sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Bento XVI – “Os cristãos não respondam ao mal com o mal mas com a força da verdade e do amor”

Na luz espiritual do Natal neste dia 26 festa de Santo Estêvão, feriado na Itália, Bento XVI, indicou como modelo a todos os cristãos o primeiro mártir da Igreja, Estêvão um jovem cheio de fé e de Espírito Santo como no-lo descrevem os Actos dos Apóstolos, o qual, juntamente com outros seis foi ordenado diácono na primeira comunidade de Jerusalém e que por causa da sua pregação ardente e corajosa foi preso e lapidado. E com ele também Paulo, que um pormenor liga inseparavelmente ao drama daquele primeiro martírio, e é a nota que as testemunhas depositaram os seus mantos aos pés de um jovem, chamado Saulo. Aqui aparece pela primeira vez – salientou o Papa – São Paulo, com o seu nome judaico de Saulo, na veste de zeloso perseguidor da Igreja, aquilo que então era por ele sentido como um dever e um motivo de orgulho.

Nas palavras proferidas hoje ao meio dia o Santo Padre recordou depois quanto o martírio de Estêvão tocou o futuro Apostolo dos Gentios, tanto que a posteriori se poderá dizer que precisamente o testemunho de Estêvão foi decisivo para a sua conversão. De facto foi pouco tempo depois do martírio de Estêvão que Saulo, sempre levado pelo zelo contra os cristãos, se deslocou a Damasco para prender aqueles que ali teria encontrado. E quando se aproximava da cidade aconteceu a sua fulguração, aquela experiência singular na qual Jesus ressuscitado lhe apareceu, lhe falou e lhe mudou a vida. Quando Saulo, que caíra por terra , ouviu chamar o seu nome por uma voz misteriosa e perguntou: Quem sois Senhor, ouviu a resposta: Eu sou Jesus que tu persegues. Saulo perseguia a Igreja e tinha colaborado também na lapidação de Estêvão: tinha-o visto morrer apedrejado e sobretudo tinha visto a maneira como Estêvão morrera: em tudo como Cristo, isto é rezando e perdoando aqueles que o mataram.

A concluir Bento XVI salientou que em Santo Estêvão vemos realizar-se os primeiros frutos da salvação que o Natal de Cristo trouxe á humanidade: a vitoria da vida sobre a morte, do amor sobre o ódio, da luz da verdade sobre as trevas da mentira.

Louvemos a Deus porque esta vitoria permite também hoje que tantos cristãos não respondam ao mal com o mal, mas com a força da verdade e do amor.

-Depois da recitação do Angelus o Santo Padre quis salientar que nesta atmosfera natalícia se adverte mais forte a preocupação por todos aqueles que se encontram em situações de sofrimento e de grave dificuldade.“ O meu pensamento vai entre outros ás duas consagradas italianas: Maria Tresa Olivero e Catarina Giraudo, pertencentes ao Movimento contemplativo missionário “Padre de Foucauld, sequestradas, há mais de um mês e meio, juntamente com um grupo de seus colaboradores locais, na aldeia de El Waq a norte do Quénia. Desejaria que neste momento sentissem a solidariedade do Papa e da Igreja inteira. O Senhor que nascendo veio trazer-nos o dom do seu amor, toque os corações dos raptores e permita quanto antes que estas nossas irmãs sejam libertadas para poderem retomar o seu serviço desinteressado aos irmãos mais pobres. Por isso, queridos irmãos e irmãs, convido-vos a rezar, sem esquecer os numerosos sequestros de pessoas noutras partes do mundo, dos quais nem sempre se possuem noticias claras: penso nas pessoas sequestradas, tanto por motivos políticos como por outros motivos na América Latina, no Médio Oriente, na África. A nossa oração solidária seja neste momento para eles todos de ajuda intima e espiritual.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Santo Estêvão – Primeiro Mártir

Santo Estêvão, protomártir da fé Cristã, e um dos mais reverenciados de todos os mártires. Estefan é um nome obviamente grego e tem sido postulado que ele era um Helenita, significando os judeus que nasceram em uma terra distante de Palestina e que falavam grego como sua língua nativa. Contra esta teoria, temos a tradição que começou no século 5° que Santo Estêvão era um nome equivalente do Aramaico "Kelil", talvez o nome original de São Estêvão, o qual foi escrito na sua tumba encontrada em 415. Que Santo Estêvão teria origem judaica ficou mais patente ainda na lista dos decanos nos "Actos dos Apóstolos"(6:5) onde lista apenas Nicolau como sendo da Antioquia, o que significaria que os demais diáconos seriam judeus.


Virtualmente nada se conhece de sua vida antes de ser convertido. A primeira menção a ele de fato ocorre nos Actos (6:5) quando ele é escolhido para ser um dos sete diáconos dos Apóstolos e tem a missão de trabalhar com os pobres. Santo Estêvão foca a sua atenção nos convertidos Helenistas e dá uma prova de grande pregador, com o dom de descrever o poder da graça e o poder de fazer milagres.

Seu martírio foi contado nos Actos (6-7) e ocorreu porque ele acabou tendo uma posição proeminente como pregador e trouxe a inimizade de um grupo de judeus em Jerusalém. Levado a presença de Sanhedrin ele defendeu-se com paixão e eloquência (Actos 7:2-53) mas não fez nada para suavizar a ira dos seu inimigos. Foi arrastado para fora da cidade e apedrejado até a morte de acordo com a Lei Moisaica.

Os seu executores colocaram suas mantas sob a guarda de Saul de Tarso (futuro São Paulo) que estaria "consentindo na sua morte (8-2)".

As últimas palavras de Santo Estêvão terão sido:"Senhor não lhes imputeis este pecado".

Pedindo ainda perdão para seus atacantes, ele foi enterrado como um homem devoto e sua morte teria sido muito lamentada. O seu túmulo foi esquecida até ser descoberta por Lucian tendo uma Igreja sido construída em sua honra perto em Damasco, pela imperatriz Eudoxia (455-460).

Serão todas as religiões verdadeiras?

O seu modo de argumentar parecia ter uma certa lógica. «Eu sou daqueles que pensam que todas as religiões são verdadeiras. Pondo de parte algumas degenerações fanáticas, todas levam o homem a fazer o bem, promovem sentimentos positivos e satisfazem a necessidade de transcendência que temos dentro de nós. No fundo, acaba por ser a mesma coisa escolher uma religião ou outra. Viva a liberdade! Quem sou eu para impor a minha religião aos outros?

«Que cada um escolha a sua própria religião. Que cada um escolha aquela que melhor se adapta ao seu modo de ser. Esta é a minha opinião e não acredito que esteja errada. Sobretudo, acho que é a única que pode ser considerada verdadeiramente tolerante. Quem acredita que a sua religião é a verdadeira acaba por ser um bocado fanático. E com pessoas fanáticas não é possível dialogar».

É verdade que todas as religiões, se o são de verdade, possuem algo de positivo. No entanto, isso não é a mesma coisa que afirmar que todas as religiões são verdadeiras. Não é sério dizer que podem ser verdadeiras ao mesmo tempo religiões que afirmam coisas diferentes e contraditórias. Assim como não é sério dizer que dois mais dois são aquilo que mais estiver de acordo com os sentimentos de cada um. A resposta é só uma. Não somos nós que a inventamos. A nós compete-nos somente descobri-la.

Se só existe um Deus, não pode haver mais do que uma verdade sobre Ele. E a descoberta do caminho para chegar a Deus é a mais importante da nossa vida. Dela depende a nossa eternidade. Viver de acordo com uma religião não é algo que esteja ao mesmo nível de escolher um produto num supermercado. Não tem a mesma importância que a selecção da cor de um automóvel que pretendemos comprar.

Uma pessoa não vive de acordo com uma religião porque isso lhe dê uma satisfação maior. Porque a faça sentir-se em harmonia com o universo. Nem porque lhe permita emitir suspiros mais ou menos celestiais. Uma pessoa vive de acordo com uma religião porque acredita que é o seu caminho para chegar a Deus. O seu caminho para que a sua vida tenha sentido. Para que a sua vida não termine no cemitério. Pelo contrário, para todos aqueles que se contentam com ficar por lá, não é necessária a procura de nenhuma religião. Nem é necessário ter a “dor de cabeça” de tentar encontrar a verdadeira.

Para os cristãos esse único caminho para chegar a Deus tem um nome: Jesus Cristo. Ele não é somente um homem especial. É Deus feito homem. Deus que se fez homem e morreu na Cruz para nos salvar. Não foram os cristãos que inventaram a Cruz por ela estar mais de acordo com os seus sentimentos. Foi Deus que escolheu esse modo concreto de nos salvar. Um modo que revela o seu infinito amor por nós e nos pede uma resposta.


Pe. Rodrigo Lynce de Faria