Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Novo livro de António Mexias Alves

                                         “MIGALHAS PARA O CAMINHO”
de
António Mexia Alves

       Com Prefácio de
        Cóneg. António Ferreira dos Santos 


Uma forma de comprar o livro - Migalhas para o Caminho - é fazer uma transferência para o NIB  0046 0196 00600010385 45 no valor de 22,50€ (que inclui portes de correio).
Comunicar para: ontiano@gmail.com, com comprovativo da transferência, endereço para o envio e se desejar, o nome para dedicatória.

Desde já, muito grato.

António Mexia Alves

A busca da verdade é uma questão de memória

Lembrar esta ligação da fé com a verdade é hoje mais necessário do que nunca, precisamente por causa da crise de verdade em que vivemos. Na cultura contemporânea, tende-se frequentemente a aceitar como verdade apenas a da tecnologia: é verdadeiro aquilo que o homem consegue construir e medir com a sua ciência; é verdadeiro porque funciona, e assim torna a vida mais cómoda e aprazível. Esta verdade parece ser, hoje, a única certa, a única partilhável com os outros, a única sobre a qual se pode conjuntamente discutir e comprometer-se; depois haveria as verdades do indivíduo, como ser autêntico face àquilo que cada um sente no seu íntimo, válidas apenas para o sujeito mas que não podem ser propostas aos outros com a pretensão de servir o bem comum. A verdade grande, aquela que explica o conjunto da vida pessoal e social, é vista com suspeita. Porventura não foi esta — perguntam-se — a verdade pretendida pelos grandes totalitarismos do século passado, uma verdade que impunha a própria concepção global para esmagar a história concreta do indivíduo? No fim, resta apenas um relativismo, no qual a questão sobre a verdade de tudo — que, no fundo, é também a questão de Deus — já não interessa. Nesta perspectiva, é lógico que se pretenda eliminar a ligação da religião com a verdade, porque esta associação estaria na raiz do fanatismo, que quer emudecer quem não partilha da crença própria. A este respeito, pode-se falar de uma grande obnubilação da memória no nosso mundo contemporâneo; de facto, a busca da verdade é uma questão de memória, de memória profunda, porque visa algo que nos precede e, desta forma, pode conseguir unir-nos para além do nosso « eu » pequeno e limitado; é uma questão relativa à origem de tudo, a cuja luz se pode ver a meta e também o sentido da estrada comum.

Lumen Fidai, 25

Ateísmo prático

Pela leitura de diversos documentos do Magistério, parece inferir se que, do ponto de vista pastoral, uma das principais preocupações da Igreja com relação ao homem contemporâneo é o ateísmo. Trata-se, hoje, mais de um ateísmo prático que de um ateísmo ideológico?

A raiz de todos os problemas pastorais é, sem dúvida, a perda da capacidade de perceber a verdade, que avança lado a lado com a cegueira perante a realidade de Deus. Vale a pena sublinhar como interagem aqui o orgulho e a falsa humildade. Em primeiro lugar vem o orgulho, que incita o homem a emular o próprio Deus, a considerar-se capaz de entender sozinho os problemas do mundo e de reconstruí-lo. Na mesma medida, surge a falsa modéstia, que sustenta a ideia de que é inteiramente impossível que Deus se preocupe com os homens e chegue até a falar-lhes. O ser humano já não se atreve a aceitar que é capaz de conhecer a verdade: parece-lhe uma presunção, e pensa que deve conformar-se com agir.

Em consequência, a Sagrada Escritura torna-se muda para ele: já não lhe diz o que é verdade, mas apenas o informa sobre o que tempos e homens passados pensavam que fosse verdadeiro. Com isso, muda também a imagem da Igreja: ela deixa de ser a transparência do Eterno e passa a ser apenas uma espécie de liga em prol da moral e do melhoramento das coisas terrenas; a medida do seu valor estaria no seu êxito terreno.

Infiltram-se aqui, necessariamente, o ateísmo prático e o ideológico, juntamente com uma certa conveniência. Primeiro, procede-se apenas como se Deus não existisse; mas depois é preciso justificar essa posição, explicando o primado da práxis [da ação].

Daqui para a ideologia, é um passo curto.

(Cardeal Joseph Ratzinger in entrevista a Jaime Antúnez Aldunate)

«Porque fizeram penitência»

São Romano, o Melodista (?-c. 560), compositor de hinos 
Hino Nínive, §§ 4-17; SC 99


Meditemos sobre os ninivitas […], escutemos o que fizeram.
Depois da terrível proclamação que Jonas fez a este povo ébrio e glutão […],
Como hábeis operários acorreram a consolidar
A cidade minada pelas suas más acções
E para tal serviram-se duma rocha firme […], o arrependimento.

Lavaram as suas manchas em torrentes de lágrimas,
Adornaram a cidade com as suas orações,
E Nínive, convertida, agradou ao Pai Misericordioso,
Apresentando de imediato a beleza do seu íntimo
Àquele que sonda os corações (Sl 7,10) […].
Assim, ungida com o óleo das boas obras e perfumada com o jejum,
Foi restituída Àquele que a ama […] e Ele aceitou o seu arrependimento.

O seu rei, um homem sábio, […] aprontou animais e rebanhos
Como se fossem para um dote e disse:
«Ofereço-Vos tudo, meu Deus, meu Salvador.
Reconciliai e reconduzi na Vossa graça
A que se prostituiu e traiu […] a Vossa pureza,
Porque aqui está ela de novo, no seu amor,
A trazer-Vos, qual oferta, o seu arrependimento.

Se eu, o soberano monarca, tiver pecado, que só eu seja punido,
E os demais perdoados na Vossa misericórdia.
Mas se todos Vos tivermos ofendido, escutai o clamor de todos nós […],
Venha sobre nós o Vosso auxílio e todo o medo será dissipado.
Nada mais poderá atemorizar-nos
Se Vos dignardes receber a nossa oferta: o arrependimento.

A rebelde Nínive lança-se a Vossos pés
E eu, miserável rei e Vosso desprezível servo,
Indigno do trono, sento-me sobre a cinza (Jn 3,6);
Tendo insultado a Vossa coroa, espalho poeira sobre a minha cabeça;
Como não mereço a púrpura, vesti-me de serapilheira
E desatei as minhas lamentações.
Poupai-nos ao desdém, lançai sobre nós o Vosso olhar,
Ó Salvador, e aceitai o nosso arrependimento».

Filho Unigénito, ó Único Deus, que fazeis a vontade dos que Vos amam,
Protegei-os na Vossa misericórdia […] como dantes tivestes pena dos ninivitas […]
E livrai do juízo todos os que hoje Vos dedicam o seu canto.
Dai-me o Vosso perdão como prémio da minha confissão […]
E como não possuo obras dignas da Vossa glória,
Ó Salvador, salvai-me ao menos pelas minhas palavras de contrição,
Vós que prezais o arrependimento.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 21 de julho de 2014

Então replicaram-Lhe alguns dos escribas e fariseus, dizendo: «Mestre, nós desejávamos ver algum prodígio Teu». Ele respondeu-lhes: «Esta geração má e adúltera pede um prodígio, mas não lhe será dado outro prodígio senão o prodígio do profeta Jonas. Porque, assim como Jonas esteve no ventre da baleia três dias e três noites, assim estará o Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra. Os habitantes de Nínive se levantarão no dia do juízo contra esta geração, e a condenarão, porque se converteram com a pregação de Jonas. Ora aqui está Quem é mais do que Jonas. A rainha do Meio-Dia levantar-se-á no dia do juízo contra esta geração e a condenará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. Ora aqui está Quem é mais do que Salomão.

Mt 12, 38-42