domingo, 5 de outubro de 2008

“Ignorar as Escrituras significa ignorar Cristo” – Bento XVI na abertura do Sínodo dos Bispos


Neste “Ano Paulino”, foi na Basílica de São Paulo fora de Muros, em Roma, que Bento XVI presidiu, neste Domingo de manhã, à celebração eucarística de abertura da Assembleia do Sínodo dos Bispos sobre “A Palavra de Deus na vida e missão da Igreja”, concelebrada pelos 253 Padres sinodais.Partindo dos textos bíblicos deste vigésimo sétimo domingo do Tempo Comum, o Papa recordou que, “quando Deus fala, solicita sempre uma resposta”, pois “a sua acção de salvação requer a cooperação humana; o seu amor aguarda correspondência”. Daqui a advertência, em eco às leituras do dia: “Que nunca aconteça, queridos irmãos e irmãs, o que narra o texto bíblico a propósito da vinha: ‘Esperava que viesse a dar uvas, mas deu só uvas azedas”.

“Só a Palavra de Deus pode transformar em profundidade o coração do homem. Assim, é importante que com ela entrem em intimidade sempre crescente cada um dos crentes e as comunidades.

A assembleia sinodal dirigirá a sua atenção a esta verdade fundamental par a vida e missão da Igreja. Alimentar-se da Palavra de Deus é para a Igreja a primeira e fundamental tarefa”.
“De facto – fez notar Bento XVI – se é o anúncio do Evangelho que constitui a sua razão de ser e a sua missão, é indispensável que a Igreja conheça e viva o que anuncia, para que a sua pregação seja credível, não obstante as debilidades e pobrezas dos homens que a compõem”. Por outro lado, como “o anúncio da Palavra, na escola de Cristo, tem como conteúdo o Reino de Deus”, que é “a própria pessoa de Jesus, que com suas palavras e obras oferece aos homens de todas as épocas a salvação”, então é bem verdade o que escreve São Jerónimo. “Ignorar as Escrituras significa ignorar Cristo”.
Hoje como ontem, muitos são os que ainda não O encontraram e se encontram à espera do primeiro anúncio do Evangelho. Outros, embora tenham recebido formação cristã, perderam o entusiasmo e mantêm com a Palavra de Deus um contacto superficial. Outros ainda, afastaram-se da prática da fé e têm necessidade de uma nova evangelização. Finalmente, há pessoas de recta consciência que se colocam perguntas essenciais sobre o sentido da vida e da morte. “Torna-se, pois, indispensável para os cristãos de todos os continentes estar prontos a responder a quem quer que peça razão da esperança que está neles, anunciando com alegria a Palavra de Deus e vivendo sem compromissos o Evangelho”.

(Fonte: site Radio Vaticana)

O Grande Catequista

O Santo Padre a um ritmo, quase que alucinante e diário, proporciona-nos permanente matéria de leitura e reflexão, revelando uma extraordinária capacidade de catequese que nos cumpre absorver no limite das nossas capacidades, mas sempre certos que na sua génese está a solidez inexpugnável da doutrina católica, ou seja, de Jesus Cristo Nosso Senhor.

Façamos um redobrado esforço por acompanhar Bento XVI, pois o esforço, e ao falar em esforço, refiro-me à disponibilidade intelectual e de tempo para ler e mastigar devidamente os riquíssimos conteúdos que nos são propostos e que são comparáveis ao melhor e mais rico legado que nos foi deixado ao longo dos séculos por Santos e Doutores da Igreja.

È óbvio, que as Sagradas Escrituras são a fonte Divina de toda a nossa Fé, mas o contributo para a sua melhor compreensão e vivência dado por inúmeros Santos e Papas, tem sido ao longo da história de grande relevância. Ora sucede, que quis Deus Nosso Senhor, que o sucessor de Pedro neste início do século XXI fosse um teólogo de excepção, e devemos estar-Lhe gratos por tal e não deixarmos escapar esta extraordinária circunstância.

Para quem julgue que o pensamento de Bento XVI é apenas acessível a uma minoria melhor preparada, não tenho vergonha de vos dizer, que o livro “Olhar para Cristo” de Joseph Ratzinger com pouco mais de 100 páginas demorou-me vários meses a ler para o melhor compreender, e certamente ter-me-ão escapado muito detalhes. Dir-vos-ei mais ainda, há dias, tive a necessidade de pedir a um Sacerdote, que me explicasse melhor, do Evangelho de S. Lucas, a parábola do administrador desonesto (Lc 16, 1-13); pois é, a palavra de Deus nem sempre é fácil de se entender, salvo se o nosso objectivo for denegri-la, então aí sim é fácil e infelizmente até é bom negócio, mas quando somos movidos pela fé, então constitui alimento para a boca e para melhor podermos compreendê-Lo e servi-Lo temos ser humildes e insistentes.

Gostaria de terminar, agradecendo ao Senhor o extraordinário Papa que nos ofereceu e pedindo-Lhe que o ilumine e proteja para o bem da Sua e nossa Santa Madre Igreja.


«Creio para compreender e compreendo para crer melhor» - Santo Agostinho (Sermão 43, 7, 9)


Votos de Bom Domingo do Senhor!

(JPR)

O analfabetismo religioso

«E hoje o maior inimigo da fé cristã, não são os adversários de fora; o maior inimigo da fé cristã é o analfabetismo religioso, é a iliteracia religiosa, é a ignorância religiosa, é a não compreensão dos textos base, dos textos fundadores da nossa fé».

(Excerto Conferência proferida nas Jornadas Nacionais de Catequistas, Fátima, 15-XI-2003 - Fonte: “Pastoral Catequética”, nº 1, Jan-Abril 2005 – D. António Marto, ao tempo Bispo de Viseu, hoje Bispo de Leiria-Fátima)

XII Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos



Peçamos nas nossas orações ao Divino Espírito Santo que ilumine todos os participantes durante o decorrer dos trabalhos do Sínodo.

(JPR)