Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 4 de março de 2014

D. Gerhard Müller: palavras de Bento XVI e do Sínodo de 2012 para os divorciados recasados (agradecimento ‘É o Carteiro!’)


Perguntas: responsabilidade de "É o Carteiro!"

26- Se João Paulo II dizia isso, Bento XVI deve ter ido na mesma linha, não é verdade?
Na Exortação pós-sinodal Sacramentum caritatis de 22 de Fevereiro de 2007 Bento XVI retoma e relança o trabalho do precedente Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia.
Ele fala também da situação dos fiéis divorciados recasados no n. 29, onde não hesita defini-la «um problema pastoral delicado e complexo».

27- Ao que parece, Bento XVI fez uma desafiante proposta de vida aos divorciados recasados. Qual foi?
Bento XVI reafirma «a prática da Igreja, fundada na Sagrada Escritura (cf. Mc 10, 2-12), de não admitir aos Sacramentos os divorciados recasados», mas chega até a intimar os pastores a dedicar «especial atenção» em relação às pessoas envolvidas «no desejo de que cultivem, na medida do possível, um estilo cristão de vida através da participação na Santa Missa, mesmo sem receber a Comunhão, da escuta da Palavra de Deus, da adoração eucarística, da oração, da participação na vida comunitária, do diálogo confidente com um sacerdote ou um mestre de vida espiritual, da dedicação à caridade vivida, das obras de penitência, do compromisso educativo dos filhos».

28- Peço desculpa por insistir. E diz Bento XVI alguma coisa aos fiéis divorciados e recasados que estão convencidos que o matrimónio católico em que fracassaram nunca foi um matrimónio consistente?
É reafirmado que, em caso de dúvidas acerca da validade da comunhão de vida matrimonial que foi interrompida, elas devem ser examinadas atentamente pelos tribunais competentes em matéria matrimonial.

29- Quais são os aspectos fundamentais que podem fazer com que um matrimónio católico não tenha sido "válido"? Isto é, o que é que faz que um matrimónio, embora tenha sido celebrado e festejado, tivesse logo de origem uma espécie de "defeito de nascença" de tal modo relevante que o matrimónio – apesar das aparências – nem sequer tenha chegado a existir?
A mentalidade contemporânea está bastante em contraste com a compreensão cristã do matrimónio, sobretudo em relação à sua indissolubilidade e à abertura à vida.
Considerando que muitos cristãos são influenciados por tal contexto cultural, os matrimónios são provavelmente com mais frequência não válidos nos nossos dias de quanto o eram no passado, porque é deficitária a vontade de se casar segundo o sentido da doutrina matrimonial católica e também a pertença a um contexto vital de fé é muito limitada.
Portanto, uma verificação da validade do matrimónio é importante e pode levar a uma solução dos problemas.

30- Bem, mas pode acontecer não se provar a nulidade do matrimónio. Um divorciado recasado que esteja nessa situação, não pode confessar-se e comungar de todo?
Quando não é possível comprovar uma nulidade do matrimónio, é possível a absolvição e a Comunhão eucarística se for seguida a aprovada prática eclesial que estabelece que se viva juntos «como amigos, como irmão e irmã».

31- Qual o juízo de Bento XVI sobre as bênçãos de uniões civis entre católicos?
As bênçãos de vínculos irregulares devem «ser evitadas em qualquer caso […] para que não surjam entre os fiéis confusões acerca do valor do Matrimónio».
A bênção (benedictio: aprovação por parte de Deus) de uma relação que se contrapõe à vontade divina deve ser considerada em si uma contradição.

32- Que mais disse Bento XVI aos divorciados recasados?
Na homilia pronunciada em Milão a 3 de Junho de 2012, por ocasião do VII Encontro mundial das famílias, Bento XVI voltou a falar deste doloroso problema:
«Gostaria de dedicar uma palavra também aos fiéis que, mesmo partilhando os ensinamentos da Igreja sobre a família, estão marcados por experiências dolorosas de fracasso ou de separação. Sabei que o Papa e a Igreja vos amparam na vossa fadiga. Encorajo-vos a permanecer unidos às vossas comunidades, enquanto faço votos por que as dioceses realizem iniciativas adequadas de acolhimento e proximidade».

33- Há a destacar mais alguma declaração formal recente do magistério?
O último Sínodo dos Bispos sobre o tema «A nova Evangelização para a transmissão da fé cristã» (7-28 de Outubro de 2012) ocupou-se de novo da situação dos fiéis que, a seguir ao fracasso da comunhão de vida matrimonial (não à falência do matrimónio, que subsiste enquanto sacramento) iniciou uma nova união e convivem sem o vínculo sacramental do matrimónio.
Na mensagem final os Padres sinodais dirigiram-se com estas palavras aos fiéis concernidos: «A todos eles desejamos dizer que o amor do Senhor não abandona ninguém, que também a Igreja os ama e é casa acolhedora para todos, que eles permanecem membros da Igreja mesmo se não podem receber a absolvição sacramental e a Eucaristia. As comunidades católicas sejam acolhedoras em relação a quantos vivem em tais situações e apoiem caminhos de conversão e de reconciliação».

Fonte:  artigo de D. Gerhard Ludwig Müller no Osservatore Romano

Pausa para reflexão

Antes de continuar, parece-me necessário que nos detenhamos a pensar: preparo-me para viver estas semanas de modo penitente? Quero entrar mais a fundo no holocausto de Jesus Cristo? Rejeito qualquer medo ao sacrifício?

Perspectivar deste modo cristão as vicissitudes da existência – como acabo de expor citando o nosso Padre –, onde muitas vezes se manifestam os sofrimentos e os limites próprios da criatura, é a única maneira de compreender verdadeiramente a realidade da condição humana. Para descobrir o sentido das preocupações e até das angústias que as penas da vida possam causar – a dor, a falta de trabalho, a doença, a morte…–, é necessário ter uma fé sincera no amor infinito de Deus. Só à luz do Verbo Incarnado tudo ganha sentido. Com a Encarnação do Filho de Deus, tem lugar uma nova criação, que oferece a resposta completa à interrogação: «Quem é o ser humano?». Só em Jesus se manifesta completamente o projeto de Deus sobre o ser humano [15].

[15]. Bento XVI, Discurso na Audiência geral, 9-I-2013.

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de fevereiro de 2013)

A cruz sempre está no caminho cristão

"A cruz está sempre no caminho cristão", foi o que disse o Papa Francisco na missa celebrada na manhã desta terça-feira, na Casa Santa Marta, no Vaticano.

O Santo Padre centralizou a sua homilia nas perseguições dos cristãos e advertiu que hoje existem muito mais mártires do que nos primeiros tempos da Igreja.

Comentando a passagem do Evangelho de hoje, em que Pedro diz a Jesus: 'Eis que nós deixamos tudo e te seguimos', o Papa enfatizou a resposta de Jesus: "Eu vos garanto que quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos e campos, por causa de mim receberá cem vezes mais agora, durante esta vida", mas acrescentou "junto com perseguições".

"Como se quisesse dizer: Sim, vocês deixaram tudo e receberão aqui, na terra, muitas coisas, com perseguições. Como uma salada temperada com o óleo da perseguição, sempre! Este é o ganho do cristão e este é o caminho para quem deseja seguir Jesus, porque é o caminho criado por Ele. Ele foi perseguido! É o caminho do abaixamento, aquele caminho que Paulo disse aos Filipenses: Ele se abaixou. Se fez homem e se humilhou até a morte, morte de cruz'. Esta é a tonalidade da vida cristã."

Nas Bem-Aventuranças Jesus diz: "Felizes vocês, se forem insultados e perseguidos por causa de mim". Os discípulos, logo depois da vinda do Espírito Santo, começaram a pregar o Evangelho e tiveram início as perseguições. Pedro foi preso, Estevão foi morto e ainda hoje morrem muitos outros discípulos. "A cruz sempre está no caminho cristão. Teremos muitos irmãos, irmãs, mães e pais na Igreja na comunidade cristã, mas teremos também perseguições", frisou ainda o Papa que acrescentou:
"Porque o mundo não tolera a divindade de Cristo. Não tolera o anúncio do Evangelho. Não tolera as Bem-Aventuranças. Eis a perseguição, com palavras, calúnias, com as coisas que diziam dos cristãos nos primeiros séculos, as difamações, o cárcere. Nós nos esquecemos facilmente. Pensemos nos cristãos, sessenta anos atrás, nos campos, nas prisões nazis e comunistas. Eram muitos! Hoje temos mais cultura e não existem estas coisas? Existem! Hoje, existem muito mais mártires do que nos primeiros tempos da Igreja."

"Muitos irmãos e irmãs que testemunham Jesus são perseguidos. São cristãos que não podem nem ter a Bíblia consigo."

"São condenados porque possuem uma Bíblia. Não podem fazer o sinal da cruz. Este é o caminho de Jesus, mas é um caminho de alegria, porque o Senhor nunca nos prova além daquilo que podemos suportar. A vida cristã não é um obter vantagem comercial, não é uma carreira: é simplesmente seguir Jesus! Mas quando seguimos Jesus acontece isso. Pensemos se temos dentro de nós o desejo de ser corajosos no testemunho de Jesus. Pensemos nos irmãos e irmãs que hoje não podem rezar juntos, porque são perseguidos; não podem ter a Bíblia porque são perseguidos."

O Papa convidou a pensar nos irmãos que não podem ir à missa, porque é proibido. "Muitas vezes eles se reúnem em segredo com um sacerdote e fazem de conta que estão tomando um chá e ali celebram a missa. Isso acontece hoje", disse ainda Francisco.

O Santo Padre exortou a pensar se estamos dispostos a carregar a cruz como Jesus, como fazem muitos irmãos e irmãs que hoje são humilhados e perseguidos. "Este pensamento nos fará bem", concluiu o pontífice. (MJ)

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Deixar tudo para O seguir

Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade 
No Greater Love


As riquezas, quer sejam materiais ou espirituais, podem asfixiar-nos se não fizermos delas uma utilização adequada. Porque nem o próprio Deus consegue colocar coisa alguma num coração que já está cheio. Mais cedo ou mais tarde, inevitavelmente, reaparece o apetite pelo dinheiro e a avidez por tudo o que o dinheiro pode proporcionar – a procura do supérfluo, do luxo na comida, no vestuário e no entretenimento. As necessidades começam a aumentar, uma coisa atrai a outra. Mas no fim fica-se com um sentimento incontrolável de insatisfação. Permaneçamos tão vazios quanto possível para que Deus possa preencher-nos.

Nosso Senhor é um exemplo vivo disto: logo no primeiro dia da sua existência humana, conheceu uma pobreza que nenhum ser humano alguma vez conhecerá porque, «sendo rico, tornou-Se pobre» (2Cor 8,9). Cristo esvaziou-Se de toda a sua riqueza. É aqui que surge a contradição: se eu quiser ser pobre como Cristo, que Se tornou pobre embora fosse rico, que devo fazer? Seria uma vergonha para nós sermos mais ricos do que Jesus que, por nossa causa, suportou a pobreza.

Na cruz, Cristo foi privado de tudo. A própria cruz fora-Lhe dada por Pilatos; os pregos e a coroa, pelos soldados. Estava nu. Quando morreu, despojaram-no da cruz, retiraram-Lhe os pregos e a coroa. Foi envolto num pedaço de tecido dado por uma alma caridosa e foi enterrado num túmulo que não Lhe pertencia. E isto quando poderia ter morrido como um rei ou mesmo poupar-Se à morte. Mas Ele escolheu a pobreza porque sabia que ela é o verdadeiro meio de possuir Deus e de trazer o seu amor para a terra.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 4 de março de 2014

Pedro começou a dizer-Lhe: «Eis que deixámos tudo e Te seguimos». Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: Ninguém há que tenha deixado a casa, os irmãos, as irmãs, o pai, a mãe, os filhos, ou as terras, por causa de Mim e do Evangelho, que não receba o cêntuplo, mesmo nesta vida, em casas, irmãos, irmãs, mães, filhos, e terras, juntamente com as perseguições, e no tempo futuro a vida eterna. Porém, muitos dos primeiros serão os últimos, e os últimos serão os primeiros». 

Mc 10, 28-31