Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 30 de agosto de 2014

ELES & ELAS

Não é pacífica a relação entre homens e mulheres, pelo menos desde Adão e Eva. A crer no relato bíblico, foi a mulher que obrigou o homem a comer o fruto proibido e, desde então, elas nunca mais deixaram de mandar. Aliás, é por isso que nos fazem crer que vivemos numa sociedade machista…

Se não, vejamos. Um homem que considera as mulheres menos aptas para o exercício de um cargo ou profissão é, obviamente, machista. Mas, se uma senhora tecer a mesma opinião em relação aos cavalheiros, ninguém a acusará de feminista que, por sinal, não é o contrário de machista, nem a sua versão feminina, que não há. Com efeito, ser machista é sempre um insulto, algo política e socialmente incorrecto, porque pressupõe uma atitude prepotente e desrespeitadora dos legítimos direitos do outro sexo. Mas ser feminista é uma virtude, porque se entende que é nobre defender os direitos das minorias ou dos mais necessitados, embora as mulheres não sejam propriamente nenhuma minoria, nem muito menos seres descapacitados.

Se uma mulher, que injustamente discrimina os homens, não é machista, uma vez que esta designação é exclusivamente masculina, o que é?! A verdade é que nem sequer há um termo para designar com propriedade este eventual machismo feminino! E, se um sujeito defender os direitos políticos e sociais das senhoras, é feminista?! Não parece, porque, como já se disse, esta honrosa designação é exclusiva das mulheres. Logo, nenhuma mulher pode ser tão má quanto são maus os machistas, nem nenhum homem pode ser tão bom como as feministas.

Em tese, também poderia haver um machismo bom e um feminismo mau. De facto, seria louvável aquele acto de afirmação do sexo masculino que não infamasse o seu contrário, como deveria ser censurável aquele feminismo que fosse depreciativo do sexo masculino. Deveria ser assim, mas não é. Porquê? Não quero ser machista, mas …

Muitos privilégios da condição feminina não são extensivos aos homens: a consorte do rei é rainha, como as plebeias Letícia de Espanha, Sílvia da Suécia e Sónia da Noruega. Mas o marido da rainha só é príncipe, como Filipe de Edimburgo, Bernardo da Holanda ou Frederico da Dinamarca, mesmo quando já eram príncipes pelo seu nascimento, como é o caso dos dois primeiros. A mulher de um presidente da República é a primeira dama, mas o marido de uma chefe de Estado não é coisa nenhuma. Será justa esta discriminação?! Será machismo exigir que o marido da rainha seja rei e o cônjuge da presidente seja ‘o primeiro cavalheiro’?!

Tempos atrás, combateu-se a desproporção entre homens e mulheres em certas profissões, criando-se quotas para o acesso feminino a esses postos de trabalho. Hoje verifica-se análoga disparidade, mas em sentido contrário: já há mais médicas e juízas, por exemplo. Contudo, ninguém defende, que eu saiba, lugares cativos para machos …

Talvez seja hora de abandonar os preconceitos feministas, mas sem ressuscitar serôdios machismos ultramontanos. Impor restrições, por razão do sexo, no acesso aos cargos políticos, ou outros, é perverter a ordem da justiça, porque o único critério válido para o exercício de funções, públicas ou privadas, deve ser o mérito dos candidatos, qualquer que seja o seu sexo. Não faz sentido que ninguém seja preferido, ou preterido, por esse motivo. Na realidade, seria humilhante que alguém ocupasse um determinado cargo, só por ser mulher, ou homem, porque, mais do que o sexo, vale aquilo que cada um é.

Não é que eu seja machista mas, pelo sim pelo não, dou graças a Deus por me ter chamado para a única profissão que elas nunca poderão exercer! Mas tão excelsa é a condição feminina que, quando chegou a plenitude do tempo, foi uma mulher que deu à luz o próprio Deus! (Gal 4, 4).

Gonçalo Portocarrero de Almada

jornal i – 30 Agosto 2014

«Siga-Me»

São Cesário de Arles (470-543), monge e bispo
Sermão 159; CCL 104, 650

Ao pecar, o homem enchera o seu caminho de obstáculos, mas este ficou facilitado quando Cristo o pisou com a Sua ressurreição e transformou um carreiro estreito numa avenida digna de um rei. A humildade e a caridade são os dois pés que permitem percorrê-la rapidamente. Todos são atraídos para as alturas da caridade, mas a humildade é o primeiro degrau que é preciso subir. Porque levantas o pé acima de ti? Afinal queres subir ou queres cair? Começa pelo primeiro degrau, ou seja, pela humildade, e ele te permitirá subir.

Eis porque o nosso Senhor e Salvador não Se limitou a dizer: «Renuncie a si mesmo», mas antes acrescentou: «Tome a sua cruz e siga-Me». Que significa: tome a sua cruz? Suporte tudo o que lhe é penoso, pois é assim que caminhará atrás de Mim. Assim que tiver começado a seguir-Me, adaptando-se à Minha vida e aos Meus mandamentos, encontrará no seu caminho muitas pessoas que o contradirão, que procurarão desviá-lo, que não apenas troçarão dele mas o perseguirão. Essas pessoas não se encontram somente entre os pagãos que estão fora da Igreja; encontram-se até entre os que, vistos do exterior, parecem estar na Igreja. [...]

Portanto, se desejas seguir Cristo, toma a tua cruz sem mais demora e suporta os maus sem te deixares abater. [...] «Se alguém quiser vir Comigo, tome a sua cruz e siga-Me.» Se quisermos pôr isto em prática, esforcemo-nos, com a ajuda de Deus, por fazer nossas estas palavras do apóstolo Paulo: «Se tivermos de que nos alimentar e vestir, contentemo-nos com isso». Há o perigo de, ao procurarmos mais bens terrestres do que aqueles de que precisamos, «querendo enriquecer», virmos a «cair na armadilha da tentação, numa quantidade de desejos absurdos e perigosos, que precipitam as pessoas na ruína e na perdição» (1Tm 6,8-9). Que o Senhor Se digne tomar-nos sob a Sua protecção e livrar-nos desta tentação.

O Evangelho de Domingo dia 31 de agosto de 2014

Desde então começou Jesus a manifestar a Seus discípulos que devia ir a Jerusalém e padecer muitas coisas dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas, ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia. Tomando-O Pedro à parte, começou a repreendê-l'O, dizendo: «Deus tal não permita, Senhor; não Te sucederá isto». Ele, voltando-Se para Pedro, disse-lhe: «Retira-te de Mim, Satanás! Tu serves-Me de escândalo, porque não tens a sabedoria das coisas de Deus, mas dos homens». Então, Jesus disse aos Seus discípulos: «Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Porque quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a sua vida por amor de Mim, acha-la-á. Pois, que aproveitará a um homem ganhar todo o mundo, se vier a perder a sua alma? Ou que dará um homem em troca da sua alma? Porque o Filho do Homem há-de vir na glória de Seu Pai com os Seus anjos, e então dará a cada um segundo as suas obras.

Mt 16, 21-27

As redes sociais, esses antros de ócio

(Fonte: ‘página1’ grupo r/com em 2012)

«Confiaste-me cinco talentos; aqui estão outros cinco que eu ganhei»

Concílio Vaticano II 
Constituição dogmática sobre a Igreja no mundo actual «Gaudium et spes», §§ 33-35


Sempre o homem procurou, com o seu trabalho e engenho, desenvolver mais a própria vida. […] Muitas são as questões que se levantam entre os homens, perante este imenso empreendimento, que já atingiu todo o género humano. Qual o sentido e valor desta actividade? Como se devem usar estes bens? […]

Uma coisa é certa para os crentes: a actividade humana individual e colectiva, aquele imenso esforço com que os homens, no decurso dos séculos, tentaram melhorar as suas condições de vida, corresponde à vontade de Deus. Pois o homem, criado à imagem de Deus, recebeu o mandamento de dominar a terra com tudo o que ela contém (Gn 1,26ss), de governar o mundo na justiça e na santidade e, reconhecendo Deus como Criador universal, de se orientar a si e ao universo para Ele; de maneira que, estando todas as coisas sujeitas ao homem, seja glorificado em toda a terra o nome de Deus. Isto aplica-se também às actividades de todos os dias. […]

Mas quanto mais aumenta o poder dos homens, tanto mais cresce a sua responsabilidade, pessoal e comunitária. Vê-se, portanto, que a mensagem cristã não afasta os homens da tarefa de construir o mundo, nem os leva a desatender o bem dos seus semelhantes, mas que, antes, os obriga ainda mais a realizar essas actividades. A actividade humana, do mesmo modo que procede do homem, assim para ele se ordena. De facto, quando age, o homem não transforma apenas as coisas e a sociedade, mas realiza-se a si mesmo. […] O homem vale mais por aquilo que é do que por aquilo que tem. Do mesmo modo, tudo o que o homem faz para conseguir mais justiça, mais fraternidade, uma organização mais humana das relações sociais, vale mais do que os progressos técnicos.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 30 de agosto de 2014

«Será também como um homem que, estando para empreender uma viagem, chamou os seus servos, e lhes entregou os seus bens. Deu a um cinco talentos, a outro dois e a outro um, a cada qual segundo a sua capacidade, e partiu. O que tinha recebido cinco talentos, logo em seguida, foi, negociou com eles, e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que tinha recebido dois, ganhou outros dois. Mas o que tinha recebido um só, foi fazer uma cova na terra, e nela escondeu o dinheiro do seu senhor. «Muito tempo depois, voltou o senhor daqueles servos e chamou-os a contas. Aproximando-se o que tinha recebido cinco talentos, apresentou-lhe outros cinco, dizendo: “Senhor, entregaste-me cinco talentos, eis outros cinco que lucrei”. Seu senhor disse-lhe: “Está bem, servo bom e fiel, já que foste fiel em poucas coisas, dar-te-ei a intendência de muitas; entra no gozo do teu senhor”. Apresentou-se também o que tinha recebido dois talentos, e disse: “Senhor, entregaste-me dois talentos, eis que lucrei outros dois”. Seu senhor disse-lhe: “Está bem, servo bom e fiel, já que foste fiel em poucas coisas, dar-te-ei a intendência de muitas; entra no gozo do teu senhor”. «Apresentando-se também o que tinha recebido um só talento, disse: “Senhor, sei que és um homem duro, que colhes onde não semeaste e recolhes onde não espalhaste. Tive receio e fui esconder o teu talento na terra; eis o que é teu”. Então, o seu senhor disse-lhe: “Servo mau e preguiçoso, sabias que eu colho onde não semeei, e que recolho onde não espalhei. Devias pois dar o meu dinheiro aos banqueiros e, à minha volta, eu teria recebido certamente com juro o que era meu. Tirai-lhe, pois, o talento, e dai-o ao que tem dez talentos, porque ao que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, tirar-se-lhe-á até o que tem. E a esse servo inútil lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes”.

Mt 25, 14-30