quinta-feira, 12 de junho de 2008

Espírito de humildade

«A uma mentalidade “crítica”, com a qual o homem critica tudo à excepção de si mesmo, contrapomos a abertura ao infinito, a vigilância e a sensibilidade para a totalidade do ser, uma humildade de pensamento pronta a vergar-se à majestade da verdade, perante a qual nós não somos juízes mas mendigos. Só ao coração vigilante e humilde a verdade se mostra.»

(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

São Paulo - IV

As grandes viagens missionárias (1)

As linhas gerais para estes densos anos da vida do Apóstolo devemo-las ao trabalho historiográfico de São Lucas em Act 13,1-21,16. O centro da actividade apostólica de São Paulo á Antioquia da Síria, donde parte e para onde volta com excepção da terceira e última viagem, que acaba em Jerusalém. A partir daí podemos falar da última grande etapa da sua vida.

Primeira viagem

Conhecemos os dados fundamentais por Act 13,1-14, 28. Por iniciativa concreta do Espírito Santo, Barnabé e Paulo partem a propagar o Evangelho, acompanhados pelo jovem João Marcos, que chegará a ser o segundo evangelista. Pregam em bastantes cidades da Ilha de Chipre. Depois embarcam para percorrer as regiões da Panfilia e da Licaónia (zona sudeste da actual Turquia), onde também evangelizam em várias cidades e, em geral, acabam por encontrar a oposição violenta de uma parte dos Judeus ali estabelecidos. Em Listra, depois de rejeitar honras divinas, Paulo lapidado por instigação de alguns judeus chegados de Icónio e de Antioquia da Pisídia, onde Paulo tinha tido um discurso memorável aos Judeus e prosélitos. Regressam a Antioquia da Síria; ale levanta-se a primeira controvérsia com cristãos judaizantes, procedentes de Jerusalém, os quais pretendiam impor a observância da Lei moisaica aos fieis provenientes do paganismo.

Os cristãos de Antioquia decidem enviar Paulo e Barnabé a Jerusalém, para consultar o assunto com os Apóstolos. Estes, no chamado concílio de Jerusalém, estabelecem a completa liberdade dos cristãos, relativamente aos preceitos rituais, disciplinares, etc., da Lei moisaica.

(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – Introdução às Cartas de São Paulo – Vida de São Paulo – pág. 428-429) Continua