Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

A riqueza da fé

Não sejas pessimista. – Não sabes que tudo quanto sucede ou pode suceder é para bem? – O teu optimismo será a consequência necessária da tua fé. (Caminho, 378)

No meio das limitações inseparáveis da nossa situação presente, porque o pecado ainda habita em nós de algum modo, o cristão vê com nova clareza toda a riqueza da sua filiação divina, quando se reconhece plenamente livre porque trabalha nas coisas do seu Pai, quando a sua alegria se torna constante por nada ser capaz de lhe destruir a esperança.

Pois é também nesse momento que é capaz de admirar todas as belezas e maravilhas da Terra, de apreciar toda a riqueza e toda a bondade, de amar com a inteireza e a pureza para que foi criado o coração humano.

Também é nessa altura que a dor perante o pecado não degenera num gesto amargo, desesperado ou altivo porque a compunção e o conhecimento da fraqueza humana conduzem-no a identificar-se outra vez com as ânsias redentoras de Cristo e a sentir mais profundamente a solidariedade com todos os homens. É então, finalmente, que o cristão experimenta em si com segurança a força do Espírito Santo, de tal maneira que as suas quedas pessoais não o abatem; são um convite a recomeçar e a continuar a ser testemunha fiel de Cristo em todas as encruzilhadas da Terra, apesar das misérias pessoais, que nestes casos costumam ser faltas leves, que apenas turvam a alma; e, ainda que fossem graves, acudindo ao Sacramento da Penitência com compunção, volta-se à paz de Deus e a ser de novo uma boa testemunha das suas misericórdias.

Tal é, em breve resumo que mal consegue traduzir em pobres palavras humanas a riqueza da fé, a vida do cristão, quando se deixa guiar pelo Espírito Santo. (Cristo que passa, 138)

São Josemaría Escrivá

Agarremos mais esta oportunidade

“Desde o abrir-se ao outro, mesmo que aparentemente inimigo, pedindo o mais elementar, água para beber, até à revelação profunda da verdade que somos e procuramos, o evangelho apresenta-nos um itinerário de vida, para todo o ser humano que busca a realização plena” (...) “As crises actuais podem ser uma oportunidade para mudarmos de vida, não querendo o progresso material a todo o custo, pondo em perigo a natureza e a nossa humanidade”

(D. António Vitalino - Bispo de Beja, hoje emérito - Rádio Pax - Março de 2011)

A docilidade leva-nos a Belém

… além de imitarmos os pastores que foram com prontidão à gruta, podemos reparar no exemplo dos Reis Magos, a quem vamos recordar na próxima solenidade da Epifania. Graças à sua fé humilde, aqueles homens superaram as dificuldades que encontraram na sua longa viagem. Deus iluminou os seus corações para que, na luz de uma estrela, descobrissem o anúncio do nascimento do Messias. Foram dóceis, e essa docilidade conduziu-os a Belém. Ali, entrando no lugar onde a Sagrada Família estava alojada, viram o Menino com Maria, Sua Mãe, e prostrando-se O adoraram. Depois, abriram os seus cofres e ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra [4].

Sejamos também nós dóceis às moções da graça, que nos chega por meio dos Sacramentos. Também na oração pessoal, ao meditarmos as cenas do Evangelho, e ao aceitarmos de bom grado os conselhos da direção espiritual, procurando pô-los em prática. A exortação de S. Tomás de Aquino parece-nos inteiramente lógica: «Devido à debilidade da mente humana, e assim como ela precisa de ser conduzida ao conhecimento das coisas divinas, assim precisa também de ser conduzida ao amor como que pela mão, por intermédio de algumas coisas sensíveis que facilmente conhecemos. E, entre estas, a principal é a Humanidade de Jesus Cristo, segundo o que dizemos no Prefácio do Natal: “Para que, conhecendo a Deus de forma visível, sejamos por Ele arrebatados ao amor das coisas invisíveis”» [5].

[4]. Mt 2, 11.
[5]. S. Tomás de Aquino, Suma teológica, II-II. q. 82, a. 3 ad 2.

(D. Javier Echevarría na carta do mês de janeiro de 2013)