domingo, 27 de setembro de 2009

Ordenações de Diáconos em Samora Correia

Neste Domingo, dia 27 de Setembro, pelas 17 horas, realiza-se a ordenação de Diácono de dois candidatos ao Sacerdócio, o seminarista Fernando Lopes e o Ir. Lorenzo Bonati.

A Ordenação decorrerá na igreja paroquial de Samora Correia, terra natal do Seminarista Fernando Lopes, e será presidida pelo Arcebispo de Évora, D. José Francisco Sanches Alves.

Depois de seis anos de formação no Seminário Maior de Évora, Fernando Lopes, após a ordenação deverá realizar o seu ministério em Alcácer do Sal juntamente com o Padre José António Gonçalves, leccionará Educação Moral e Religiosa Católica na Escola local e será ainda responsável pelo Pré-Seminário. Realidade que não lhe será estranha dada a sua experiência no acompanhamento de jovens quer na sua paróquia de origem quer no Movimento dos Convívios Fraternos.

Na mesma celebração será também ordenado Diácono o Irmão Lorenzo Bonati da Associação “mater Dei” Pequenos Filhos da Mãe de Deus, que realizou os seus votos perpétuos no passado dia 6 de Setembro, em celebração presidida pelo Arcebispo de Évora.


Nacional Departamento Comunicação Social/Évora 2009-09-26 16:00:03 1438 Caracteres Diocese de Évora


(Fonte: site Agência Ecclesia)

Bento XVI, no Castelo de Praga, no encontro com o mundo académico


Começando por agradecer a “óptima interpretação” do coro universitário e a saudação do Reitor da Universidade, Bento XVI congratulou-se com esta oportunidade de manifestar a sua “estima pelo indispensável papel que as Universidades e os Institutos Superiores desempenham na sociedade.

“Mantendo os valores culturais e espirituais da sociedade e oferecendo-lhes ao mesmo tempo o próprio contributo, o mundo académico desenvolve o precioso serviço de enriquecer o património intelectual da nação e de consolidar os fundamentos do seu desenvolvimento futuro.As grandes mudanças que há vinte anos transformaram a sociedade checa foram causados, em parte significativa, pelos movimentos de reforma surgidos nas universidades e nos círculos estudantis. Essa busca da liberdade continuou a guiar o trabalho dos estudiosos: a sua diakonia à verdade è indispensável ao bem-estar de qualquer nação”.

“A liberdade que está na base do exercício da razão – tanto numa Universidade como também na Igreja (observou o Papa) – tem um fim preciso: visa a busca da verdade e como tal exprime uma dimensão própria do cristianismo”. Foi precisamente esta convicção que levou o Papa Clemente VI a instituir em 1347 esta famosa Universidade de Praga. Um aspecto essencial da missão da Universidade é “a responsabilidade de iluminar as mentes e os corações dos jovens” de cada geração.

“Quando se desperta nos jovens a compreensão da plenitude e a unidade da verdade, estes sentem prazer em descobrir que a demanda do que podem conhecer lhes abre o horizonte da grande aventura daquilo que devem ser e do que devem fazer. Há que reencontrar a ideia de uma formação integral, baseada na unidade do conhecimento radicado na verdade”.

“Com o crescimento massivo da informação e da tecnologia nasce a tentação de separar a razão da busca da verdade”. O que leva a um relativismo sob o qual se podem camuflar novas ameaças à autonomia das instituições académicas – advertiu o Papa.

“Que sucederia se a nossa cultura houvesse de construir-se unicamente sobre temas em voga, sem grande referência a uma genuína histórica tradição intelectual, ou então sobre convicções promovidas com grande clamor e largamente financiadas? O que virá a suceder se, na ânsia de preservar um secularismo radical (da cultura), esta acabasse por destacar-se das raízes que a alimentam? Não será assim que as nossas sociedades se hão-de tornar mais racionais, tolerantes ou capazes de adaptação. Pelo, contrário, serão mais frágeis e menos inclusivas, e terão ainda mais dificuldade em reconhecer o que é verdadeiro, nobre e bom”.

Evocando João Paulo II e a sua Encíclica “Fides et ratio”, Bento XVI sublinhou que uma das preocupações centrais do seu predecessor era a necessidade de se superar a fractura entre ciência e religião, para o que se esforçou em “promover uma maior compreensão da relação fé – razão, entendidas como as duas asas com as quais o espírito humano se eleva à contemplação da verdade”. Em última análise, a fidelidade ao homem exige a fidelidade à verdade, a única a poder garantir a liberdade.

“Foi esta confiança na capacidade humana de procurar e encontrar a verdade, e de viver em conformidade com ela, que levou à fundação das grandes Universidades europeias. É claro que devemos hoje reafirmá-lo, em ordem a encorajar as forças intelectuais necessárias ao desenvolvimento de um futuro de autêntico florescimento humano, um futuro verdadeiramente digno do homem”.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Bento XVI – “As raízes cristãs da Europa continuam a oferecer alimento espiritual e moral”


Na tarde deste domingo Bento XVI deslocou-se ao arcebispado de Praga para um encontro ecuménico com expoentes do conselho ecuménico da Republica Checa.

No seu discurso o Papa começou por recordar que os cristãos deste país, levados pela esperança que mora neles e que deriva da mensagem evangélica encontram com os cristãos e pessoas de boa vontade da Europa inteira para reafirmarem as suas raízes cristãs, precisamente porque estas raízes continuam a oferecer alimento espiritual e moral que permite promover o bem comum e estabelecer um diálogo construtivo com pessoas de outras culturas e religiões.

Mas não obstante isto existem pessoas que procuram reduzir a influência do cristianismo na vida politica. Um fenómeno que nos pede que nos pede uma reflexão.

“Como sugeri na minha encíclica sobre a esperança cristã – disse o Papa – a separação artificial da vida intelectual e publica deveria levar-nos a empenharmo-nos numa recíproca autocrítica da idade moderna e “autocrítica do cristianismo moderno” particularmente sobre a esperança que podem oferecer á humanidade. Podemos perguntarmo-nos: o que é que o Evangelho tem para dizer á Republica Checa e mais em geral á Europa inteira, num período marcado pela proliferação de varias visões do mundo?

O Cristianismo aberto a tudo o que é bom na sociedade, oferece á humanidade o Evangelho da Salvação, que transcende as vicissitudes dos tempos:

O cristianismo tem muito para oferecer no plano prático e moral….Oferece a salvação…Alude ao desejo ardente de reconciliação e de comunhão que espontaneamente brota das profundidades do espírito humano. É a verdade central do Evangelho…E é o critério sobre o qual os cristãos voltam sempre a focalizar – se no seu empenho para sarar as feridas das divisões do passado.

Os cristãos sintam-se encorajados na sua missão pelo facto das raízes cristãs da Europa continuarem a influenciar e a alimentar a sua vida pública.

“Quando a Europa se coloca á escuta da historia do cristianismo – disse Bento XVI – escuta a sua própria historia. As suas noções de justiça, liberdade e responsabilidade social, juntamente com as instituições culturais e jurídicas estabelecidas para defender estas ideias e as transmitir ás gerações futuras são plasmadas pela sua herança cristã. Na verdade, a memoria do passado anima as suas aspirações para o futuro. (…) os cristãos não devem dobrar-se sobre si mesmos, medrosos do mundo, mas sobretudo devem partilhar com confiança o tesouro de verdade que lhes foi confiado. Ao mesmo tempo os cristãos de hoje, (…) devem ter a coragem de convidar homens e mulheres á conversão radical que deriva do encontro com Cristo e introduz numa nova vida de graça.”.

Também este facto constitui um motivo a mais a favor do ecumenismo:

“Deste ponto de vista – salientou Bento XVI- compreendemos com maior clareza porque é que os cristãos são obrigados a unirem-se a outros recordando á Europa as suas raízes….É pelo facto de elas - de maneira ténue mas ao mesmo tempo fecunda – continuarem a dar ao Continente o apoio espiritual e moral que permite estabelecer um diálogo significativo com pessoas de outras culturas e religiões.Precisamente porque o Evangelho não é uma ideologia, não pretende bloquear dentro de esquemas rígidos as realidades sócio politicas que se evolvem. O Evangelho transcende as vicissitudes deste mundo e lança nova luz sobre a dignidade da pessoa humana em cada época.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Mini-crónica de Brno

Bom dia, caríssimo amigo! :-)

Por aqui já levamos o dia ganho. Foi muito bonito e estava mesmo muita, muita gente! Creio que umas 100.000 pessoas!

Falamos mais logo, um grande abraço, votos de um voto reflectido, um óptimo Domingo!

Kiko

Papa no final da Missa em Brno antes do Angelus – “Manter o património espiritual herdado dos antepassados”

No final da celebração, já por volta do meio-dia, Bento XVI recitou como todos os domingos, a oração mariana do Angelus, declarando-se feliz de o fazer “no coração da Morávia, região fraternamente unida à Boémia, terra marcada por muitos séculos de fé cristã, que evoca, na sua origem, a corajosa missão de São Cirilo e São Metódio”.

“A Morávia é terra rica de santuários marianos, que multidões de peregrinos visitam durante todo o ano. Neste momento desejaria deslocar-me numa peregrinação em espírito junto da frondosa montanha de Hostyn, onde venerais Nossa Senhora como vossa Protectora. Que Maria mantenha viva a fé de todos vós, a fé alimentada também por numerosas tradições populares que se radicam no passado, mas que vós justamente tendes o cuidado de conservar para que não diminua nas aldeias e cidades uma calorosa convivência familiar”.

Se “o ritmo da vida moderna tende a cancelar algumas marcas de um passado rico de fé” – observou o Papa – “é importante não perder de vista o ideal que os costumes tradicionais exprimiam”.

“Sobretudo há que manter o património espiritual herdado dos vossos antepassados, para o conservar e, mais ainda, para o tornar correspondente às exigências do tempo presente. Vos ajude a Virgem Maria, à qual confio uma vez mais a vossa Igreja e toda a Nação checa”.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Missa em Brno centrada no tema da esperança, fundamental para o país, para a Europa, para a humanidade


Vídeo em espanhol

O tema desta celebração litúrgica, e portanto também da homilia do Papa, foi a esperança, partindo das palavras de Jesus, escritas em grandes caracteres no pórtico da catedral de Brno: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. A proposta do bispo local de centrar sobre a esperança esta celebração foi acolhida por Bento XVI, “pensando não só no povo deste caro país, mas também na Europa e em toda a humanidade, que tem sede de algo sobre que apoiar solidamente o próprio futuro” (explicou o Papa).

“A experiência da história mostra a que absurdidades chega o homem quando exclui Deus do horizonte das suas opções e acções. E mostra também que não é fácil construir uma sociedade inspirada nos valores do bem, da justiça e da fraternidade, porque o ser humano é livre e a sua liberdade permanece frágil. A liberdade tem que ser constantemente reconquistada… Trata-se de uma tarefa que toca a todas as gerações”.

Detendo-se sobre a realidade do mundo contemporâneo, prosseguiu Bento XVI:

“O vosso país, como outras nações, está vivendo uma condição cultural que muitas vezes constitui um radical desafio para a fé e portanto também para a esperança. De facto, na época moderna, tanto a fé como a esperança foram como que acantonadas, relegadas para o plano privado e ultra-terreno, ao passo que na vida concreta e pública se afirmou a confiança no progresso científico e económico”.

Mas o fundamento da fé e da esperança – sublinhou Bento XVI – permanece sempre e só o Amor de Deus revelado e comunicado em Jesus Cristo:

“O homem tem necessidade de ser libertado das opressões materiais e, mais profundamente, dos males que afligem o espírito. E quem pode salvá-lo se não Deus, que é Amor e revelou o seu rosto de Pai omnipotente e misericordioso em Jesus Cristo? A nossa firme esperança é portanto Cristo”.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Transformar os « corações de pedra » em « corações de carne » (Ez 36, 26)

O desenvolvimento tem necessidade de cristãos com os braços levantados para Deus em atitude de oração, cristãos movidos pela consciência de que o amor cheio de verdade — caritas in veritate –, do qual procede o desenvolvimento autêntico, não o produzimos nós, mas é-nos dado. Por isso, inclusive nos momentos mais difíceis e complexos, além de reagir conscientemente devemos sobretudo referir-nos ao seu amor. O desenvolvimento implica atenção à vida espiritual, uma séria consideração das experiências de confiança em Deus, de fraternidade espiritual em Cristo, de entrega à providência e à misericórdia divina, de amor e de perdão, de renúncia a si mesmo, de acolhimento do próximo, de justiça e de paz. Tudo isto é indispensável para transformar os « corações de pedra » em « corações de carne » (Ez 36, 26), para tornar « divina » e consequentemente mais digna do homem a vida sobre a terra. Tudo isto é do homem, porque o homem é sujeito da própria existência; e ao mesmo tempo é de Deus, porque Deus está no princípio e no fim de tudo aquilo que tem valor e redime: « quer o mundo, quer a vida, quer a morte, quer o presente, quer o futuro, tudo é vosso; mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus » (1 Cor 3, 22-23). A ânsia do cristão é que toda a família humana possa invocar a Deus como o « Pai nosso ». Juntamente com o Filho unigénito, possam todos os homens aprender a rezar ao Pai e a pedir-Lhe, com as palavras que o próprio Jesus nos ensinou, para O saber santificar vivendo segundo a sua vontade, e depois ter o pão necessário para cada dia, a compreensão e a generosidade com quem nos ofendeu, não ser postos à prova além das suas forças e ver-se livres do mal (cf. Mt 6, 9-13).

No final do Ano Paulino, apraz-me formular os seguintes votos com palavras do Apóstolo tiradas da sua Carta aos Romanos: « Que a vossa caridade seja sincera, aborrecendo o mal e aderindo ao bem. Amai-vos uns aos outros com amor fraternal, adiantando-vos em honrar uns aos outros» (12, 9-10). Que a Virgem Maria, proclamada por Paulo VI Mater Ecclesiæ e honrada pelo povo cristão como Speculum Iustitiæ e Regina Pacis, nos proteja e obtenha, com a sua intercessão celeste, a força, a esperança e a alegria necessárias para continuarmos a dedicar-nos com generosidade ao compromisso de realizar o « desenvolvimento integral do homem todo e de todos os homens »[159].

Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 29 de Junho — Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo — do ano de 2009, quinto do meu Pontificado.
BENEDICTUS PP. XVI
[159] Paulo VI, Carta enc. Populorum progressio (26 de Março de 1967), 42: AAS 59 (1967), 278.
Caritas in veritate [79] – Bento XVI

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1931




Em Madrid, realiza o seu trabalho pastoral entre os doentes dos bairros da periferia. Na foto uma nota com um encargo que para este dia lhe pedem as Damas do Patronato dos Doentes. “Foram muitas horas gastas naquele trabalho, mas tenho pena de que não tenham sido mais. E nos hospitais, e nas casas onde havia doentes, se se pode chamar casas àqueles tugúrios… Era gente desamparada e doente; alguns com uma doença que então era incurável, a tuberculose”.

(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/27-9-5)

Nota de abertura Rádio Renascença

Para todas as pessoas de boa vontade e para os católicos, em particular, a visita de um Papa ao nosso país é sempre motivo de alegria e esperança.

Por isso, a deslocação de Bento XVI a Portugal no próximo ano, presidindo às celebrações de 13 de Maio em Fátima, só pode ser considerada uma excelente notícia.

Num mundo bipolar, em que sistemas políticos e económicos de sinal contrário têm procurado negar a presença de Deus, substituindo-a pelo Estado totalitário ou pelo consumismo doentio, Bento XVI é uma personalidade rica de valores, cujo magistério tem surpreendido até vozes mais críticas.

A guerra, a miséria, os desequilíbrios sociais, os atentados à vida e à dignidade humana têm merecido forte repúdio do Papa que simultaneamente revela grande capacidade de diálogo: dentro e fora da Igreja, mas também com o mundo político, social ou científico. Dialogando, mas sem nunca esconder a visão da Igreja sobre o Homem e sobre as circunstâncias que o rodeiam.
Deste modo, para os crentes e também para aqueles que procuram a Fé, a visita de Bento XVI a Portugal poderá ser uma oportunidade de encontro e de profunda reflexão sobre o sentido da vida.

Oportunidade que os portugueses não podem desperdiçar e que os católicos não podem deixar de sentir como uma grande interpelação.


(Fonte: ‘Página 1’ edição de 25.09.2009)

Somos livres: somos aquilo que queremos ser

Caiu uma águia-real. A tempestade daquela tarde fez com que este imponente animal caísse num enorme lamaçal. Ali estava ela. Uma cabeça majestosa, umas plumas brilhantes e uma envergadura de asas de quase três metros. Ali estava ela no meio da lama, aturdida e em estado de choque. Um rapaz, com o desejo de possuir tamanha riqueza, atou à pata da águia uma corda e a outra ponta a uma árvore que estava por perto.

Quando a águia despertou, abriu as asas com solenidade, olhou para o céu de frente e começou a voar. No entanto, atada como estava, caiu de novo na lama. Voltou a olhar para cima e vislumbrou umas simples pombas a deslizar pelo céu. Com novo ânimo e força redobrada, tentou outra vez, e outra vez caiu no lodaçal. Cinco, dez, vinte vezes voltou a tentar e cinco, dez, vinte vezes voltou a cair. Por fim, desanimada diante de tanto esforço inútil, resignou-se a esperar pela morte atada à árvore.

Mas diz-nos a história que com a última tentativa de chegar até às nuvens, a corda tinha cedido devido ao desgaste. A águia-real estava livre. Se tivesse tentado mais uma vez, nada a impediria de voar pelas alturas. Mas ali ficou, no meio da lama, porque já não acreditava que fosse possível.

É um velho conto que se torna realidade todos os dias. O único verdadeiro fracasso na nossa vida é desistir. Desanimar, cruzar os braços e convencer-nos de que o esforço por ser melhores é e será sempre inútil. Não é verdade. Nós temos capacidades que não imaginamos. Somos chamados a voar alto, muito alto, mesmo que muitas vezes nos contentemos com rastejar pelo chão e ir andando na nossa vida.

Somos livres. Isso significa, entre outras coisas, que somos aquilo que desejamos ser. Configuramos a nossa personalidade com as nossas acções livremente escolhidas. A partir do momento em que chegamos ao uso da razão, tornamo-nos pouco a pouco pais e mães de nós próprios. Os outros podem aconselhar-nos, indicar-nos o bom caminho, mas no final somos sempre nós que escolhemos, que temos a última palavra. E é com base nessas escolhas que construímos ou não o nosso carácter.

Quantas vezes esquecemo-nos da dimensão imanente do nosso actuar. Quando escolhemos, bem ou mal, o mais importante não é aquilo que se produz fora, mas sim o que se constrói ou destrói dentro de nós. Por isso, não devemos actuar somente para fazer o bem, mas sim para ser bons. Uma acção livre é, antes de tudo, uma decisão da vontade, uma decisão interior. A luta entre o bem e o mal não acontece no exterior, mas dentro do nosso coração.

Vítor Frankl dizia que o homem, porque é verdadeiramente livre, é causa de si mesmo. É o ser que sempre decide aquilo que é. É o ser que inventou a música de câmara. Mas também é o ser que inventou a câmara de gás. E também é o ser que caminhou para ela, de cabeça erguida, com passo firme, rezando o Pai-nosso.


Pe. Rodrigo Lynce de Faria