olhos postos nessa peregrinação final que é ida ao encontro do Filho do Homem Celeste”, acrescenta.
(Fonte: site Rádio Renascença)
domingo, 15 de novembro de 2009
A Palavra de Cristo não "passa", é semente de eternidade para quem a acolhe e observa: Bento XVI no Angelus dominical
A Palavra de Cristo é potente, contém um gérmen de eternidade, que transforma os que a escutam e acolhem: sublinhou o Papa neste domingo ao meio-dia, na Praça de São Pedro, por ocasião do Angelus.
Bento XVI começou por recordar que se conclui em breve o Ano Litúrgico, ocasião para “dar graças ao Senhor que nos concedeu percorrer uma vez mais este caminho de fé – antigo e sempre novo – na grande família espiritual da Igreja”. “É um dom inestimável que nos permite viver na história o mistério de Cristo, acolhendo nos sulcos da nossa existência pessoal e comunitária a semente da Palavra de Deus, semente de eternidade que transforma a partir de dentro este mundo, abrindo-o ao Reino dos Céus”.
O Papa deteve-se então numa afirmação de Jesus o Evangelho deste domingo – passagem que (disse) “impressiona pela sua clareza sintética”: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão-de passar”. Tudo no universo é finito, está chamado a “passar”. As palavras de Jesus não são deste mundo finito, não passarão, isto é, estão da parte de Deus, são eternas.
Como na parábola em que Cristo, comparando-se ao semeador, explica que a semente é a sua palavra: “aqueles que a escutam, a acolhem e dão fruto fazem parte do Reino de Deus, isto é, vivem sob a sua senhoria; permanecem no mundo, mas já não são do mundo; levam em si um gérmen de eternidade, um princípio de transformação que se manifesta já agora numa vida boa, animada pela caridade, e no final produzirá a ressurreição da carne. É esta a potência da Palavra de Cristo”.
Bento XVI concluiu recordando o “sinal vivo desta verdade” que é a Virgem Maria. “O seu coração foi terra boa que acolheu com plena disponibilidade a Palavra de Deus, de tal modo que toda a sua existência, transformada segundo a imagem do Filho, foi introduzida na eternidade, alma e corpo, antecipando a vocação eterna de cada ser humano”.
Na saudação em francês, depois das Ave Marias, Bento XVI recordou que no Evangelho deste domingo Jesus nos diz que é inútil interrogar-se sobre o final dos tempos: “Vivamos cada instante da nossa vida sob o olhar de Cristo. Fazendo-nos o dom da sua vida, ele tudo completou. É Ele a nossa esperança, porque dia a dia Ele introduz na eternidade a nossa história.”
(Fonte: site Radio Vaticana)
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1972
No Colégio Universitário Guadaira, Sevilha, relata aos residentes o que lhe aconteceu da primeira vez que esteve nessa cidade diante de um “passo” da procissão da Semana Santa: “E fui-me à lua... Vendo aquela imagem da Virgem tão maravilhosa, nem reparava que estava em Sevilha, nem na rua. E alguém me tocou, assim no ombro. Voltei-me e vi um homem do campo que me disse: -Padre cura, esta não vale nada! A nossa é a que vale! Naquele momento quase me pareceu uma blasfémia, mas depois pensei: -Tem razão; quando eu mostro retratos da minha mãe, embora todos me agradem, também digo: este, este é que é bom”.
(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/15-11-5)
REQUIEM - Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada
Algumas dicas para o meu funeral
Reverendíssimo Senhor Padre
Fico-lhe muito grato por celebrar as minhas exéquias e peço-lhe desde já que me desculpe pelo facto de não me levantar para o cumprimentar, mas a rigidez do meu cadáver não me consente essa deferência para com V. Revª. Quero crer que, depois da ressurreição dos mortos, o possa fazer, retribuindo então a gentileza desta celebração exequial.
Como sabe, não foi escolhido por ser o meu mais estimado irmão no sacerdócio mas, pelo contrário, por ser aquele que menos me apreciava e por isso também o que melhor me conhecia e aquele com quem eu mais concordava. Quis assim evitar a tolice, hoje muito em voga, do elogio fúnebre que, para além de vã, é idolátrica, na medida em que transfere para a criatura o louvor que é devido ao Criador. Não permita pois, Senhor Padre, que se profane a celebração litúrgica com evocações de familiares e amigos. Esse «culto dos mortos» é uma reminiscência pagã que não tem cabimento numa liturgia cristã, que é única e exclusivamente a celebração do Deus vivo. Peça-lhes antes que me perdoem as minhas muitas faltas e que sufraguem a minha alma, sobretudo mandando celebrar o Santo Sacrifício do Altar por todas as almas do purgatório.
Ao contrário dos que presumem a entrada imediata no Céu e, por isso, dispensam as orações pelos fiéis defuntos, tenho consciência de que só pela misericórdia de Deus me poderá ser concedida a graça de uma posterior purificação, que poderá ser abreviada com as orações, sacrifícios e indulgências de quem tiver por bem rezar pela minha alma. Bem hajam!
Não quero outras flores que as que ornamentem o Sacrário ou as que se coloquem aos pés de Nossa Senhora. Não quero luto, nem lágrimas, não quero gravatas pretas nem vestes sombrias, porque sei que não me aguarda um Juiz impiedoso, mas um Pai pródigo em amor e rico em misericórdia. É n’Ele que eu espero e é para Ele que, pela sua graça, eu vou, com a antecipada alegria de um encontro ardentemente desejado.
Queria ainda pedir-lhe um favor: não fale da morte porque, como sabe melhor do que eu, a morte não existe para um cristão. Fale da vida e da Vida: da etapa terrena da existência humana e da sua dimensão definitiva, na eternidade de Deus. Sim, fale sobretudo de Deus: quanto tempo se perde a falar do que não é nada e que pouco o tempo para pregar Aquele que é tudo!
Permita-me ainda uma última recomendação: se alguém lhe perguntar de quem é o corpo a que se vai dar cristã sepultura, até que seja chegado o momento do juízo final e da ressurreição da carne, em que firmemente creio, diga apenas que este meu corpo que aí jaz mais não é do que a mortalha de um pobre pecador, de um padre qualquer que amava apaixonadamente Cristo e a sua Igreja e que pede a esse seu irmão na fé a esmola de uma oração.
Pela mesma razão já acima invocada, ainda não é desta que beijo a mão de Vossa Reverência, de quem sou, muito grato e obrigado,
P. Gonçalo Portocarrero de Almada
Reverendíssimo Senhor Padre
Fico-lhe muito grato por celebrar as minhas exéquias e peço-lhe desde já que me desculpe pelo facto de não me levantar para o cumprimentar, mas a rigidez do meu cadáver não me consente essa deferência para com V. Revª. Quero crer que, depois da ressurreição dos mortos, o possa fazer, retribuindo então a gentileza desta celebração exequial.
Como sabe, não foi escolhido por ser o meu mais estimado irmão no sacerdócio mas, pelo contrário, por ser aquele que menos me apreciava e por isso também o que melhor me conhecia e aquele com quem eu mais concordava. Quis assim evitar a tolice, hoje muito em voga, do elogio fúnebre que, para além de vã, é idolátrica, na medida em que transfere para a criatura o louvor que é devido ao Criador. Não permita pois, Senhor Padre, que se profane a celebração litúrgica com evocações de familiares e amigos. Esse «culto dos mortos» é uma reminiscência pagã que não tem cabimento numa liturgia cristã, que é única e exclusivamente a celebração do Deus vivo. Peça-lhes antes que me perdoem as minhas muitas faltas e que sufraguem a minha alma, sobretudo mandando celebrar o Santo Sacrifício do Altar por todas as almas do purgatório.
Ao contrário dos que presumem a entrada imediata no Céu e, por isso, dispensam as orações pelos fiéis defuntos, tenho consciência de que só pela misericórdia de Deus me poderá ser concedida a graça de uma posterior purificação, que poderá ser abreviada com as orações, sacrifícios e indulgências de quem tiver por bem rezar pela minha alma. Bem hajam!
Não quero outras flores que as que ornamentem o Sacrário ou as que se coloquem aos pés de Nossa Senhora. Não quero luto, nem lágrimas, não quero gravatas pretas nem vestes sombrias, porque sei que não me aguarda um Juiz impiedoso, mas um Pai pródigo em amor e rico em misericórdia. É n’Ele que eu espero e é para Ele que, pela sua graça, eu vou, com a antecipada alegria de um encontro ardentemente desejado.
Queria ainda pedir-lhe um favor: não fale da morte porque, como sabe melhor do que eu, a morte não existe para um cristão. Fale da vida e da Vida: da etapa terrena da existência humana e da sua dimensão definitiva, na eternidade de Deus. Sim, fale sobretudo de Deus: quanto tempo se perde a falar do que não é nada e que pouco o tempo para pregar Aquele que é tudo!
Permita-me ainda uma última recomendação: se alguém lhe perguntar de quem é o corpo a que se vai dar cristã sepultura, até que seja chegado o momento do juízo final e da ressurreição da carne, em que firmemente creio, diga apenas que este meu corpo que aí jaz mais não é do que a mortalha de um pobre pecador, de um padre qualquer que amava apaixonadamente Cristo e a sua Igreja e que pede a esse seu irmão na fé a esmola de uma oração.
Pela mesma razão já acima invocada, ainda não é desta que beijo a mão de Vossa Reverência, de quem sou, muito grato e obrigado,
P. Gonçalo Portocarrero de Almada
Igreja não pode ignorar a Internet
Bispos europeus reunidos no Vaticano para reflectir sobre os novos media
A Igreja não pode ignorar a Internet, é a certeza que sai dos primeiros dias de trabalho da assembleia plenária da Comissão Episcopal Europeia para os Media (CEEM), que está a decorrer no Vaticano.
Numa mensagem endereçada aos participantes, Bento XVI convida a “examinar esta nova cultura e as suas implicações para a missão da Igreja”.
O Papa sublinha que “a proclamação de Cristo requer um profundo conhecimento da nova cultura tecnológica”.
Com os responsáveis pela área dos media na Europa estarão, nestes dias, representantes do Facebook, do YouTube, da Wikipedia e de Identi.ca, bem como um hacker suíço.
D. Jean-Michel di Falco, presidente da CEEM, admitiu que há dificuldades e atrasos na maneira como a Igreja se relaciona com o fenómeno da Internet, aconselhando a propor “a verdade de Cristo de maneira firme” e “humilde”.
Falando em particular das novas gerações, D. di Falco alertou que ficar fora da Internet é “deitar fora uma boa parte da vida das pessoas”.
O presidente do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais, D. Claudio Maria Celli, afirmou, por seu lado, que a Igreja “deve sempre interrogar-se sobre o que é verdadeiramente a comunicação”.
Este responsável disse ao canal de televisão “Italia 1” que Bento XVI mostra interesse nas novas tecnologias e não hesita em navegar pela rede e usar email.
(Fonte: site Agência Ecclesia)
A Igreja não pode ignorar a Internet, é a certeza que sai dos primeiros dias de trabalho da assembleia plenária da Comissão Episcopal Europeia para os Media (CEEM), que está a decorrer no Vaticano.
Numa mensagem endereçada aos participantes, Bento XVI convida a “examinar esta nova cultura e as suas implicações para a missão da Igreja”.
O Papa sublinha que “a proclamação de Cristo requer um profundo conhecimento da nova cultura tecnológica”.
Com os responsáveis pela área dos media na Europa estarão, nestes dias, representantes do Facebook, do YouTube, da Wikipedia e de Identi.ca, bem como um hacker suíço.
D. Jean-Michel di Falco, presidente da CEEM, admitiu que há dificuldades e atrasos na maneira como a Igreja se relaciona com o fenómeno da Internet, aconselhando a propor “a verdade de Cristo de maneira firme” e “humilde”.
Falando em particular das novas gerações, D. di Falco alertou que ficar fora da Internet é “deitar fora uma boa parte da vida das pessoas”.
O presidente do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais, D. Claudio Maria Celli, afirmou, por seu lado, que a Igreja “deve sempre interrogar-se sobre o que é verdadeiramente a comunicação”.
Este responsável disse ao canal de televisão “Italia 1” que Bento XVI mostra interesse nas novas tecnologias e não hesita em navegar pela rede e usar email.
(Fonte: site Agência Ecclesia)