Papa: "Amem o próximo com o coração puro e generoso"


"Jesus não veio para nos ensinar uma filosofia, mas para nos mostrar um caminho, ou melhor, o caminho que conduz à vida." Foi o que disse Bento XVI no Angelus. Inspirando-se no Evangelho do dia, o Papa recordou que a fé em si mesma é sem vida se não é seguida por obras. Todo fiel, portanto, é chamado a testemunhar nos fatos o ensinamento de Jesus, que com a sua existência nos mostrou que somente o amor pode mudar o mundo. "Se alguém ama o próximo com coração puro e generoso – precisou o Pontífice – quer dizer que conhece realmente Deus". Se, ao invés, "alguém diz que tem fé, mas não ama os irmãos, não é um fiel verdadeiro. Deus não habita nele". Aprendamos de Nossa Senhora, concluiu Bento XVI, na vigília da festa da Exaltação da Santa Cruz e de Nossa Senhora das Dores, "a testemunhar a nossa fé com uma vida de serviço humilde, prontos a pagar pessoalmente para permanecer fiéis ao Evangelho da caridade e da verdade, e certos de que nada do que fazemos é em vão".


(Fonte: H2O News)

Ordenamento internacional

O desenvolvimento integral dos povos e a colaboração internacional exigem que seja instituído um grau superior de ordenamento internacional de tipo subsidiário para o governo da globalização [149] e que se dê finalmente actuação a uma ordem social conforme à ordem moral e àquela ligação entre esfera moral e social, entre política e esfera económica e civil que aparece já perspectivada no Estatuto das Nações Unidas.

[149] Cf. João Paulo II, Carta enc. Sollicitudo rei socialis (30 de Dezembro de 1987), 43: AAS 80 (1988), 574-575.

Caritas in veritate [67] – Bento XVI

Exaltação da Santa Cruz

A Igreja universal celebra hoje a festa da Exaltação da Santa Cruz. É uma festa que se liga à dedicação de duas importantes basílicas construídas em Jerusalém por ordem de Constantino, filho de Santa Helena. Uma foi construída sobre o Monte do Gólgota; por isso, se chama Basílica do Martyrium ou Ad Crucem. A outra foi construída no lugar em que Cristo Jesus foi sepultado pelos discípulos e foi ressuscitado pelo poder de Deus; por isto é chamada Basílica Anástasis, ou seja, Basílica da Ressurreição.

A dedicação destas duas basílicas remonta ao ano 335, quando a Santa Cruz foi exaltada ou apresentada aos fiéis. Encontrada por Santa Helena, foi roubada pelos persas e resgatada pelo imperador Heráclio. Segundo contam, o imperador levou a Santa Cruz às costas desde Tiberíades até Jerusalém, onde a entregou ao Patriarca Zacarias, no dia 3 de Maio de 630. A partir daí a Festa da Exaltação da Santa Cruz passou a ser celebrada no Ocidente. Tal festividade lembra aos cristãos o triunfo de Jesus, vencedor da morte e ressuscitado pelo poder de Deus.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

A linguagem do perdão

Sempre nos impressionou consideravelmente a estadia de Jesus Cristo na Cruz, depois de todos os sofrimentos que suportou desde que foi preso pelos soldados enviados pelas autoridades religiosas dos judeus. Não Se queixa, não protesta, não manifesta qualquer sentimento de revolta. Tudo suporta com uma dignidade impressionante que deve ter cativado, dum modo especial, o chamado "Bom Ladrão". Tal procedimento chocou-o positivamente. A situação angustiante que Cristo vive não o impede, porém, de ter um contacto contínuo com Deus Pai, a Quem reza com intensidade na convicção de que só Ele entende a sua dor, e que o que se está a passar deve levá-Lo à desculpa dos seus algozes: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem".

A linguagem do perdão revela o amor e a consideração que Nosso Senhor tem para com todos os que O ofendem. É uma prova da sua confiança e da grande misericórdia que verte sobre todos os homens. O que eles fazem pode ser censurável, mas merecem, apesar dos seus actos, que a amizade divina continue a manter-se, na esperança de que se convertam e voltem ao bom caminho.

Perdoar é, ao fim e ao cabo, acreditar na capacidade de regeneração de quem prevaricou. Não se dá por suposto que alguém seja incapaz de reconhecer os seus erros, recomeçar a vida de outro modo mais honesto e sério e passar a trilhar as vias da justiça e da caridade. Até à hora da morte, Deus, que é Pai, quer que a pessoa pecadora se arrependa. E tudo faz para que isso aconteça. Quantas e quantas almas, na hora da sua ida para a eternidade, pedem finalmente perdão pela sua conduta e abraçam o perdão de Deus, que assim as conquista para a felicidade que não termina.

Ou então, também pode suceder que um desaire vital – económico, social ou de saúde –, seja aproveitado por Deus para chamar a atenção da pessoa para o seu comportamento desorientado e cheio de auto-suficiência. Com isso se convence da veracidade da frase de S. Paulo "aqui, não temos morada permanente". Reflecte, sente a sua insignificância, as suas limitações e recomeça o caminho pela via da humildade. Não é dona de si mesma nem senhora dos factos e das coisas: tudo isto a supera. Daí que sinta necessidade de recorrer a Quem é mais forte do que ela, a Quem é a razão de ser da sua existência e do seu futuro. Só n’Ele encontra a paz e a justificação para seguir em frente por direcções mais exigentes de senso comum, de sujeição e de honestidade. Curiosamente, quando assim procede, sente dentro de si uma tranquilidade cheia de significado e tem nítida consciência de que Aquele a Quem se dirigiu lhe perdoou sem ressentimentos o que ela Lhe confessou. É um perdão perfeito.

O problema não reside, por isso, na capacidade de perdoar de Deus, mas na humildade de quem faz o mal e não pede desculpa. O orgulho pessoal, a vanglória, a afirmação inflada da sua capacidade e a perseverança na perversidade podem levar, primeiro, a uma atitude de indiferença para com Deus e a gravidade das infidelidades cometidas. Por este processo se chega ao pecado de presunção de salvação sem merecimento: Deus é infinitamente bom, por isso não me vai castigar. Mais: tem obrigação de me salvar independentemente da minha conduta. Assim prova o seu amor para comigo. Num âmbito oposto, gera-se o pecado do desespero de salvação, que pode ser provocado pelo primeiro tipo de atitude, após um longo caminhar na ofensa repetida a Deus: a minha vida foi tão má, sou um pecador tão inveterado, que não tenho perdão possível.

Se no primeiro caso, se trata a Deus como um ser que deve satisfazer todos os nossos caprichos, no segundo julga-se a sua capacidade de perdoar semelhante à nossa. Em qualquer das situações, esquece-se que Deus é perfeito em tudo: nos juízos que faz e na forma de administrar o seu perdão às criaturas a que deu origem e sobre o destino das quais Se sente responsável. Não é juiz competente aquele que não sanciona o que é devido, embora deixando sempre aberta a porta ao arrependimento; nem é verdadeiramente bom quem não é capaz de perdoar, mesmo que as faltas e as ofensas do prevaricador possam ser gravíssimas. Deus não Se assusta com os pecados que cometemos, mas com a nossa falta de arrependimento.

Imagem: O regresso do Filho Pródigo. Pintura de Rembrandt

(Pe. Rui Rosas da Silva – Prior da Paróquia de Nossa Senhora da Porta Céu em Lisboa in Boletim Paroquial de Setembro, selecção do título da responsabilidade do autor do blogue)

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Papa Bento XVI
Homilia para a Vigília pascal, 07/04/2007 © copyright Libreria Editrice Vaticana.

«Ele entregou-Se a si mesmo à morte e, pela ressurreição, destruiu a morte e renovou a vida» (Oração eucarística IV)

No Credo proclamamos, a propósito do caminho de Cristo: «Desceu à mansão dos mortos». [...] A liturgia aplica à descida de Jesus à noite da morte as palavras do salmo 24 (23): «Ó portas, levantai os vossos umbrais! Alteai-vos, pórticos eternos!» A porta da morte está fechada: ninguém pode passar através dela. Não há chave para essa porta de ferro. No entanto, Cristo tem a chave. A Sua cruz abre de par em par todas as portas invioláveis da morte, que deixaram de ser inexpugnáveis. A Sua cruz, a radicalidade do Seu amor, é a chave que abre essa porta. O amor Daquele que, sendo Deus, Se fez homem para poder morrer tem força para abrir a porta. É um amor mais forte do que a morte.

Os ícones pascais da Igreja do Oriente mostram como Cristo entra no mundo dos mortos. As Suas vestes são luminosas, porque Deus é luz. «A noite seria, para Ti, brilhante como o dia» (Sl 139 (138), 12). Jesus entra no mundo dos mortos com os estigmas; as Suas chagas, os Seus sofrimentos tornaram-se poderosos: são amor capaz de vencer a morte. Jesus encontra Adão e todos os homens que esperam nas sombras da morte. Vendo-os, quase podemos ouvir a oração de Jonas: «Clamei a Ti do meio da morada dos mortos e Tu ouviste a minha voz» (Jn 2, 3).

Pela encarnação, o Filho de Deus fez-Se um com os seres humanos, com Adão. Mas só quando realizou o supremo acto de amor, descendo da noite da morte, levou a bom termo o caminho da encarnação. Pela Sua morte, tomou pela mão Adão e toda a humanidade expectante e guiou-os para a luz.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 14 de Setembro de 2009

São João 3,13-17

Pois ninguém subiu ao Céu a não ser aquele que desceu do Céu, o Filho do Homem.
Assim como Moisés ergueu a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto, a fim de que todo o que nele crê tenha a vida eterna.
Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna.
De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)