Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 18 de setembro de 2016

Bom Domingo do Senhor!

Tenhamos também nós a certeza de que servimos um só Senhor Jesus Cristo, que com o Pai é um só Deus na unidade do Espírito Santo e assim estaremos a dar livremente por ato de fé e entrega a nossa adesão ao que o Senhor nos fala no Evangelho de hoje (Lc 16, 1-13).

Senhor, que saibamos sempre dar-Te graças e louvores e amar-Te incondicionalmente!

Um filho na creche é mais caro que um filho na faculdade

A cada setembro, a agenda repete-se. Se eu colocasse aqui um resumo de setembro de 2000 ou 2015, ninguém ia dar pela diferença. Fala-se imenso do ingresso na faculdade de pessoas já adultas ou à beira da maioridade, realiza-se a enésima peça jornalística sobre praxes e ouve-se sempre algum representante destes jovens adultos a pedir uma redução das propinas. Aliás, “baixar ou acabar com propinas” e “acabar com praxes” são duas ladainhas clássicas do regime. Enfeitiçadas por estas duas palavras, “praxes” e “propinas”, que fazem lembrar RGA ou lutas contra PGA, as redacções raramente captam o verdadeiro drama de setembro, que ocorre não nas faculdades mas nas creches. “Onde é que vou colocar o meu bebé?” e, logo a seguir, “Como é que vou pagar aquilo que me pedem?” são as perguntas que assombram milhares e milhares de casais. E este carácter de assombração explica em parte o maior problema moral e político do país: a taxa de natalidade de 1.2, uma das mais baixas do mundo. Estamos a morrer ao som de uma banda sonora que substituiu o choro do bebé pelo ranger da bengala, mas setembro só fala de jovens adultos, propinas, praxes. É como se o país se resumisse ao jovem indie bebedor de gin.

O drama começa na escassez de creches e termina no preço pedido por cada bebé ou criança. O tal saque fiscal começa naquilo que a Segurança Social considera ser um agregado familiar “rico” e passível de pagar as prestações máximas nas IPSS. O resultado é dramático e seca à partida a natalidade: um casal normal de classe média paga tanto como um milionário. Na conta bancária, um filho acaba por pesar tanto como a renda da casa ou prestação da hipoteca. Quando recebem a primeira conta da creche, muitos casais percebem logo ali que têm de adiar durante muitos anos o segundo filho — que acabará por não chegar. Com esta segurança social centrada apenas no
pagamento de pensões de reforma e afastada dos casais em idade fértil, não é possível chegarmos a uma taxa de natalidade capaz de renovar as gerações.

A situação é tão absurda que chegámos a este absurdo: é mais caro ter um bebé na creche do que ter um filho quase adulto (e capaz de trabalhar) na faculdade. É um absurdo porque o país está a pensar a casa a partir do telhado. Como é óbvio, a base da sociedade são as crianças. Se não há bebés, o deserto espera-nos. Se não há bebés hoje, não há jovens a pagar propinas no futuro.

Além disso, aos 20 ou 30, a vida de um casal é mais complicada, mais confusa e menos desafogada; à partida esse desafogo é mais fácil aos 40 ou 50 anos. Todavia, é o casal mais que tem uma vida mais fácil com o filho da faculdade, pagando uma propina mais baixa do que qualquer prestação de creche. Não é isto um absurdo? Ninguém reage ao suicídio em curso? Não, não se pode reagir. Até PSD e CDS têm medo de enfrentar a narrativa da “juventude” que não quer pagar propinas, porque é essa narrativa que encaixa nas sensibilidades de uma esquerda presa no tempo.

“Baixar propinas” soa a “estado social”. “Prestação de creche” soa a “políticas de família”, logo tem ressonâncias “salazaristas”

Henrique Raposo in Expresso Diário de 16.09.2016 (seleção de imagem 'Spe Deus')

A banca do amor

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja 
Carta 142, 6/7/1893, a sua irmã Celina


«Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos», diz o Senhor [Is 55,8]. O mérito não consiste em fazer nem em dar muito, mas antes em receber, em amar muito. […] Está dito que é muito mais agradável dar do que receber [At 20,35], e é verdade, mas quando Jesus quer reservar para Ele a doçura de dar, não seria delicado recusar. Deixemo-lo receber e dar tudo o que quiser, a perfeição consiste em fazer a vontade dele, e a alma que se Lhe entrega inteiramente é chamada pelo próprio Jesus «sua Mãe, sua Irmã» e toda a sua Família [Mt 12,50]. E noutro lugar: «Se alguém Me ama, guardará a minha palavra (isto é, fará a minha vontade) e Meu Pai o amará, e viremos a ele e faremos nele a nossa morada» [Jo 14,23] Oh! Celina!… Como é fácil agradar a Jesus, encantar o seu coração: basta amá-lo sem olhar para nós mesmas, sem examinar demasiadamente os próprios defeitos. […]

A tua Teresa não se encontra neste momento nas alturas mas Jesus ensina-lhe a tirar proveito de tudo, do bem e do mal que encontra em si. Ensina-lhe a jogar à banca do amor, ou antes, joga Ele por ela sem lhe dizer como se faz porque isso é assunto dele e não de Teresa; o que ela tem de fazer é abandonar-se, entregar-se sem nada reservar para si, nem mesmo a alegria de saber quanto lhe rende a banca. […]

Com efeito, os directores [espirituais] fazem avançar na perfeição mandando praticar um grande número de actos de virtude, e têm razão, mas o meu director, que é Jesus, não me ensina a contar os meus actos; ensina-me a fazer tudo por amor, a não Lhe recusar nada, a ficar contente quando Ele me dá uma ocasião de Lhe provar que O amo, mas isto faz-se na paz, no abandono, é Jesus que faz tudo e eu não faço nada.