Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Posso sonhar em vencer na vida?



A partir 2’55” o Pe. Paulo Ricardo fala durante alguns momentos dos ensinamentos de São Josemaría Escrivá sobre este tema. Obrigado!

O homem é feito para a paz - dom de Deus, que requer também ação do homem

No primeiro dia de 2013 Bento XVI celebrou de manhã, na basílica de São Pedro, a Missa da solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, 46.º Dia Mundial da Paz. Uma celebração com a máxima solenidade, com a presença dos Embaixadores dos países representados junto da Sé Apostólica de Roma.

Na homilia, Bento XVI, entremeou os comentários às leituras desta celebração litúrgica com referências à sua mensagem para este Dia Mundial da Paz. “Não obstante o mundo esteja ainda, infelizmente, marcado por ‘focos de tensão e de contraposição causados por crescentes desigualdades entre ricos e pobres, pelo prevalecer de uma mentalidade egoísta e individualista expressa também por um capitalismo financeiro desenfreado’, para além de diversas formas de terrorismo e de criminalidade” (disse o Papa), estou persuadido de que ‘as múltiplas obras de paz de que o mundo é rico, testemunham a inata vocação da humanidade à paz. Em cada pessoa, o desejo de paz constitui uma aspiração essencial e coincide, de certa maneira, com o desejo de uma vida humana plena, feliz e bem sucedida. O homem é feito para a paz, que é dom de Deus”

Recordando o tema deste Dia Mundial da Paz – “Bem-aventurados os construtores da paz”, Bento XVI fez notar que “a paz é ao mesmo tempo dom messiânico e obra humana”.

“É paz com Deus, vivendo segundo a sua vontade. É paz interior consigo mesmo, e paz exterior com o próximo e com toda a criação. Sim a paz é o bem por excelência a invocar como dom de Deus e, ao mesmo tempo, a construir esforçadamente”.

Interrogando-se sobre “o fundamento, a origem, a raiz da paz”, perguntando-se “como é que podemos sentir em nós a paz, apesar de todos os problemas, das obscuridades e angústias”, o Santo Padre apontou nas leituras da Missa a resposta a estas interrogações.

“A primeira leitura – sublinhou o Papa – recorda-nos que a paz é dom de Deus e está ligada ao esplendor do rosto de Deus, segundo o texto do Livro dos Números, que refere a bênção usada pelos sacerdotes do povo de Israel nas assembleias litúrgicas”… “O Senhor dirija para ti o seu olhar e te conceda a paz”.

“Para a Sagrada Escritura, contemplar o rosto de Deus é a suma felicidade… Da contemplação do rosto de Deus brotam alegria, segurança e paz”.

Mas que significa contemplar o rosto do Senhor, tal como pode ser entendido no Novo Testamento – interrogou-se o Papa. “Quer dizer conhecê-lo diretamente (na medida em que tal é possível nesta vida), mediante Jesus Cristo, no qual Ele se revelou. Gozar do esplendor do rosto de Deus quer dizer penetrar no mistério do seu Nome, manifestado a nós em Jesus, compreender algo da sua vida e da sua vontade, para que possamos viver segundo o seu projeto de amor sobre a humanidade”…

“Eis, caros irmãos, o fundamento da nossa paz: a certeza de contemplar em Jesus Cristo o esplendor do rosto de Deus Pai, de sermos filhos no Filho e de ter assim, no caminho da vida, a mesma segurança que a criança experimenta nos braços de um Pai bom e omnipotente. O esplendor do rosto do Senhor sobre nós, que nos concede paz, é a manifestação da sua paternidade.”

“Que a Virgem Maria, que hoje veneramos com o título de Mãe de Deus, nos ajude a contemplar o rosto de Jesus, Príncipe da Paz. Nos sustente e acompanhe neste novo ano, e obtenha para nós e para o mundo inteiro o dom da paz” – concluiu Bento XVI.

Na oração dos fiéis, rezou-se naturalmente pela paz no mundo e para que a Igreja seja fiel à sua missão de viver e anunciar a paz de Cristo. A primeira intenção foi proclamada em português: “A Santa Mãe do Redentor conduza a Igreja na sua missão de promover, através da ação pastoral do Papa e dos bispos, a justiça, o diálogo e a paz entre todas as pessoas”.

Rádio Vaticano

Vídeo em italiano

Imitação de Cristo, 3, 43, 2 - Contra a vã ciência do século

Por muito que estudes e aprendas, terás que referir tudo sempre ao único princípio. Sou eu que ensino ao homem a ciência, e dou aos pequeninos mais clara compreensão, do que os homens são capazes de ensinar. Aquele a quem eu ensinar, depressa será sábio e muito aproveitará espiritualmente. Ai daqueles que indagam dos homens muitas coisas curiosas, e tratam pouco dos meios de me servir. Tempo virá em que aparecerá o Mestre dos mestres, Cristo, Senhor dos anjos, para tomar lições de todos, isto é, para examinar a consciência de cada um. E com a lâmpada na mão perscrutará então Jerusalém, e revelará o segredo das trevas, fazendo calar as objeções das línguas humanas.

Mãe de Deus e nossa Mãe

Que humildade, a de minha Mãe Santa Maria! – Não a vereis entre as palmas de Jerusalém, nem – afora as primícias de Caná – na altura dos grandes milagres. – Mas não foge do desprezo do Gólgota; lá está, "iuxta crucem Iesu" – junto da cruz de Jesus, sua Mãe. (Caminho, 507)

Sempre foi esta a doutrina certa da fé. Contra os que a negaram, o Concílio de Éfeso proclamou que se alguém não confessa que o Emanuel é verdadeiramente Deus e que, por isso, a Santíssima Virgem é Mãe de Deus, visto que gerou segundo a carne o Verbo de Deus encarnado, seja anátema. (...).

A Trindade Santíssima, ao escolher Maria para Mãe de Cristo, homem como nós, pôs cada um de nós sob o seu manto maternal. É Mãe de Deus e nossa Mãe.

A Maternidade divina de Maria é a raiz de todas as perfeições e privilégios que a adornam. Por esse título, foi concebida imaculada e está cheia de graça, é sempre virgem, subiu ao céu em corpo e alma, foi coroada Rainha de toda a criação, acima dos anjos e dos santos. Mais que Ela, só Deus. A Santíssima Virgem, por ser Mãe de Deus, possui uma dignidade, de certo modo infinita, do bem infinito que é Deus. Não há perigo de exageros. Nunca aprofundaremos bastante este mistério inefável; nunca poderemos agradecer suficientemente à Nossa Mãe a Familiaridade que nos deu com a Santíssima Trindade.

Éramos pecadores e inimigos de Deus. A Redenção não só nos livra do pecado e reconcilia com o Senhor; mas converte-nos em filhos, entrega-nos uma Mãe, a mesma que gerou o verbo, segundo a Humanidade. Pode haver maior prodigalidade, maior excesso de amor? (Amigos de Deus, 275–276)

São Josemaría Escrivá

Visita virtual da Basílica de São Pedro e da Capela Sisitina (vídeos em espanhol e inglês)



Brevíssima reflexão sobre o Evangelho de hoje

Saibamos também nós fazer como os pastores conforme nos narra São Lucas no Evangelho de hoje (Lc 2, 16-21) e glorifiquemos e louvemos a Deus por todo o ano que hoje se inicia.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio agora e sempre. Ámen.

A PAZ de Joaquim Mexia Alves

Desde o Papa Paulo VI que o dia 1 de Janeiro é o Dia Mundial da Paz.

Ao procurarmos a definição de paz nos mais diversos dicionários, encontramos sempre termos como estes: ausência de guerra; tranquilidade; repouso; silêncio; sossego; boa harmonia; conciliação; pachorra; paciência; etc., etc.
Por estes significados consigo perceber melhor o que Jesus nos quer ensinar, quando diz aos Seus apóstolos:
«Deixo-vos a paz; dou-vos a minha paz. Não é como a dá o mundo, que Eu vo-la dou. Não se perturbe o vosso coração nem se acobarde.» Jo 14, 27

É que, curiosamente, em nenhum daqueles significados para paz, encontrados nos dicionários, se encontra a palavra amor!
E no fundo, ou melhor, em verdade, onde há amor verdadeiro, existe sempre a paz!

Já se nos remetermos aos significados acima referidos, podemos constatar, que mesmo que se verifiquem alguns deles, ou até todos, a paz verdadeira pode não existir.
Realmente pode haver “ausência de guerra” e não haver paz entre as pessoas!
Podem acontecer todas aquelas premissas e não acontecer a verdadeira paz, pois, por exemplo, pode haver “boa harmonia” e a pessoa ou pessoas não estarem em paz, porque essa “boa harmonia” pode ser resultado de um esforço de contenção para que a mesma aconteça, o que não significa que estejam “resolvidos” conflitos interiores, que continuam a “atormentar” intimamente aqueles que os vivem.

Por isso mesmo a paz, a verdadeira paz, só se encontra no amor.
Porque o amor é dar-se sem medida, é sempre a procura de fazer o outro feliz, e ao amar-se assim, também assim se é amado, e por isso mesmo se recebe e se é feliz.
E mesmo quando não se é amado por todos, (porque a todos se deve amar), o amar torna-se de tal modo vida, que mesmo não se sendo amado, se vive na certeza de que o amor vencerá, e assim se vive a efémera felicidade presente, na confiante espera da felicidade eterna.

Jesus Cristo de tal modo ama assim, com este amor único e total, que se entregou inteiramente por aqueles que O amam e também por aqueles que O não querem e até rejeitam, mas como o amor vence e vencerá, assim no amor de Deus somos felizes, apesar de todas as provações e dificuldades.

Por isso a paz que Jesus nos dá é total, completa e “inteira”, porque é fruto do amor, e o amor, sabemos bem, vem-nos de Deus que nos amou primeiro.
«Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro» 1 Jo 4, 19

E assim como o amor não se alcança num momento, mas se vive numa vida, também a paz não se encontra num só dia, mas se constrói no amor ao longo de uma vida.

Esta é a paz que deveríamos esperar, querer e viver, porque é a paz que vem de Deus, (não é a paz dos homens, assente em tratados e concessões colectivas ou individuais), é a paz de Quem ama primeiro, porque “apenas” pode amar.

É esta Paz, que a todas e todos que por aqui passam, desejo queiramos viver neste Novo Ano que vai começar.

Marinha Grande, 30 de Dezembro de 2012

Joaquim Mexia Alves AQUI

INVOCAÇÃO PARA O DIA UM DE JANEIRO de António Mexia Alves

Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós pecadores!

Talvez a invocação mais a propósito para o dia de hoje, porque, podemos sempre acrescentar: rogai por nós os teus filhos em que o teu Divino Filho nos converteu agonizando na Cruz.

Esta filiação concreta, atribuída pelo próprio Salvador em hora tão decisiva para a salvação da humanidade é o maior bem que nós, homens, podemos invocar e orgulhar-nos.

Filhos!
Sim, filhos autênticos e de pleno direito porque se trata de herança recebida de Quem tinha autoridade para a conceder.

Santa Maria Mãe de Deus e nossa Mãe!

Que bem sabe esta invocação, que esperança, confiança e segurança traz consigo!

Sim, é verdade, somos pobres pecadores e arrastamo-nos, mais ou menos, neste “vale de lágrimas” que é a vida corrente, de todos os dias, mas cheios de esperança na vida terna que nos espera; plenos de confiança que, na “hora da nossa morte” Ela, a Senhora, estará ali para nos assistir e levar ao seio de Deus; seguros pela sua mão protectora não nos desviaremos do caminho que melhor nos convém para nos salvarmos que é, o que sobretudo, nos interessa.

Santa Maria Mãe de Deus!

Que não nos cansemos de te invocar, Senhora nossa, Rainha dos Anjos e dos Santos e, também do nosso coração de portugueses que tão aflito anda nestes dias de dificuldades e estranhas movimentações contra a Santa Igreja, o Papa, o Magistério, contra os princípios sagrados da dignidade da vida human, os sacramentos como o Matrimónio, instituído pelo Teu Filho e abenço ado em Caná da Galileia.

Santa Maria Mãe de Deus!

Como é doce pronunciar o teu nome, como nos enche de são orgulho podermos associar-nos ao próprio Salvador invocando-te, também, como nossa Mãe!

Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora!

Sim, agora que precisamos tanto que rogues a Deus por nós, que Lhe digas que, grande parte do mal que fazemos e do bem que deixamos de fazer é porque, como o teu Filho afirmou na Cruz onde, definitivamente, nos salvava, não sabemos o que fazemos ou desconhecemos o que convém que façamos.

Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, na hora da nossa morte!

Não nos deixes nessa hora decisiva em que tudo se joga e conclui.

Interessa-nos a salvação, convém-nos subir até onde estás com o Teu Filho, Deus Pai, Deus Espírito Santo, porque só desse modo alcançaremos a felicidade completa para a qual fomos criados.

Ámen!

António Mexia Alves

(Fonte: blogue NUNC COEPI em http://amexiaalves-nunccoepi.blogspot.com/)

São Josemaría sobre a Solenidade de hoje

Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus.
“Recorre constantemente à Virgem Santíssima, Mãe de Deus e Mãe da humanidade: e ela atrairá, com suavidade de Mãe, o amor de Deus às almas com quem tens intimidade, para que se decidam - no seu trabalho normal, na sua profissão – a serem testemunhas de Jesus Cristo”

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

S. Josemaría Escrivá sobre a Festividade de Santa Maria Mãe de Deus

“Maria quer certamente que a invoquemos, que nos aproximemos d’Ela com confiança, que apelemos para a sua maternidade,pedindo-lhe que se manifeste como nossa Mãe. Mas é uma Mãe que não se faz rogar, que se adianta, inclusivamente, às nossas súplicas, pois conhece as necessidades e vem prontamente em nossa ajuda, demonstrando com obras que se lembra constantemente dos seus filhos. Cada um de nós, evocando a sua própria vida e vendo como nela se manifesta a misericórdia de Deus, pode descobrir mil motivos para se sentir, de modo especial, filho de Maria”.

(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/1-1-5)

"Sancta Maria, mater Dei", KV 273 de Mozart

Santa Maria, Mãe de Deus

A contemplação do mistério do nascimento do Salvador tem levado o povo cristão não só a dirigir-se à Virgem Santa como a Mãe de Jesus, mas também a reconhecê-la como Mãe de Deus. Essa verdade foi aprofundada e compreendida como pertencendo ao património da fé da Igreja, já desde os primeiros séculos da era cristã, até ser solenemente proclamada pelo Concílio de Éfeso no ano 431. Na primeira comunidade cristã, enquanto cresce entre os discípulos a consciência de que Jesus é o Filho de Deus, resulta sempre mais claro que Maria é a Theotokos, a Mãe de Deus.

Trata-se de um título que não aparece explicitamente nos textos evangélicos, embora eles recordem "a Mãe de Jesus" e afirmem que Ele é Deus (Jo, 20, 28; cf. 5, 18; 10, 30.33). Em todo o caso, Maria é apresentada como Mãe do Emanuel, que significa Deus connosco (cf. Mt. 1, 22-23). Já no século III, como se deduz de um antigo testemunho escrito, os cristãos do Egipto dirigiam-se a Maria com esta oração: "Sob a vossa protecção procuramos refúgio, santa Mãe de Deus: não desprezeis as súplicas de nós, que estamos na prova, e livrai-nos de todo o perigo, ó Virgem gloriosa e bendita" (Da Liturgia das Horas). Neste antigo testemunho a expressão Theotokos, "Mãe de Deus", aparece pela primeira vez de forma explícita. Na mitologia pagã, acontecia com frequência que alguma deusa fosse apresentada como mãe de um deus. Zeus, por exemplo, deus supremo, tinha por mãe a deusa Reia. Esse contesto facilitou talvez, entre os cristãos, o uso do titulo "Theotokos", "Mãe de Deus", para a mãe de Jesus. Contudo, é preciso notar que este titulo não existia, mas foi criado pelos cristãos, para exprimir uma fé que não tinha nada a ver com a mitologia pagã, a fé na concepção virginal, no seio de Maria, d'Aquele que desde sempre era o Verbo eterno de Deus.

Mãe de Deus, Mãe do Príncipe da Paz

Beato João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005
Homilia de 01/01/02

«Salve Santa Mãe santa, que destes à luz o Rei do céu e da terra» (antífona de entrada). Hoje, oitavo dia depois do Natal e primeiro dia do ano, a Igreja dirige-se com esta antiga saudação à Santíssima Virgem Maria, invocando-a enquanto Mãe de Deus. O Filho eterno do Pai tomou n'Ela a nossa carne e tornou-se, através d'Ela «filho de David, filho de Abraão» (Mt 1, 1). Maria é, portanto, a verdadeira Mãe, a Theotokos, a Mãe de Deus! Se Jesus é a Vida, Maria é a Mãe da Vida. Se Jesus é a Esperança, Maria é a Mãe da Esperança. Se Jesus é a Paz, Maria é a Mãe da Paz, a Mãe do Príncipe da Paz. Entrando no novo ano, pedimos a esta Mãe santa que nos abençoe. Peçamos-lhe que nos dê Jesus, a nossa bênção completa, com a qual o Pai abençoou a história de uma vez por todas, fazendo com que se tornasse uma história de salvação. [...] O Menino nascido em Belém é a Palavra eterna do Pai feita carne para nossa Salvação: é «Deus connosco» que traz conSigo o segredo da verdadeira paz. Ele é o Príncipe da Paz (Is 7, 14; 9, 5). [...]

«Salve, Santa Mãe!» [...] O Menino que apertas contra o peito tem um nome querido aos povos da religião bíblica: «Jesus», que significa «Deus salva». Assim Lhe chamava o arcanjo, antes mesmo de que Ele fosse concebido no teu seio (Lc 2, 21). Na face do Messias recém-nascido reconhecemos a face de cada um dos teus filhos ultrajados e explorados. Reconhecemos em especial a face das crianças, seja qual for a sua raça, o país ou a cultura a que pertençam. Para elas, ó Maria, pelo futuro delas, te pedimos que enterneças os corações endurecidos pelo ódio, a fim de que se abram ao amor e de que a vingança ceda finalmente o lugar ao perdão. Ó Mãe, alcança-nos que a verdade desta afirmação – não há paz sem haver justiça e não há justiça sem haver perdão – se imprima no coração de todos. A família humana poderá assim reencontrar a paz verdadeira, que nasce do encontro entre a justiça e a misericórdia. Mãe santa, Mãe do Príncipe da Paz, ajuda-nos! Mãe da humanidade e Rainha da Paz, ora por nós!

Maria, Mãe de Deus, Mãe do Príncipe da Paz (Is 11, 5)

São Leão Magno (?-c. 461), papa e Doutor da Igreja
6º sermão para o Natal, 2, 3, 5 

A festa do Natal renova para nós os primeiros instantes da vida de Jesus, nascido da Virgem Maria. E acontece que, adorando o nascimento do nosso Salvador, celebramos a nossa própria origem. Com efeito, quando Cristo veio ao mundo, começou o povo cristão: o aniversário da cabeça é o aniversário do corpo.

Ora, que mais podemos encontrar nos tesouros da generosidade divina que seja tão adequado à dignidade da festa de Natal como esta paz proclamada pelo cântico dos anjos aquando do nascimento do Senhor (Lc 2, 14)? Pois é a paz que gera filhos de Deus, que favorece o amor, que produz a amizade, que é o repouso dos bem-aventurados, a morada da eternidade. A sua obra própria, o seu particular benefício, consiste em unir a Deus aqueles que separa deste mundo. [...] Assim, pois, aqueles que «não nasceram do sangue nem da vontade carnal, nem da vontade do homem, mas de Deus» (Jo 1, 13) devem oferecer ao Pai a vontade unânime dos filhos artesãos da paz. Todos aqueles que se tornaram membros de Cristo por adopção devem acorrer a venerar o primogénito da nova criação, Aquele que veio, não para fazer a Sua vontade, mas a Daquele que O enviou (Jo 6, 38). Os herdeiros adoptados pela graça do Pai não são herdeiros divididos nem separados; têm os mesmos sentimentos e o mesmo amor. Aqueles que foram recriados segundo a única Imagem (Heb 1, 3; Gn 1, 27) têm de ter uma alma que se assemelhe a Ele. O nascimento do Senhor Jesus é o nascimento da paz. Como diz São Paulo, «Ele [Cristo] é a nossa paz» (Ef 2, 14).

«De hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações»

Homilia proferida no Concílio de Éfeso, em 431 
Atribuída a São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo e doutor da Igreja


Nós te saudamos Maria, Mãe de Deus, tesouro escondido de todo o universo, astro sem declínio, coroa da virgindade, ceptro da fé ortodoxa, templo indestrutível, morada do incomensurável, Mãe e Virgem, por quem é chamado «bendito», nos santos evangelhos, «Aquele que vem em nome do Senhor» (Mt,9; Sl 117,26).


Saudamos-te, a ti que levaste no teu seio virginal Aquele que os céus não podem conter. Graças a ti, a Trindade é glorificada e adorada em toda a terra; graças a ti, o céu exulta, os anjos e os arcanjos se alegram, os demónios são afugentados, o tentador caiu do céu, os homens decaídos são elevados ao céu. Graças a ti, o mundo inteiro, cativo da idolatria, chegou ao conhecimento da verdade, o santo Batismo é dado, com o «óleo da alegria» (Sl 45,8), àqueles que acreditam, foram fundadas igrejas em todos o mundo, as nações pagãs foram levadas à conversão.

E que mais poderei dizer? Foi graças a ti que a luz do Filho único de Deus brilhou para «aqueles que viviam nas trevas e nas sombras da morte» (Lc 1,79; Is 42,7). [...] Quem poderá celebrar dignamente os louvores a Maria? Ela é ao mesmo tempo mãe e virgem. Que maravilha! Quem jamais vez ouviu dizer que o construtor pudesse ser impedido de morar no templo que ele mesmo construiu? Quem ousaria criticar Aquele que dá à Sua serva (cf. Lc 1,48) o título de mãe? Eis que assim o mundo inteiro se alegra. [...] Que nos seja permitido, isto é, à santa Igreja, venerar e honrar a Trindade indivisa cantando louvores a Maria sempre Virgem e ao seu Filho e seu Esposo imaculado.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

«Glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido»

Vinde, sábios, admiremos a Virgem Mãe, a filha de David, esta flor de beleza que deu à luz a maravilha. Admiremos a fonte donde brota o princípio, a embarcação completamente carregada de alegrias que nos traz a mensagem vinda do Pai. No seu seio puríssimo, recebeu e trouxe este grande Deus que governa a criação, este Deus por Quem a paz reina na terra e nos céus. Vinde, admiremos a Virgem puríssima, maravilhosa em si mesma, a única criatura que deu à luz sem ter conhecido homem. A sua alma estava cheia de assombro, e todos os dias glorificava a Deus na alegria, por estes dons que parecia não poderem unir-se: a sua integridade virginal e o seu Filho bem-amado. Sim, abençoado seja Quem dela nasceu! [...]

Ela tem-No dentro de si e canta os Seus louvores com suaves cânticos [...]: «O Teu lugar, meu Filho, é acima de todas as coisas; mas, porque assim o desejaste, vieste repousar em mim. Os céus são demasiado estreitos para a Tua majestade, e eu, que sou tão pequena, trago-Te dentro de mim! Que venha Ezequiel e Te veja no meu regaço; que ele se prostre e adore; que reconheça em Ti aquele que viu sentar-Se no carro dos querubins (Ez 1) e que me proclame bem-aventurada, graças a Quem trago dentro de mim! [...] Isaías, que proclamaste: «Eis, a Virgem concebeu e deu à luz um filho» (7,14), vem, contempla, congratula-te comigo. [...] Eis que dei à luz mantendo intacto o selo da minha virgindade. Contempla o Emanuel, que permaneceu escondido para ti. [...]

«Vinde a mim, vós, os sábios, chantres do Espírito, profetas que nas vossas visões tivestes a revelação das realidades escondidas, agricultores que, após terdes semeado, adormecestes na esperança. Levantai-vos, saltai de alegria vendo a colheita dos frutos. Eis nos meus braços a espiga de vida que dá pão aos que têm fome, que satisfaz os miseráveis. Congratulai-vos comigo: recebi uma braçada de alegrias!»

Santo Efraim (c. 306-373), diácono na Síria, doutor da Igreja
Hino 7 sobre a Virgem

Feliz Ano Novo, repleto de graças do Senhor!