Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 2 de março de 2013

Adoração eucarística permanente na Basílica de São Pedro, em vista do Conclave

Uma Igreja viva reunida em oração. Esta foi a imagem dada aos jornalistas pelo Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, durante a coletiva deste sábado, 2 de março.

O jesuíta salientou que na Basílica de São Pedro está sendo realizada, na Capela do Santíssimo, a adoração eucarística permanente e uma oração especial para a Igreja, tendo em vista o Conclave. Três religiosas contemplativas mexicanas se alternam diante de Jesus Eucaristia. Antes da missa da noite, na Basílica de São Pedro, é recitada uma oração especial para o Colégio Cardinalício e a preparação da eleição do Santo Padre.

O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé afirmou que ainda não se sabe quantos serão os cardeais eleitores presentes, e que será necessário esperar até segunda-feira próxima, quando começarão os trabalhos da Congregação geral, na sala nova do Sínodo.

"Em Roma, residem de forma permanente 75 cardeais. Sessenta e seis cardeais, que não moram em Roma, já indicaram exatamente a data de sua chegada e sua residência a fim de que Colégio Cardinalício possa entrar em contacto com eles. Outros estão chegando. Os oficiais do Colégio pensam que antes de segunda-feira, na primeira reunião, não terão ainda um número preciso dos presentes. Chegaram também algumas informações dos cardeais que não participarão: não só os dois eleitores que já falamos, mas também vários não eleitores comunicaram que por motivos de saúde não poderão vir", frisou Pe. Lombardi.


O jesuíta explicou que os trabalhos preparatórios na Capela Sistina, sede do Conclave, ainda não começaram. O Pe. Lombardi leu algumas passagens do "Tríptico Romano", composição poética do Papa João Paulo II que no epílogo fala da experiência vivida no Conclave, na sala pintada por Michelangelo:

"A policromia sistina propagará a Palavra do Senhor: 'Tu és Pedro. Eu te darei as chaves do Reino dos céus'. A estirpe à qual foi confiada a proteção do legado das chaves se reúne aqui deixando se circundar pela policromia sistina. Foi assim em agosto e outubro do memorável ano dos dois Conclaves e assim será novamente quando a necessidade se apresentar depois de minha morte", disse Pe. Lombardi recordando que a apresentação do "Tríptico Romano" foi escrita pelo então Cardeal Joseph Ratzinger.

"A Contemplação do Juízo é talvez a parte do Tríptico que comove mais o leitor: dos olhos interiores do Papa emerge novamente a recordação dos Conclaves de agosto e outubro de 78. Como eu também estava, diz o Cardeal Ratzinger, sei muito bem como fomos expostos a essas imagens nos momentos de grande decisão, como elas nos interpelavam, como insinuavam em nossa alma a grandeza da responsabilidade", frisou Pe. Lombardi citando Ratzinger.


O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé destacou também que o anel do pescador de Bento XVI ainda não foi cancelado, mas que a Secretaria de Estado entregou para a Câmara Apostólica os sigilos com os quais se marcavam as cartas em nome de Sua Santidade. Os selos foram riscados a fim de não serem mais utilizáveis. Em seguida, uma nota sobre a mudança na celebração eucarística: "No Cânone da Missa, na oração eucarística, normalmente se reza pelo Santo Padre. Neste período, de Sé Vacante, não se faz esta citação e em Roma não se faz nenhuma menção ao bispo, pois o Papa é o Bispo de Roma", concluiu.

Rádio Vaticano 

Amar a Cristo...

«perdoai-nos as nossas ofensas», Senhor bem gostaríamos não ter de Te formular este pedido diariamente e mesmo algumas vezes ao dia, mas a nossa condição de pecadores, mesmo que em pequenos detalhes, levam-nos a ofender-Te ao não cumprirmos os Mandamentos e deixarmo-nos dominar pela visão humana das coisas e não aquela que nos ensinaste.

Meu Deus, porque sois tão bom, ajudai-nos a não Te ofender!

JPR

Imitação de Cristo, 3, 55, 3-2 - Da corrupção da natureza e da eficácia da graça divina

Ó graça beatíssima, que fazes rico de virtudes o pobre de espírito e tornas humilde de coração o rico dos bens de fortunas: vem, desce sobre mim e enche minha alma de tua consolação, para que não desfaleça, de cansaço e aridez, meu espírito. Suplico-vos, Senhor, que eu ache graça em vossos olhos, porque me basta a vossa graça, embora me falte tudo que deseja a natureza. Ainda que seja tentado e vexado com muitas tribulações, nada temerei, enquanto estiver comigo a vossa graça. Ela é a minha fortaleza, me dá conselho e amparo. Ela é mais poderosa que todos os inimigos e mais sábia que todos os sábios.

Imitemos a paciência do Bom Pastor


Astério de Amaseia (?-c. 410), bispo 

Homilia n.º 13, Sobre a conversão (trad. do Breviário)


Se quereis parecer-vos com Deus, uma vez que fostes criados à Sua imagem, imitai o Seu exemplo. Se sois cristãos, nome que é uma proclamação de caridade, imitai o amor de Cristo.


Considerai as riquezas da Sua bondade. [...] Como acolheu Ele os que escutaram a Sua palavra? Concedeu-lhes generosamente o perdão dos pecados e libertou-os, sem demora, de toda a ansiedade. [...] Imitemos o exemplo de Cristo, o Bom Pastor. [...]



Vemos descrita [nos Evangelhos], na linguagem misteriosa das parábolas, a figura de um pastor de cem ovelhas, o qual, ao verificar que uma delas se tresmalhara e andava errante, não permaneceu junto das que pastavam tranquilamente: pôs-se a caminho à procura da ovelha perdida, atravessando vales e florestas, transpondo montanhas altas e escarpadas e percorrendo desertos, num esforço incansável até a encontrar.



Ao encontrá-la, não lhe bateu nem a impeliu violentamente, mas, pondo-a aos ombros e tratando-a com doçura, reconduziu-a ao rebanho. E foi maior a sua alegria por uma só ovelha reencontrada do que pela multidão das restantes (Lc 15,4-6).



Consideremos a realidade oculta na obscuridade da parábola [e o seu] ensinamento sagrado: nunca devemos julgar os homens perdidos sem remédio, nem deixar de ajudar com toda a diligência os que se encontram em perigo. Pelo contrário: reconduzamos ao bom caminho os que se extraviaram e afastaram da verdadeira vida, e alegremo-nos com o seu regresso à comunhão daqueles que vivem recta e piedosamente.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de Domingo dia 3 de março de 2013

Neste mesmo tempo chegaram alguns a dar-Lhe a notícia de certos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com o dos sacrifícios deles. Jesus respondeu-lhes: «Vós julgais que aqueles galileus eram maiores pecadores que todos os outros galileus, por terem sofrido tal sorte? Não, Eu vo-lo digo; mas, se não fizerdes penitência, todos perecereis do mesmo modo. Assim como também aqueles dezoito homens sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou; julgais que eles também foram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não, Eu vo-lo digo; mas, se não fizerdes penitência, todos perecereis do mesmo modo». Dizia também esta parábola: «Um homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi buscar fruto e não o encontrou. Então disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho buscar fruto a esta figueira e não o encontro; corta-a; para que está ela inutilmente a ocupar terreno? Ele, porém, respondeu-lhe: Senhor, deixa-a ainda este ano, enquanto eu a cavo em volta e lhe deito estrume; se com isto der fruto, bem está; senão, cortá-la-ás depois».

Lc 13, 1-9

O que nos ensina o Magistério da Igreja

«Deus [...], Senhor da vida, confiou aos homens, para que estes desempenhassem dum modo digno dos mesmos homens, o nobre encargo de conservar a vida. Esta deve, pois, ser salvaguardada, com extrema solicitude, desde o primeiro momento da concepção; o aborto e o infanticídio são crimes abomináveis»

(II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 51: AAS 58 (1966) 1072.)

Quaresma: «tempo favorável» para a confissão e o perdão, antes de nos aproximarmos do altar do Senhor

São Cirilo de Jerusalém (313-350), bispo de Jerusalém e doutor da Igreja 
Catequese para o baptismo, nº 1, §5

É agora o tempo da confissão. Confessa os teus pecados de palavra e de acção, os da noite e os do dia. Confessa-os neste «tempo favorável» e, no «dia da salvação» (Is 49,8; 2Co 6,2), recebe o tesouro celeste. [...] Deixa o presente e crê no futuro. Andaste tantos anos sem parares os teus trabalhos vãos aqui da terra, e não podes parar quarenta dias para te ocupares do teu próprio fim? «Parai! Reconhecei que Eu sou Deus», diz a Escritura (Sl 46,11). Renuncia ao chorrilho de palavras inúteis, não digas mal nem escutes o maldizente, mas dispõe-te desde já a rezar. Mostra, na ascese, o fervor do teu coração; purifica esse receptáculo, para receberes uma graça mais abundante. Porque a remissão dos pecados é dada de modo igual a todos, mas a participação no Espírito Santo é concedida segundo a medida da fé de cada um. Se não te esforçares, recolhes pouco; se te esforçares muito, grande será a tua recompensa. És tu próprio que estás em jogo; vela pelos teus interesses.

Se tens um agravo contra alguém, perdoa-lhe. Acabas de receber o perdão dos teus pecados; impõe-se, portanto, que também perdoes o pecador, senão como dirás ao Senhor: «perdoa-me os meus muitos pecados», se tu próprio não perdoares ao teu companheiro de trabalho algumas faltas que tenha cometido contra ti? (cf Mt 18,23ss).

'A Quaresma e as calças' pelo Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada

Quando Luísa viu aquele par de calças, foi amor à primeira vista. Acabara de assistir à Missa dominical e, cumprindo uma antiga rotina, fora tomar a bica do costume no café da praxe, ali mesmo no centro comercial, a meio caminho entre a sua casa e a igreja paroquial.

Na homilia, por sinal, o Padre Sérgio tinha falado da Quaresma, aconselhando a prática da mortificação cristã, nomeadamente o jejum na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira santa, e a abstinência todas as sextas-feiras. Incomodara-a aquela abordagem, que lhe pareceu anacrónica e até um pouco disparatada: que tem Deus a ver com a ementa do almoço ou do jantar?! Que relação há entre o bem da alma e a qualidade do menu?! Na realidade, parecia-lhe tão improcedente o convite à penitência como lhe resultaria despropositado que, por absurdo, o seu médico lhe receitasse duas Avé Marias antes de cada refeição!

O namoro com aquele trapo de estimação não durou muito pois, com medo de que qualquer eventual cliente se lhe antecipasse, Luísa foi logo no dia seguinte à boutique comprar aquelas calças que a tinham fascinado. É verdade que o preço não era convidativo, mas era um investimento – desculpou-se – pois, decerto, mais tarde seriam ainda mais caras. Voltou para casa tão satisfeita consigo mesmo que nem reparou no mendigo que lhe estendera a mão, numa atitude de humilde súplica, e que, ao contrário de outras vezes, não teve a esmola costumeira, nem outra resposta do que a indiferença da sua precipitação.

Chegar a casa e experimentar a compra foi tudo um: desembrulhou com cuidado o presente que magnanimamente se concedera, retirou as etiquetas e vestiu finalmente as calças. O tecido era macio e parecia de boa qualidade, a altura era a ideal e a cor não podia ser mais o seu género. Mas, quando tentou abotoar as calças, não o conseguiu. Repetiu a operação uma e outra vez, contraindo-se o mais que podia, mas a verdade é que a cintura estava muito apertada e, por mais que se esforçasse, o botão fugia à respectiva casa com uma teimosia tão irritante que Luísa impacientou-se. A diferença era apenas de 1,5 centímetros, mas era o suficiente para que as calças não lhe servissem e, como na loja não havia nenhum número maior, resignou-se à rigorosa dieta que se impunha: para grandes males, grandes remédios!

Foram dias a fio de sacrifícios, alimentando-se apenas de sopas, frutas, legumes e iogurtes magros, mas cada milímetro a menos pesava uma tonelada de dolorosas privações, que Luísa padecia estoicamente, por amor às calças.

Foi num dia de chuva que, ao atravessar a rua apressadamente, Luísa foi colhida por um táxi a grande velocidade. A brutalidade do choque, que a projectou a vários metros de distância, teve o efeito imediato de lhe produzir um sério traumatismo craniano, que a induziu num estado comatoso. Era confusa a sua percepção: sentia dores, mas parecia-lhe que não eram dela, embora fossem do seu organismo. Notou vagamente a azáfama dos populares, polícias, maqueiros, enfermeiros e médicos à sua volta, mas o torpor do seu corpo desfeito foi progressivamente alienando-a de tudo o que a rodeava e que lhe parecia cada vez mais longínquo. O seu último pensamento foi para as suas calças novas, que estreava.

Depois, viu-se definitivamente desprendida da sua materialidade e atraída pela misteriosa luz de um outro mundo. Mas quando se dispôs a cruzar o limiar da eternidade, Luísa não o conseguiu: por 1,5 centímetros a sua alma não coube na porta estreita que conduz à Vida.

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada

Porquê jejuar? - Também no Paraíso se jejuava (reflexão de Bento XVI)

Podemos perguntar que valor e que sentido tem para nós, cristãos, privar-nos de algo que seria em si bom e útil para o nosso sustento. As Sagradas Escrituras e toda a tradição cristã ensinam que o jejum é de grande ajuda para evitar o pecado e tudo o que a ele induz. Por isto, na história da salvação é frequente o convite a jejuar. Já nas primeiras páginas da Sagrada Escritura o Senhor comanda que o homem se abstenha de comer o fruto proibido: «Podes comer o fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas o da árvore da ciência do bem e do mal, porque, no dia em que o comeres, certamente morrerás» (Gn 2, 16-17). Comentando a ordem divina, São Basílio observa que «o jejum foi ordenado no Paraíso», e «o primeiro mandamento neste sentido foi dado a Adão». Portanto, ele conclui: «O “não comas” e, portanto, a lei do jejum e da abstinência» (cf. Sermo de jejunio: PG 31, 163, 98). Dado que todos estamos entorpecidos pelo pecado e pelas suas consequências, o jejum é-nos oferecido como um meio para restabelecer a amizade com o Senhor. Assim fez Esdras antes da viagem de regresso do exílio à Terra Prometida, convidando o povo reunido a jejuar «para nos humilhar – diz – diante do nosso Deus» (8, 21). O Omnipotente ouviu a sua prece e garantiu os seus favores e a sua protecção. O mesmo fizeram os habitantes de Ninive que, sensíveis ao apelo de Jonas ao arrependimento, proclamaram, como testemunho da sua sinceridade, um jejum dizendo: «Quem sabe se Deus não Se arrependerá, e acalmará o ardor da Sua ira, de modo que não pereçamos?» (3, 9). Também então Deus viu as suas obras e os poupou.


(Fonte: "Bento XVI, 11 de Dezembro de 2008", publicado em www.vatican.va através do site de São Josemaría Escrivá em http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/porquea-jejuar3f)

«Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos.»

Bento XVI
Encíclica «Deus Caritas Est» §§ 12-13 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)

A verdadeira novidade do Novo Testamento não reside em novas ideias, mas na própria figura de Cristo, que dá carne e sangue aos conceitos — um incrível realismo. Já no Antigo Testamento a novidade bíblica não consistia simplesmente em noções abstractas, mas na acção imprevisível e, de certa forma, inaudita de Deus. Esta acção de Deus ganha agora a sua forma dramática devido ao facto de que, em Jesus Cristo, o próprio Deus vai atrás da «ovelha perdida» (Lc 15,1ss.), a humanidade sofredora e transviada. Quando Jesus fala, nas Suas parábolas, do pastor que vai atrás da ovelha perdida, da mulher que procura a dracma, do pai que sai ao encontro do filho pródigo e o abraça, não se trata apenas de palavras, mas de uma explicação do Seu próprio ser e agir. Na Sua morte de cruz, cumpre-se aquele virar-Se de Deus contra Si próprio, com o qual Ele Se entrega para levantar o homem e salvá-lo — o amor na sua forma mais radical. O olhar fixo no lado trespassado de Cristo de que fala João (cf 19,37) compreende o que serviu de ponto de partida a esta Carta Encíclica: «Deus é amor» (1 Jo 4,8). É aí que esta verdade pode ser contemplada. E, partindo daí, pretende-se agora definir em que consiste o amor. A partir daquele olhar, o cristão encontra o caminho do seu viver e do seu amar.

Jesus deu a este acto de oferta uma presença duradoura através da instituição da Eucaristia durante a Última Ceia. Antecipa a Sua morte e ressurreição entregando-Se já a Si mesmo naquela hora aos Seus discípulos, no pão e no vinho, Seu corpo e sangue [...]. A Eucaristia arrasta-nos no acto oblativo de Jesus. [...] A «mística» do Sacramento, que se funda no abaixamento de Deus até nós, é de um alcance muito diverso e conduz muito mais alto do que qualquer mística elevação do homem poderia realizar.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 2 de março de 2013

Aproximavam-se d'Ele os publicanos e os pecadores para O ouvir. Os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: «Este recebe os pecadores e come com eles». Então propôs-lhes esta parábola: Disse mais: «Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. O pai repartiu entre eles os bens. Passados poucos dias, juntando tudo o que era seu, o filho mais novo partiu para uma terra distante e lá dissipou os seus bens vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo, houve naquele país uma grande fome e ele começou a passar necessidade. Foi pôr-se ao serviço de um habitante daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. «Desejava encher o seu ventre das alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Tendo entrado em si, disse: Quantos jornaleiros há em casa de meu pai que têm pão em abundância e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e contra ti, já não sou digno de ser chamado teu filho, trata-me como um dos teus jornaleiros. «Levantou-se e foi ter com o pai. Quando ele estava ainda longe, o pai viu-o, ficou movido de compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e beijou-o. O filho disse-lhe: Pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.22 Porém, o pai disse aos servos: Trazei depressa o vestido mais precioso, vesti-lho, metei-lhe um anel no dedo e os sapatos nos pés. Trazei também um vitelo gordo e matai-o. Comamos e façamos festa, porque este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi encontrado. E começaram a festa. «Ora o filho mais velho estava no campo. Quando voltou, ao aproximar-se de casa, ouviu a música e os coros. Chamou um dos servos, e perguntou-lhe que era aquilo. Este disse-lhe: Teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque o recuperou com saúde. Ele indignou-se, e não queria entrar. Mas o pai, saindo, começou a pedir-lhe. Ele, porém, respondeu ao pai: Há tantos anos que te sirvo, nunca transgredi nenhuma ordem tua e nunca me deste um cabrito para eu me banquetear com os meus amigos, mas logo que veio esse teu filho, que devorou os seus bens com meretrizes, mandaste-lhe matar o vitelo gordo. Seu pai disse-lhe: Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Era, porém, justo que houvesse banquete e festa, porque este teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi encontrado».

Lc 15,1-3.11-32