sexta-feira, 13 de junho de 2008

O dever de ajudar

«Não digas: não posso ajudar os outros, pois se és cristão de verdade, é impossível que não o possas fazer (…). Se ordenamos bem a nossa conduta, tudo o resto se seguirá como consequência natural. Não pode ocultar-se a luz dos cristãos, não pode ocultar-se uma lâmpada tão brilhante»

(Homília sobre Act, 20 – São João Crisóstomo)

São Paulo - V

As grandes viagens missionárias (2)

‘Segunda viagem’

A fonte básica é Act 15, 36-18, 22. De Antioquia, Paulo e Barnabé partem para visitar as Igrejas fundadas durante a primeira viagem missionária. Não chegam a um acordo sobre a colaboração de Marcos. Barnabé, acompanhado de Marcos, partiu para Chipre enquanto Paulo, ajudado por Silas, percorreu as Igrejas da Síria e da Cilícia. Em Listra junta-se-lhes Timóteo. Continuam através da Frígia e da Galácia, fundando novas comunidades. Em Tróade, Paulo tem a visão nocturna do macedónio (Act 16, 9-10), depois da qual passam para a Europa, começando pelas cidades da Macedónia: Neápolis e Filipos. Aqui Paulo e Silas são açoitados e encarcerados, mas são libertados miraculosamente. Passaram para Tessalónica, enquanto Paulo foi acompanhado por alguns neófitos a Atenas, onde pregou aos Judeus na sinagoga a aos pagãos no Areópago. Partiu depois para Corinto, onde fundou uma nova Igreja e a atendeu durante ano e meio, ao fim do qual teve de ir-se embora perante a hostilidade de alguns judeus. Empreendeu o regresso a Antioquia acompanhado até Éfeso por Áquila e Priscila, casal neocristão, e dali embarcou para Cesareia Marítima na Palestina, subiu «para saudar a igreja» (Act 18,22), certamente a de Jerusalém, e dali regressou a Antioquia.

(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – Introdução às Cartas de São Paulo – Vida de São Paulo – pág. 429-430) Continua

Apresentado o documento de trabalho do próximo Sínodo dos Bispos. Fundamentalismo e leituras ideológicas da Bíblia preocupam Igreja Católica

Foi apresentado esta Quinta-feira [ontem], na sala de imprensa de Santa Sé, o documento de trabalho (Instrumentum Laboris) da XII Asssembleia-Geral ordinária do Sínodo dos Bispos, que terá lugar em Roma de 5 a 26 de Outubro próximo, sobre o tema “A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja”. O “fundamentalismo cristão”, isto é, a obediência literal e acrítica aos textos sagrados, vai -se difundindo cada vez mais, não só entre os novos movimentos religiosos, mas também entre os Católicos, com o risco de gerar “erros graves” e “conflitos inúteis”. Esta preocupante situação é referida no “Instrumentum laboris” de preparação da Assembleia sinodal que vai ter lugar em Outubro, sobre a Sagrada Escritura. No documento, a Igreja põe de sobreaviso fiéis e pastores, não só sobre o fundamentalismo, mas também sobre as chamadas “leituras ideológicas” da Bíblia. Numa referência indirecta à chamada “teologia da libertação”, o texto fala de “pré-compreensões rígidas de ordem espiritual, social e política, ou simplesmente humanas, sem o suporte da fé”. Especial preocupação é expressa quanto ao “risco de fundamentalismo, com amplas implicações antropológicas, sociólogas, e psicológicas, mas que se aplica de modo particular à leitura bíblica e à sua interpretação do mundo”. A nível de leitura bíblica – adverte o texto preparatório do Sínodo – “o fundamentalismo refugia-se no literalismo, recusando-se a tomar em consideração a dimensão histórica da revelação bíblica, correndo assim o risco de não aceitar plenamente a própria Incarnação”. Se a forma extrema desta tendência é a “seita”, contudo “este género de leitura encontra cada vez mais aderentes entre os católicos”. “O carisma da inspiração (observa o texto agora difundido) permite afirmar que Deus é o autor da Bíblia, de um modo que não exclui o homem como verdadeiro autor de si mesmo”. “Na verdade, à diferença do que seria um ditar pura e simples (o texto sagrado), a inspiração não retira a liberdade e as capacidades pessoais do escritor, mas ilumina-o e inspira-o”. Concepção esta que distingue e de certo modo contrapõe o sentido das Escrituras do Alcorão, que os muçulmanos consideram literalmente “ditado” por Alá ao seu profeta Maomé. Serão cerca de 250 os padres sinodais que, em representação dos episcopados do mundo inteiro tomarão parte nos trabalhos do próximo sínodo. Esperamos e rezamos para que também os chineses possam estar presentes no próximo sínodo: foi com estas palavras que o secretario geral do sínodo D. Nicolau Eterevoc respondeu a quem lhe perguntava se desta vez poderá estar presente uma delegação da Igreja chinesa.Recordamos que este será o segundo sínodo geral que se efectua durante o pontificado de Bento XVI. O primeiro, dedicado á Eucaristia teve lugar em Outubro de 2005, poucos meses após a sua eleição, mas fora convocado pelo seu predecessor João Paulo II.Para este sínodo de Outubro próximo foi Bento XVI que escolheu o tema e estabeleceu algumas regras, entre as quais uma maior liberdade na discussão entre os bispos através de uma hora diária de discussão livre, mecanismo já experimentado com sucesso no sínodo precedente sobre a Eucaristia.Depois o Papa reduziu de 4 para três as semanas de trabalho sinodal para concentrar o debate e dar vida a uma discussão menos dispersiva e chegar rapidamente a uma síntese.

(Fonte: Radio Vaticana online)