Bento XVI pede orações para o bom êxito do Sínodo e por todo o continente africano


Ao meio-dia, antes da recitação do Angelus, da janela dos seus aposentos sobre a Praça de São Pedro, Bento XVI voltou a referir a abertura da assembleia especial para a África, do Sínodo dos Bispos, sublinhando o “clima de fé e oração, em religiosa obediência à Palavra de Deus” em que este há-de decorrer, pois o verdadeiro protagonista – disse – é o Espírito do Senhor, que guia a Igreja.

O Papa começou por recordar o primeiro “Sínodo Africano”, convocado por João Paulo II, que, “com o seu zelo missionário, tantas vezes se fez peregrino em terra africana”. Teve lugar em 1994, “na perspectiva do ano 2000 e do terceiro milénio cristão”.

“A quinze anos de distância, esta nova Assembleia coloca-se em continuidade com a primeira, para fazer uma avaliação do caminho percorrido, aprofundar alguns aspectos e examinar os desafios mais recentes”.

Bento XVI recordou o tema escolhido - “A Igreja em África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz” – acompanhado de uma palavra que Jesus dirigiu aos discípulos: “Vós sois o sal da terra… vós sois a luz do mundo”.

“O Sínodo constitui sempre uma intensa experiência eclesial, uma experiência de responsabilidade pastoral colegial em relação a um aspecto específico da vida da Igreja, ou então, como neste caso, de uma parte do Povo cristão determinada em base à área geográfica”.

O Papa e os seus mais directos colaboradores reúnem-se juntamente com os Membros designados, da Assembleia, com os Peritos e os Auditores, para aprofundarem o tema escolhido.

“É importante sublinhar que não se trata de um congresso de estudo, nem de uma assembleia programática. Escutam-se relatórios e intervenções, há um confronto em grupos, mas todos sabemos bem que os protagonistas não somos nós: é o Senhor, o Seu Santo Espírito, que guia a Igreja.

O mais importante, para todos, é escutar: escutarmo-nos uns aos outros e, todos juntos, escutarmos o que o Senhor nos quer dizer. Para tal, o Sínodo decorre num clima de fé e de oração, em religiosa obediência à Palavra de Deus”.

E Bento XVI concluiu esta alocução antes das Ave Marias, pedindo orações para o bom êxito do Sínodo e por todo o continente africano:

“A África é um Continente que tem uma extraordinária riqueza humana. Actualmente, a sua população ascende a cerca de um bilião de habitantes e a sua taxa de natalidade global é o mais elevado a nível mundial.

A África é uma terra fecunda em vida humana, mas esta vida é infelizmente marcada por tantas pobrezas e sofre por vezes de profundas injustiças. A Igreja está empenhada em superá-las com a força do Evangelho e a solidariedade concreta de tantas instituições e iniciativas de caridade.

Rezemos à Virgem Maria para que abençoe a II Assembleia sinodal para a África e obtenha paz e desenvolvimento para este grande e amado Continente.”

Depois da recitação do Angelus, Bento XVI não quis deixar de evocar as populações do Pacífico e do Sudeste asiático atingidas recentemente com calamidades naturais: o tsunami nas lhas Samoa e Tonga; o tufão nas Filipinas, afectando também o Vietname, Laos e Cambodja; o devastante terramoto na Indonésia. E finalmente as vítimas de inundações na Sicília. Catástrofes estas, que causaram graves perdas em vidas humanas, inúmeros dispersos e desalojados e graves danos materiais.

“Convido todos a unirem-se a mim na oração pelas vítimas e seus entes queridos. Estou espiritualmente próximo dos desalojados e de todas as pessoas provadas, implorando de Deus alívio para as suas penas. Faço apelo para que não falte a estes irmãos e irmãs a nossa solidariedade e o apoio da Comunidade Internacional”.

No dia em que se dá início à assembleia sinodal para a África, o Papa não podia esquecer “os conflitos que, actualmente, põem em risco a paz e a segurança dos Povos do continente africano”. Especialmente, Bento XVI referiu ter seguido "com apreensão os graves episódios de violência que abalaram a população da Guiné (Conacri)".

"Exprimo as minhas condolências às famílias das vítimas, convido as partes ao diálogo e à reconciliação. Estou certo de que se não pouparão esforços para chegar a uma solução justa e equitativa”.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Bento XVI – “África, um imenso pulmão espiritual para toda a humanidade”


O Papa Bento XVI preside na manhã deste Domingo, na Basílica de São Pedro a Missa para a abertura da II assembleia especial do Sínodo dos Bispos para a África, que a partir de amanhã e até ao próximo dia 25, debaterá o tema "A Igreja na África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz. Vós sois o sal da terra. Vós sois a luz do mundo".

“A África é depositária de um tesouro inestimável para o mundo inteiro” – assegurou Bento XVI na homilia da celebração eucarística. “A África representa para toda a humanidade um imenso pulmão espiritual”. Mas “este pulmão – advertiu o Papa - encontra-se ameaçado por duas patologias”: o materialismo prático e o fundamentalismo religioso.

Evocando a primeira assembleia especial para a África do Sínodo dos Bispos, há 15 anos, o Pontífice observou que assim como aquele outro acontecimento tinha constituído o ponto de chegada de um caminho, que prosseguiu depois, assim esta nova Assembleia sinodal constitui uma significativa etapa de avaliação e de relançamento”.

Nas saudações iniciais, Bento XVI dirigiu especiais palavras de acolhimento a Sua Santidade Abuna Paulos, Patriarca da Igreja Ortodoxa Tewahedo da Etiópia, assim como os diversos “Delegados fraternos” das outras Igrejas e das Comunidades eclesiais. Não esqueceu também o Coro congolês que, juntamente com a Capela Sistina, animou a celebração.

A homilia partiu, como sempre das leituras da Missa deste domingo, do qual – observou o Papa – emergem com vigor três aspectos, interpeladores: o primado de Deus, Criador e Senhor; o matrimónio; e as crianças.

“O reconhecimento do domínio absoluto de Deus é sem dúvida um dos traços salientes e unificadores da cultura africana. Naturalmente, na África existem múltiplas e diferentes culturas, mas parecem concordar todas neste ponto: Deus é Criador e fonte da vida”.

Neste aspecto – sublinhou o Papa – “a África é depositária de um inestimável tesouro para o mundo inteiro: o seu profundo sentido de Deus”. Uma realidade que Bento XVI afirmou ter tido ocasião de advertir pessoalmente nos encontros com os Bispos africanos em visita “ad limina” e mais ainda por ocasião da sua recente viagem apostólica aos Camarões e a Angola, viagem (disse) “da qual conservo uma grata e comovida recordação”.

“Quando se fala de tesouros da África, pensa-se logo nos recursos de que é rico este território e que infelizmente se tornaram e continuam a ser motivo de exploração, de conflitos e de corrupção. Ora, a Palavra de Deus faz-nos encarar um outro património: o património espiritual e cultural, de que a humanidade tem necessidade, ainda mais do que das matérias-primas”.

“De facto – diria Jesus – que vantagem há em ganhar o mundo inteiro e perder depois a própria vida?”

“A África representa um imenso pulmão espiritual para uma humanidade que aparece em crise de fé e de esperança. Mas também este pulmão pode adoecer. E neste momento há pelo menos duas patologias que o estão a afectar: antes de mais, uma doença já difusa no mundo ocidental, isto é, o materialismo prático, combinado com o pensamento relativista e niilista”.

Bento XVI considerou “indiscutível o facto de o chamado “primeiro” mundo ter exportado, e continuar a exportar resíduos tóxicos espirituais, que contagiam as populações de outros continentes, em especial as populações africanas”.

“Neste sentido, o colonialismo, terminado no plano político, nunca se concluiu completamente. Mas, precisamente nesta perspectiva, há que assinalar um outro vírus que poderia atingir também a África, ou seja, o fundamentalismo religioso, misturado com interesses políticos e económicos”.

De facto, sublinhou o Papa, “estão-se a difundir no continente africano grupos ligados a diferentes pertenças religiosas”. E “fazem-no em nome de Deus, mas segundo uma lógica oposta à lógica divina, ensinando e praticando não o amor e o respeito da liberdade, mas sim a intolerância e a violência”.

“Possa a Igreja na África ser sempre uma família de autênticos discípulos de Cristo, onde a diferença entre etnias se torne motivo e estímulo para um recíproco enriquecimento humano e espiritual”.

“Com a sua obra de evangelização e promoção humana, a Igreja pode sem dúvida dar na África um grande contributo a toda a sociedade, que infelizmente conhece em vários países pobreza, injustiças, violências e guerras”.

“A vocação da Igreja, comunidade de pessoas reconciliadas com Deus e entre si, é ser profecia e fermento de reconciliação entre os vários grupos étnicos, linguísticos e também religiosos, no interior de cada nação e em todo o continente. A reconciliação, dom de Deus que os homens devem implorar e acolher, é fundamento estável sobre o qual construir a paz, condição indispensável para o autêntico progresso dos homens e da sociedade, segundo o projecto de justiça querido por Deus”.


(Fonte: site Radio Vaticana)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1972

Começa uma viagem por Espanha e Portugal onde, durante dois meses, faz uma intensa catequese, reunindo-se com milhares de pessoas para lhes falar de Deus. Num encontro com estudantes, no Colégio Universitário da Moncloa, diz: “Ser um bom cristão quer dizer ser um bom estudante, alegre, com as qualidades dos jovens, que são muitas. Quando ouço falar mal da juventude actual, zango-me: porque fazeis o mesmo que todos nós fizemos, os que já não somos tão jovens, quando o éramos. De modo que não há razão para vos preocupardes. As virtudes dos jovens são muitas e, além disso, tendes ânimo, entusiasmo. Estudai, não percais o bom humor, e empregai a vossa simpatia para levar a todos os ambientes a doutrina de Cristo”.

(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/4-10-5)

Recuperar o sentido da realidade

Em certa ocasião, alguém perguntou a Thomas Edison (1847 – 1931) como se sentia depois de ter fracassado incontáveis vezes na tentativa de fabricar uma lâmpada. Edison, que foi autor de mais de 1200 inventos e “transformou” este nosso mundo ao aperfeiçoar as primeiras lâmpadas eléctricas de filamento incandescente, terá respondido mais ou menos o seguinte: «Eu nunca fracassei, muito pelo contrário. Consegui descobrir, com grande êxito, milhares de procedimentos de como não fabricar uma lâmpada».

Será uma lenda esta resposta? Não sei. No entanto, é um exemplo de uma resposta dada por alguém certamente optimista. E, segundo consta, Edison era um homem vivamente optimista. Se não fosse assim, teria desistido nos primeiros ensaios para criar novos inventos. Ser inventor não é nem nunca foi um ofício fácil. É preciso ter uma vontade forte, uma persistência de aço, uma “teimosia” cheia de esperança. Edison arriscou muitas vezes – e muitas vezes fracassou.
Contudo, não deixou que a tentação do desânimo tivesse a última palavra. Aprendeu com os seus fracassos e, de tanto começar e recomeçar, fez descobertas que ainda hoje nos são úteis.

O optimismo não é uma atitude ingénua e pouco realista, como muitos nos querem fazer acreditar. O optimismo também se manifesta nas derrotas e nos fracassos. Uma pessoa optimista sabe que a vida não é somente êxito, não é um mar de rosas. Sabe que a vitória não virá sozinha ou com pouco esforço. E sabe que tem de aceitar os inevitáveis fracassos e procurar aprender com eles, condição sine qua non para não se afundar no desânimo. Só não fracassa quem nunca faz nada.

Por outro lado, há uma faceta das derrotas que é importantíssima na nossa vida e da qual nos esquecemos com frequência. Os fracassos levam-nos pela mão ao conhecimento próprio. É muito difícil conhecermo-nos a nós mesmos, entre outros motivos porque nunca somos imparciais nesse conhecimento. Já dizia a inscrição esculpida no dintel do templo de Delfos, na Antiga Grécia: “Conhece-te a ti mesmo”. E apresentava esta máxima como o princípio da verdadeira sabedoria. É mais fácil conhecer o modo de ser dos outros e aquilo que nos rodeia. Pelo contrário, o conhecimento próprio é uma tarefa árdua e sujeita a muitas dificuldades.

Como dizia alguém, os fracassos permitem-nos recuperar o sentido da realidade. Colocam-nos no lugar contingente que nos corresponde. Cada um de nós não é o centro do Universo, por muito que nos custe reconhecer esta verdade. Aqui, nesta Terra que agora pisamos, estamos de passagem, como todos os outros que por cá passaram.

Os fracassos ajudam-nos a reconhecer e aceitar as nossas próprias limitações, rindo-nos um pouco de nós próprios – maravilhoso remédio que mantém a nossa saúde mental. Só os loucos não sabem rir-se de si mesmos. Os fracassos evitam-nos o desgosto de descobrir um dia, quando nos apresentarmos diante de Deus tal como somos, que a imagem que forjamos de nós próprios não corresponde quase nada à realidade.


Pe. Rodrigo Lynce de Faria

Fátima a 13 de Outubro estreia mundial do filme “O 13.º Dia”


Filme inglês de ficção baseado nas Memórias da Irmã Lúcia

No próximo dia 13 de Outubro é apresentado em Fátima, em estreia mundial, o filme “The 13th Day” (“O 13.º Dia”).

O Santuário de Fátima acolhe o lançamento desta iniciativa particular, que será exibida no anfiteatro do Centro Pastoral Paulo VI, pelas 21:00.

As entradas são livres e gratuitas.

Rodado em Inglês, o filme terá legendagem em Português.

O 13.º Dia é um filme independente de ficção baseado na história das aparições de Fátima, com especial destaque para o dia 13 de Outubro de 1917.

Após uma apresentação particular aos responsáveis do Santuário, a instituição reconhece neste filme “um grande valor”. “É um filme intenso e de sensibilidade apurada. Revela pesquisa, dedicação e está bem construído”.

Produzido pela “13th Day Films Ltd”, "O 13.º Dia" foi escrito e realizado por Ian e Dominic Higgins, produzido por Natasha Howes e tem Leo Hughes como produtor executivo.

A banda sonora é um original de Andrew Guthrie.

As filmagens decorreram em Portugal e em Inglaterra e o filme é anunciado como inovador em termos tecnológicos, nomeadamente ao nível dos efeitos especiais.

A sinopse antecipa que: “Num mundo dividido por perseguições, guerra e opressão, três crianças foram escolhidas para anunciar uma mensagem de esperança. Baseado nas memórias da irmã Lúcia e nas memórias de muitas testemunhas, “O 13.º Dia” dramatiza a incrível e verdadeira história dos três pastorinhos de Fátima, que presenciaram seis aparições da ‘Senhora do Céu’ entre Maio e Outubro de 1917, e que culminou num milagre final visto por milhares de pessoas”.


(Fonte: BOLETIM INFORMATIVO 115/2009, DE 03 DE OUTUBRO DE 2009, 16:30)

S. Francisco de Assis, diácono, +1224

São Francisco de Assis, nasceu na cidade de Assis, Úmbria, Itália, no ano de 1182, de pai comerciante, o jovem rebento de Bernardone, gostava das alegres companhias e gastava com certa prodigalidade o dinheiro do pai. Sonhou com as glórias militares, procurando desta maneira alcançar o "status" que sua condição exigia, e aos vinte anos, alistou-se como cavaleiro no exército de Gualtieri de Brienne, que combatia pelo papa, mas em Espoleto, teve um sonho revelador no qual era convidado a seguir de preferência o Patrão do que o servo, e em 1206 , aos 24 anos de idade para espanto de todos, Francisco de Assis abandonou tudo: riquezas, ambições, orgulho, e até da roupa que usava, para desposar a Senhora Pobreza e repropor ao mundo, em perfeita alegria, o ideal evangélico de humildade, pobreza e castidade, andando errante e maltrapilho, numa verdadeira afronta e protesto contra sua sociedade burguesa.

Já inteiramente mudado de coração, e a ponto de mudar de vida, passou um dia pela igreja de São Damião, abandonada e quase em ruínas. Levado pelo Espírito, entrou para rezar e se ajoelhou devotamente diante do crucifixo. Tocado por uma sensação insólita, sentiu-se todo transformado. Pouco depois, coisa inaudita, a imagem do Crucificado mexeu os lábios e falou com ele. Chamando-o pelo nome, disse: "Francisco, vai e repara a minha casa que, como vês, está em ruínas".

Com a renúncia definitiva aos bens paternos, aos 25 anos, Francisco deu início à sua vida religiosa. Com alguns amigos deu início ao que seria a Ordem dos Frades Menores ou Franciscanos, cuja ordem foi aprovada pelo Papa Inocêncio III. Santa Clara, sua dilecta amiga, fundou a Ordem das Damas Pobres ou Clarissas. Em 1221, sob a inspiração de seu estilo de vida nasceu a Ordem Terceira para os leigos consagrados. Neste capítulo da vida do santo é caracterizado por intensa pregação e incessantes viagens missionárias, para levar aos homens, frequentemente armados uns contra os outros, a mensagem evangélica de Paz e Bem. Em 1220, voltou a Assis após ter-se aventurado a viagem à Terra Santa, à Síria e ao Egipto, redigindo a segunda Regra, aprovada pelo Papa Honório III. Já debilitado fisicamente pelas duras penitências, entrou na última etapa de sua vida, que assinalou a sua perfeita configuração a Cristo, até fisicamente, com o sigilo dos estigmas, recebidos no monte Alverne a 14 de Setembro de 1224.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)