terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Prostrado diante do Menino Jesus como os Reis Magos

«Senhor, expulsa a soberba da minha vida, subjuga o meu amor-próprio, esta minha vontade de afirmação pessoal e de imposição da minha vontade aos outros. Faz com que o fundamento da minha personalidade seja a identificação contigo.»


(Cristo que passa, 31 - S. Josemaría Escrivá de Balaguer)

ALERTA

Pela primeira vez neste blogue permito-me pronunciar sobre actualidade política portuguesa, mas sinto-me ética e moralmente impelido a fazê-lo, dadas as fortíssimas implicações sociais da actual crise económico-financeira, ainda que o meu raciocínio possa ser acusado de um relativo grau de subjectividade.

Ontem o povo português foi informado pela primeira vez pelo poder político que “Tudo aponta para um cenário cada vez mais provável de recessão”, realidade há muito conhecida e sentida por todos nós; hoje o Banco de Portugal, instituição na qual, pessoalmente, não tenho o mínimo de confiança, pela voz do seu Governador, anunciou uma estimativa de recessão da economia em 2009 de 0,8% quando as projecções anteriores da mesma instituição apontavam para um crescimento PIB de 1,3%.

Ora como é sabido, as estimativas / previsões macroeconómicas do Banco de Portugal nos últimos anos são sempre desmentidas pela realidade e têm funcionado permanentemente em favor de um determinado quadrante político, pelo que o meu ALERTA no fundo pode conter numa das vertentes uma certa dose de optimismo, ou seja, em início ano eleitoral convém “pintar” um quadro negativo, para o poder político poder reivindicar o seu reforço em eleições por se encontrar em situação de excelência para “resolver” os problemas do país, como aliás já ontem foi feito; numa segunda fase, alguns políticos poderão então insistir na mesma tecla, caso haja uma deterioração da situação, ou mesmo vangloriar-se caso haja uma melhoria relativa às referidas estimativas / previsões, isto a confirmar-se a referida hipótese optimista.

Todos sabemos, que as variáveis macroeconómicas estão constantemente em mutação e que a nossa dependência do que se passa nas outras economias é muito grande, mas também sabemos quem nos tem andado a tomar como “adormecidos”, para não usar uma expressão mais forte, pelo que convém estarmos atentos e bem acordados.

Uma última nota de cariz político, pois não tenho qualquer intenção em alterar a linha de rumo do blogue “Spe Deus” e de voltar a pronunciar-me nos próximos tempos sobre temas políticos, esta refere-se a uma nova alternativa, de alguém que é uma defensora da vida, para as eleições ao Parlamento Europeu, refiro-me concretamente à jornalista Laurinda Alves, que anunciou a sua candidatura por um Movimento recentemente criado, vale a pena analisar e valorizar quando chegar a hora de ir votar lá para Junho.

(JPR)

Bento XVI na homilia da Epifania - “Jesus é uma estrela ainda mais central do que o sol, para todo o universo, é o centro do cosmos e da história”


“Jesus é uma estrela ainda mais central do que o sol, para todo o universo, é o centro do cosmos e da história, porque N’Ele se unem sem se confundirem o Autor e a sua obra”. Assim Bento XVI explicou nesta manhã, na homilia da celebração da Epifania do Senhor, como o amor divino, encarnado em Cristo, seja “a lei fundamental e universal da criação”.

Neste ano 2009 dedicado à astronomia, o Papa analisou o símbolo da estrela que guia os Magos, provavelmente astrónomos, rumo a Jesus, recordando que o universo não é governado por uma força cega, não obedece às dinâmicas da somente matéria. Na origem está a vontade de Deus Pai e os homens não são escravos dos elementos do cosmo, mas livres de realizarem-se segundo a liberdade criadora de Deus. E em Cristo ressuscitado, a quem “foi dado todo poder no céu e na terra”, jamais falta a esperança daqueles que crêem, também hoje “diante da grande crise social e económica que atinge a humanidade, diante do ódio e da violência destruidora que não cessam de ensanguentar muitas regiões da terra”.

(Fonte: H2O News)

Santo Padre sobre Gaza: “ajudem as partes a sentarem-se à mesa da paz”


O Papa continua a seguir com apreensão os violentos conflitos armados em andamento na Faixa de Gaza, e reafirmou, após a oração do Angelus da Festa da Epifania, que “o ódio e a rejeição ao diálogo levam somente à guerra”.

“Gostaria hoje de encorajar as iniciativas e os esforços daqueles que, almejando a paz, estão procurando ajudar israelitas e palestinos a aceitarem a sentarem-se ao redor de uma mesma mesa e de conversar. Que Deus ajude o trabalho desses corajosos “construtores de paz”!

Bento XVI fez em seguida um apelo aos autores dos sequestros de dezenas de crianças e jovens na província oriental da República Democrática do Congo, onde grupos armados atacaram várias aldeias causando vítimas e feridos. O Papa pediu que os jovens sejam “restituídos às suas famílias e ao seu futuro de segurança e de desenvolvimento, ao qual eles têm direito, junto com aquelas queridas populações”.

Recordando que em 2009 celebram-se os 20 anos da Convenção dos Direitos da criança, o Papa pediu ao Senhor que ajude “todos aqueles que estão quotidianamente ao serviço das novas gerações, ajudando-as a serem protagonistas do seu futuro”.

(Fonte: H2O News)

Igreja Ortodoxa celebra o Natal

Cristãos de rito Bizantino, que seguem o calenário juliano, preparam a celebração da Natividade

A Natividade é celebrada pelos cristãos ortodoxos na Europa Central e de Leste e um pouco por todo o mundo a 7 de Janeiro, por causa da diferença do Calendário Gregoriano – 13 dias depois dos outros cristãos. No leste, a Natividade é precedida de 40 dias de jejum, que começam a 15 de Novembro. Este é um tempo de reflexão, contenção pessoal e cura pelo Sacramento da Reconciliação.

A Festa Ortodoxa da Natividade tem início na Véspera de Natal (6 de Janeiro) e termina com a Festa da Epifania.

Normalmente, na Véspera de Natal, os cristãos ortodoxos jejuam até tarde, ao anoitecer, até que a primeira estrela apareça. Quando a estrela é avistada, as pessoas preparam a mesa para a ceia de Natal. A ceia da Véspera de Natal, ou “Sviata Vecheria” (Santa Ceia), junta a família para partilhar alimentos próprios e dá início à festa com vários costumes e tradições, que remontam à antiguidade. Os rituais da Véspera de Natal são dedicados a Deus, para protecção e bem-estar da família e em memória dos antepassados.

A mesa é coberta com duas toalhas, uma para os antepassados da família, a outra para os elementos vivos. Nos tempos pagãos, os antepassados eram considerados espíritos benévolos, que, sendo devidamente respeitados, traziam boa sorte aos elementos da família.

Debaixo da mesa, bem como debaixo das toalhas, é espalhada alguma palha para lembrar que Cristo nasceu num estábulo. A mesa tem sempre um lugar a mais para os membros da família já falecidos, cujas almas, de acordo com a crença, vêm na Véspera de Natal tomar parte na refeição.

Há doze pratos (iguarias) na mesa, porque, de acordo com a tradição cristã, cada prato é dedicado a cada um dos Apóstolos de Cristo. Na antiga crença pagã, os pratos correspondiam às doze luas-cheias do ano. Os pratos não têm carne, por causa do período de jejum pedido pela Igreja até ao dia de Natal. Porém, para os pagãos, a abstinência de carne era a forma de oferecerem sacrifícios a Deus sem derramamento de sangue.

Enquanto muitos costumes ortodoxos da Véspera de Natal se revestem de uma natureza solene, o costume de cantar é alegre e divertido. Os cânticos de Natal tem a sua origem na antiguidade, tal como muitos outros costumes praticados nesta quadra.

Há dois grupos principais de cânticos na Ucrânia: os “koliadky”, cujo nome deriva provavelmente do latim “calendae”, significando primeiro dia do mês, que são cantados na Véspera e no Dia de Natal; o segundo grupo, “shchedrivky”, que é uma derivação do significado “generosidade”, é cantado durante a festa da Epifania.

No Dia de Natal as pessoas participam na Divina Liturgia, no fim da qual, muitos se deslocam em procissão para mares, rios e lagos. Todos se juntam, na neve, para as cerimónias exteriores da bênção da água. Muitas vezes os rios estão congelados e as pessoas fazem buracos no gelo para a bênção. Então, em casa, há uma grande festa - todos se juntam para comer, beber e divertir-se.

Tal como há diferenças, há também semelhanças entre a Celebração do Natal no Leste e no Ocidente. O Natal no Leste tem um grande significado familiar e social, tal como o tem no Ocidente. Junta as pessoas de todas as gerações para celebrarem o nascimento de Jesus Cristo.

Não importa em que cultura ou sociedade estamos – entendemos o nascimento de Cristo tal como S. João Crisóstomo escreveu: “Desde aquela altura, toda a alegria e júbilo! Eu também quero alegrar-me! Eu também quero participar do coro e da dança para celebrar a festa! Mas eu faço a minha parte: não tocando harpa nem flauta, nem erguendo a chama, mas erguendo nos meus braços o berço de Cristo. Aqui está toda a minha esperança! Aqui está toda a minha vida! Aqui está toda a minha salvação! Isto é a minha flauta e a minha harpa!”

Também eu, tendo recebido pelo Seu poder o dom da fala, eu também, com os anjos e os pastores, canto “Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade”!



Arquimandrita Philip Jagnisz

Vigário Geral de Portugal e Galiza

Patriarcado Ecuménico de Constantinopla

Tradução: Secretariado Diocesano das Migrações do Porto

Nota: Calendário juliano

É um calendário solar criado em 45 a.C. pelo imperador romano Júlio César para trazer os meses romanos ao seu lugar habitual em relação às estações do ano, confusão gerada pela adopção de um calendário de inspiração lunissolar. César impõe 12 meses com duração predeterminada e a adopção de um ano bissexto a cada 4 anos.

No ano da mudança, para fazer a concordância entre o ano civil e o ano solar, ele inclui no calendário mais dois meses de 33 e 34 dias, respectivamente, entre Novembro e Dezembro, além do 13º mês, o “mercedonius”, de 23 dias. O ano fica com 445 dias distribuídos em 15 meses e é chamado “o ano da confusão.”

Esse calendário, que tem um desfasamento de 13 dias em relação ao nosso, começa a ser substituído pelo calendário gregoriano a partir do século XVI - a Rússia e a Grécia só fazem a mudança no século XX.

Nacional Agência Ecclesia 06/01/2009 10:09 4962 Caracteres 115 Natal

(Fonte: site Ecclesia)

Graça Franco nova Directora de Informação da Renascença

Graça Franco foi designada, pelo Conselho de Gerência da Emissora Católica Portuguesa, Directora de Informação da Renascença. Graça Franco sucede a Francisco Sarsfield Cabral.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a Renascença afirma que a nova Directora de Informação entrou em funções no dia 1 de Janeiro de 2009.

Graça Franco iniciou a sua carreira no Jornal Diário de Notícias e chegou a integrar os quadros da Rádio Renascença, estando posteriormente ligada à fundação do semanário O Independente, do jornal Público e da TVI.

Desde 1997 que Graça Franco desempenhava as funções de Directora Adjunta de Informação do Grupo Renascença.

Francisco Sarsfield Cabral continuará a colaborar activamente com o Grupo Renascença, tendo iniciado a 5 de Janeiro uma nova coluna de opinião, Ponto de Vista, no jornal online do Grupo, Página1.

Nacional Agência Ecclesia 06/01/2009 12:42 855 Caracteres
47 Comunicações Sociais

Pois é… há tanta gente a precisar do nosso amor e solidariedade!

Não nos enxotam daqui, sabe? Nem pensar. Aqui estamos protegidos. A polícia olha por nós. Tomámos banho ali na casa de banho. Está ver a entrada para o parque de estacionamento? Do outro lado há uma casa de banho. Eu guardo os meus cartões aqui, os cobertores no fim, entalados, para que não mos roubem. Aqui ninguém rouba, mas, enfim, é uma precaução que não custa. No outro dia - eu não estava, trabalho ali fora a arrumar carros – veio uma equipa da Câmara Municipal de Lisboa. Os meus colegas pensaram que era para nos mandar embora aqui da Gare. Conversaram e deixaram indicações para um centro de reorientação, acho que é assim que lhe chamam. Para quem quiser fazer outra vida. Eu não quero. Não tenciono lá ir. Gosto de estar aqui. É abrigado, não tem correntes de ar. Lá em cima na plataforma faz muito frio e a chuva é terrível. Já sei que a plataforma foi desenhada por um arquitecto famoso. É uma merda na mesma. No Inverno, quem fica na plataforma à espera do comboio farta-se de sofrer. Faz um efeito bonito, à noite, vista à distância. Só isso.

Aqui dentro é bom. Temos a polícia por perto. Há sítios muito quentes. No outro dia, montaram aqui uma exposição sobre a Terceira Via do Tejo e comboios de alta velocidade. Fui lá espreitar. Sim, que eu sei ler. Ouvi uns senhores dizer que era preciso tirar os sem-abrigo da Gare do Oriente. Estive quase para perguntar que mal é que lhes fazíamos. Como fervo em pouca água, deixei-me estar. Como é que vim aqui parar? Não tenho família, a minha mulher deixou-me. De repente, a rua pareceu-me o sítio mais certo para estar. A rua é como eu, não tem regras, nem expectativas. Há aqui quem tenha perdido tudo. Quem seja alcoólico ou tenha problemas com drogas. Há gente de Leste e até há casais. Dizem que a Câmara vai passar a ter casas onde os casais podem dormir juntos. Agora que está frio, dormimos todos juntos, apertadinhos. Não é como ter sexo, mas é bom. Uma fotografia para o jornal? Não. Eu ainda tenho a minha dignidade.

(Crónica de Patricia Reis http://www.vaocombate.blogspot.com/ publicada no Semanário Económico de 3 de Janeiro de 2009 - título da responsabilidade do Pai da autora)

Epifania


1. «À Tua luz caminharão os povos e os reis andarão ao brilho do Teu esplendor » (Is. 60, 3).

Hoje a Igreja celebra a solenidade da Epifania, «manifestação» de Cristo a todos os povos, representados pelos Magos vindos do Oriente.

Esta festividade ajuda-nos a penetrar o profundo sentido da missão universal da Igreja, que se pode compreender como um movimento de irradiação: o irradiar- se da luz de Cristo, reflectida no rosto do seu Corpo místico. E dado que esta luz é luz de amor, verdade e beleza, não se impõe com a força, mas ilumina as mentes e atrai os corações.

Ao irradiar esta luz, a Igreja obedece ao mandato de Cristo ressuscitado: «Ide (...) ensinai todas as nações» (Mt. 28, 19). Trata-se de um movimento que, a partir do centro, da Eucaristia, se propaga em todas as direcções, através do testemunho e do anúncio do Evangelho. Este «ir» é animado por um impulso interior de caridade, sem o qual não produziria qualquer fruto.

A experiência dos Magos é muito eloquente a este propósito: eles movem-se guiados pela luz de uma estrela, que os atrai a Cristo. A Igreja deve ser como aquela estrela, isto é, capaz de reflectir a luz de Cristo, a fim de que os homens e os povos em busca de verdade e justiça se ponham em caminho rumo a Jesus, único Salvador do mundo.

2. Esta tarefa missionária é confiada a todo o Povo de Deus, mas incumbe de modo especial a quantos são chamados ao ministério apostólico, isto é, aos Bispos e Sacerdotes. Hoje, Festividade da Epifania, segundo um costume já consolidado, tive a alegria de consagrar doze novos Bispos.
Rezemos juntos por estes novos Pastores e por todos os Bispos do mundo, para que o seu serviço ao Evangelho seja cada vez mais generoso e fiel.
3. Neste dia, dirijo um pensamento especial aos irmãos do Oriente cristão, muitos dos quais celebram precisamente hoje o Santo Natal. Diante do ícone do Menino Jesus, amorosamente protegido por Maria e São José, desejamos invocar a graça de um ulterior aprofundamento das relações de compreensão e comunhão entre os cristãos do Oriente e do Ocidente. Com efeito, as diversidades nas tradições litúrgicas não só não devem constituir um obstáculo para a unidade, mas devem ser um estímulo para o conhecimento e o enriquecimento recíprocos.

Confiamos estes votos à Virgem Maria, enquanto lhe pedimos, de modo particular, que acompanhe os Bispos consagrados hoje de manhã no seu ministério pastoral.


(Angelus - 06-I-1997 - João Paulo II)


Solenidade antecipada no Calendário Litúrgico em alguns países para o passado Domingo dia 4, mas que de facto corresponde ao dia de hoje.

(JPR)

Foto: A Adoração dos Magos - Domenico Ghirlandaio - Florença

O Evangelho de dia 6 de Janeiro de 2009 - Nos países que celebraram a Epifania no Domingo dia 4 de Janeiro

S. Marcos 6, 34-44

Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, então, a ensinar-lhes muitas coisas.

A hora já ia muito adiantada, quando os discípulos se aproximaram e disseram: «O lugar é deserto e a hora vai adiantada. Manda-os embora, para irem aos campos e aldeias comprar de comer.» Jesus respondeu: «Dai-lhes vós mesmos de comer.»

Eles disseram-lhe: «Vamos comprar duzentos denários de pão para lhes dar de comer?»

Mas Ele perguntou: «Quantos pães tendes? Ide ver.» Depois de se informarem, responderam:

«Cinco pães e dois peixes.»

Ordenou-lhes que os mandassem sentar por grupos na erva verde.

E sentaram-se, por grupos de cem e cinquenta.
Jesus tomou, então, os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e dava-os aos seus discípulos, para que eles os repartissem. Dividiu também os dois peixes por todos.

Comeram até ficarem saciados.

E havia ainda doze cestos com os bocados de pão e os restos de peixe.

Ora os que tinham comido daqueles pães eram cinco mil homens.