Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 12 de abril de 2013

"... o Senhor ensina que na vida não é tudo mágico, que o triunfalismo não é cristão"

No seguimento de Cristo caminha-se com perseverança e sem triunfalismos. Foi o que afirmou o Papa Francisco na missa celebrada na manhã desta sexta-feira na Casa Santa Marta, no Vaticano, da qual participaram os funcionários da Livraria Editora do Vaticano, conduzidos pelo diretor, Pe. Giuseppe Costa; e pelos funcionários da Farmácia e da perfumaria.

Quando Deus toca o coração de uma pessoa, dá uma graça que vale uma vida, não faz uma "magia" que dura um momento. Na sua homilia, o Santo Padre retornou ao clima de agitação imediatamente sucessivo à morte de Jesus, quando o comportamento e a pregação dos Apóstolos acabaram na mira dos fariseus e doutores da lei.

O Papa retomou as palavras de Gamaliel, citadas nos Atos dos Apóstolos, um fariseu que adverte o Sinédrio que queria atentar contra a vida dos Discípulos de Cristo, porque – recordou – o clamor suscitado no passado por profetas que se revelaram falsos logo em seguida se desfez junto a seus prosélitos.

A sugestão de Gamaliel foi esperar e ver o que aconteceria com os seguidores do Nazareno. Francisco observou que este "é um conselho sábio também para a nossa vida, porque o tempo é o mensageiro de Deus":

"Deus nos salva no tempo, não no momento. Às vezes faz milagres, mas na vida comum nos salva no tempo", nos salva "na história", na "história pessoal" de cada um.

Em seguida, com firmeza, o Santo Padre acrescentou: o Senhor não se comporta "como uma fada com a varinha mágica; não".

Pelo contrário, concede "a graça e diz, como dizia a todos aqueles que Ele curava: 'Vai, caminha'. E o diz também a nós: 'Caminha em tua vida, dá testemunho de tudo aquilo que o Senhor faz connosco'."

A esse propósito, o Papa Francisco observou "uma grande tentação" que se alberga na vida cristã, "a tentação do triunfalismo". "É uma tentação – afirmou – que também os Apóstolos tiveram".

É uma tentação que Pedro teve quando assegurou solenemente que jamais renegaria o seu Senhor. Ou o povo após ter assistido à multiplicação dos pães.

"O triunfalismo não é do Senhor – refletiu. O Senhor veio à Terra humildemente. Viveu a sua vida durante 30 anos na normalidade, cresceu como uma criança normal, passou pela provação do trabalho, a provação da Cruz. Depois, ressuscitou."

Portanto, prosseguiu, . A vida do cristão é feita de uma normalidade vivida, porém, com Cristo, todos os dias:

"Essa é a graça que devemos pedir, a graça da perseverança. Perseverar no caminho do Senhor, até o fim, todos os dias", exortou.

"Que o Senhor nos salve das fantasias triunfalistas." O triunfalismo não é cristão, não é do Senhor. O caminho de todos os dias, na presença de Deus, essa é a estrada do Senhor."

Rádio Vaticano com adaptação de JPR

Amar a Cristo...

Ai meu querido Jesus, quanto deves sofrer quando vês os Teus filhos meus irmãos renegar-Te e destratar-Te, especialmente aqueles que sendo membros proeminentes da Igreja vacilam e valorizam o seu eu e as suas vaidades em detrimento da firmeza da fé.

Como sabes, por amor a Ti e à Tua Igreja evito pronunciar-me sobre pessoas e casos concretos, rezo por eles, por vezes esquecendo-me dos muitos e bons bispos e presbíteros que são a maioria, mas nem sempre sei se consigo realmente perdoar aqueles que Te ofendem. Perdoa-me, rogo-Te, esta minha fraqueza, mas o fogo do coração alimenta frequentemente a minha indignação, sinal que ainda não Te deixei reinar completamente em mim.

Senhor Jesus envia o Divino Espírito Santo, que procede do Pai e de Ti, para que cheios Dele todos aqueles que se encontram em dificuldades, começando desde logo por este pobre pecador, entrem com humildade em perfeita harmonia com o Teu rebanho e o magistério da Santa Madre Igreja.

Bem-haja!

JPR

'A dignidade da mulher' pelo Pe. Paulo Ricardo

"Sagradas Escrituras orientam vida de caridade"

Na manhã desta sexta-feira, Papa Francisco recebeu na Sala dos Papas os 27 integrantes da Pontifícia Comissão Bíblica, que estão terminando sua Assembleia Plenária.

Liderados pelo Presidente, o Arcebispo Gerhard Ludwig Müller, o grupo refletiu 4 dias sobre “a inspiração e a verdade da Bíblia”, “um tema – esclareceu o Papa – que diz respeito não só ao fiel, mas a toda a Igreja, já que a vida e a missão da Igreja se fundem na Palavra de Deus, inspiradora de toda a existência cristã”.

“Como sabemos, as Sagradas Escrituras são o testemunho escrito da Palavra Divina, que, portanto, precede a Bíblia. E é por isso que a nossa fé não se focaliza apenas no livro, mas na história da salvação e principalmente em Jesus Cristo, Palavra de Deus feita carne” – explicou o Papa.

Francisco recordou que a Constituição dogmática Dei Verbum, do Concílio Vaticano II, reiterou que existe uma unidade inseparável entre as Sagradas Escrituras e a Tradição: ambas provêm da mesma fonte, formam uma só coisa e tendem ao mesmo fim. Por isso, devem ser aceitas e veneradas com igual sentimento de piedade e reverência.

Neste sentido, o exegeta deve estar atento, pois a interpretação das Escrituras não pode ser apenas um esforço científico individual, mas confrontado, inserido e autenticado pela tradição viva da Igreja. “Os textos inspirados em Deus alimentam a fé e orientam a vida de caridade”, afirmou Francisco.

Ao se despedir dos estudiosos, o Papa formulou a todos um agradecimento e os encorajou a prosseguir este trabalho: “Que Maria lhes ensine a acolher plenamente a riqueza inexaurível das Sagradas Escrituras não só através da pesquisa intelectual, mas na oração e em toda a sua vida de católicos, para que este trabalho se reflita no coração dos fiéis”.

Rádio Vaticano

Imitação de Cristo, 4 , 10, 5.1&2 - Que não se deve deixar por leve motivo a sagrada comunhão - A Voz do Amado

1. Quando for, porém, legitimamente impedido, conserve ao menos a boa vontade e piedosa intenção de comungar, e deste modo não ficará privado do fruto do Sacramento. Porque todo cristão piedoso pode cada dia e a cada hora, sem embaraço e com proveito, comungar espiritualmente. Contudo, em certos dias e tempo determinado, deve receber com afetuosa reverência o corpo de seu Redentor no Sacramento, e nisto ter em vista mais a honra e glória de Deus, que sua própria consolação. Porque espiritualmente comunga e invisivelmente é recreado, todas as vezes que medita devotamente no mistério da encarnação de Cristo e da sua paixão, e se acende em seu amor.

2. Quem se prepara somente quando uma festa se aproxima ou o costume o obriga, muitas vezes se achará mal preparado. Bem-aventurado aquele que se oferece a Deus em holocausto, todas as vezes que celebra a Santa Missa ou comunga! Não sejas, ao celebrar, nem demasiadamente demorado, nem apressado, mas guarda o uso comum e regular daqueles com quem vives. Não deves causar incômodo ou enfado aos demais; mas seguir o caminho traçado pela instituição dos maiores e atender antes ao proveito alheio que à tua própria devoção e afeto.

O PADRINHO DE BAPTISMO

Calmamente, às vezes com muita preocupação, vê crescer o afilhado.
Dão-lhe alegria as primeiras manifestações religiosas, a Primeira Comunhão, a Profissão Solene, o Crisma, os primeiros retiros espirituais e vai agradecendo a Deus pelo afilhado que Ele lhe deu.

Passam os anos e começa seriamente a preocupar-se pois começa a perceber o afastamento, primeiro da Igreja, depois dos Sacramentos e finalmente do próprio Deus.
Só lhe ocorre um pensamento: Tenho que falar com o meu afilhado! Mas que lhe hei-de dizer? Nestas alturas não ouvem nada, sabem tudo! Se bem me lembro também fui assim um pouco.
E para além disso, serei eu uma boa testemunha de Cristo e do que Ele fez e faz na minha vida?

Curiosamente, ou talvez não, não são os “medos” de ser mal interpretado, ou de não ser verdadeira testemunha, que o impedem de falar com o afilhado.
Lá dentro, bem no fundo onde Deus fala, vai ouvindo uma voz que lhe diz: Não te precipites! Tem paciência! Ainda não é tempo! Quando for, Eu to farei sentir!

E o padrinho também vai pensando consigo que precisa de crescer na fé, torna-la mais viva, mais consistente, tornar a vida mais coerente com a fé que professa e quer testemunhar.
Ah, o tempo é bom conselheiro, e se nos deixarmos guiar por Ele, com certeza que não falharemos a meta.
E é ainda essa mesma voz que lhe diz que a semente tão bem plantada não deixará de dar frutos a seu tempo.

E os anos passam e cada vez mais a preocupação aumenta, porque o afastamento parece ganhar raízes e destruir tudo o que foi ensinado.
Mas a voz continua a aconselhar a ponderação, a paciência, (será a paciência divina?), porque no tempo certo a mudança começará e aí sim, será precisa a palavra, o ombro, a companhia, o incitamento, tudo conjugado com o conhecimento.

E um dia…
Um dia começam a notar-se sinais de mudança.
Parece que o afilhado tomou consciência de que a vida que leva, não leva a lado nenhum.
Parece que entende agora que nada nem ninguém o pode ajudar melhor a encontrar a verdadeira vida, do que Aquele de quem ele se afastou e lhe deu a vida, e pode voltar a dar.

Mas ainda é cedo para intervir.
O afilhado procura agora, sozinho, esse encontro tão pessoal e intimo que pode definitivamente operar a mudança necessária. E o padrinho sabe bem, que «quem procura encontra».
Percebe agora o afilhado a viver uma fé intensa, empenhada, e percebe também que é altura de o ajudar a resolver alguns problemas gerados pela sua anterior vida, que é altura de o colocar perante um conhecimento mais aprofundado da fé, baseado em bons autores católicos, que lhe podem dar a “estrutura” espiritual necessária para que as raízes se desenvolvam e a árvore dê fruto.

E vai assistindo ao crescimento, ao empenhamento, à dedicação, aos passos dados, na procura de uma fé viva, diária, testemunhada. E vai incentivando com elogios, com “admirações” propositadas, com palavras de ternura, de carinho, enfim, de amor partilhado.
Para que o afilhado sinta que está no caminho, que os alicerces estão bem lançados, e que as paredes crescem sólidas e robustas, pede-lhe colaboração em muitas coisas, para que ele perceba que já tem pernas para andar e que só na entrega total ao Deus que desde o primeiro momento o amou, ele pode viver a vida, e a «vida em abundância».

Mas a missão não está ainda cumprida, nem nunca estará.
Agora trata-se mais de rezar!
De rezar pelo afilhado, para que Deus o abençoe, o proteja, o guarde, e faça dele uma testemunha viva do amor do Pai, vivida no Filho, pelo Espírito Santo.

Assim Deus me faça também ser como este padrinho, para O servir, servindo os meus afilhados.

Marinha Grande, 12 de Abril de 2013

Joaquim Mexia Alves AQUI

Nota:

Para o meu querido irmão António, meu padrinho de Baptismo que hoje faz anos, com um abraço da maior ternura, carinho e amor.
Qualquer semelhança com a realidade, neste caso, é absoluta e realmente coincidente!

A saúde de Ratzinger "problemas próprios da idade"


Ótima notícia e análise realista do chamado "choque pós intensa atividade". Que bom saber que o seu amado irmão Georg lhe faz companhia, que Deus Nosso Senhor os guarde e proteja. Rezemos por ambos!

Leia na íntegra em italiano AQUI

Degradação

«A presunção que pretende fazer de Deus um objecto e impor-Lhe as nossas condições experimentais de laboratório, não pode encontrar Deus. De facto, assenta num pressuposto que nega Deus enquanto Deus, pois colocamo-nos acima d’Ele. Pomos de lado toda a dimensão do amor, da escuta interior, e reconhecemos como real apenas o que é experimentável, o que nos foi posto nas mãos. Quem assim pensa, faz-se a si mesmo deus e, deste modo, degrada não só a Deus, mas também ao mundo e a si mesmo».

(“Jesus de Nazaré” – Joseph Ratzinger / Bento XVI)

A nona bem-aventurança (a não perder)

Um dos fenómenos mais espantosos da história da humanidade é o ataque à Igreja. Esse processo, tão aceso estes dias, é sempre muito curioso.

Primeiro pela duração e persistência. Há 2000 anos que os discípulos de Cristo são perseguidos, como o próprio Jesus profetizou. E cada ataque, uma vez começado, permanece. A Igreja é a única instituição a que se assacam responsabilidades pelo acontecido há 100, 500 ou 1500 anos. Os cristãos actuais são criticados pela Inquisição do século XVII, missionação ultramarina desde o século XV, cruzadas dos séculos XI-XIII, até pela política do século V (no recente filme Ágora, de Alejandro Amenábar, 2009).

Depois, como notou G. K. Chesterton em 1908, o cristianismo foi atacado "por todos os lados e com todos os argumentos , por mais que esses argumentos se opusessem entre si" (Orthodoxy, c. VI). Vemos criticar a Igreja por ser tímida e sanguinária, pessimista e ingénua, laxista e fanática, ascética e luxuosa, contra o sexo e a favor da procriação, etc. Mas o mais espantoso é que os ataques conseguem convencer-nos daquilo que é o oposto da evidência mais esmagadora.

Os iluministas provaram-nos que a religião cristã é a principal inimiga da ciência; supersticiosa, obscurantista, persecutória do estudo e investigação rigorosos. A evidência histórica mostra o inverso. A dívida intelectual da humanidade à Igreja é enorme. Devemos a multidões de monges copistas a preservação da sabedoria clássica. Quase tudo o que sabemos da Antiguidade pagã veio dos mosteiros. Foi a Igreja que criou as primeiras universidades e o debate académico moderno. Eram cristãos devotos os grandes pioneiros da ciência, como Kepler, Pascal, Newton, Leibniz, Bayes, Euler, Cauchy, Mendel, Pasteur, etc. Até o caso de Galileu, sempre citado e distorcido, mostra o oposto do que dizem.

Depois, os jacobinos asseguraram-nos que a Igreja é culpada de terríveis perseguições religiosas, étnicas e sociais, destruição cultural de múltiplos povos, amiga de fogueiras e câmaras de tortura, chacinas, saques e genocídios. No entanto, a evidência de 2000 anos de história real de cristãos concretos é de caridade, mediação, pacifismo. Tudo o que o nosso tempo sabe de direitos humanos, diplomacia, cooperação e tolerância foi bebê-lo a autores cristãos.

A seguir, os marxistas vieram atacar a Igreja por ser contra os proletários e a favor dos ricos. Quando é evidente o cuidado permanente, multissecular e pluricultural dos cristãos pelos pobres e infelizes, e as maravilhas sociais da solidariedade católica no apoio aos desfavorecidos.

Vivemos hoje talvez o caso mais aberrante: a Igreja é condenada por... pedofilia. A queixa é de desregramento sexual, deboche, perversão. Mas a evidência histórica mostra que nenhuma outra entidade fez mais pelo equilíbrio da sexualidade e a moralização da vida pessoal da humanidade. Mais uma vez, o ataque nasce do oposto da verdade.

Serão as acusações contra a Igreja falsas? Elas partem sempre de um núcleo verdadeiro. Houve cristãos obscurantistas, persecutórios, cruéis, injustos, luxuosos, como hoje há padres pedófilos. Aliás, em 2000 anos de história, e agora com mais de mil milhões de fiéis, tem de haver de tudo. A distorção está na generalização ao todo de casos particulares aberrantes. Não sendo tão má quanto o mito, a Inquisição foi péssima. Mas a Inquisição não representa a Igreja e a própria Igreja da época a condenou. Os críticos nunca combatem os erros, sempre a instituição. Hoje não se ataca a pedofilia na Igreja, mas a Igreja pedófila.

A razão do paradoxo é clara. Cada época projecta na Igreja os seus próprios fantasmas. Ninguém atropelou mais o rigor científico que os iluministas. Ninguém foi mais sangrento que os jacobinos. Ninguém gerou maior pobreza que os marxistas. Ninguém tem mais desregramento sexual que o nosso tempo.

O ataque à Igreja é uma constante histórica. A História muda. A Igreja permanece. Porque ela é Cristo. Dela é a nona bem-aventurança: "Bem-aventurados sereis quando vos insultarem e perseguirem" (Mt 5, 11).

João César das Neves

(Fonte: DN online em 12.04.2010)

'O nosso Encontro Pessoal com Jesus Cristo' Catequese de Joaquim Mexia Alves

Para ouvir falar de Cristo nunca nos deve faltar o tempo e a disponibilidade. Obrigado!

"Dies Irae" - Canto Gregoriano

«Dai-lhes vós de comer» (Mt 14,16)

Cardeal Joseph Ratzinger (Bento XVI, Papa de 2005 a 2013) 
Meditationen zur Karwoche, 1969


No pão da eucaristia recebemos a multiplicação inesgotável dos pães do amor de Jesus Cristo, que é suficientemente rico para saciar a fome de todos os séculos, e que procura assim a colocar-nos, também a nós, ao serviço desta multiplicação dos pães. Os poucos pães de cevada da nossa vida poderão parecer inúteis, mas o Senhor precisa deles e pede-no-los.

Tal como a própria Igreja, também os sacramentos são fruto do grão de trigo que morre (Jo 12,24). Para os receber, temos de entrar no movimento de onde eles provêm. Este movimento consiste em nos perdermos a nós próprios, sem o que não nos podemos encontrar: «Quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida por Mim e pelo Evangelho salvá-la-á» (Mc 8,35). Esta palavra do Senhor é a fórmula fundamental da vida cristã [...]; a forma característica da vida cristã vem-lhe da cruz. A abertura cristã ao mundo, tão enaltecida actualmente, só pode encontrar o seu verdadeiro modelo no lado aberto do Senhor (Jo 19,34), expressão deste amor radical, que é o único capaz de salvar.

Do lado perfurado de Jesus crucificado saíram sangue e água. O que, à primeira vista, é sinal de morte, sinal do mais completo fracasso, constitui ao mesmo tempo um começo novo: o Crucificado ressuscita e não morre. Das profundezas da morte surgiu a promessa da vida eterna. Por cima da cruz de Jesus Cristo resplandece já a claridade vitoriosa da manhã de Páscoa. É por isso que viver com Ele sob o signo da cruz é sinónimo de viver sob a promessa da alegria pascal.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

«Jesus tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os»

Beato João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005
Carta apostólica «Mane nobiscum domine», §§ 15-16

Não há dúvida de que a dimensão mais saliente da Eucaristia é a de banquete. A Eucaristia nasceu, na noite de Quinta-feira Santa, no contexto da ceia pascal. Traz, por conseguinte, inscrito na sua estrutura, o sentido da comensalidade: «Tomai, comei [...]. Tomou, em seguida, um cálice e [...] entregou-lho dizendo: Bebei dele todos» (Mt 26, 26.27). Este aspecto exprime bem a relação de comunhão que Deus quer estabelecer connosco e que nós mesmos devemos fazer crescer uns com os outros.

Todavia, não se pode esquecer que o banquete eucarístico tem também um sentido primária e profundamente sacrificial. Nele, Cristo torna presente para nós o sacrifício realizado de uma vez por todas no Gólgota. Embora aí presente como ressuscitado, Ele traz os sinais da Sua paixão, da qual cada Santa Missa é «memorial», como a liturgia nos recorda com a aclamação depois da consagração: «Anunciamos, Senhor, a Vossa morte, proclamamos a Vossa ressurreição». Ao mesmo tempo que actualiza o passado, a Eucaristia projecta-nos para o futuro da última vinda de Cristo, no final da história. Este aspecto escatológico dá ao sacramento eucarístico um dinamismo cativante, que imprime ao caminho cristão o passo da esperança.

Todas estas dimensões da Eucaristia se encontram num aspecto que, mais do que qualquer outro, põe à prova a nossa fé: é o mistério da presença «real». Com toda a tradição da Igreja, acreditamos que, sob as espécies eucarísticas, está realmente presente Jesus. Uma presença — como eficazmente explicou o Papa Paulo VI — que se diz «real», não por exclusão, como se as outras formas de presença não fossem reais, mas por antonomásia, enquanto por ela Se torna substancialmente presente Cristo completo, na realidade do Seu corpo e do Seu sangue. Por isso, a fé pede-nos para estarmos diante da Eucaristia com a consciência de que estamos na presença do próprio Cristo. É precisamente a Sua presença que dá às outras dimensões — de banquete, memorial da Páscoa, antecipação escatológica — um significado que ultrapassa, e muito, o de puro simbolismo. A Eucaristia é mistério de presença, mediante o qual se realiza, de modo excelso, a promessa que Jesus fez de ficar connosco até ao fim do mundo (Mt28, 20).

O Evangelho do dia 12 de abril de 2013

Dizia isto para o experimentar, porque sabia o que havia de fazer. Filipe respondeu-Lhe: «Duzentos denários de pão não bastam para que cada um receba um pequeno bocado». Um de Seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-Lhe: «Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes, mas que é isso para tanta gente?». Jesus, porém, disse: «Mandai sentar essa gente». Havia naquele lugar muita relva. Sentaram-se, pois; os homens em número de cerca de cinco mil. Tomou, então, Jesus os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os entre os que estavam sentados; e igualmente distribuiu os peixes, tanto quanto quiseram. Estando saciados, disse aos Seus discípulos: «Recolhei os pedaços que sobraram para que nada se perca». Eles os recolheram, e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobraram aos que tinham comido. Vendo então aqueles homens o milagre que Jesus fizera, diziam: «Este é verdadeiramente o profeta que deve vir ao mundo». Jesus, sabendo que O viriam arrebatar para O fazerem rei, retirou-Se de novo, Ele só, para o monte.

Jo 6, 1-15