Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O Presépio da Praça de São Pedro reflecte a arquitectura da antiga Palestina (vídeos em espanhol e inglês)

J.S. Bach - Jesus joy of man's desiring, BWV 147

“Servir o Senhor no mundo”

Repara bem: há muitos homens e mulheres no mundo, e nem a um só deles o Mestre deixa de chamar. Chama-os a uma vida cristã, a uma vida de santidade, a uma vida de eleição, a uma vida eterna. (Forja, 13)

Permiti-me que volte de novo à naturalidade, à simplicidade da vida de Jesus, que já vos tenho feito considerar tantas vezes. Esses anos ocultos do Senhor não são coisa sem significado, nem uma simples preparação dos anos que viriam depois, os da sua vida púbica. Desde 1928 compreendi claramente que Deus deseja que os cristãos tomem exemplo de toda a vida do Senhor. Entendi especialmente a sua vida escondida, a sua vida de trabalho corrente no meio dos homens: o Senhor quer que muitas almas encontrem o seu caminho nos anos de vida calada e sem brilho. Obedecer à vontade de Deus, portanto, é sempre sair do nosso egoísmo; mas não tem por que se traduzir no afastamento das circunstâncias ordinárias da vida dos homens, iguais a nós pelo seu estado, pela sua profissão, pela sua situação na sociedade.

Sonho – e o sonho já se tornou realidade – com multidões de filhos de Deus santificando-se na sua vida de cidadãos correntes, compartilhando ideais, anseios e esforços com as outras pessoas. Preciso de lhes gritar esta verdade divina: se permaneceis no meio do mundo, não é porque Deus se tenha esquecido de vós; não é porque o Senhor vos não tenha chamado; convidou-vos a permanecer nas actividades e nas ansiedades da Terra, porque vos fez saber que a vossa vocação humana, a vossa profissão, as vossas qualidades não só não são alheias aos seus desígnios divinos, mas que Ele as santificou como oferenda gratíssima ao Pai! (Cristo que passa, 20)

São Josemaría Escrivá

Felice e Santo Natale (os votos de Natal mais bonitos que recebemos este ano)

Ma chi se l'aspettava questo Dio?
Un'autentica sorpresa!
Che Bambino! Non dà per nulla l'idea di essere un Dio,
e non fa nulla per dare una parvenza di essere l'Onnipotente,
né ci tiene a dimostrare di essere l'Onnisciente
che ha programmato e preparato tutto a puntino.
Tutto invece maledettamente difficile, fastidioso, seccante.
Ora cadono i nostri alibi le nostre scuse per non accettarti,
cadono i nostri dubbi a tuo riguardo.
Ti pensavamo lontano, distante, indifferente a noi,
e ci accorgiamo invece che conosci i nostri guai,
le nostre amarezze, il nostro inferno.
Ora possiamo dirti l'Emmanuele, il Dio-con-noi,
il Vicino, il Presente, colui che ha deciso di stare qui,
in questo nostro sporco difficile mondo di Erodi,
di cittadini allarmati e preoccupati, messi in difesa,
senza alcuna gioia di saperti finalmente qui.
Natale,
una serie di pugni allo stomaco
per portare in giro alcuni scampoli di speranza.

(Giuseppe Impastato S. J.)

Bênção 'Urbi et Orbi' do dia 25 de Dezembro de 2011 (versão original e integral)

Véspera de Natal com D. Javier Echevarría (vídeo em espanhol)

A mensagem de Bento XVI

Desde o Concilio Vaticano II que a guerra foi declarada ilegítima em todas as formas, com excepção da legítima defesa, uma restrição mais rigorosa nos seus limites do que a definição ainda acolhida pela Carta da ONU. É certo que a obediência da realidade às proclamações éticas e jurídicas não é nem larga nem semeada de esperanças, tendo-se multiplicado os conflitos internacionais e civis, além dos desvios e abusos a que tem conduzido o complexo militar industrial de que se lamentou Eisenhower, e dos gravíssimos efeitos da privatização da guerra, designadamente no que toca ao envolvimento das crianças como combatentes em várias latitudes.
É corrente avaliar esta situação a partir das intervenções da ONU legitimadas pelos textos normativos, mas a realidade para além das normas abarca uma dimensão confrangedora, que não pode deixar de inquietar a própria Europa, embora esta mantida mais atenta e preocupada com toda a problemática do euro, e dos efeitos positivos ou negativos de que a frágil prospectiva rodeia o seu futuro, em todos os domínios, designadamente no mais significativo, que é a unidade europeia. Mas os riscos militares despontaram pelas suas margens do Mediterrâneo, um mar euro-africano, centra-se visivelmente na incerteza sobre a política do Irão, desta feita com informações mais seguras do que as que desencadearam a infeliz guerra do Iraque.
Mas não é apenas a guerra, em qualquer das suas formas, que suscita a urgência da pregação da paz e da sua defesa, porque a pobreza é outra das circunstâncias que ameaçam essa ambicionada paz, e não existe ideologia orçamental que assegure uma razoável prospectiva neste domínio. Todavia, a velha percepção de que a guerra começa no coração dos homens orienta no sentido de fiar da palavra semeadora de valores a capacidade de manter em exercício princípios como os que afirmam que as armas de destruição maciça não são para ser usadas, embora neste caso talvez mais pela frágil convicção de que o medo guarda a paz.
Um paradigma pouco relacionado com a ética, porque é a paz por adesão, como valor essencial, que tem de ser pregada e implantada, contribuindo assim para o desarmamento, que a política tem o cuidado de pretender controlado. Na realidade o que a doutrina, de novo lembrada e sistematizada na mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz, anima é que a guerra começa no coração dos homens, e por isso é no coração dos homens que é necessário radicar os valores da paz e da justiça, e isto, desde logo, em todo o processo educativo, formal ou informal.
De novo, embora alguns responsáveis considerem superficial a exigência, todo o processo educativo, nestas sociedades da informação, do saber, e do saber fazer, não pode esquecer as humanidades, e daqui o apelo no sentido de "educar os povos para a justiça e a paz" responsabilizando as famílias, os Estados, os meios de comunicação, com especial apelo ao mundo dos media, porque "na sociedade actual os meios de comunicação de massa têm uma função particular: não só informam, mas também formam o espirito dos seus destinatários, e, conjuntamente, podem concorrer notavelmente para a educação dos jovens". E também para a deseducação quando o credo do mercado limita a genuína liberdade da informação. Um risco que o relativismo que invadiu os ocidentais torna muito evidente quando se avalia o tempo disponível por cada um dos responsáveis pelo processo educativo, a começar pela família, para exercer o dever que não pode deixar de ser-lhe atribuído.
Um risco filiado, com outros, no predomínio que, na modernidade em que estamos, assumiu a tendência para "recorrer exclusivamente aos critérios de utilidade, do lucro, e do ter", esquecendo o "conceito de justiça", entendida esta acima das convenções humanas, mas derivado do reconhecimento da profunda identidade do homem. A crise actual torna muito evidente que o diálogo e entendimento entre as gerações é um pressuposto exigente e difícil para fazer implantar a adesão a que a guerra começa no coração dos homens.


Adriano Moreira in DN online

Fachada

«O optimismo ideológico é na realidade mera fachada dum mundo sem esperança, um mundo que com esta ilusória fachada quer esconder o seu próprio desespero».

(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

Natal. É Deus que nos Pede Esmola – Mons. Hugo de Azevedo

Quando me propuseram falar novamente do Natal nesta série de conferências mensais, o primeiro título que me ocorreu foi este - «É Deus que nos pede esmola». Porque me veio à mente esta frase? Suponho que foi porque neste Natal há tanta gente que tem de recorrer à esmola e tanta gente que procura generosamente atender a essa dolorosa necessidade dos outros! Vi Nosso Senhor a pedir esmola também e a agradecer a esmola que Lhe dermos, a Ele directamente e a todos os que passam fome e com quem Ele Se identifica: «Porque tive fome e me destes de comer, sede e me destes de beber, estava nu e me vestistes…», enfim, porque «tudo o que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes…» (Mt 25, 35 e 40)


É um grande mistério, que a todos nos comove: o próprio Deus, Deus Criador e Omnipotente, a pedir e a agradecer esmolas das suas criaturas!


Porque me lembrei de dar este título para a conferência de Natal? Foi uma espécie de inspiração poética: como o primeiro verso de um poema. Assim costumam fazer os poetas, incluindo os maus poetas, como eu. Vem-nos à ideia um frase qualquer, quase sem querermos, e sentimos que fica à espera de desenvolvimentos; como se fosse uma semente a criar raízes no pensamento e a crescer dentro de nós, até se exteriorizar coerentemente… O poeta vê-se obrigado a segui-la; não pode fazer do primeiro verso o que quiser; tem de adivinhar o que essa frase entranha, até dar à luz o fruto correspondente.


Os Museus do Vaticano acolhem um original exame de latim (vídeos em espanhol e inglês)

S. Josemaría sobre a Festa de hoje

Festa de São João Evangelista. “Terás pensado alguma vez, com santa inveja, no Apóstolo adolescente, João, quem diligebat Jesus, que Jesus amava.
- Não gostarias de merecer que te chamassem “o que ama a Vontade de Deus”? Emprega os meios, dia a dia”, escreve emForja.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

O ensinamento do apóstolo São João

Se existe um assunto característico que mais sobressai nos escritos de João, é o amor. [...] Certamente João não é o único autor das origens cristãs que fala do amor. Sendo este um elemento essencial do cristianismo, todos os escritores do Novo Testamento falam dele, mesmo se com acentuações diferentes. Se agora nos detemos a reflectir sobre este tema em João, é porque ele nos traçou com insistência e de modo incisivo as suas linhas principais. Portanto, confiemo-nos às suas palavras. 

Uma coisa é certa: ele não reflecte de modo abstracto, filosófico, ou até teológico, sobre o que é o amor. Não, ele não é um teórico. De facto, o verdadeiro amor, por sua natureza, nunca é meramente especulativo, mas faz referência directa, concreta e verificável, a pessoas reais. Pois bem, João, como apóstolo e amigo de Jesus mostra-nos quais são os componentes, ou melhor, as fases do amor cristão, um movimento que é caracterizado por três momentos. 

O primeiro refere-se à própria Fonte do amor, que o Apóstolo coloca em Deus, chegando [...] a afirmar que «Deus é amor» (1 Jo 4, 8.16). João é o único autor do Novo Testamento que nos dá uma espécie de definição de Deus. Ele diz, por exemplo, que «Deus é Espírito» (Jo 4, 24) ou que «Deus é luz» (1 Jo 1, 5). Aqui proclama com intuição resplandecente que «Deus é amor». Observe-se bem: não é simplesmente afirmado que «Deus ama», nem sequer que «o amor é Deus»! Por outras palavras: João não se limita a descrever o agir divino, mas procede até às suas raízes. Além disso, não pretende atribuir uma qualidade a um amor genérico e talvez impessoal; não se eleva do amor até Deus, mas dirige-se directamente a Deus para definir a Sua natureza com a dimensão infinita do amor. Com isto João deseja dizer que a componente essencial de Deus é o amor e, portanto, que toda a actividade de Deus nasce do amor e está orientada para o amor: tudo o que Deus faz é por amor, mesmo se nem sempre podemos compreender imediatamente que Ele é amor, o verdadeiro amor.



Bento XVI 
Audiência geral de 9/VIII/2006

São João, Apóstolo e Evangelista

João, filho de Zebedeu e de Salomé, irmão de Tiago Maior, de profissão pescador, originário de Betsaida, como Pedro e André, ocupa um lugar de primeiro plano no elenco dos apóstolos. O autor do quarto Evangelho e do Apocalipse, será classificado pelo Sinédrio como indouto e inculto. No entanto, o leitor, mesmo que leia superficialmente os seus escritos, percebe não só o arrojo do pensamento, mas também a capacidade de revestir com criativas imagens literárias os sublimes pensamentos de Deus. A voz do juiz divino é como o mugido de muitas águas.


João é sempre o homem da elevação espiritual, mais inclinado à contemplação que à acção. É a águia que desde o primeiro bater das asas se eleva às vertiginosas alturas do mistério trinitário:"No princípio de tudo, aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e ele mesmo era Deus."


São João Evangelista

«E o Verbo fez-Se homem e veio habitar connosco. E nós contemplámos a Sua glória, [...] cheia de graça e de verdade» (Jo 1,14)

Considero serem os quatro Evangelhos os elementos essenciais da fé da Igreja [...] e penso que as suas primícias estão [...] no Evangelho de João, o qual, para falar d'Aquele de quem outros fizeram a genealogia, se inicia precisamente por Aquele que não a tem. Com efeito, escrevendo para judeus que esperavam o descendente de Abraão e de David, Mateus diz: «Genealogia de Jesus Cristo, filho de David, filho de Abraão» (Mt 1,1); e Marcos, sabendo muito bem o que escreve, traz: «Princípio do Evangelho» (Mc 1,1). O fim do Evangelho, esse encontramo-lo em João: é o Verbo que era no princípio, a Palavra de Deus (cf. 1,1). E também Lucas reservou ao discípulo que repousou sobre o peito de Jesus (Jo 13,25) os maiores e mais perfeitos discursos sobre Ele. E nenhum mostrou a Sua divindade de modo tão absoluto como João, que O faz dizer: «Eu sou a luz do mundo» (8,12), «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (14,6), «Eu sou a Ressurreição» (11,25), «Eu sou a porta» (10,9), «Eu sou o Bom Pastor» (10,11) e, no Apocalipse, «Eu sou o Alfa e o Ómega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim» (22,13).


Por isso me atrevo a dizer que os Evangelhos são as primícias de toda a Escritura e que, dos Evangelhos, as primícias são o de João, do qual ninguém poderia abarcar todo o sentido a não ser que tivesse descansado sobre o peito de Jesus e recebido d'Ele Maria por Mãe (Jo 19,27). [...] Quando Jesus diz a Sua Mãe: «Eis o teu filho» e não «eis o homem que também é teu filho», é como se lhe dissesse «Eis o teu filho, gerado por ti», porquanto quem quer que chegue a viver em perfeição não é ele quem vive, mas Cristo que vive nele (Gl 2,20). [...] Será preciso ainda dizer de que inteligência teremos necessidade para podermos interpretar dignamente a palavra depositada, como um tesouro (2 Cor 4,7), nos vasos de barro do uso comum da linguagem, numa caligrafia que todos podem ler, e na palavra que todos podem ouvir se alguém lhe der voz e compreender se todos lhe prestarem atenção? Assim, para interpretarmos devidamente o Evangelho de João, em boa verdade basta-nos ser capazes de dizer: «quanto a nós, temos o pensamento de Cristo, para podermos conhecer os dons da graça de Deus» (1 Cor 2,16.12).


Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo
Comentário ao Evangelho de São João, I, 21-25


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 27 de Dezembro de 2011

Correu então, e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo a quem Jesus amava, e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram». Partiu, pois, Pedro com o outro discípulo e foram ao sepulcro. Corriam ambos juntos, mas o outro discípulo corria mais do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. Tendo-se inclinado, viu os lençóis no chão, mas não entrou. Chegou depois Simão Pedro, que o seguia, entrou no sepulcro e viu os lençóis postos no chão, e o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus, que não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte.8 Entrou também, então, o outro discípulo que tinha chegado primeiro ao sepulcro. Viu e acreditou.


Jo 20, 2-8