Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 21 de janeiro de 2018

Santa Missa Base Aérea "Las Palmas" em Lima

«Levanta-te e vai a Nínive, à grande cidade, e apregoa nela o que Eu te ordenar» (Jon 3, 2): com estas palavras, o Senhor dirige-se a Jonas encaminhando-o para aquela grande cidade, que estava prestes a ser destruída pelos seus muitos malefícios. No Evangelho, vemos também Jesus a caminho da Galileia para pregar a sua Boa Nova (cf. Mc 1, 14). Ambas as leituras nos mostram Deus em movimento para as cidades de ontem e de hoje. O Senhor põe-Se a caminho: vai a Nínive, à Galileia, a Trujillo, a Puerto Maldonado, a Lima... O Senhor vem aqui. Põe-Se em movimento para entrar na nossa história pessoal, concreta. Como celebramos há pouco [no Natal], Ele é o Emanuel, o Deus que quer estar sempre connosco. Sim, aqui em Lima ou onde quer que estejas a viver, na vida quotidiana do trabalho rotineiro, na educação esperançosa dos filhos, no meio dos teus anelos e desvelos; na intimidade do lar e no ruído ensurdecedor das nossas estradas. É lá, no meio dos caminhos poeirentos da história, que o Senhor vem ao teu encontro.

Às vezes, pode suceder-nos como a Jonas. As nossas cidades, com as situações de sofrimento e injustiça que se repetem dia-a-dia, podem suscitar em nós a tentação de fugir, de nos escondermos, de desertar. E razões, não faltam nem a Jonas nem a nós. Contemplando a cidade, poderíamos começar a constatar que «há citadinos que conseguem os meios adequados para o desenvolvimento da vida pessoal e familiar, [e isso nos alegra; o problema é que] muitíssimos são também os “não-citadinos”, os “meio-citadinos” ou os “resíduos urbanos”»[1] que se encontram na beira dos nossos caminhos, que vão viver à margem das nossas cidades sem condições necessárias para levar uma vida digna, e custa ver que muitas vezes, entre estes «resíduos» humanos, se encontram rostos de tantas crianças e adolescentes; se encontra o rosto do futuro.

E, ao ver estas coisas nas nossas cidades, nos nossos bairros – que poderiam ser lugares de encontro e solidariedade, de alegria –, gera-se em nós o que poderíamos chamar a síndrome de Jonas: um espaço infido, donde fugir (cf. Jon 1, 3). Um espaço para a indiferença, que nos torna anónimos e surdos face aos demais, torna-nos seres impessoais de coração assético e, com esta atitude, amarfanhamos a alma do povo. Como nos fazia notar Bento XVI, «a grandeza da humanidade determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e com quem sofre. (…) Uma sociedade que não consegue aceitar os que sofrem e não é capaz de contribuir, mediante a com-paixão, para fazer com que o sofrimento seja compartilhado e assumido mesmo interiormente é uma sociedade cruel e desumana».[2]

Quando prenderam João [Batista], Jesus foi para a Galileia proclamar o Evangelho de Deus. Ao contrário de Jonas, Jesus, perante um acontecimento doloroso e injusto como foi a prisão de João, entra na cidade, entra na Galileia e começa, partindo daquela insignificante população, a semear o que seria o início da maior esperança: o Reino de Deus está perto, Deus está no meio de nós. E o próprio Evangelho nos mostra a alegria e a reação em cadeia que isso produz: começou com Simão e André, depois Tiago e João (cf. Mc 1, 14-20) e depois, passando por Santa Rosa de Lima, São Toríbio, São Martinho de Porres, São João Macías, São Francisco Solano, chegou até nós anunciado por esta nuvem de testemunhas que acreditaram n’Ele. Chegou até nós, para se comprometer novamente, como um antídoto renovado, contra a globalização da indiferença. Com efeito, perante este Amor, não se pode ficar indiferente.
Jesus chamou os seus discípulos a viverem, no hoje da história, algo que tem sabor a eternidade: o amor a Deus e ao próximo. E fá-lo da única maneira que Lhe é possível: à maneira divina, suscitando a ternura e o amor misericordioso, suscitando a compaixão e abrindo os seus olhos para aprenderem a ver a realidade à maneira divina. Convida-os a gerar novos vínculos, novas alianças portadoras de eternidade.

Jesus atravessa a cidade com os seus discípulos e começa a ver, a escutar, a prestar atenção àqueles que sucumbiram sob o manto da indiferença, lapidados pelo grave pecado da corrupção. Começa a desvendar muitas situações que sufocavam a esperança do seu povo, suscitando uma nova esperança. Chama os seus discípulos e convida-os a ir com Ele, convida-os a atravessar a cidade, mas muda-lhes o ritmo, ensina-os a fixarem o que até agora passavam por alto, indica-lhes novas urgências. Convertei-vos: dizia-lhes Ele. O Reino dos Céus é encontrar, em Jesus, Deus que mistura a sua vida com a vida do seu povo, que Se envolve e envolve outros para que não tenham medo de fazer desta história uma história de salvação (cf. Mc 1, 15.21ss.).

Jesus continua a atravessar as nossas estradas, continua, hoje como ontem, a bater às portas, a bater aos corações para reacender a esperança e os anseios: que a degradação seja superada pela fraternidade, a injustiça vencida pela solidariedade e a violência apagada com as armas da paz. Jesus continua a chamar e quer ungir-nos com o seu Espírito para que também nós saiamos para ungir com esta unção capaz de curar a esperança ferida e renovar o nosso olhar.

Jesus continua a atravessar e desperta a esperança que nos liberta de relações vazias e análises impessoais e chama a envolver-nos como fermento onde quer que estejamos, onde nos toca viver, naquele cantinho de todos os dias. O Reino dos Céus está no meio de vós – diz-nos Ele –, está onde sabemos usar um pouco de ternura e compaixão, onde não temos medo de criar espaços para que os cegos vejam, os coxos andem, os leprosos fiquem limpos e os surdos ouçam (cf. Lc 7, 22) e, deste modo, todos aqueles que dávamos por perdidos gozem da Ressurreição. Deus não Se cansa nem Se cansará de andar para chegar junto dos seus filhos. Como acenderemos a esperança, se faltam profetas? Como enfrentaremos o futuro, se nos falta unidade? Como chegará Jesus a tantos lugares, se faltam ousadas e válidas testemunhas?

Hoje o Senhor chama-te a atravessar com Ele a cidade, a tua cidade. Chama-te a ser seu discípulo missionário, tornando-te assim participante desse grande sussurro que quer continuar a ressoar nos mais variados ângulos da nossa vida: Alegra-te, o Senhor está contigo!
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[1] Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 74.
[2] Carta enc. Spe salvi, 38.

Bom Domingo do Senhor!

O Senhor também nos quer fazer pescadores de homens como nos narra o Evangelho de hoje (Mc 1, 14-20) e deseja ter-nos junto a Ele, no dia a dia, na família, no trabalho e com o próximo, espera que sejamos apóstolos na palavra e nos atos.

Senhor ajuda-nos a seguir-Te com alegria e total entrega!

SÃO PÚBLIO (Santo de Malta)

Cura do Pai de S. Públio por S. Paulo
Nascimento:       c. 33 d.c. em Malta
Morte:               c. 125 d.c. em Atenas, Grécia
Festa litúrgica:    21 Janeiro
ão Públio (em maltês San Publju) é considerado como o primeiro bispo de Malta. Ele era tido como o "homem principal da ilha" e a sua conversão fez de Malta a primeira nação cristã no ocidente e uma das primeiras do mundo.

Foi martirizado por volta de 125 d.C., durante a perseguição aos cristãos do imperador romano Adriano.

O seu pai terá hospedado e sido curado por São Paulo quando do seu naufrágio em Malta.

«Estando já salvos, soubemos então que a ilha se chamava Malta.
Os indígenas trataram-nos com muita humanidade, porque, acendendo uma fogueira, acolheram-nos a todos por causa da chuva que caía e por causa do frio.
Tendo Paulo ajuntado e posto sobre a fogueira um feixe de gravetos, uma víbora, fugindo por causa do calor, mordeu-lhe a mão.
Quando os indígenas viram o réptil pendente da mão de Paulo, diziam uns para os outros: Certamente este homem é homicida, pois embora salvo do mar, a Justiça não o deixou viver.
Porém ele, sacudindo o réptil no fogo, não sofreu mal algum; mas eles esperavam que ele viesse a inchar ou a cair morto de repente. Porém tendo esperado muito tempo e vendo que nada de anormal lhe sucedia, mudando de parecer, diziam que ele era um deus.
Na vizinhança daquele lugar havia algumas terras pertencentes ao homem principal da ilha, chamado Públio, o qual nos recebeu e hospedou com muita bondade por três dias.
Estando doente de cama com febre e disenteria o pai de Públio, Paulo foi visitá-lo e, tendo feito oração, impôs-lhe as mãos e o curou.» [i]


[i] Act. XXVII, 1-13

António Mexia Alves

«Todos os que são chamados em Meu nome»

Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir
Contra as heresias, 4, 14

Não foi por ter necessidade dos nossos serviços que o Pai ordenou que seguíssemos o Verbo: foi para nos garantir a salvação. Pois seguir o Salvador é tomar parte na Sua salvação, tal como seguir a luz é tomar parte na luz. Quando os homens estão na luz, não são eles que fazem a luz resplandecer, mas são eles que são iluminados e são por ela tornados resplandecentes. Longe de acrescentar seja o que for à luz, beneficiam dela e ficam iluminados.

O mesmo acontece no serviço a Deus: nada acrescenta a Deus, pois Deus não precisa do serviço dos homens. Mas aos que O servem e O seguem, Deus assegura a vida, uma existência que não perece e a glória eterna. [...] Se Deus, que é bom e misericordioso, solicita o serviço dos homens, é para poder dar os Seus benefícios aos que perseveram no Seu serviço. Pois, se Deus não tem necessidade de nada, o homem tem necessidade da comunhão com Deus. A glória do homem é perseverar no serviço a Deus.

Foi por isso que o Senhor disse aos Seus apóstolos: «Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi a vós» (Jo 15,16). [...] E disse ainda: «Quero que onde Eu estiver estejam também Comigo aqueles que Tu Me confiaste, para que contemplem a Minha glória» (Jo 17,24). [...] É deles que Isaías diz: «Trarei do Oriente os Teus filhos e congregarei do Ocidente os que Te pertencem. [...] Tragam-Me os Meus filhos lá de longe e as Minhas filhas dos confins da terra; são todos aqueles que têm o Meu nome, que Eu criei para a Minha glória» (Is 43,5.7).