Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 17 de dezembro de 2011

Fé eclesial

«Por outras palavras, a fé é necessariamente fé eclesial, vive e move-se no nós da Igreja, unida ao seu comum de Jesus Cristo. Neste novo sujeito cai o muro entre mim e o outro, o muro que separa a minha subjectividade da objectividade do mundo e que mo torna inacessível, muro entre mim e a profundidade do ser.»

(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

O que foi o Édito de Milão?- Respondem os especialistas da Universidade de Navarra

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"Deixa-o exigir-te!"

Deus quer-nos infinitamente mais do que tu próprio te queres... Deixa-o, pois, exigir-te! (Forja, 813)

O Senhor conhece as nossas limitações, o nosso individualismo e a nossa ambição: a dificuldade em nos conhecermos a nós mesmos e de nos entregarmos aos outros. Sabe o que é não encontrar amor e verificar que mesmo aqueles que dizem segui-Lo o fazem só a meias. Recordai as cenas tremendas que os evangelistas nos descrevem e em que vemos os apóstolos ainda cheios de aspirações temporais e de projectos exclusivamente humanos. Mas Jesus escolheu-os, mantém-nos juntos de Si e confia-lhes a missão que recebeu do Pai.

Também a nós nos chama e nos pergunta como a Tiago e João: Potestis bibere calicem quem ego bibiturus sum?; estais dispostos a beber o cálice (este cálice da completa entrega ao cumprimento da vontade do Pai) que eu vou beber? "Possumus"!. Sim, estamos dispostos! – é a resposta de João e Tiago... Vós e eu, estamos dispostos seriamente a cumprir, em tudo, a vontade do nosso Pai, Deus? Demos ao Senhor o nosso coração inteiro ou continuamos apegados a nós mesmos, aos nossos interesses, à nossa comodidade, ao nosso amor-próprio? Há em nós alguma coisa que não corresponda à nossa condição de cristãos e que nos impeça de nos purificarmos? Hoje apresenta-se-nos a ocasião de rectificar. (Cristo que passa, 15)

São Josemaría Escrivá

A confiança realista do Papa Bento (Editorial)

Como sempre o Papa Bento XVI vai à raiz das questões. Conservando, com clareza amável e firme, um olhar de confiança realista. De facto, este é o tom geral da mensagem para o dia mundial da paz, publicada poucas horas depois da celebração das vésperas com os estudantes universitários romanos aos quais falou sobre a expectativa de Deus com o mesmo realismo confiante.


Bento XVI não podia omitir a crise global que oprime muitas sociedades e descreve-a com eficácia singular: "Quase parece que um manto de escuridão teria descido sobre o nosso tempo - lê-se no início da mensagem - impedindo de ver com clareza a luz do dia". Sobretudo os jovens sentem-se angustiados por isto, e não são necessárias demasiadas análises para constatar esta realidade inquietadora, emersa no ano que se conclui também com manifestações e sintomas visíveis em diversos países.


Por isso, pela responsabilidade em relação às gerações mais jovens - confusas e amedrontadas face a um futuro que se apresenta incerto e sem perspectivas sob todos os pontos de vista - o Papa aponta para a necessidade da educação, que define "a aventura mais fascinante e difícil da vida". Em razão da longuíssima experiência pessoal de professor e de pastor que sempre esteve em contacto com os jovens, Bento XVI bem sabe que não basta ser mestre mas é preciso sobretudo ser testemunha, como repetia Paulo VI, e por isso dirige-se aos educadores e aos pais.


Impressiona sobretudo no texto papal o apelo aos responsáveis pela vida pública: para que se questionem sobre as decisões a tomar neste tempo de crise, certamente, mas acima de tudo para que ofereçam aos jovens "uma imagem transparente da política". Com uma exortação implícita a um novo compromisso num âmbito, como o da política, que em muitos países parece cada vez mais distante das preocupações reais dos cidadãos e não atrai, ou afasta, as gerações mais jovens. E é forte também o apelo ao mundo dos mass media, que com demasiada frequência esquecem a própria função, não só informativa.


O Papa bem sabe - e repete-o mais uma vez - que a educação para a justiça e a paz passa pela educação para a verdade e a liberdade. Eis porque na mensagem volta a insistir sobre a questão de Deus, com a crítica ao relativismo contemporâneo, que nada reconhece como definitivo e com o nó da lei moral natural, base de toda a convivência justa e pacífica.


Com efeito, não são "as ideologias que salvam o mundo, mas unicamente o voltar-se para o Deus vivo" repete Bento XVI. E o voltar-se significa e exige o empenho livre do ser humano na busca não de um deus qualquer - os ídolos certamente não desapareceram nas sociedades contemporâneas - mas do Deus criador que falou a Moisés e revelou a sua face em Jesus. Não, não é anacronismo meditar sobre as palavras do apóstolo Tiago que exorta a esperar a vinda de Cristo com a constância do agricultor, disse o Papa aos universitários. Uma constância que corresponde à paciência do próprio Deus, fiel na expectativa da resposta livre do ser humano, Deus próximo que é sobretudo amigo do homem, de cada ser humano.


GIOVANNI MARIA VIAN – Director


(© L'Osservatore Romano - 17 de Dezembro de 2011)

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A nova evangelização é a resposta à profunda crise de fé do mundo

Perante as palavras da secularização anunciai a Palavra que se fez carne, Cristo. Este o pedido efectuado por Bento XVI aos bispos da Nova Zelândia e Pacifico, recebidos na manhã deste sábado em audiência no Vaticano no final da sua visita ad limina apostolorum. O Papa convidou os prelados a cuidarem dos seus sacerdotes, além de assegurarem uma formação adequada dos catequistas, dos quais depende grande parte da difusão do Evangelho naquela área geográfica.


O desafio da Igreja num país cuja população de quatro milhões e meio de pessoas declara, numa percentagem de um terço, que não acredita em nada, adquire um peso particular em vista do “ano da fé”. Fé que hoje vive no mundo uma crise profunda - salientou o Papa no inicio do seu discurso, falando em francês – e que portanto deve poder nascer e renascer do trabalho da nova evangelização também em zonas como a Nova Zelândia e nas zonas do Pacifico onde o secularismo – constatou - tem um impacto significativo sobre a compreensão e a pratica da fé católica. Isto é particularmente visível na errada consideração acerca da natureza sagrada do matrimónio cristão e acerca da estabilidade da família


Mas como deve ser entendida a nova evangelização, que se tornou prioridade no pontificado de Bento XVI? Ela, afirmou, não é um conceito abstracto, mas sim uma autentica renovação da vida cristã baseada nos ensinamentos da Igreja. Portanto para que seja concreto, este novo anuncio precisa de visibilidade, e “visíveis” ás pessoas devem ser, para o Papa, aqueles laços de fé e caridade que unem entre si os bispos neozelandeses e com o clero local.


Exorto-vos a ter um cuidado especial pelos vossos sacerdotes. Como sabeis, uma das primeiras tarefas pastorais diz respeito aos vossos sacerdotes e á sua santificação, sobretudo àqueles que se encontram em dificuldade e aqueles que têm pouco contacto com os seus irmãos padres….Sabemos que bons sacerdotes , sapientes e santos são os melhores promotores das vocações ao sacerdócio.


E maior assistência e discernimento espiritual, prosseguiu, devem ser oferecidos também aos seminaristas e aos jovens, com tudo aquilo que daí deriva em termos de crescimento cristão. Portanto, dos fundamentos da nova evangelização o Papa passou a quem vive a sua responsabilidade na linha da frente, como são os religiosos e os leigos. Especialmente destes últimos Bento XVI reconheceu o papel essencial no bem estar da Igreja que na área conta meio milhão de baptizados.


Rádio Vaticano

Postal de Natal enviado por Bento XVI, baixo-relevo representando a Adoração dos Pastores na Fonte de São José nos Jardins do Vaticano dizendo no verso “Veni ad salvandum nos” (Vem salvar-nos)

Sting ‘A Menssagem de Gabriel’



The Angel Gabriel from heaven came
His wings as drifted snow, his eyes as flames
"Oh hail" has said he to Holy Maiden Mary
(to holy mary)
Most highly favoured maid Gloria
(Most highly favoured maid Gloria)


Forknown a blessed mother thou shalt be
For generations loan and honnaly
Thy son shall be Imanuel th'as years forsawt =(forseen)
Most highly favoured maid Gloria
(Most highly favoured maid Gloria)


The gentle Mary neatly bowed the head
"To me, be as it pleaseth God" she said
"My soul shall whole and magnify this holy maid"
Most highly favoured maid Gloria
(Most highly favoured maid Gloria)


Of her Imanuel, the Christ was crossed
His Bethlehem all honor Christmas ghost
As everyone through out the world will Heaven save
Most highly favoured maid Gloria
(Most highly favoured maid Gloria)

«Maria, não temas»

Ouviste, ó Virgem, que conceberás e darás à luz um Filho, não de um homem – como compreendeste –, mas do Espírito Santo. O anjo espera a tua resposta: tem de regressar para junto d'Aquele que o enviou. Nós também esperamos, ó Senhora nossa. Miseravelmente acabrunhados por uma sentença de condenação, esperamos uma palavra de piedade. Ora, eis que te é oferecido o resgate da nossa salvação. Aceita e somos livres. Todos fomos criados no Verbo Eterno de Deus; mas, infelizmente, a morte fez a sua obra em nós. Uma breve resposta tua basta para nos recriar, de modo que sejamos de novo chamados à vida. [...]


Não demores, Virgem Maria, dá a tua resposta. Ó Senhora nossa, pronuncia essa palavra que a terra, os infernos e até os próprios céus esperam. Vê: o Rei e Senhor do universo, Ele que «Se deixou prender pela tua beleza» (cf Sl 44,12), deseja, com o mesmo ardor, o sim da tua resposta. Ele quis fazer depender da tua resposta a salvação do mundo. Agradaste-Lhe com o teu silêncio; agradar-Lhe-ás ainda mais agora com a tua palavra. Eis que Ele próprio te interpela lá do alto: «ó mais bela das mulheres, [...] deixa-Me ouvir a tua voz» (Ct 1,8; 2,14). [...] Sim, responde rapidamente ao anjo, ou antes, pelo anjo, ao Senhor. Responde numa palavra e acolhe o Verbo; pronuncia a tua própria palavra e concebe o Verbo divino; emite uma palavra passageira e envolve o Verbo eterno. [...]


Maria disse então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua palavra.»


São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e doutor da Igreja
Homilia 4 sobre o «Missus est», §§ 8-9


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de Domingo dia 18 de Dezembro de 2011

Estando Isabel no sexto mês, foi enviado por Deus o anjo Gabriel a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de David; o nome da virgem era Maria. Entrando o anjo onde ela estava, disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça; o Senhor é contigo». Ela, ao ouvir estas palavras, perturbou-se e discorria pensativa que saudação seria esta. O anjo disse-lhe: «Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus; eis que conceberás no teu ventre, e darás à luz um filho, a Quem porás o nome de Jesus. Será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus Lhe dará o trono de Seu pai David; reinará sobre a casa de Jacob eternamente e o Seu reino não terá fim». Maria disse ao anjo: «Como se fará isso, pois eu não conheço homem?». O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a Sua sombra; por isso mesmo o Santo que há-de nascer de ti será chamado Filho de Deus. Eis que também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice; e este é o sexto mês da que se dizia estéril; porque a Deus nada é impossivel». Então Maria disse: «Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra». E o anjo afastou-se dela.


Lc 1, 26-38

O Advento explicado por Bento XVI em 20 breves textos selecionados

"Se falta Deus, falha a esperança. Tudo perde sentido", diz o Papa. Nesta seleção de textos de homilias pronunciadas no início do Advento, fala de esperança, de alegria e de preparação.

I Domingo do Advento 2006 

1) A primeira antífona desta celebração vespertina aparece como abertura do tempo do Advento e ressoa como antífona de todo o ano litúrgico: "Transmiti aos povos este anúncio: eis que vem Deus, o nosso Salvador". Detenhamo-nos um momento a reflectir: não usa o passado – Deus veio -_ nem o futuro – Deus virá – mas o presente: “Deus vem”. Como podemos comprovar, trata-se de um presente contínuo, ou seja, uma acção que se realiza sempre: está a acontecer, acontece agora e acontecerá também no futuro.A todo o momento “Deus vem”. 

2) O Advento exorta os fiéis a tomarem consciência desta verdade e a agirem coerentemente. Ressoa como um apelo saudável, que se repete com o passar dos dos dias, das semanas e dos meses: Acorda! Recorda que Deus vem! Não ontem, não amanhã, mas hoje, agora! 

3) O único Deus verdadeiro, "o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob", não é um Deus que está no céu, desinteressando-se de nós e da nossa história, mas é o Deus-que-vem. É um Pai que nunca deixa de pensar em nós e, respeitando totalmente a nossa liberdade, deseja encontrar-se connosco e visitar-nos; quer vir, habitar no meio de nós, permanecer connosco. Vem porque deseja libertar-nos do mal e da morte, de tudo o que impede a nossa verdadeira felicidade. Deus vem para nos salvar.

4) De uma forma que só Ele conhece, a comunidade cristã pode apressar a sua vinda final, ajudando a humanidade a ir ao encontro do Senhor que vem. E fá-lo antes de tudo, mas não só, mediante a oração.  

I Domingo do Advento 2007 

5) A esperança cristã está ligada inseparavelmente ao conhecimento do rosto de Deus, aquele rosto que Jesus, o Filho unigénito, nos revelou mediante a sua encarnação, através da sua vida terrena e da sua pregação e, sobretudo, com a sua morte e ressurreição. 

6) Como se pode apreciar no Novo Testamento, especialmente nas cartas dos Apóstolos, desde o início uma nova esperança distinguiu os cristãos daqueles que viviam a religiosidade pagã. Escrevendo aos Efésios, São Paulo recorda-lhes que, antes de abraçar a fé em Cristo, eles viviam "sem esperança e sem Deus neste mundo" (2, 12). Esta expressão parece mais actual do que nunca, por causa do paganismo dos nossos dias: podemos referi-la de modo particular ao niilismo contemporâneo, que corrói a esperança no coração do homem, induzindo-o a pensar que dentro dele e ao seu redor reina o vazio: nada antes do nascimento, nada depois da morte.  

7) Quando falta Deus, falta a esperança. Tudo perde sentido. É como se viesse a faltar a dimensão da profundidade e todas as coisas obscurecessem, desprovidas do seu valor simbólico, como se não se “destacassem” da simples materialidade. 

8) Deus conhece o coração do homem. Sabe que quem O rejeita não conheceu o seu verdadeiro rosto, e por isso não cessa de bater à nossa porta, como peregrino humilde em busca de acolhimento. O Senhor concede um novo tempo à humanidade: precisamente para que todos possam chegar a conhecê-lo! 

9) A minha, a nossa esperança é precedida pela expectativa que Deus cultiva a nosso respeito! Sim, Deus ama-nos e precisamente por isso espera que voltemos para Ele, que abramos o nosso coração ao seu amor, que coloquemos a nossa mão na sua e nos recordemos que somos seus filhos. Esta expectativa de Deus precede sempre a nossa esperança, exactamente como o seu amor nos alcança sempre primeiro. 

10) Cada um dos homens é chamado a esperar, correspondendo ao que Deus espera dele. De resto, a experiência mostra-nos que é precisamente assim. O que é que faz progredir o mundo, a não ser a confiança que Deus tem no homem? É uma confiança que se reflecte nos corações dos pequeninos e dos humildes quando, através das dificuldades e das provações, se esforçam todos os dias para fazer o melhor que podem, para realizar um bem que parece pequeno, mas que aos olhos de Deus é muitogrande: na família, no lugar de trabalho, na escola e nos vários âmbitos da sociedade. A esperança está escrita no coração do homem de forma indelével, porque Deus nosso Pai é vida, e é para a vida eterna e bem-aventurada que nós fomos criados.

I Domingo do Advento 2008 

11) Todo o povo de Deus volta a pôr-se a caminho, atraído por este mistério:  o nosso Deus é "o Deus que vem" e que nos convida a ir ao seu encontro. De que modo? Em primeiro lugar, naquela forma universal da esperança e da espera, que é a oração, que encontra a sua expressão eminente nos Salmos, palavras humanas em que o próprio Deus pôs e põe continuamente nos lábios e nos corações dos fiéis a invocação da sua vinda. 

12) "Senhor, vem depressa…" (v. 1). É o grito de uma pessoa que se sente em grave perigo, mas também é o grito da Igreja, no meio das múltiplas insídias que a rodeiam, que ameaçam a sua santidade, a integridade irrepreensível da qual fala o Apóstolo Paulo, que, pelo contrário, deve ser conservada para a vinda do Senhor. E nesta invocação ressoa também o grito de todos os justos, de todos aqueles que querem resistir ao mal, às seduções de um bem-estar iníquo, de prazeres que ofendem a dignidade humana e a condição dos pobres. 

I Domingo do Advento 2009 

13) Advento. Meditemos brevemente sobre o significado desta palavra, que sepode traduzir por "presença", "chegada" e "vinda". Na linguagem do mundo antigo, era um termo técnico utilizado para indicar a chegada de um funcionário, a visita do rei ou do imperador a uma província. No entanto, podia indicar também a vinda da divindade, que sai do seu encobrimento para se manifestar com poder, ou que é celebrada presente no culto. Os cristãos adoptaram a palavra "advento" para expressar a sua relação com Jesus Cristo: Jesus é o Rei, que entrou nesta pobre "província" denominada terra para visitar todos; convida a participar na festa do seu advento  todosaqueles que nele crêem, todos aqueles que acreditam na sua presença na assembleia litúrgica. Com a palavra adventus queria dizer-se dizer substancialmente: Deus está aqui, não se retirou do mundo, não nos deixou sozinhos. Embora não O possamos ver nem tocar, como acontece com as realidades sensíveis, Ele está aqui e vem visitar-nos de múltiplos modos. 

14) O significado da expressão "advento" abarca também o de visitatio que quer dizer simplesmente "visita"; neste caso, trata-se de uma visita de Deus: Ele entra na minha vida e quer dirigir-se a mim. Na existência quotidiana, todos temos a experiência de ter pouco tempo para o Senhor e pouco tempo também para nós. Acabamos por ser absorvidos pelo "fazer". Não é verdade que, com frequência, é precisamente a actividade que nos domina, a sociedade com os seus múltiplos interesses que monopoliza a nossa atenção? Não é verdade que dedicamos muito tempo ao ócio e a distracções de vários tipos? Às vezes, coisas "submergem-nos".

15) O Advento, este tempo litúrgico forte que estamos a começar, convida-nos a determo-nos para captar uma presença. É um convite a compreender que os acontecimentos de cada dia são gestos que Deus nos dirige, sinais da atenção que Ele tem por cada um de nós. Quantas vezes Deus nos faz sentir algo do seu amor! Escrever, por assim dizer, um "diário interior" deste amor seria uma tarefa bonita e saudável para a nossa vida! O Advento convida-nos e estimula-nos a contemplar o Senhor que está presente. A certeza da sua presença não deveria ajudar-nos a ver o mundo com olhos diferentes? Não deveria ajudar-nos a considerar toda a nossa existência como uma "visita", um modo em que Ele pode vir ter connosco e estar ao nosso lado em cada situação?

16) Na sua vida, o homem está constantemente à espera: quando é menino, quer crescer; quando é adulto, procura a realização e o sucesso; na idade avançada, aspira ao merecido descanso. Mas chega o momento em que descobre que esperou demasiado pouco se, para além da profissão ou da posição social, nada mais lhe resta para esperar. A esperança marca o caminho da humanidade, mas para os cristãos é animada por uma certeza: o Senhor está presente ao longo da nossa vida, acompanha-nos, e um dia enxugará também as nossas lágrimas. Um dia, não distante, tudo encontrará o seu cumprimento no Reino de Deus, Reino de justiça e de paz.

17) Existem modos muito diferentes de esperar. Se o tempo não está cheio de um presente carregado de sentido, a espera pode tornar-se insuportável; se se espera algo, mas neste momento não há nada, ou seja, se o presente está vazio, cada instante que passa parece exageradamente longo, e a espera transforma-se num peso demasiado grande, porque o futuro é totalmente incerto. Pelo contrário, quando o tempo está carregado de sentido, e em cada instante apercebemo-nos de algo específico e positivo, então a alegria da espera torna o presente mais valioso. Queridos irmãos e irmãs, vivamos intensamente o presente, no qual já nos alcançam os dons do Senhor, vivamo-lo projectados para o futuro, um futuro cheio de esperança. Deste modo, o Advento cristão torna-se ocasião para despertar de novo em nós o autêntico sentido da espera, voltando ao coração da nossa fé que é o mistério de Cristo, o Messias esperado durante longos séculos e nascido na pobreza de Belém.  

18) Quando veio ao meio de nós, trouxe-nos e continua a oferecer-nos o dom do seu amor e da sua salvação. Presente entre nós, fala-nos de muitas maneiras: na Sagrada Escritura, no ano litúrgico, nos santos, nos acontecimentos da vida quotidiana e em toda a criação, que muda de aspecto consoante  Ele se encontra por detrás dela, ou se está ofuscada pela neblina de uma origem incerta e de um futuro inseguro. 

19)  Podemos dirigir-lhe a palavra, apresentar-lhe os sofrimentos que nos afligem, a impaciência e as perguntas que brotam do nosso coração. Estamos certos de que nos ouve sempre! E se Jesus está presente, já não existe tempo algum sem sentido e vazio. Se Ele está presente, podemos continuar a esperar mesmo quando os outros já não conseguem garantir-nos qualquer apoio, mesmo quando o presente está cheio de dificuldades.

I Domingo do Advento 2010 

20) Durante o tempo de Advento, sentiremos que a Igreja que nos toma pela mão e, à imagem de Maria Santíssima, manifesta a sua maternidade fazendo-nos a experimentar a espera gozosa da vinda do Senhor, que a todos nos abraça no seu amor que salva e consola.

(Fonte: site do Opus Dei – Portugal em http://www.opusdei.pt/art.php?p=46495)

«O que é próprio da fé?

Certeza plena e segura da verdade das palavras inspiradas por Deus. (…) O que é próprio do fiel? Com tal certeza plena, conformar-se com o significado das palavras da Escritura, sem ousar tirar nem acrescentar seja o que for».

São Basílio Magno

A fé enquanto comunicação

«O acto de fé é um acto profundamente pessoal, ancorado na mais íntima profundeza do ser humano. Mas, precisamente porque é inteiramente pessoal, é também um acto de comunicação. Na sua essência mais profunda, o eu relaciona-se com o tu e vice-versa, a relação real, que se torna “comunhão”, só pode nascer na profundeza da pessoa.»

(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

Acto de Fé

«O acto de fé é abertura à vastidão, quebra da barreira da minha subjectividade, aquilo que Paulo descreve com as palavras: ‘vivo, mas já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim’» (Gálatas 2,20)

(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1937

Anota: “Às cinco e meia em ponto (hora marcada ontem à noite), sou acordado pelo meu Relojoeirinho: o despertador, que nos emprestaram na pensão, não tocou”. Chama ao seu Anjo da Guarda “relojoeirinho”, porque quando o seu despertador se avariava, como não tinha dinheiro para mandá-lo consertar, recorria ao seu Anjo da Guarda para que o acordasse.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Dogma

"Dogma não significa ausência de pensamento, mas sim o fim do pensamento."


Gilbert Keith Chesterton

«Maria, da qual nasceu Jesus»

A Sagrada Escritura do Antigo e Novo Testamento e a venerável Tradição mostram de modo progressivamente mais claro, e como que nos põem diante dos olhos, o papel da Mãe do Salvador na economia da salvação. Os livros do Antigo Testamento descrevem a história da salvação na qual se vai preparando lentamente a vinda de Cristo ao mundo. Esses antigos documentos, tais como são lidos na Igreja e interpretados à luz da plena revelação ulterior, vão pondo cada vez mais em evidência a figura duma mulher, a Mãe do Redentor. A esta luz, Maria encontra-se já profeticamente delineada na promessa da vitória sobre a serpente (cf. Gn. 3, 15), feita aos primeiros pais caídos no pecado. Ela é, igualmente, a Virgem que conceberá e dará à luz um Filho, cujo nome será Emanuel (cf. Is. 7, 14; cf. Miq. 5, 2-3; Mt. 1, 22-23). É a primeira entre os humildes e pobres do Senhor, que confiadamente esperam e recebem a salvação de Deus. Com ela, enfim, excelsa Filha de Sião, passada a longa espera da promessa, se cumprem os tempos e se inaugura a nova economia da salvação, quando o Filho de Deus dela recebeu a natureza humana, para libertar o homem do pecado com os mistérios da Sua vida terrena.


Concílio Vaticano II 
Constituição dogmática sobre a Igreja, «Lumen Gentium», § 55

Vienna Boy Choir : Adeste Fideles

«Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo [...] n'Ele nos escolheu antes da criação do mundo» (Ef 1, 3-4)

A Encarnação do Verbo, a Palavra de Deus, diz respeito ao passado e ao futuro; nenhum tempo, por mais recuado que seja, foi privado do sacramento da salvação dos homens. O que os apóstolos pregaram é o que os profetas tinham anunciado, e não se pode dizer que o que se acreditou desde sempre se tivesse cumprido tardiamente. Adiando a obra da salvação, Deus tornou-nos, na Sua sabedoria e na Sua bondade, mais aptos para responder ao Seu apelo [...], graças a estes anúncios antigos e frequentes.


Não é pois verdade que Deus tenha providenciado às questões humanas mudando de intenção e movido por uma misericórdia tardia: desde a criação do mundo, Ele decretou para todos um único e mesmo caminho de salvação. Com efeito, a graça de Deus, pela qual todos os Seus santos sempre foram justificados, não se iniciou com o nascimento de Cristo, antes cresceu com ele. Este mistério de um grande amor, que agora preencheu o mundo inteiro, já era igualmente poderoso em seus avisos; os que acreditaram quando lhes foi prometido não tiveram menos benefícios do que os que o receberam quando lhes foi dado.


Meus caros, foi pois com uma bondade evidente que as riquezas da graça de Deus foram derramadas sobre nós. Chamados à eternidade, não somos apenas sustentados pelo exemplo do passado, mas vimos aparecer a própria verdade sob uma forma visível e corporal. Devemos pois celebrar o dia do nascimento do Senhor com uma alegria fervorosa que não é deste mundo. [...] Graças à luz do Espírito Santo, saibamos reconhecer Aquele que nos recebeu n'Ele e que nós recebemos em nós: porque, tal como o Senhor Jesus tomou a nossa carne nascendo, também nós tomamos o Seu corpo renascendo. [...] Deus propôs-nos o exemplo da Sua generosidade e humildade [...]: sejamos semelhantes ao Senhor na Sua humildade, se queremos ser como Ele na Sua glória. Ele próprio nos ajudará e nos conduzirá à realização do que prometeu.


São Leão Magno (? -c. 461), papa e doutor da Igreja
3º Sermão para o Natal


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 17 de Dezembro de 2011

Genealogia de Jesus Cristo, filho de David, filho de Abraão. Abraão gerou Isaac, Isaac gerou Jacob, Jacob gerou Judá e seus irmãos. Judá gerou, de Tamar, Farés e Zara, Farés gerou Esron, Esron gerou Aram. Aram gerou Aminadab, Aminadab gerou Naasson, Naasson gerou Salmon. Salmon gerou Booz de Raab, Booz gerou Obed de Rut, Obed gerou Jessé. Jessé gerou o rei David. David gerou Salomão daquela que foi mulher de Urias. Salomão gerou Roboão, Roboão gerou Abias, Abias gerou Asa. Asa gerou Josafat, Josafat gerou Jorão, Jorão gerou Ozias. Ozias gerou Joatão, Joatão gerou Acaz, Acaz gerou Ezequias. Ezequias gerou Manassés, Manassés gerou Amon, Amon gerou Josias. Josias gerou Jeconias e seus irmãos, na época da deportação para Babilónia. E, depois da deportação para Babilónia, Jeconias gerou Salatiel, Salatiel gerou Zorobabel. Zorobabel gerou Abiud, Abiud gerou Eliacim, Eliacim gerou Azor. Azor gerou Sadoc, Sadoc gerou Aquim, Aquim gerou Eliud. Eliud gerou Eleazar, Eleazar gerou Matan, Matan gerou Jacob, e Jacob gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo. Assim, são catorze todas as gerações desde Abraão até David; e catorze gerações desde David até à deportação para Babilónia, e também catorze as gerações desde a deportação para Babilónia até Cristo.


Mt 1, 1-17