Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 8 de março de 2014

O que devemos fazer para alcançar a santidade?

12 Mar 18h30 Inês Teotónio Pereira lança "Humor de mãe"


Cinzas

Pode parecer anacrónico, em pleno século XXI, o convite à penitência que, todos os anos, a Igreja renova por ocasião da quaresma, iniciada nesta passada quarta-feira, com a imposição das cinzas.

Para quê abster-se da carne, ou jejuar, se a vida já tem tantas contrariedades?! Não será cruel um Deus que pede sacrifícios?! Para que servem essas privações?! O entendimento de uma divindade que se compraz com esse tipo de sofrimentos não foi revogado pela revelação do Deus que é amor?!

É verdade que não é a cruz, mas o amor, que é a essência do Cristianismo. Por isso, São Paulo afirma que, se “entregasse o seu corpo para ser queimado e não tivesse caridade, de nada lhe aproveitaria” (1Cor 13, 3).

Mas, até humanamente, não há prémio sem sacrifício. O cientista, antes de encontrar uma explicação, tem muito que padecer. É com o suor da sua labuta que o pescador arranca ao mar os peixes que o sustentam e o agricultor colhe os frutos que semeou. O atleta, que se propõe bater um recorde, tem que se esforçar arduamente. Até o apaixonado, para conquistar o favor da sua amada, tem, em geral, que penar alguma coisa. Como dizia Guimarães Rosa, “é preciso sofrer depois de ter sofrido e amar, e mais amar, depois de ter amado”, enquanto Tom Jobim cantava: “Eu não quero mais amor, para não sofrer, não chorar…”.

Não é capaz de amar quem não é capaz de sofrer. Talvez seja esta uma razão do fracasso de muitas relações. Na quaresma, somos chamados a praticar a renúncia do que é supérfluo, para afirmar o maior amor, que é o de dar a própria vida. Que importa a dor, se é por amor? Afinal, tudo o resto mais não são do que adiadas cinzas.

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada in 'i' online AQUI

«De facto, tal como pela desobediência de um só homem todos se tornaram pecadores, assim também pela obediência de um só todos se hão-de tornar justos» (Rom 5,19)

São Gregório Magno (c. 540-604), papa, doutor da Igreja 

Homilias sobre o Evangelho, n°16


Analisando o desenvolvimento das tentações do Senhor, conseguimos compreender quão grandiosamente fomos libertados da tentação. O inimigo das origens levantou-se contra o primeiro homem, nosso antepassado, com três tentações: tentou-o pela gula, pela vanglória e pela avareza […]. Pela gula, mostrou-lhe o fruto proibido da árvore e persuadiu-o a comê-lo. Tentou-o pela vanglória, dizendo-lhe: «Sereis como Deus» (Gn 3,5). E tentou-o ainda pela avareza, dizendo-lhe: «Conhecereis o bem e o mal». Com efeito, a avareza não tem por objecto apenas o dinheiro, mas também as honras […].

Mas quando tentou o segundo Adão (1Cor 15,47), os próprios meios que lhe tinham servido para derrubar o primeiro homem venceram o diabo. Tenta-O pela gula, ao pedir-lhe: «Ordena que estas pedras se transformem em pães»; tenta-O pela vanglória, ao dizer-lhe: «Se és o Filho de Deus, atira-Te daqui abaixo»; tenta-O pelo desejo ávido de honrarias quando, mostrando-Lhe todos os reinos do mundo, declara: «Tudo isto Te darei se, aos meus pés, me adorares» […]. Tendo desta forma aprisionado o diabo, o segundo Adão expulsa-o dos nossos corações pela mesma via por que lhe havia permitido neles entrar e tê-los em seu poder.

Uma outra coisa temos ainda de considerar relativamente às tentações do Senhor […]: Ele podia ter precipitado o tentador no abismo, mas não manifestou o seu poder pessoal; limitou-Se a responder ao diabo com preceitos da Santa Escritura. Fê-lo para nos dar exemplo de paciência, e para nos convidar a recorrer mais ao ensino do que à vingança. […] Vede bem a paciência de Deus, e a nossa impaciência! Nós deixamo-nos levar pela fúria quando a injustiça ou a ofensa nos atingem […]; o Senhor suportou a hostilidade do diabo, mas foi com palavras suaves que lhe respondeu.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de Domingo dia 9 de março de 2014

Então Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo demónio.  Jejuou quarenta dias e quarenta noites, e depois teve fome. E, aproximando-se d'Ele o tentador, disse-Lhe: «Se és Filho de Deus, diz que estas pedras se convertam em pães». Jesus respondeu: «Está escrito: “Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”». Então o demónio transportou-O à cidade santa, pô-l'O sobre o pináculo do templo, e disse-Lhe: «Se és Filho de Deus, lança-Te daqui a baixo, porque está escrito: “Mandou aos seus anjos em teu favor, eles te levarão nas suas mãos, para que o teu pé não tropece em alguma pedra”». Jesus disse-lhe: «Também está escrito: “Não tentarás o Senhor teu Deus”». De novo o demónio O transportou a um monte muito alto, e Lhe mostrou todos os reinos do mundo e a sua magnificência, e disse-Lhe: «Tudo isto Te darei, se, prostrado, me adorares». Então, Jesus disse-lhe: «Vai-te, satanás, porque está escrito: “Ao Senhor teu Deus adorarás e a Ele só servirás”». Então o demónio deixou-O; e eis que os anjos se aproximaram e O serviram.

Mt 4, 1-11

D. Álvaro foi um homem, um cristão, um sacerdote, um bispo fiel

O dia 19 de março, Solenidade de S. José, fala-nos também de renovar a entrega ao serviço de Deus e das almas. O Senhor chamou todos os cristãos, desde a eternidade, para que nos identifiquemos com Cristo. E S. José é, depois de Maria Santíssima, a criatura que melhor correspondeu a este chamamento: é o servo fiel e prudente, que o Senhor pôs à frente da Sua família [11]. Por isso é padroeiro da Igreja e do Opus Dei, e é modelo para todos os discípulos de Jesus.

D. Álvaro foi, não me cansarei de o repetir, um homem fiel: um cristão, um sacerdote, um bispo fiel. S. Josemaria comentava: gostaria que o imitásseis em muitas coisas, mas sobretudo na lealdade. Neste montão de anos da sua vocação, teve, humanamente falando, muitas ocasiões de se zangar, de se aborrecer, de ser desleal. E teve sempre um sorriso e uma fidelidade incomparáveis. Por razões sobrenaturais, não por motivos humanos. Seria muito bom que o imitásseis nisto [12].

A sua contínua perseverança, totalmente sobrenatural, tinha as suas raízes na virtude humana da lealdade, que aprendeu desde pequeno na sua família e que depois foi desenvolvendo com o passar dos anos. Que necessária é esta virtude! Muitas pessoas não se apercebem de que, quando ela falta, não é possível a confiança mútua e o relacionamento harmonioso e eficaz no próprio tecido social. «Sejamos, pois, fiéis, minhas filhas e filhos! Com aquela fidelidade sobrenatural que é, ao mesmo tempo, lealdade humana, virtude própria de mulheres e de homens maduros que puseram de lado as atitude infantis e que atuam com sentido de responsabilidade, fiéis aos seus compromissos» [13].

[11]. Missal Romano, Solenidade de S. José, Antífona de entrada (Lc 12, 4).
[12]. S. Josemaria, Notas de uma reunião familiar, 19-II-1974.
[13]. D. Álvaro, Carta, 1-II-1987 (“Cartas de família”, vol. I, n. 287).

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de março de 2014)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

A “cegueira”

«(…) , a negação da questão de Deus, a renúncia a esta elevada abertura do homem, é um acto de fechamento, é esquecer o grito íntimo do nosso ser. Neste contexto Josef Pieper citou palavras de Hesíodo, retomadas pelo Cardeal Newman, nas quais esta problemática se encontra expressa com inimitável elegância e precisão. “Ser sábio com a cabeça de outrem (…) é decerto menos que sê-lo com a nossa, mas tem infinitamente mais peso que o orgulho estéril daquele que não realiza a independência do sapiente e ao mesmo tempo despreza a dependência do crente.”»

(Joseph Ratzinger - Olhar para Cristo)

«Não foram os justos que Eu vim chamar ao arrependimento, mas os pecadores»

Juliana de Norwich (1342-depois de 1416), mística inglesa 
Revelações do Amor Divino, cap. 51-52


Deus mostrou-Se-me como Senhor sentado em toda a sua soberania, em paz e mansidão; com doçura enviou o seu servo para fazer a sua vontade. Por amor, o servo correu a toda a pressa, mas caiu numa ravina e ficou ferido com gravidade. […] Com este servo, Deus mostrou-me, tanto o mal e a cegueira provocados pela queda de Adão, como a sabedoria e a bondade do Filho de Deus. Com este Senhor, Deus mostrou-me, tanto a sua compaixão e a sua misericórdia pela infelicidade de Adão, como a alta nobreza e a glória infinita às quais foi elevada a humanidade com a Paixão e morte de seu Filho. Por essa razão, rejubila o Senhor com a sua própria queda [a vinda a este mundo e a sua Paixão], porque o género humano alcançou desse modo uma plenitude de felicidade e de exaltação que ultrapassam por certo a que teria alcançado se Adão não tivesse caído. […]

Temos, portanto, razões para nos afligirmos, uma vez que os nossos pecados foram a causa dos sofrimentos de Cristo, mas temos também todas as razões para rejubilarmos, porque foi o seu amor infinito que O fez sofrer por nós. […] E se acontecer que o mal e a cegueira nos façam cair, ergamo-nos prontamente sob o suave toque da graça e corrijamos de bom grado a nossa conduta segundo nos ensina a Santa Igreja, conforme a gravidade do pecado. Avancemos para Deus na caridade, sem nunca cair no desespero, mas também sem sermos temerários como se isso não tivesse importância. Reconheçamos francamente a nossa fraqueza, com a consciência de que, a não ser que a sua graça nos guarde, nem sequer a oportunidade de um abrir e fechar de olhos teremos. […]

Razão tem por conseguinte o Senhor em querer que nos retratemos e, com toda a sinceridade e verdade, tenhamos bem presente a nossa queda e todo o mal que dela resulta, conscientes de que não somos capazes de repará-lo; e que tenhamos igualmente presente, com toda a sinceridade e verdade, o seu amor eterno e a sua abundante misericórdia. Reconhecermos isto com toda a humildade por obra da sua graça é a humilde confissão que o Senhor nos pede e que opera na nossa alma.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 8 de março de 2014

Depois disto, Jesus saiu, e viu sentado no banco de cobrança um publicano, chamado Levi, e disse-lhe: «Segue-Me». Ele, deixando tudo, levantou-se e seguiu-O. E Levi ofereceu-Lhe um grande banquete em sua casa, e havia grande número de publicanos e outros, que estavam à mesa com eles. Os fariseus e os seus escribas murmuravam dizendo aos discípulos de Jesus: «Porque comeis e bebeis com os publicanos e os pecadores?». Jesus respondeu-lhes: «Os sãos não têm necessidade de médico, mas sim os doentes. Não vim chamar os justos, mas os pecadores à penitência».

Lc 5, 27-32