quinta-feira, 19 de junho de 2008

«Divina eloquia cum legente crescunt»

«As palavras divinas crescem com quem as lê»

(Homilia in Ezechielem 1. 7, 8: CCL 142. 87 [PL 76, 843 D] – São Gregório Magno)

São Paulo - As Cartas aos Tessalonicenses

Todos os estudiosos antigos e modernos estão de acordo em que as duas primeiras cartas de São Paulo foram a 1ª e a 2ª aos Tessalonicenses, escritas em Corinto, nos anos 50-52. Só um ou outro autor propõe a possibilidade, ainda que menos provável, de que tenha sido a Epístola aos Gálatas o primeiro escrito Paulino, redigido, nesse caso, pelo ano 49. As duas cartas aos Tessalonicenses contém o ensino de São Paulo a propósito de algumas questões levantadas pelos cristãos de Tessalónica, que então só há alguns meses se tinham convertido à fé, na primeira fase da segunda viagem missionária.

Fundamentalmente tratam da Parusía ou segunda vinda de Cristo e a ressurreição dos mortos, acerca das quais os neófitos de Tessalónica tinham ideias pouco claras e inquietações preocupantes. O Apóstolo desconhece o tempo de tais acontecimentos, pois não foi revelado e põe a ênfase na atitude espiritual da vigilância, seguindo os ensinamentos do Senhor, para nos encontre preparados, qualquer que seja o tempo da Sua vinda. Apresenta particular dificuldade a manifestação do «homem da iniquidade», o «Anticristo», sobre o qual também não se sabe, em última análise, quando aparecerá. Os Tessalonicenses não se devem inquietar, nem perder o tempo fazendo elucubrações sobre estas coisas, mas devem procurar viver santamente e trabalhar com honestidade; chega a admoestá-los: «Se alguém não quiser trabalhar, que também não conta».

As Epístolas aos Tessalonicenses, escritas uns vinte anos depois da morte de Nosso Senhor, são seguramente os dois escritos mais antigos do Novo Testamento (uma vez que o Evangelho de São Mateus só se conserva na sua redacção grega posterior) e, além dos seus ensinamentos perenes, abrem-nos o coração daqueles primeiros cristãos, recentes na fé, e da vida daquela comunidade, uma das primeiríssimas Igrejas fundadas por São Paulo no continente europeu.


(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – As Epístolas de São Paulo – pág. 436-437) Continua

As novas “Donas Brancas”

Perante o desespero de muitos e a dificuldade de satisfazer a ambição de riqueza de outros, as crises económicas são campo ideal para o nascimento de esquemas de geração de dinheiro fácil. Especuladores e gente sem escrúpulos vivem nas crises os seus melhores momentos.Neste quadro, as notícias surgidas no final da semana sobre o facto haver uma espécie de novas “Donas Brancas” do jogo não traria nada de novo.Novo é só o facto dessas “correntes”, ou “bolhas”, como os jogadores lhe chamam, se estar a generalizar à classe média/alta, com apostas de 50 euros para ganhar 400 a crescerem para dez mil euros para ganhar 80 mil.Alguns estarão já mesmo “viciados” e fascinados com os ganhos obtidos, subindo a parada das apostas. Os encontros entre apostadores são rodeados de todos os cuidados. Compram-se telemóveis que servem exclusivamente para marcar os encontros. Estes realizam-se em locais públicos. As apostas são feitas em notas, para não deixar rasto. Compram-se cofres para guardar os ganhos… Conhecem-se os relatos dos jogadores pelos jornais.E que dizem os agentes de justiça? Dos Magistrados do Ministério Público aos funcionários de Investigação Criminal? Que não sabem se é crime e que é preciso fazer um estudo aprofundado para o saber. Aqui, sim, abre-se a boca de espanto. Não sabem? Onde estão os impostos devidos por essas mais-valias? Para que serve a lei do jogo? Os ganhos de jogo já não são tributados? Nos países nórdicos, onde fugir ao fisco é visto pela sociedade como sinónimo de ROUBAR, não haveria dúvidas. Por cá, este tipo de dúvidas explica boa parte do nosso atraso.

Graça Franco

(Fonte: site RR)