Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Crescer em recolhimento no trato com Deus e no generoso e alegre serviço aos outros

Nesta nossa época, tão complexa como apaixonante, existe o risco de que a agitação do ambiente nos empurre, quase sem nos apercebermos, para o atordoamento, fazendo-nos perder a perspetiva de que o Senhor está muito perto. Jesus dá-se-nos totalmente, e nada mais natural que nos peça muito. Não entender esta realidade significa não compreender ou não se meter bem no Amor de Deus.
Mas não vamos imaginar situações anormais ou extraordinárias. O Senhor espera que nos esmeremos no desempenho dos deveres mais comuns, próprios de um cristão. Por isso vos proponho que estas semanas – que em tantos países se caraterizam por um crescendo de preparativos exteriores para o Natal –, pressuponham, no vosso caminhar, um crescendo de recolhimento no trato com Deus e no generoso e alegre serviço aos outros. No meio das pressas, das compras – ou das dificuldades económicas, talvez ligadas a uma certa falta de segurança social –, de guerras ou catástrofes naturais, temos de nos saber contemplados por Deus. E assim encontraremos a paz do coração. Olhemos para Cristo que chega, como há algumas semanas o Papa comentava, citando uma frase bem conhecida de Santo Agostinho: “Tenho medo que o Senhor passe” e eu não O reconheça, que o Senhor passe ao meu lado numa dessas pessoas simples, necessitadas, e eu não me dê conta de que é Jesus [6].
Cuidemos melhor, particularmente, os pormenores de piedade que tornam mais íntimo e caloroso o relacionamento com Deus, e que preparam para o Menino Jesus uma pousada acolhedora: por exemplo, benzer-nos com calma, sabendo-nos acolhidos pela Santíssima Trindade e salvos pela Cruz; recolhermo-nos, com naturalidade mas com fé, à hora de rezar antes das refeições ou de dar graças a Deus pelos alimentos; manifestar, nas genuflexões diante do perene presépio do Sacrário [7], a firmeza de uma fé concreta e atual; acompanhar uma esmola com um sorriso; cumprimentar a nossa Mãe com carinho, nas suas imagens, preparando, nestes primeiros dias de dezembro, a solenidade da sua Imaculada Conceição… Na aridez de certos dias, a Virgem Maria nos fará encontrar flores repletas de um bom aroma, do bonus odor Christi [8], como narram as aparições da Virgem de Guadalupe a S. Juan Diego, que celebramos no dia 12.
[6]. Papa Francisco, Discurso na audiência geral, 12-X-20l6 (cfr. S. Agostinho, Sermão 88, 14, 13).
[7] S. Josemaria, AGP, sec A, leg 3, carp. 3, cit. em “Camino. Edición crítico-histórica” (ed. Pedro Rodríguez) Rialp, 3ª ed., Madrid 2004, p. 1051.
[8]. 2 Cor 2, 15.

(D. Javier Echevarría excerto da carta do mês de dezembro de 2016)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

«O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a Sua sombra»

Cardeal Joseph Ratzinger 
«Einführung in das Christentum»

Em todos os nascimentos milagrosos da antiga aliança, nas encruzilhadas decisivas da história da salvação [...], o sentido do acontecimento é sempre o mesmo: a salvação do mundo não vem do homem, da sua força; é preciso que o homem saiba receber a dádiva da salvação, e deve recebê-la como um dom gratuito. O nascimento virginal de Cristo é, antes do mais, uma mensagem sobre a maneira como a salvação chega até nós – na simplicidade do acolhimento, como dádiva absolutamente gratuita do amor que redime o mundo. «Exulta de alegria, estéril, tu que não tinhas filhos, entoa cânticos de júbilo, tu que não davas à luz, porque os filhos da desamparada são mais numerosos do que os da mulher casada. É o Senhor quem o diz» (Is 54,1). Deus fez, com Jesus, um novo começo, no meio de uma humanidade estéril e desesperada, começo que não é produto da história do homem, mas um dom dos Céus.

Se cada homem constitui, por si, uma novidade inefável e representa uma criatura de Deus única na história, Jesus é, porém, a verdadeira novidade. Ele não procede do fundo próprio da humanidade, mas do Espírito de Deus. Por isso, Ele é o «novo Adão» (1Cor 15,47), e uma nova humanidade começa com Ele. [...] A fé cristã confessa que Deus não está prisioneiro da Sua eternidade, limitado ao que é puramente espiritual. Pelo contrário, pode agir hoje e agora, no meio do meu universo; e agiu efetivamente, em Jesus, o novo Adão, nascido da Virgem Maria pelo poder criador de Deus, cujo Espírito, no princípio, planava sobre a superfície das águas (Gn 1,2), criando o ser a partir do nada.