Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 1 de janeiro de 2012

Ano novo, luta nova

«… o tempo é um tesouro que passa, que nos foge, que passa pelas nossas mãos como a água pelas fragas altas. Ontem passou e hoje está a passar. Amanhã será em breve outro ontem. A duração de uma vida é muito curta. Mas quanto se pode realizar neste pequeno espaço, por amor de Deus! »

(São Josemaría Escrivá anota em 31.XII.1971)

«Este é o nosso destino na terra: lutar por amor até ao último instante. Deo gratias!»

(São Josemaría Escrivá em 01.I.1972 numa tertúlia no Colégio Romano citando uma anotação escrita na véspera)

MATER DEI de Lorenz Maierhofer

“Mãe de Deus e nossa Mãe”

Que humildade, a de minha Mãe Santa Maria! – Não a vereis entre as palmas de Jerusalém, nem – afora as primícias de Caná – na altura dos grandes milagres. – Mas não foge do desprezo do Gólgota; lá está, "iuxta crucem Iesu" – junto da cruz de Jesus, sua Mãe. (Caminho, 507)

Sempre foi esta a doutrina certa da fé. Contra os que a negaram, o Concílio de Éfeso proclamou que se alguém não confessa que o Emanuel é verdadeiramente Deus e que, por isso, a Santíssima Virgem é Mãe de Deus, visto que gerou segundo a carne o Verbo de Deus encarnado, seja anátema. (...).

A Trindade Santíssima, ao escolher Maria para Mãe de Cristo, homem como nós, pôs cada um de nós sob o seu manto maternal. É Mãe de Deus e nossa Mãe.

A Maternidade divina de Maria é a raiz de todas as perfeições e privilégios que a adornam. Por esse título, foi concebida imaculada e está cheia de graça, é sempre virgem, subiu ao céu em corpo e alma, foi coroada Rainha de toda a criação, acima dos anjos e dos santos. Mais que Ela, só Deus. A Santíssima Virgem, por ser Mãe de Deus, possui uma dignidade, de certo modo infinita, do bem infinito que é Deus. Não há perigo de exageros. Nunca aprofundaremos bastante este mistério inefável; nunca poderemos agradecer suficientemente à Nossa Mãe a Familiaridade que nos deu com a Santíssima Trindade.

Éramos pecadores e inimigos de Deus. A Redenção não só nos livra do pecado e reconcilia com o Senhor; mas converte-nos em filhos, entrega-nos uma Mãe, a mesma que gerou o verbo, segundo a Humanidade. Pode haver maior prodigalidade, maior excesso de amor? (Amigos de Deus, 275–276)

São Josemaría Escrivá

Deus contrapõe-se a qualquer violência - Oração de Bento XVI pelas vítimas dos massacres de Natal, pela reconciliação e pela paz universal

"Sejam detidas as mãos dos violentos", que semeiam a morte e "o Senhor socorra a humanidade ferida por tantos conflitos que ainda hoje ensanguentam o Planeta". Face a mais um Natal de sangue, que se materializou este ano com particular ferocidade sobretudo na Nigéria, Bento XVI pediu aos fiéis reunidos na segunda-feira, 26 de Dezembro na Praça de São Pedro para a recitação do Angelus, para rezar ainda "mais intensamente" para que no mundo possam por fim reinar "a justiça e a paz".


Também na homilia da noite de Natal o Papa tinha manifestado a sua preocupação face aos horrores e às contradições do mundo, hoje semelhantes às que, na "época pré-cristã" faziam com que os homens temessem que "Deus não fosse totalmente bom, mas pudesse ser também cruel e arbitrário". Preocupações que diminuíram naqueles anos distantes pela "epifania", ou seja, "pela grande luz que nos apareceu: Deus é bondade pura". Ainda hoje, ressaltou o Papa, pessoas "que já não conseguem reconhecer Deus na fé, se interrogam se a última potência que funda e ampara o mundo é verdadeiramente boa, ou se o mal não é tanto poderoso e originário quanto o bem". Com o Natal é-nos dada a certeza "sempre nova e confortadora", quando "aparecem a bondade de Deus... e o seu amor pelos homens". Invocando este amor por todas as populações que ainda hoje sofrem por causa da "supremacia do perseguidor" Bento XVI, na mensagem urbi et orbi, retomou a sua oração ao Salvador para suplicar com "confiança e esperança: Veni ad salvandum nos!".


(© L'Osservatore Romano - 31 de Dezembro de 2011)

O Angelus do dia 1 de Janeiro de 2012 (versão original e integral)

O Evangelho de Cristo é também o Evangelho da justiça e da paz



Assumir a responsabilidade de educar os jovens significa encarar o futuro com esperança. Um empenho que constitui um verdadeiro desafio e inclui naturalmente formar na justiça e na paz. Na homilia da Missa deste primeiro de Janeiro, na basílica de São Pedro, Bento XVI ilustrou brevemente o tema deste quadragésimo quinto Dia Mundial da Paz – “Educar os jovens na justiça e na paz”.


O Santo Padre comentou antes de mais as leituras da Missa, a começar pela primeira, com a antiga bênção sacerdotal, que invoca a luz do rosto de Deus resplandecendo sobre os fiéis, com o dom da paz. De acordo com esta fórmula de bênção – observou – “para ser abençoado, é preciso estar na presença de Deus… permanecer no cone de luz que parte do seu Rosto, no espaço iluminado pelo seu olhar, que difunde graça e paz”.


Mas é precisamente do Menino, Jesus, que contemplamos neste dia ao colo de sua Mãe santíssima, que irradia a luz da bênção divina. É dele que vem a bênção: do seu nome (Jesus, que significa “Deus salva”) e do seu rosto humano. A primeira a ser cumulada desta bênção foi Maria, escolhida por Deus para ser a Mãe do Seu Filho feito homem. Maria é, como diz Isabel na sua saudação, “bendita entre as mulheres”.


“O mistério da sua divina maternidade, que hoje celebramos, contém em medida superabundante aquele dom de graça que comporta toda e qualquer maternidade. A fecundidade do ventre sempre foi associada à bênção de Deus… Maria é mãe e modelo da Igreja, que acolhe na fé a Palavra divina e se oferece a Deus como terra boa na qual Ele pode continuar o seu mistério de salvação”.


Como Maria (prosseguiu o Papa), a Igreja é mediadora da bênção de Deus para o mundo: recebe-a acolhendo Jesus e transmite-a levando Jesus. É Ele a misericórdia e a paz que o mundo por si não pode assegurar-se e de que tem necessidade como pão e mais ainda.


“Caros amigos, a paz, no seu sentido mais pleno e mais elevado, é a soma e a síntese de todas as bênçãos. Quando duas pessoas amigas se encontram, cumprimentam-se desejando-se mutuamente a paz. Também a Igreja, no primeiro dia do ano, invoca de modo especial este dom supremo, e fá-lo, como a Virgem Maria, mostrando a todos Jesus”.


Foi neste contexto, que Bento XVI referiu, na parte final da homilia, o tema deste Dia mundial da paz 2012: “Educar os jovens para a justiça e para a paz é tarefa de todas as gerações e, graças a Deus, a família humana, depois das tragédias das duas grandes guerras mundiais, tem mostrado ter cada vez mais consciência disto mesmo… Para a Comunidade eclesial educar para a paz enquadra-se na missão recebida de Cristo, faz parte integrante da evangelização, porque o Evangelho de Cristo é também o Evangelho da justiça e da paz”.


Bento XVI referiu que “a Igreja nos últimos tempos se tem feito intérprete de uma exigência que envolve todas as consciências mais sensíveis e responsáveis pela sorte da humanidade: a exigência de responder a um desafio decisivo que é precisamente o desafio educativo”.


“perante as sombras que hoje em dia pesam sobre o horizonte do mundo, assumir a responsabilidade de educar os jovens para o conhecimento da verdade, para os valores fundamentais da existência, para as virtudes intelectuais, teologais e morais, significa encarar o futuro com esperança. E neste empenho por uma educação integral, entra também a formação na justiça e na paz”.


Os jovens de hoje crescem num mundo que se tornou, por assim dizer, mais pequeno, onde são constantes os contactos entre as diferentes culturas e gerações. “Hoje mais do que nunca (insistiu o Papa), é indispensável aprender o valor e o método da convivência pacífica, do respeito recíproco, do diálogo e da compreensão”.


“Trata-se essencialmente de ajudar as crianças, os adolescentes, a desenvolver uma personalidade que aliar um profundo sentido da justiça ao respeito do outro, à capacidade de enfrentar os conflitos sem prepotência, com a força interior de testemunhar o bem mesmo quando custa sacrifício, com o perdão e a reconciliação. Poderão assim tornar-se homens e mulheres verdadeiramente pacíficos e construtores de paz”.


Rádio Vaticano

Bom Domingo do Senhor!

Saibamos também nós fazer como os pastores conforme nos narra São Lucas no Evangelho de hoje (Lc 2, 16-21) e glorifiquemos e louvemos a Deus por todo o ano que hoje se inicia.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio agora e sempre. Ámen.

Senhor contamos contigo neste novo ano!

“De facto, Maria é verdadeira Mãe de Deus ...

... precisamente em virtude da sua total relação a Cristo. Portanto, glorificando o Filho, honra-se a Mãe e honrando a Mãe glorifica-se o Filho. O título de Mãe de Deus, que hoje a liturgia põe em relevo, sublinha a missão única da Virgem Santa na história da salvação: missão que está na base do culto e da devoção que o povo cristão lhe reserva”.


(Bento XVI - Homilia da Santa Missa do Dia Mundial da Paz de 2011)

S. Josemaría sobre esta data:



Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus.
“Recorre constantemente à Virgem Santíssima, Mãe de Deus e Mãe da humanidade: e ela atrairá, com suavidade de Mãe, o amor de Deus às almas com quem tens intimidade, para que se decidam - no seu trabalho normal, na sua profissão – a serem testemunhas de Jesus Cristo”

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

S. Josemaría Escrivá sobre a Festividade de Santa Maria Mãe de Deus

“Maria quer certamente que a invoquemos, que nos aproximemos d’Ela com confiança, que apelemos para a sua maternidade,pedindo-lhe que se manifeste como nossa Mãe. Mas é uma Mãe que não se faz rogar, que se adianta, inclusivamente, às nossas súplicas, pois conhece as necessidades e vem prontamente em nossa ajuda, demonstrando com obras que se lembra constantemente dos seus filhos. Cada um de nós, evocando a sua própria vida e vendo como nela se manifesta a misericórdia de Deus, pode descobrir mil motivos para se sentir, de modo especial, filho de Maria”.

(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/1-1-5)

Mãe de Deus, Mãe do Príncipe da Paz

«Salve Santa Mãe santa, que destes à luz o Rei do céu e da terra» (antífona de entrada). Hoje, oitavo dia depois do Natal e primeiro dia do ano, a Igreja dirige-se com esta antiga saudação à Santíssima Virgem Maria, invocando-a enquanto Mãe de Deus. O Filho eterno do Pai tomou n'Ela a nossa carne e tornou-se, através d'Ela «filho de David, filho de Abraão» (Mt 1, 1). Maria é, portanto, a verdadeira Mãe, a Theotokos, a Mãe de Deus! Se Jesus é a Vida, Maria é a Mãe da Vida. Se Jesus é a Esperança, Maria é a Mãe da Esperança. Se Jesus é a Paz, Maria é a Mãe da Paz, a Mãe do Príncipe da Paz. Entrando no novo ano, pedimos a esta Mãe santa que nos abençoe. Peçamos-lhe que nos dê Jesus, a nossa bênção completa, com a qual o Pai abençoou a história de uma vez por todas, fazendo com que se tornasse uma história de salvação. [...] O Menino nascido em Belém é a Palavra eterna do Pai feita carne para nossa Salvação: é «Deus connosco» que traz conSigo o segredo da verdadeira paz. Ele é o Príncipe da Paz (Is 7, 14; 9, 5). [...]

«Salve, Santa Mãe!» [...] O Menino que apertas contra o peito tem um nome querido aos povos da religião bíblica: «Jesus», que significa «Deus salva». Assim Lhe chamava o arcanjo, antes mesmo de que Ele fosse concebido no teu seio (Lc 2, 21). Na face do Messias recém-nascido reconhecemos a face de cada um dos teus filhos ultrajados e explorados. Reconhecemos em especial a face das crianças, seja qual for a sua raça, o país ou a cultura a que pertençam. Para elas, ó Maria, pelo futuro delas, te pedimos que enterneças os corações endurecidos pelo ódio, a fim de que se abram ao amor e de que a vingança ceda finalmente o lugar ao perdão. Ó Mãe, alcança-nos que a verdade desta afirmação – não há paz sem haver justiça e não há justiça sem haver perdão – se imprima no coração de todos. A família humana poderá assim reencontrar a paz verdadeira, que nasce do encontro entre a justiça e a misericórdia. Mãe santa, Mãe do Príncipe da Paz, ajuda-nos! Mãe da humanidade e Rainha da Paz, ora por nós!



João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005
Homilia de 01/01/02

INVOCAÇÃO PARA O DIA UM DE JANEIRO de António Mexia Alves

Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós pecadores!


Talvez a invocação mais a propósito para o dia de hoje, porque, podemos sempre acrescentar: rogai por nós os teus filhos em que o teu Divino Filho nos converteu agonizando na Cruz.


Esta filiação concreta, atribuída pelo próprio Salvador em hora tão decisiva para a salvação da humanidade é o maior bem que nós, homens, podemos invocar e orgulhar-nos.


Filhos!
Sim, filhos autênticos e de pleno direito porque se trata de herança recebida de Quem tinha autoridade para a conceder.


Maria, Mãe de Deus, Mãe do Príncipe da Paz (Is 11, 5)

A festa do Natal renova para nós os primeiros instantes da vida de Jesus, nascido da Virgem Maria. E acontece que, adorando o nascimento do nosso Salvador, celebramos a nossa própria origem. Com efeito, quando Cristo veio ao mundo, começou o povo cristão: o aniversário da cabeça é o aniversário do corpo.

Ora, que mais podemos encontrar nos tesouros da generosidade divina que seja tão adequado à dignidade da festa de Natal como esta paz proclamada pelo cântico dos anjos aquando do nascimento do Senhor (Lc 2, 14)? Pois é a paz que gera filhos de Deus, que favorece o amor, que produz a amizade, que é o repouso dos bem-aventurados, a morada da eternidade. A sua obra própria, o seu particular benefício, consiste em unir a Deus aqueles que separa deste mundo. [...] Assim, pois, aqueles que «não nasceram do sangue nem da vontade carnal, nem da vontade do homem, mas de Deus» (Jo 1, 13) devem oferecer ao Pai a vontade unânime dos filhos artesãos da paz. Todos aqueles que se tornaram membros de Cristo por adopção devem acorrer a venerar o primogénito da nova criação, Aquele que veio, não para fazer a Sua vontade, mas a Daquele que O enviou (Jo 6, 38). Os herdeiros adoptados pela graça do Pai não são herdeiros divididos nem separados; têm os mesmos sentimentos e o mesmo amor. Aqueles que foram recriados segundo a única Imagem (Heb 1, 3; Gn 1, 27) têm de ter uma alma que se assemelhe a Ele. O nascimento do Senhor Jesus é o nascimento da paz. Como diz São Paulo, «Ele [Cristo] é a nossa paz» (Ef 2, 14).



São Leão Magno (?-c. 461), papa e Doutor da Igreja 
6º sermão para o Natal, 2, 3, 5

"Sancta Maria, mater Dei", KV 273 de Mozart

Santa Maria, Mãe de Deus

A contemplação do mistério do nascimento do Salvador tem levado o povo cristão não só a dirigir-se à Virgem Santa como a Mãe de Jesus, mas também a reconhecê-la como Mãe de Deus. Essa verdade foi aprofundada e compreendida como pertencendo ao património da fé da Igreja, já desde os primeiros séculos da era cristã, até ser solenemente proclamada pelo Concílio de Éfeso no ano 431. Na primeira comunidade cristã, enquanto cresce entre os discípulos a consciência de que Jesus é o Filho de Deus, resulta sempre mais claro que Maria é a Theotokos, a Mãe de Deus.

Trata-se de um título que não aparece explicitamente nos textos evangélicos, embora eles recordem "a Mãe de Jesus" e afirmem que Ele é Deus (Jo, 20, 28; cf. 5, 18; 10, 30.33). Em todo o caso, Maria é apresentada como Mãe do Emanuel, que significa Deus connosco (cf. Mt. 1, 22-23). Já no século III, como se deduz de um antigo testemunho escrito, os cristãos do Egipto dirigiam-se a Maria com esta oração: "Sob a vossa protecção procuramos refúgio, santa Mãe de Deus: não desprezeis as súplicas de nós, que estamos na prova, e livrai-nos de todo o perigo, ó Virgem gloriosa e bendita" (Da Liturgia das Horas). Neste antigo testemunho a expressão Theotokos, "Mãe de Deus", aparece pela primeira vez de forma explícita. Na mitologia pagã, acontecia com frequência que alguma deusa fosse apresentada como mãe de um deus. Zeus, por exemplo, deus supremo, tinha por mãe a deusa Reia. Esse contesto facilitou talvez, entre os cristãos, o uso do titulo "Theotokos", "Mãe de Deus", para a mãe de Jesus. Contudo, é preciso notar que este titulo não existia, mas foi criado pelos cristãos, para exprimir uma fé que não tinha nada a ver com a mitologia pagã, a fé na concepção virginal, no seio de Maria, d'Aquele que desde sempre era o Verbo eterno de Deus.