Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 28 de março de 2012

2 a 4 Abril - Convívio Inter Clubes na Herdade do Mouchão - raparigas do 4º ao 7º ano (Nota 'Spe Deus': em Portugal moça diz-se rapariga não existindo qualquer conotação pejorativa)

No âmbito das suas actividades e aproveitando as férias da Páscoa, propomos às famílias um convívio de 3 dias na Herdade do Mouchão com as Associadas do Clube Monte Alegre (Almançor, Montemor O Novo).

Papa sublinha importância da liberdade religiosa para plena maturidade humana e desenvolvimento social

Umas trezentas mil pessoas terão participado na Missa celebrada pelo Papa, na manhã desta quarta-feira, na Praça da Revolução, no centro de Cuba. Na homilia, comentando as leituras da liturgia desta quarta-feira, Bento XVI evocou o episódio dos jovens lançados na fornalha ardente, porque se recusavam a renegar a sua fé: “os três jovens, perseguidos pelo soberano babilonense, antes preferem morrer queimados pelo fogo que trair a sua consciência e a sua fé. Eles encontraram a força de «louvar, glorificar e bendizer a Deus» na convicção de que o Senhor do universo e da história não os abandonaria à morte e ao nada. De facto, Deus nunca abandona os seus filhos, nunca os esquece."


Evocando depois o Evangelho do dia «Se vos mantiverdes no meu amor… conhecereis a verdade, e a verdade vos fará livres », Bento XVI sublinhou que todo o ser humano deseja a verdade. Procurá-la é exercitar a autêntica liberdade». Muitos preferem os atalhos, evitando essa tarefa. Outros não reconhecem a possibilidade de o homem atingir a verdade, ou negam mesmo que exista uma verdade para todos. Este cepticismo e relativismo suscitam um coração distante, vacilante, dobrado sobre si mesmo – advertiu o Papa, que aludiu ainda a uma outra posição – a dos que interpretam mal a busca da verdade, caindo na irracionalidade ou no fanatismo, atitudes que o discípulo de Jesus não pode adotar…
“quem age irracionalmente não pode chegar a ser discípulo de Jesus. Fé e razão são necessárias e complementares na busca da verdade. Deus criou o homem com uma vocação inata para a verdade e, por isso, dotou-o de razão. Certamente não é a irracionalidade que promove a fé cristã, mas a ânsia da verdade. Todo o ser humano deve perscrutar a verdade e optar por ela quando a encontra, mesmo correndo o risco de enfrentar sacrifícios.”


Aliás – acrescentou ainda o Papa - a verdade sobre o homem é um pressuposto imprescindível para alcançar a liberdade, porque é nela que descobrimos os fundamentos duma ética com que todos se podem confrontar, com formulações claras e precisas sobre a vida e a morte, os deveres e direitos, o matrimônio, a família e a sociedade, enfim sobre a dignidade inviolável do ser humano.

“É este patrimônio ético que pode aproximar todas as culturas, povos e religiões, as autoridades e os cidadãos, os cidadãos entre si, os crentes em Cristo com aqueles que não crêem n’Ele. Ao ressaltar os valores que sustentam a ética, o cristianismo não impõe mas propõe o convite de Cristo para conhecer a verdade que nos torna livres.” 


O fiel é chamado a dirigir este convite aos seus contemporâneos, como fez o Senhor, mesmo perante o sombrio presságio da rejeição e da Cruz. O encontro pessoal com Aquele que é a verdade em pessoa impele-nos a partilhar este tesouro com os outros, especialmente através do testemunho.


“Queridos amigos, não hesiteis em seguir Jesus Cristo. N’Ele encontramos a verdade sobre Deus e sobre o homem. Ajuda-nos a superar os nossos egoísmos, a sair das nossas ambições e a vencer o que nos oprime. Aquele que pratica o mal, aquele que comete pecado é escravo do pecado e nunca alcançará a liberdade (cf. Jo 8, 34). Somente renunciando ao ódio e ao nosso coração endurecido e cego é que seremos livres, e uma vida nova germinará em nós.


Para poder testemunhar e comunicar aos outros o que vive e acredita, Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida – sublinhou o Papa – a Igreja precisa de poder contar com a liberdade religiosa, que lhe permita proclamar e celebrar publicamente a própria fé…
“Há que reconhecer, com alegria, os passos que se têm realizado em Cuba para que a Igreja cumpra a sua irrenunciável missão de anunciar, publica e abertamente, a sua fé. Mas é preciso avançar ulteriormente. E desejo encorajar as instâncias governamentais da Nação a reforçarem aquilo que já foi alcançado e a prosseguirem por este caminho de genuíno serviço ao bem comum de toda a sociedade cubana.”


Quando a Igreja chama a atenção para o direito à liberdade religiosa, não está a reclamar nenhum privilégio – sublinhou o Papa, quase a concluir a sua homilia. “Pretende apenas ser fiel ao mandato do seu divino fundador, na certeza de que onde Cristo se torna presente, o homem cresce em humanidade e encontra a sua consistência”. É por isso que a Igreja procura dar o seu testemunho na pregação e no ensino, tanto na catequese como no âmbito escolar e universitário…


“É de esperar que também aqui, em breve, chegue o momento em que a Igreja possa levar aos campos do saber os benefícios da missão que o seu Senhor lhe confiou e que nunca pode descurar… … Cuba e o mundo precisam de mudanças, mas estas só poderão ter lugar se cada um estiver em condições de se interrogar sobre a verdade e decidir-se a tomar o caminho do amor, semeando reconciliação e fraternidade”.


Rádio Vaticano


Vídeo não legendado

Amar a Cristo...

Senhor, chamaste para junto de Ti alguém que me era caro ainda que por afinidade familiar, dou-Te graças por imediatamente após ter recebido a notícia me ter sentido impelido a rogar-Te por ela, boa mãe, avó e Tua filha.

Senhor Jesus, saber-Te sempre Aí pronto para nos atender é uma graça indescritível, quando for essa a Tua vontade, leva-me também a mim para poder louvar-Te e glorificar-Te com os Teus santos e os que com eles Te podem ver.

Glória a Vós, Jesus Cristo, Sabedoria do Pai!


JPR

Apresentação do livro «Orando em verso» (clique neste título para aceder)


Imitação de Cristo, 1, 18, 6



Ó tibieza e desleixo do nosso estado, que tão depressa declinamos do fervor primitivo, e já nos causa tédio o viver, por tanta negligência e frouxidão! Oxalá em ti não entorpeça de todo o desejo de progredir nas virtudes, já que tantos modelos viste de perfeição!

Frequenta o convívio do Espírito Santo

Frequenta o convívio do Espírito Santo – o Grande Desconhecido – que é Quem te há-de santificar. Não esqueças de que és templo de Deus. – O Paráclito está no centro da tua alma: ouve-O e segue docilmente as Suas inspirações. (São Josemaría Escrivá - Caminho, 57)


A força e o poder de Deus iluminam a face da Terra. O Espírito Santo continua a assistir à Igreja de Cristo, para que ela seja – sempre e em tudo – sinal erguido diante das nações, anunciando à Humanidade a benevolência e o amor de Deus. Por maiores que sejam as nossas limitações, nós, homens, podemos olhar com confiança para os Céus e sentir-nos cheios de alegria: Deus ama-nos e liberta-nos dos nossos pecados. A presença e a acção do Espírito Santo na Igreja são o penhor e a antecipação da felicidade eterna, dessa alegria e dessa paz que Deus nos prepara. (...).

Mas esta nossa fé no Espírito Santo deve ser plena e completa. Não é uma crença vaga na sua presença no mundo; é uma aceitação agradecida dos sinais e realidades a que quis vincular a sua força de um modo especial. Quando vier o Espírito de Verdade – anunciou Jesus – Ele Me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. O Espírito Santo é o Espírito enviado por Cristo, para operar em nós a santificação que Ele nos mereceu para nós na Terra.

É por isso que não pode haver fé no Espírito Santo, se não houver fé em Cristo, na doutrina de Cristo, nos sacramentos de Cristo, na Igreja de Cristo. Não é coerente com a fé cristã, não crê verdadeiramente no Espírito Santo, quem não ama a Igreja, quem não tem confiança nela, quem se compraz apenas em mostrar as deficiências e limitações dos que a representam, quem a julga por fora e é incapaz de se sentir seu filho. (São Josemaría Escrivá - Cristo que passa, 128 – 130)

Papa pede a Raul Castro feriado de Sexta-feira Santa

... destaque para a visita de cortesia ao Presidente Raúl Castro. O encontro durou cerca de 40 minutos, considerando que havia intérpretes. Pe. Lombardi ressaltou a importância do encontro pessoal – um momento cordial e sereno. Temas da conversa foram a situação do povo cubano e as expectativas da Igreja para continuar contribuindo para o crescimento da nação. 


Um pedido especial foi feito a Castro: a possibilidade do reconhecimento por parte do governo da Sexta-feira Santa como feriado – assim como, 14 anos atrás, João Paulo II fez o mesmo pedido em relação ao dia do Natal, e foi atendido.


Rádio Vaticano


Só vídeo

"Pode um católico crente candidatar-se a Presidente?" - Matthew Archbold (agradecimento 'É o Carteiro!')



Notícia de última hora! Rick Santorum é católico!
Não é isso -  é mesmo católico. O quê? Alguém sabia?

Veio à luz que Santorum, em várias entrevistas, disse que concorda com a Igreja e que a contracepção é "prejudicial para a mulher".

(Suspender aqui a respiração). De facto, essas declarações foram tão bloqueantes que tardou vários meses até que as pessoas se apercebessem de quanto as tinham ofendido.
Em Outubro, Santorum disse numa entrevista:

Uma das coisas de que eu vou falar e que nenhum Presidente
falou antes é que eu penso nos perigos da contracepção no
nosso país, da ideia libertina sexual. Muitos dos que têm fé
cristã disseram: "Tudo bem. Tudo bem com a contracepção"

Não, não está "tudo bem", porque é uma licença para fazer
coisas no âmbito sexual que vão contra aquilo que é suposto
as coisas serem.

Tal como Santorum tornou suficientemente claro na entrevista, ele não está a falar de ilegalizar os contraceptivos. Ele está a falar das suas convicções pessoais.

Jennifer Rubin, do Washington Post classificou estas declarações como "estafadas" e diz que vão aniquilar as hipóteses eleitorais de Santorum.

Matt Lewis do The Daily Caller escreveu que Santorum pode acreditar no que ele bem quiser, mas se ele quiser ganhar ele não pode falar de contracepção.

Pelos vistos, Santorum acha que é quase desonroso esquivar
as perguntas sobre os valores essenciais. A sua candidatura
não está lá apenas para ganhar, mas está para enviar uma
mensagem à América. Ele agora tem um palco e microfones
– um poder grande, com uma responsabilidade grande – e não
seria melhor que ele prescindisse desta ocasião para dar lições...
ou fazer proselitismo?

Em suma: ok, ele pode ser um candidato presidencial católico, desde que não fale disso.

Lewis pode ter razão de que pode não ser esperteza política, mas penso que uma das razões pelas quais Santorum está a subir está em que ele é aquilo que diz que é. Santorum não é um candidato tipo cassete ou teleponto. Ele é o oposto de Obama.

Mas deixemos de lado por uns momentos a questão da táctica política.

Vale a pena falar sobre a posição de Santorum. Há um conjunto de temas que os candidatos têm realmente referido como o desinteresse paternal, o aborto, a subida em flecha das doenças de transmissão sexual nas raparigas, tudo assuntos levados a debate.

Mas eu gostaria de saber como é possível falar seriamente desses assuntos sem debater a mentalidade contraceptiva? Evitar debater como a mentalidade contraceptiva contribui para esses três grandes problemas é não querer ser sério a debater os temas.

Matt Lewis diz simplesmente que os americanos não querem que os políticos falem da contracepção. Como assim? Os Democratas estão sempre a falar disso.

Na cartilha democrata parece que não há outra solução para os males que a América hoje enfrenta. Aquecimento global? – contracepção.
Pobreza? – contracepção. Aborto? – contracepção. Dívida? – contracepção.

O que acontece é que não nos deixam debater as consequências negativas de uma elevada percentagem da população feminina a ingerir substâncias cancerígenas e a sentir-se capaz de descer ao leito com homens em quem não confia ou que não ama.

Santorum disse que ele pensa que o controlo da natalidade é prejudicial para as mulheres. Repare-se que ninguém pegou no tema em si mesmo. Querem-no silenciado. Está fora do jogo. É anti-mulher.

É uma controvérsia induzida que concretiza o roteiro por onde os opositores de Santorum tentam neutralizar a sua candidatura.

Ao dizer, como fez Jennifer Rubin, que a declaração de Santorum "mina a elegibilidade de Santorum" está a dizer-se que ser católico crente é desqualificar-se para qualquer serviço público.

Talvez tenha razão. Talvez seja, actualmente, um "desqualificador".
Talvez hoje seja ainda preciso ser um católico tipo Sebelius ou tipo Pelosi [católicos assumidos assumindo opções contrárias ao pensamento da Igreja Católica] para conseguir ter êxito.

Mas então, não será esse outro debate que vale a pena fazer?
Ou será que também esse debate não está autorizado?

É de Deus que nos vem a força


De Deus «vem-nos a coragem que não nos deixa intimidar pelos mexericos das opiniões dominantes» Cristo conduz-nos «para a bondade que não se deixa desfalecer, nem mesmo pela ingratidão».

Jesus «incentiva-nos e sustem-nos. Faz parte da difícil caminhanhada em Cristo que nos deixemos agarrar à Sua corda, que aceitemos não poder fazer por nós próprios. Este acto de humildade, o entrar no nós da Igreja, agarrarmo-nos à corda na responsabilidade da comunhão, o não partir a corda com a teimosia e a arrogância».


[Bento XVI no Domingo de Ramos de 2010 (tradução do italiano a partir da edição online do ‘Corriere della Sera’ e título da reponsabilidade de JPR)]

Josemaría Escrivá, Sacerdote de Jesus Cristo – 87º aniversário da sua ordenação Sacerdotal

Na quinta semana da Quaresma, sábado ante Dominicam Passionis, 28 de março de 1925, D. Miguel de los Santos Díaz Gómara, bispo de Tagora, conferiu a ordenação sacerdotal a Josemaría Escrivá, na igreja do Seminário Real de São Carlos. Com S. Josemaría, ordenaram-se mais nove diáconos do seu seminário: Clemente Cubero Berné, Gerásimo FIllat Bistuer e Manuel Yagues Flor; e do Seminário Conciliar ordenaram-se: Julián Lou, Francisco Muñoz Secanella y Pascual Pellejero.

A ordenação, celebrada com a solenidade habitual destes actos terá sido ser longa e muito concorrida. O ordenando seguiu com os cinco sentidos as cerimónias litúrgicas: a unção das mãos, a traditio instrumentorum, as palavras da consagração… Emocionado e confuso diante da bondade do Senhor, não deu importância às dificuldades passadas desde o dia do seu chamamento, agradecendo como um terno apaixonado. Em certa ocasião, perguntaram-lhe sobre as suas recordações daquele dia. Ele respondeu a essa pessoa: “Olha, meu filho: não me lembro de nenhuma coisa que vos possa contar agora. Mas faltaria à verdade se não dissesse que recordo muito aqueles momentos; penso que tudo”.

Foram ordenados 14 subdiáconos, 4 diáconos e 10 presbíteros que estariam acompanhados de familiares, e dos seminaristas de Saragoça. No meio dessa numerosa assistência, encontrava-se a mãe de Josemaría, Dona Dolores Albás, e os seus dois filhos, Cármen e Santiago; segundo parece, não teria assistido nenhum outro parente próximo.

No dia seguinte, despediu-se do seminário onde tinha passado quase cinco anos de intensa actividade e amadurecimento interior. Depois de celebrar a sua Primeira Missa na Capela de Nossa Senhora do Pilar no dia 30 de Março, no dia 31, deu início ao seu primeiro encargo pastoral, como Vigário Auxiliar da paróquia de Perdiguera.

Mudança de planos

Como é sabido, não eram esses os projectos iniciais de Josemaría, que queria ser arquitecto. Um colega seu de Logronho, Agustín Pérez Tomás, recorda que um colega uma vez disse a Josemaría que podia ser sacerdote e que ele respondeu convencido: - O quê, palermices…

Nunca pensou que o sacerdócio fosse para ele. Mas soube mudar de planos, diante das sugestões que Deus lhe fazia. Quando se decidiu a empreender esse caminho, falou com os pais, que lhe deram os conselhos próprios de uma família profundamente cristã. E em Outubro de 1918 começou a estudar no seminário de Logronho, como aluno externo.

Muitas vezes insistiu nesta ideia: “Nunca pensei em dedicar-me a Deus. O problema não se me tinha apresentado, porque pensava que não era para mim. Mas o Senhor ia preparando as coisas, ia dando-me uma graça a seguir à outra, passando por alto os meus defeitos, os meus erros de criança e os meus erros de adolescente…”.

Um dia de forte nevada, em pleno Inverno de Logronho, Josemaría – ainda adolescente – viu as pegadas de uns pés descalços de um Carmelita sobre a neve. Estas pegadas comoveram o seu coração, que se acendeu em desejos de um amor grande. Diante do sacrifício, por amor de Deus, daquele frade, Josemaría perguntava a si próprio o que podia ele fazer por Deus.

Porque me fiz sacerdote?

Dava-se conta de que o Senhor queria algo dele, mas não sabia o que era. Naqueles dias de Inverno, nos primeiros meses de 1918, foi falar em várias ocasiões com o Pe. José Miguel, um dos frades que vivia ao lado do Convento das Carmelitas descalças, e atendia a sua igreja. Depois, pensou em ser sacerdote. “Porque me fiz sacerdote? - perguntar-se-ia mais tarde – “porque acreditei que assim seria mais fácil cumprir a vontade de Deus, que não conhecia. Havia uns oito anos antes da minha ordenação em que a sentia, mas não sabia o que era, e não o soube até 1928. Por isso me fiz sacerdote”. 

Em Setembro de 1920 mudou-se para Saragoça, onde, poucos meses antes da sua ordenação sacerdotal, se lhe deparou uma nova adversidade familiar: a morte do pai. Sonhando com o sacerdócio, tornavam-se longos os dias. Tinha apenas vinte e três anos, pelo que teve de solicitar dispensa pontifícia por não ter ainda a idade canónica. A 20 de Fevereiro de 1925, chegou de Roma a resposta positiva; e no dia 4 de Março apresentou ao Vigário Capitular, um pedido em que expunha: Que, desejando receber a Sagrada Ordem do Presbiterado, nas próximas Têmporas da quinta semana da Quaresma, por se sentir chamado por Deus ao estado sacerdotal, suplica a V. S. Il.ma se digne conceder-lhe as oportunas letras dimissórias, após os requisitos exigidos pelos Sagrados cânones.

Finalmente, no Sábado de Têmporas, dia 28 de Março de 1925, celebrou-se a cerimónia da ordenação sacerdotal, na igreja de S. Carlos, tendo-lhe conferido o presbiterado D. Miguel de los Santos Díaz Gómara.

Missa nova

Fez os preparativos para a sua primeira Missa. Não era solene; seria uma Missa rezada, na Segunda-feira da Semana da Paixão, com paramentos roxos e oferecida em sufrágio pela alma de seu pai. O recém-ordenado convidou muito poucas pessoas, por estar de luto. A festa seria celebrada na intimidade. Os convites eram umas estampas de Nossa Senhora, com o seguinte texto nas costas: “O Presbítero José María Escrivá y Albás celebrará a sua Missa Nova na Santa e Angélica Capela do Pilar de Saragoça, no dia 30 de Março de 1925, às dez e meia da manhã, em sufrágio pela alma de seu pai, José Escrivá Corzán, que adormeceu no Senhor no dia 27 de Novembro de 1924. A.M.D.G. Convite e memória.”

Não lhe tinha sido fácil conseguir que lhe cedessem a Capela; mas o seu vivo desejo era celebrar ali, no lugar que visitava diariamente e onde clamava o seu Domina, ut sit! . De resto, a Missa foi mais dolorosa do que o celebrante podia prever, embora escondesse a memória e as circunstâncias do acto numa frase muito simples: na Santa capela diante de umas quantas pessoas, celebrei sem ruído a minha Missa Nova. O seu irmão Santiago, que contava seis anos de idade, recorda a simplicidade da cerimónia e a escassa companhia: “Foi Missa rezada, à qual assistimos a minha mãe, a minha irmã Cármen, eu e algumas pessoas”. A sua prima, Sixta Cermeño, faz um relato mais explícito: “O meu marido e eu fomos os únicos da família Albás que, acompanhámos a sua mãe, assistimos àquela Missa Nova […]. Estávamos a mãe de Josemaría – a tia Lola -, a sua irmã, o irmão – que teria então uns seis anos -, nós – o meu marido e eu -, duas vizinhas de Barbastro que se chamam Cortés e eram íntimas amigas da sua irmã Cármen – deviam ter a mesma idade que ela – e mais alguém que eu não conhecia: julgo lembrar-me de dois ou três sacerdotes e era possível que estivessem também alguns amigos da Universidade ou do Seminário. É difícil dizer, porque é sabido que a Capela do Pilar está sempre cheia de gente”. 

O Reitor, o Pe. José López Sierra, acrescenta que foram padrinhos de altar dois sacerdotes amigos da família e descreve pateticamente a cena na Santa Capela: a mãe estava “lavada em lágrimas, de tal maneira que às vezes parecia desmaiar”, enquanto nós, de joelhos “sem pestanejar sequer, imóveis durante toda a Missa, contemplávamos os gestos sagrados daquele anjo na terra”. 

A emoção de Dona Dolores, que nessa manhã se tinha levantado doente, avivava-se com a consideração dos muitos sacrifícios que ela e o seu marido tinham feito para ver a cerimónia a que assistia. Este pensamento deve ter passado pela mente da sobrinha, Sixta Cermeño, ali presente, quando diz recordar que, “a par da intimidade do momento, havia uma nota de tristeza” e que a mãe chorava, “possivelmente porque se lembrava da recente perda do marido”. 

Acabada a Missa, houve um beija-mãos, os parabéns do costume na sacristia, e a despedida do pequeno grupo de assistentes. Josemaría guardou daquela Missa nova um sabor de sacrifício. Imaginava-a como uma imagem de dor, com a mãe vestida de luto.

Identificado pessoal e definitivamente com Cristo

Ao celebrar a Santa Missa o sacerdote exerce sobre o altar o seu ministério litúrgico do modo mais excelso. Ali se imola a mesma Vítima que se ofereceu na Cruz para redimir toda a humanidade. Josemaría, identificado pessoal e definitivamente com Cristo, em virtude do sacramento da Ordem, fez do Sacrifício Eucarístico o centro da sua vida interior. 

Os sobrinhos de Dona Dolores, as duas amigas de Cármen, vindas de Barbastro, e uma ou outra pessoa de confiança tinham sido convidados para almoçar no andar da Rua de Rufas. A modesta recepção combinava a pobreza e o bom gosto. A dona da casa tinha preparado um excelente prato de arroz.

No final da refeição, o sacerdote foi para o seu quarto. Acabavam de lhe comunicar a primeira nomeação da sua carreira eclesiástica. Reviu os acontecimentos dos últimos meses e os golpes recentes. Tinha razões para pensar que o Senhor mantinha o conhecido martelar: uma no cravo e cem na ferradura. Desconsolado, a soluçar, protestava filialmente com o Senhor: Como me tratas! Como me tratas! 

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Fontes:
- Ramón Herrando Prat de la Riba, Los años de seminario de Josemaría Escrivá en Zaragoza (1920-1925), Rialp 2002
- Salvador Bernal, Apontamentos sobre a vida do Fundador del Opus Dei (Trad. port.), Lisboa, 1978.
- Andrés Vázquez de Prada, Josemaría Escrivá (I): Senhor, que eu veja! Lisboa, 2002.

Dever de apostolado



«Ensinar alguém, para o trazer à fé, [...] é dever de todo o pregador e, mesmo, de todo o crente»

(Summa theologiae, 3 q. 71, a. 4, ad 3 - São Tomás de Aquino)

Prece - Fernando Pessoa por Miguel Guilherme


Pessoa Pessoas - Miguel Guilherme from Elvis Veiguinha on Vimeo.

«Conhecereis a verdade»

Catecismo da Igreja Católica §§ 214-219 

Deus, «Aquele que É», revelou-Se a Israel como Aquele que é «cheio de misericórdia e fidelidade» (Ex 34, 6). Estas duas palavras exprimem, de modo sintético, as riquezas do nome divino. Em todas as Suas obras, Deus mostra a sua benevolência, a Sua bondade, a Sua graça, o Seu amor; mas também a Sua credibilidade, a Sua constância, a Sua fidelidade, a Sua verdade. [...]

Deus é a verdade. «A verdade é princípio da Vossa palavra, é eterna toda a sentença da Vossa justiça» (Sl 119, 160). «Decerto, Senhor Deus, Vós é que sois Deus e dizeis palavras de verdade» (2 Sm 7, 28); é por isso que as promessas de Deus se cumprem sempre. Deus é a própria verdade; as Suas palavras não podem enganar. É por isso que nos podemos entregar com toda a confiança e em todas as coisas à verdade e à fidelidade da Sua palavra. O princípio do pecado e da queda do homem foi uma mentira do tentador, que o levou a duvidar da palavra de Deus, da Sua benevolência e da Sua fidelidade (Gn 3, 1).

A verdade de Deus é a Sua sabedoria, que comanda toda a ordem da criação e o governo do mundo. Só Deus – que, sozinho, criou o céu e a terra – pode dar o conhecimento verdadeiro de todas as coisas, criadas na sua relação com Ele. Deus é igualmente verdadeiro quando Se revela: todo o ensinamento que vem de Deus é «doutrina de verdade» (Ml 2, 6). Quando Ele enviar o Seu Filho ao mundo, será «para dar testemunho da verdade» (Jo 18, 37): «Sabemos [...] que veio o Filho de Deus e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro» (1 Jo 5, 20).

Deus é amor. [...] O amor de Deus para com Israel é comparado ao amor dum pai para com o seu filho (Os 11, 1). Este amor é mais forte que o de uma mãe para com os seus filhos (Is 49, 14-15). Deus ama o Seu povo, mais que um esposo a sua bem-amada (Is 62, 4-5); este amor vencerá mesmo as piores infidelidades; e chegará ao mais precioso de todos os dons: «Deus amou de tal maneira o mundo, que lhe entregou o Seu Filho Único» (Jo 3, 16).

Fazer as obras de Abraão

São Cesário de Arles (470-543), monge e bispo 
Homilia 83


Em Mambré, três homens aproximam-se de Abraão e colocam-se de pé junto dele (Gn 18). Imaginai a cena: estes homens apresentam-se acima dele, não à face dele. Abraão submeteu-se à vontade de Deus, o que fica expresso pelo facto de Deus Se apresentar num nível superior ao dele. Portanto, Eles não se apresentam [...] diante dele para o humilhar, mas acima dele, para o proteger. Abraão acolhe os três homens e serve-lhes três medidas de pão. Que explicação dar a isto, meus irmãos, se não a de que ele reconhece o mistério da Trindade? Também lhes leva um vitelo que não é duro, mas «dos mais tenros e gordos». Para ser assim tão bom, assim tão tenro, não pode senão tratar-se d'Aquele que Se humilhou por nós até à morte, Cristo. É mesmo Ele, o vitelo gordo que o Pai imola para celebrar o regresso do filho pródigo arrependido (cf. Lc 15,23): «Porque, tanto amou Deus o mundo que lhe deu o Seu Filho Unigénito» (Jo 3,16).


Abraão vai, portanto, ao encontro dos três homens, mas Aquele que ele adora é único. [...] Como já disse, aqui discernimos o mistério da Trindade; se ele se prostrou em adoração, como se, diante dele, estivesse apenas uma pessoa, foi porque sabia que Deus é único em três pessoas. Dirige-se apenas a uma pessoa, ao dizer: «Peço-te que não passes adiante, sem parar em casa do Teu servo» (v. 3); mas acrescenta, deixando que se pense que se dirige a várias pessoas: «Permite que se traga um pouco de água para Vos lavar os pés» (v. 4).


Que o bem-aventurado Abraão vos sirva de exemplo, irmãos, para receberdes os vossos hóspedes com amabilidade, e lhes lavardes os pés com humildade e respeito. [...] Não negligencieis este propósito, irmãos, vós que não quereis mostrar-vos hospitaleiros, vós que recebeis o vosso hóspede como a um inimigo. De facto, devido à sua hospitalidade, o bem-aventurado Abraão mereceu receber Deus em pessoa, recebendo estes três homens. Cristo também confirma este propósito, dizendo no Evangelho: «Era peregrino e vós Me recolhestes» (Mt 25,35). Não negligencieis, pois, os viajantes, não seja que vos recuseis a receber o próprio Deus.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 28 de Março de 2012

Jesus disse então aos judeus que creram n'Ele: «Se vós permanecerdes na Minha palavra sereis verdadeiramente Meus discípulos,  conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres». Eles responderam-Lhe: «Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravosde ninguém; como dizes Tu: Sereis livres?». Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. Ora o escravo não fica para sempre na casa, mas o filho é que fica nela para sempre. Por isso, se o Filho vos livrar, sereis verdadeiramente livres. Bem sei que sois descendentes de Abraão, mas procurais matar-Me porque a Minha palavra não penetra em vós. Eu digo o que vi em Meu Pai; e vós fazeis o que ouvistes do vosso pai». Eles replicaram: «O nosso pai é Abraão». Jesus disse-lhes: «Se sois filhos de Abraão, fazei as obras de Abraão. Mas agora procurais matar-Me, a Mim, que vos disse a verdade que ouvi de Deus. Abraão nunca fez isto. Vós fazeis as obras do vosso pai». Eles disseram-Lhe: «Nós não somos filhos da prostituição, temos um pai que é Deus». Jesus disse-lhes: «Se Deus fosse vosso pai, certamente Me amaríeis porque Eu saí e vim de Deus. Não vim de Mim mesmo, mas foi Ele que Me enviou.

Jo 8, 31-42