sábado, 14 de fevereiro de 2009

Santo Padre anuncia intenção de ir à Terra Santa

Bento XVI está a preparar-se para ir à Terra Santa. Este foi o anúncio que ele mesmo deu na passada quinta feira durante a audiência a uma delegação de rabinos americanos.

Ir a Jerusalém, diz o Padre Federico Lombardi, director da Sala de Imprensa da Sala Sé num editorial, é um desejo de todos, sobretudo dos cristãos. No passado, os israelitas subiam para Jerusalém cantando; o próprio Jesus se dirigiu à Cidade Santa, para cumprir a vontade do Pai, de morrer pela salvação da Humanidade.

Assim, os peregrinos vão a Jerusalém e aos Lugares Santos, onde se encontram com Deus e com os homens. Este é também o desejo de Bento XVI, como chefe de uma comunidade de fiéis, que com ele fará a sua peregrinação espiritual àqueles lugares das raízes da nossa fé.Esta é uma decisão corajosa do Papa, afirmou Padre Lombardi, pois há incertezas na situação política e numerosas divisões internas e conflitos; o processo de paz não descola; o diálogo entre a comunidade judaica e a Igreja católica é obscuro.

Porém, diz o Director da Sala de Imprensa da Santa Sé, precisamente por isso o Papa deve ir à Terra Santa com urgência, para rezar nos pontos cruciais, onde a reconciliação parece humanamente impossível. O nome e a vocação de Jerusalém, conclui Padre Lombardi, são: cidade de paz e de encontro entre os povos, em nome do Deus da salvação, da paz e do amor.

(Fonte: site Radio Vaticana)

Em memória de Pio XI - Um Papa grande e forte

No alvorecer de 10 de Fevereiro de 1939, há setenta anos, faleceu Pio XI. A fibra deste Papa forte e grande caiu por fim numa doença que o Pontífice combateu até ao fim, também porque no dia seguinte teria querido celebrar com solenidade, diante de todo o episcopado italiano convocado no Vaticano, o décimo aniversário dos Pactos de Latrão entre a Itália e a Santa Sé, assinados precisamente a 11 de Fevereiro de 1929. Devido às leis raciais queridas por Mussolini, a tensão com o grande regime fascista tinha-se agravado a ponto que se difundiu o receio de que Pio XI aproveitasse do solene acto para criticar o Duce.

Explica-se neste contexto o boato de que o chefe do fascismo teria conseguido mandar assassinar o Papa, doente já havia muitos meses. Vinte anos mais tarde, em 1959, fazendo publicar um dos discursos incompletos escritos para a ocasião pelo moribundo Pontífice, foi João XXIII quem cortou as bases a estas representações romanescas (mas que por vezes transbordaram para a historiografia); recorrentes e infundadas como a presumível vontade papal de denunciar a Concordata com a Itália ou como a contraposição entre Pio XI e o seu Secretário de Estado Eugénio Pacelli, que lhe teria sucedido com o nome de Pio XII.

Nascido no coração da Brianza, em Desio, a 31 de Maio de 1857, Achille Ratti foi ordenado sacerdote em 1879 em Roma e graças a uma sólida formação intelectual e ao enérgico sentido prático regeu em sucessão e com prestígio crescente duas das maiores instituições culturais do mundo, as Bibliotecas Ambrosiana e Vaticana. Daqui, de surpresa, foi enviado como representante pontifício para Varsóvia, onde no ano seguinte foi nomeado Núncio e ordenado Arcebispo. A missão diplomática e pastoral revelou-se difícil, entre guerras e nacionalismos, nos confins das perturbações bolcheviques. Revestido da púrpura romana em 1921, foi Arcebispo de Milão só durante poucos meses, quase predestinado pelo seu mote bíblico, raptim transit: de facto, foi eleito sucessor de Bento XV no conclave de 6 de Fevereiro de 1922.

Iniciava assim um dos pontificados mais difíceis do século XX, que com um corajoso, difícil e necessário realismo graças também a uma ampla política concordatária, apoiada por dois grandes secretários de Estado como Pietro Gasparri e, a partir de 1930, Pacelli enfrentou os crescentes totalitarismos europeus (comunismo, fascismo, nazismo). Encarando também o novo anti-semitismo, a grande crise económica, a tragédia da guerra da Espanha e as outras perseguições contra os cristãos, da Rússia soviética ao México.

E perante a propaganda dos regimes totalitários e do paganismo moderno Pio XI reagiu: governando com vigor a Igreja, voltando-se com um novo olhar para as missões e para o implantação católica fora da Europa, sendo o primeiro a enfrentar a questão da sexualidade humana, fortalecendo o empenho e a cultura dos católicos. Mas também multiplicando beatificações, canonizações (entre os outros, de Teresa de Lisieux, dom Bosco e Tomás Moro), devoções, jubileus, celebrações. E introduzindo o uso do meio radiofónico, que pela primeira vez permitiu que o Romano Pontífice fizesse ouvir a sua voz em todo o mundo.

Desde o início do pontificado, apresentando-se para a bênção à cidade e ao mundo da arcada de São Pedro pela primeira vez depois de muitos decénios, Pio XI fez compreender que teria sido o Pontífice da Conciliação. O que se verificou com os Pactos lateranenses, imediatamente saudados com tons de regozijo por Angelo Giuseppe Roncalli (futuro João XXIII), com clarividente realismo por Alcide De Gasperi, mesmo se de volta de muitos meses de prisão devido à oposição política ao fascismo, e com algumas amarguras por Giovanni Battista Montini, que modificou em sentido positivo o seu juízo como cardeal e depois como Paulo VI.

Com o Tratado, a Concordata e a Convenção financeira entre a Itália e a Santa Sé foi encerrada a questão romana e nasceu o Estado Vaticano, base territorial quase simbólica mas contudo real da independência da Santa Sé. Tudo isto não impediu crises e tensões, já em 1931 devido à ofensiva fascista contra as organizações católicas e em 1938 por causa das leis raciais. O bem global da paz religiosa foi contudo reconhecido em 1947 pela própria assembleia constituinte que introduziu, com uma maioria muito superior à necessária, os Pactos lateranenses na Constituição da República italiana.

O mesmo entendimento positivo entre Estado e Igreja, não obstante as naturais diversidades e alguns pontos de divergência, permanece sólido precisamente porque está radicada na história italiana, finalizada para o bem de todos e destinada à dignidade de cada pessoa humana. Assim esta vontade comum de amizade inspirou o acordo de revisão de 1984 e, mais em geral, caracterizou nos anos e caracteriza hoje as relações entre a Itália e a Santa Sé, tão boas a ponto de poderem ser consideradas exemplares. Graças ao esforço comum e à colaboração de tantos, crentes e não crentes. E sem dúvida, na origem, por mérito da coragem clarividente de Pio XI.

Giovanni Maria Vian (Director)

O Evangelho de Domingo dia 15 de Fevereiro de 2009


São Marcos 1, 40-45

Naquele tempo, veio ter com Jesus um leproso. Prostrou-se de joelhos e suplicou-Lhe: «Se quiseres, podes curar-me». Jesus, compadecido, estendeu a mão, tocou-lhe e disse: «Quero: fica limpo».

No mesmo instante o deixou a lepra e ele ficou limpo.

Advertindo-o severamente, despediu-o com esta ordem: «Não digas nada a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua cura o que Moisés ordenou, para lhes servir de testemunho».

Ele, porém, logo que partiu, começou a apregoar e a divulgar o que acontecera, e assim, Jesus já não podia entrar abertamente em nenhuma cidade. Ficava fora, em lugares desertos, e vinham ter com Ele de toda a parte.

Coerência de um bom Filho Deus, saibamos imitá-lo

O Sacerdote Aldo Trento é, desde 1989, um dos missionários mais conhecidos da Fraternidade de São Carlos Borromeu do Paraguai. Ele tem 62 anos e é responsável por uma clínica para doentes terminais em Assunção.

A 2 de Junho passado, o Presidente da República Italiana, Giorgio Napolitano, havia-lhe conferido o título de Cavaleiro da Ordem da Estrela da Solidariedade. Nesta quarta-feira, o sacerdote devolveu o reconhecimento a Napolitano, por não ter assinado o decreto que teria detido o protocolo médico para Eluana Englaro.

«Como posso eu, cidadão italiano, receber semelhante honra quando o senhor, com sua intervenção, permite a morte de Eluana, em nome da República Italiana?», pergunta.

«Tenho mais de um caso como o de Eluana Englaro – relata Aldo Trento. Penso no pequeno Víctor, um menino em coma, que aperta os punhos; a única coisa que fazemos é dar-lhe de comer com a sonda. Diante destas situações, como posso reagir frente ao caso de Eluana?»

«Ontem me trouxeram uma menina nua, uma prostituta, em coma, deixada na porta de um hospital; chama-se Patrícia, tem 19 anos; lavámo-la e limpámo-la. Ontem ela começou a mexer os olhos», afirma.

«Celeste tem 11 anos, sofre de leucemia gravíssima, nunca não havia sido tratada; trouxeram-ma para que fosse internada. Hoje Celeste caminha. E sorri.»

«Levei ao cemitério mais de 600 destes enfermos. Como se pode aceitar semelhante operação, como a que se fez com Eluana?»

«Cristina é uma menina abandonada em um lixo, é cega, surda, treme quando a beijo, vive com uma sonda, como Eluana. Não reage, só treme, mas pouco a pouco recupera as faculdades», acrescenta.

«Sou padrinho de dezenas destes enfermos. Não me importo com sua pele putrefacta. O senhor teria que ver com que humildade meus médicos tratam deles.»

Aldo Trento diz experimentar uma «dor imensa» pela história de Eluana Englaro: «É como se me dissessem: agora levamos-lhe seus filhos enfermos».

Para o missionário, «o homem não pode se reduzir à questão química».

«Como pode o Presidente da República oferecer-me uma estrela à solidariedade no mundo? Assim que recebi a estrela, eu levei-a à embaixada italiana no Paraguai.»

«Aqui o racionalismo cai, deixando espaço ao niilismo – comenta. Dizem-nos que uma mulher ainda viva já estaria praticamente morta. Mas então é absurdo também o cemitério e o culto à imortalidade que animam a nossa civilização.»


(Fonte: Zenit versão portuguesa com edição de JPR)

Esperançosa mensagem de Cirilo I ao Sumo Pontífice, peçamos ao Senhor por ambos

O Patriarca de Moscovo, Cirilo (Kirill) I, espera um desenvolvimento frutífero das relações entre a Igreja Católica e a Ortodoxa Russa. Numa mensagem transmitida a Bento XVI, o novo Patriarca de Moscovo, eleito em Janeiro, agradeceu as felicitações enviadas pelo Papa por ocasião da eleição.

Cirilo I explica que “entre os muitos deveres que se apresentam ao primaz da Igreja Ortodoxa Russa, uma das prioridades é a necessidade fundamental de testemunhar e afirmar os valores do Evangelho de Cristo na sociedade contemporânea”.

Afirma-se convencido de que para isso devem contribuir o diálogo e a colaboração de todos aqueles que se chamam cristãos, e por isso assegura ao Papa que a Igreja Ortodoxa Russa “vai continuar imutavelmente aberta à cooperação com todos os que se declaram seguidores de Jesus Cristo e mantêm a visão tradicional dos conteúdos da mensagem que os cristãos devem levar ao mundo contemporâneo”.

“Entre os colaboradores neste campo, a Igreja Católica de Roma ocupa um lugar particular”, sublinha o Patriarca de Moscovo.

Da mesma forma, “um lugar particular nos esforços comuns dos cristãos, orientados a conseguir as finalidades expostas, é ocupado pelo senhor pessoalmente”, reconhece Cirilo I. “Espero sinceramente um frutífero desenvolvimento das relações entre as nossas Igrejas”, conclui a mensagem com a que Cirilo deseja a Bento XVI “paz, saúde e ajuda de Deus na sua tarefa”, e o saúda “com afecto no Senhor”.

(Fonte: site Radio Vaticana, título da responsabilidade de JPR)

14 de Fevereiro – efeméride dupla, mas profundamente interligadas

Em muitos lugares não se compreende o valor de purificação e corredenção que tem a dor aceite e oferecida em união com Jesus Cristo. É extremamente actual a consideração de S. Josemaría numa das Estações da Via Sacra: «Há no ambiente uma espécie de medo da cruz, da Cruz do Senhor. Tudo porque começaram a chamar cruzes a todas as coisas desagradáveis que acontecem na vida, e não sabem aceitá-las com sentido de filhos de Deus, com visão sobrenatural. Até tiram as cruzes que os nossos avós levantaram nos caminhos!...

Na Paixão, a Cruz deixou de ser símbolo de castigo para se converter em sinal de vitória. A Cruz é o emblema do Redentor: in quo est salus, vita et ressurrectio nostra, ali está a nossa salvação, a nossa vida e a nossa ressurreição» (Via Sacra, II Estação, ponto 5)

Convido-vos a aprofundar nestas palavras, especialmente nas próximas semanas, ao pre­parar-nos para celebrar o dia 14 de Fevereiro – dia de acção de graças no Opus Dei, por ser ani­versário de duas datas fundacionais –, e também na última semana do mês, por ocasião do tempo da Quaresma. Ao referir-se a estes momentos fundacionais – o começo do trabalho apostólico da Obra com as mulheres, em 1930, e o da Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, em 1943 –, o nosso Padre transbordava de agradecimento a Deus. No facto destes dois eventos da história da Obra terem coincidido na mesma data, se bem que em anos diferentes, S. Josemaría descobria uma particular demonstração da Providência divina.
(…)
A propósito destes aniversários, S. Josemaría comentava a dada altura: «pensava eu que no Opus Dei só haveria homens. Não é que não quisesse as mulheres – amo muito a Mãe de Deus; amo a minha mãe e as vossas; estimo todas as minhas filhas, que são uma bênção de Deus no mundo inteiro –, mas antes de 14 de Fevereiro de 1930, eu nada sabia da vossa existência no Opus Dei, embora tivesse gravado no meu coração o desejo de cumprir em tudo a Vontade de Deus. E quando acabei de celebrar nesse dia a Santa Missa, sabia já que o Senhor queria a Secção feminina. Depois, a 14 de Fevereiro de 1943, quis coroar o Seu edifício com a Cruz: a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz» (Notas da pregação, 11-VII-1974)

(Carta de Janeiro 2009 do Prelado do Opus Dei - D. Javier Echevarría)

O Evangelho do dia 14 de Fevereiro de 2009

São Lucas 10, 1-9

Depois disto, o Senhor designou outros setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois, à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. Disse-lhes:

«A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos.

«Rogai, portanto, ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe.

«Ide! Envio-vos como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem alforge, nem sandálias; e não vos detenhais a saudar ninguém pelo caminho. Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: 'A paz esteja nesta casa!' E, se lá houver um homem de paz, sobre ele repousará a vossa paz; se não, voltará para vós. Ficai nessa casa, comendo e bebendo do que lá houver, pois o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei do que vos for servido, curai os doentes que nela houver e dizei-lhes:

'O Reino de Deus já está próximo de vós.'