Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 20 de julho de 2014

Deus sabe esperar

"Sabemos que o demónio é um espalhador de joio: sempre em busca de dividir as pessoas, as famílias, as Nações e os povos. Os trabalhadores queriam logo arrancar o erva daninha, mas o patrão os impediu com a seguinte motivação: 'Não. Pode acontecer que, arrancando o joio, vocês arranquem também o trigo'. Sabemos que o joio quando cresce, se parece muito com a boa semente e existe o perigo de confundi-las.

"O ensinamento da parábola é dúplice. Primeiramente, diz que o mal existente no mundo não vem de Deus, mas de seu inimigo, o maligno. Ele vai à noite semear o joio, na escuridão, na confusão, onde não há luz. Este inimigo é astuto: semeou o mal em meio ao bem, tornando impossível aos homens separá-los claramente; mas Deus, pode fazê-lo".

"Nós às vezes, temos muita pressa em julgar, classificar, colocar os bons de um lado e os maus do outro. Lembrem-se da oração do homem soberbo: Deus, eu te agradeço porque sou bom e não sou como aquele que é mal. Deus, ao invés, sabe esperar. Ele olha no campo da vida de cada pessoa com paciência e misericórdia. Vê muito melhor do que nós a sujeira e o mal, mas vê também os germes do bem e espera com confiança que amadureçam. Deus é paciente, sabe esperar. O nosso Deus é um Pai paciente que sempre nos espera e nos espera para nos acolher e nos perdoar."

Papa Francisco, excerto alocução antes do Ângelus de 20.07.2014

O dia da indulgência

É um bodo aos pobres, com poucos dias de intervalo: na última quarta-feira, 16 de Julho, e novamente neste Domingo, 20 de Julho, pode ganhar-se uma indulgência plenária, com o escapulário do Carmo.

O conceito de «indulgência» é simples, mas talvez pouco conhecido. A Igreja tem um património inesgotável de graças alcançadas por Cristo, por Nossa Senhora e pelos Santos que administra com a máxima misericórdia. Como declarou o Papa Francisco na sua primeira Missa com os fiéis, «a mensagem de Jesus é a misericórdia. Para mim, digo-o com humildade, esta é a mensagem mais forte do Senhor».

Quando nos arrependemos e somos perdoados, ainda falta uma purificação adicional, que se completará no Purgatório. É essa purificação que se pode antecipar com o tal tesouro inesgotável: a indulgência é a atribuição destes méritos, uma grandíssima graça, a troco de um pequeno gesto de boa vontade. No limite, se cumprirmos as condições estabelecidas pela Igreja e tivermos uma completa aversão ao pecado, mesmo a minúsculas ofensas a Deus, alcançamos imediatamente a purificação total, sem Purgatório.

Muitas indulgências relacionam-se com a devoção a Maria. É o caso da festa de Nossa Senhora do Carmo (16 de Julho) e deste Domingo, também relacionado com essa devoção.

Estas indulgências remontam a uma aparição de Nossa Senhora em 16 de Julho de 1251, já lá vão quase 800 anos, ao santo inglês S. Simão Stock, um homem da alta nobreza britânica, educado em Oxford, que se fez monge carmelita. A lista de confirmações pontifícias é imensa. Na última aparição em Fátima, os três Pastorinhos também viram Nossa Senhora do Carmo, com o escapulário na mão. Na opinião da Irmã Lúcia, «...o terço e o escapulário têm hoje uma importância maior do que em nenhuma época passada da história».

Como se sabe, o Papa Francisco não se cansa de dizer que a Confissão e a devoção a Nossa Senhora são dois eixos fundamentais da vida cristã. Há poucos dias (28 de Junho), pegou num grupo de gente nova da diocese de Roma, em fase de discernimento vocacional, e foi com eles até uma imagem de Nossa Senhora nos jardins do Vaticano, para lhes afirmar textualmente:

‒ «Quando um cristão me diz que não ama Nossa Senhora, que não tem vontade de a procurar ou de lhe rezar, sinto-me triste. Recordo um congresso na Bélgica em que (...) falavam muito bem de Jesus. A certa altura perguntei: “E a devoção a Nossa Senhora?”. Responderam-me “Já ultrapassámos essa fase; conhecemos Jesus tão bem, que não precisamos de Nossa Senhora”. Veio-me à cabeça e ao coração “coitadinhos... pobres órfãos!”. De facto, um cristão sem Nossa Senhora é um órfão. E também um cristão sem a Igreja é órfão».

«Um cristão precisa destas duas mulheres, duas mulheres mães, duas mulheres virgens: a Igreja e Nossa Senhora. O teste a uma vocação cristã autêntica é perguntar-nos: “como vai a minha relação com estas duas minhas Mães?”, com a mãe Igreja e com a mãe Maria. Isto não é um pensamento piedoso, é teologia pura. Isto é que é teologia. Como vai a minha relação com a Igreja, com a minha mãe Igreja, com a santa mãe Igreja hierárquica? E como vai a minha relação com Nossa Senhora, que é a minha mãe querida, a minha Mãe?».

A misericórdia, que a Igreja administra no sacramento da Confissão, é-nos oferecida por meio de Maria. O Papa gosta de o dizer com uma imagem forte: «Nossa Senhora levou ao colo a misericórdia feita Homem, Jesus».

Mas a imagem mais forte, na minha opinião, é o próprio Papa, ajoelhado no confessionário, confessando-se em público.

José Maria C. S. André

«Correio dos Açores», «Verdadeiro Olhar», 20-VII-2014

Bom Domingo do Senhor!

Procuremos ser sempre uma boa semente para sermos dignos do Reino do Céu conforme o Senhor nos fala no Evangelho de hoje (Mt 13, 24-43), mas façamo-lo som humildade e conscientes da nossa condição de pecadores necessitados de bom terreno e de boa rega.

Louvado seja Deus Nosso Senhor pelo seu infinito e misericordioso amor por todos nós!

Sem verdade, a fé não salva

Lido a esta luz, o texto de Isaías faz-nos concluir: o homem precisa de conhecimento, precisa de verdade, porque sem ela não se mantém de pé, não caminha. Sem verdade, a fé não salva, não torna seguros os nossos passos. Seria uma linda fábula, a projecção dos nossos desejos de felicidade, algo que nos satisfaz só na medida em que nos quisermos iludir; ou então reduzir-se-ia a um sentimento bom que consola e afaga, mas permanece sujeito às nossas mudanças de ânimo, à variação dos tempos, incapaz de sustentar um caminho constante na vida. Se a fé fosse isso, então o rei Acaz teria razão para não jogar a sua vida e a segurança do seu reino sobre uma emoção. Mas não é! Precisamente pela sua ligação intrínseca com a verdade, a fé é capaz de oferecer uma luz nova, superior aos cálculos do rei, porque vê mais longe, compreende o agir de Deus, que é fiel à sua aliança e às suas promessas.

Lumen Fidei, 24

«Deixai um e outro crescer juntos, até à ceifa»

Beato John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador do Oratório em Inglaterra 
Sermões pregados em várias ocasiões, n°9, 2.6

Há escândalos na Igreja, coisas repreensíveis e vergonhosas; nenhum católico poderá negá-lo. Ela sempre incorreu na censura e na vergonha de ser mãe de filhos indignos; ela tem filhos que são bons e tem muitos mais que são maus. [...] Deus poderia ter instituído uma Igreja pura; mas previu que o joio semeado pelo inimigo permaneceria com o trigo até à ceifa, até ao fim do mundo. Afirmou que a Sua Igreja seria semelhante a uma rede de pescador «que apanha toda a espécie de peixes», que apenas são separados à noite (Mt 13,47ss). Indo mais longe, declarou que os maus e os imperfeitos seriam em maior número que os bons, «porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos» (Mt 22,14); e o Seu apóstolo diz que «aqueles que foram reservados segundo a escolha da graça, foram salvos» (Rm 11,5). Percebe-se assim que, na história e na vida dos católicos, há sempre muito para servir os interesses dos contraditores. [...]

Mas não baixamos a cabeça com vergonha, escondendo o rosto entre as mãos: levantamos as mãos e o rosto em direcção ao Redentor. «Assim como os olhos dos servos se fixam na mão dos seus senhores [...], assim também os nossos olhos estão postos no Senhor nosso Deus, até que Ele tenha piedade de nós» (Sl 122,2). [...] Apelamos a Ti, justo juiz, pois és Tu que olhas para nós. Não fazemos caso dos homens enquanto Te tivermos [...], enquanto tivermos a Tua presença nas nossas assembleias, o Teu testemunho e a Tua aprovação no nosso coração.