quarta-feira, 2 de julho de 2008

Bento XVI: Audiência Geral, início de um ciclo de Catequese dedicado a São Paulo

(2/7/2008) Na audiência geral desta quarta feira Bento XVI inaugurou um novo ciclo de catequese dedicado a São Paulo, por ocasião do ano Paulino inaugurado sábado passado.A audiência decorreu na Aula Paulo VI e não na Praça de S. Pedro ao calor elevado que nos últimos dias tem investido Roma.Partilha da cultura e do ambiente em que vivia, mas também originalidade. Estes os elementos da atitude de São Paulo que o Papa propôs como ensinamento também para nós cristãos do terceiro milénio, salientando a tripla formação paulina, judaica, grega, ou melhor helenística e de cidadão romano.Aos cerca de oito mil fiéis congregados na grande aula das audiências do Vaticano Bento XVI antecipou que dedicará as próximas catequeses das quartas-feiras a Paulo de Tarso, por ocasião do ano paulino, a dois mil anos do nascimento do Apóstolos das gentes.Nesta quarta feira o Papa ilustrou aos fiéis a relação entre Paulo o seu ambiente, num mundo, como aquele romano onde os judeus eram minoria, que em Roma não atingia os três por cento da população, e nas várias passagens da sua vida, inclusive a etapa em Atenas, com o celebre discurso no Areópago perante os intelectuais do tempo.Esta referência serviu ao Papa para recordar o influxo sobre Paulo também das correntes estóicas do tempo.Ao grande apostolo – disse Bento XVI é dedicado este ano litúrgico, porque é uma figura excelsa e quase inimitável, mas contudo estimulante diante de nós, como exemplo de total dedicação ao Senhor e á sua Igreja além de grande abertura á humanidade e às suas culturas.Primeira etapa desta viagem de reflexão foi portanto a relação entre o apóstolo das gentes e o ambiente cultural, social e histórico em que viveu não muito diferente, para o Papa do ambiente contemporâneo.Para Bento XVI São Paulo não só deve ser venerado mas também compreendido na sua complexidade e riqueza.

(Fonte: site Radio Vaticana)

“Silly Season” é como a caça, tem data de abertura e formalmente começou ontem

“Silly Season” expressão anglo-saxónica tradicionalmente usada para classificar o conteúdo da comunicação social no período de Verão, época em que há uma forte diminuição de notícias de carácter político e económico devido às férias dos seus protagonistas.


Ocorreu-me, alertar-vos para este facto, pois, se, infelizmente, já tenhamos que estar sempre com um pé atrás em relação às mentiras que se publicam e ao exacerbamento das notícias por ausência de melhor conteúdo, neste período do “vale tudo” ainda mais atentos deveremos estar, para não sermos ludibriados na nossa boa fé.


Perguntar-me-ão, qual o cabimento deste tipo de comentário num blogue com características tão vincadas e aonde habitualmente não se debatem estas questões. Pois muito bem, não se trata de mais uma teoria de conspiração, mas estando a Igreja em festa com a celebração do Ano Paulino e a proximidade da viagem à Austrália do Santo Padre para presidir às celebrações da Jornada Mundial da Juventude em Sidney, gostaria de vos alertar que muitos órgãos de comunicação social irão dar larga cobertura a estes acontecimentos, o que sendo positivo, tem um lado perverso, que é o facto de os profissionais que são destacados para a sua cobertura, não possuírem muitas vezes, para não dizer maioritariamente, o mínimo de formação e cultura geral para tal e como resultado em vez de informarem desinformam.


Cabe-nos descodificar, desmontar, diria mesmo fazer como apostolado a clarificação perante os que nos rodeiam dos erros, intencionais ou não, e mistificações que se criarem, e para tal temos a obrigação de buscar fontes fidedignas e na sua ausência, não embarcar na primeira balela que leiamos ou ouçamos.

Boas férias extensíveis até ao final do Verão, pois nem todos iremos na mesma altura!

(JPR)

A santidade cristã

«Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos muito amados, e comportai-vos com amor, exactamente como Cristo, que vos amou e Se entregou a Si mesmo por nós, como oblação e vítima de agradável odor para Deus.»


(Efésios, 5, 1-2 – S. Paulo)

São Paulo – Epístolas Pastorais I

Desde o século XVIII chama-se assim às três cartas dirigidas a Timóteo (duas cartas) e a Tito, discípulos e auxiliares destacados de São Paulo. A primeira a Timóteo deve ter sido escrita em fins do ano 65, possivelmente na Macedónia. Muito próxima em data e lugar, possivelmente também em fins do ano 65 e na Macedónia, é a carta a Tito. Em ambas as cartas São Paulo goza de liberdade. Pelo contrário, a terceira, que é a segunda a Timóteo, foi escrita durante o último cativeiro do Apóstolo, certamente já em Roma e próximo do seu martírio; deve indicar-se, pois, a data do ano 66 ou 67. A finalidade dos três escritos é orientar e ajudar os dois discípulos na sua tarefa de auxiliares de São Paulo no governo pastoral de várias Igrejas.
A tradição secular da Igreja reteve sempre a autenticidade paulina das três. Desde o século XIX, bastantes racionalistas e protestantes liberais puseram em dúvida ou rejeitaram tal paternidade, tomando como argumento principal que não se podia já que em vida do Apóstolo tivessem aparecido as noções de sucessão e tradição apostólicas, ordenações sagradas por imposição das mãos e uma certa hierarquia e disciplina eclesiástica. Tais noções, que aparecem nestas três cartas, ainda que de modo incipiente, repugnam a esses críticos como existentes já em anos tão antigos. Mas na realidade, tal como afirma a Pontifícia Comissão Bíblica, não há verdadeiros argumentos contra a autenticidade paulina das Epístolas Pastorais, mas opções de princípio acerca de como e quando se devia ir desenvolvendo a organização hierárquica da Igreja.


(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – As Epístolas de São Paulo – pág. 445) Continua