Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Pane di vita nuova

Monsenhor Marco Frisina dirigindo os fiéis, acompanhando o coro a cantar o belíssimo cântico de sua autoria Pane di Vita Nuova




Pane di vita nuova
vero cibo dato agli uomini,
nutrimento che sostiene il mondo,
dono splendido di grazia.


Tu sei sublime frutto
di quell'albero di vita
che Adamo non potè toccare:
ora è in Cristo a noi donato.


RIT.
PANE DELLA VITA,
SANGUE DI SALVEZZA,
VERO CORPO, VERA BEVANDA
CIBO DI GRAZIA PER IL MONDO.


Sei l'Agnello immolato
nel cui Sangue è la salvezza,
memoriale della vera Pasqua
della nuova Alleanza.


Manna che nel deserto
nutri il popolo in cammino,
sei sostegno e forza nella prova
per la Chiesa in mezzo al mondo.
RIT.


Vino che ci dà gioia,
che riscalda il nostro cuore,
sei per noi il prezioso frutto
della vigna del Signore.


Dalla vite ai tralci
scorre la vitale linfa
che ci dona la vita divina,
scorre il sangue dell'amore.
RIT.


Al banchetto ci inviti
che per noi hai preparato,
doni all'uomo la tua Sapienza,
doni il Verbo della vita.


Segno d'amore eterno
pegno di sublimi nozze,
comunione nell'unico corpo
che in Cristo noi formiamo.
RIT.


Nel tuo Sangue è la vita
ed il fuoco dello Spirito,
la sua fiamma incendia il nostro cuore
e purifica il mondo.


Nel prodigio dei pani
tu sfamasti ogni uomo,
nel tuo amore il povero è nutrito
e riceve la tua vita.
RIT.


Sacerdote eterno
Tu sei vittima ed altare,
offri al Padre tutto l'universo,
sacrificio dell'amore.


Il tuo Corpo è tempio
della lode della Chiesa,
dal costato tu l'hai generata,
nel tuo Sangue l'hai redenta.
RIT.


Vero Corpo di Cristo
tratto da Maria Vergine,
dal tuo fianco doni a noi la grazia,
per mandarci tra le genti.


Dai confini del mondo,
da ogni tempo e ogni luogo
il creato a te renda grazie,
per l'eternità ti adori.
RIT.


A te Padre la lode,
che donasti il Redentore,
e al Santo Spirito di vita
sia per sempre onore e gloria.
Amen.

“Procura cingir-te a um plano de vida”

Sujeitar-se a um plano de vida, a um horário... é tão monótono! – disseste-me. E respondi-te: há monotonia porque falta Amor. (Caminho, 77)

Procura cingir-te a um plano de vida com constância: alguns minutos de oração mental; a assistência à Santa Missa, diária, se te é possível, e a Comunhão frequente; o recurso regular ao Santo Sacramento do Perdão, ainda que a tua consciência não te acuse de qualquer pecado mortal; a visita a Jesus no Sacrário; a recitação e a contemplação dos mistérios do terço e tantas outras práticas excelentes que conheces ou podes aprender.

Mas estas práticas não se deverão transformar em normas rígidas ou em compartimentos estanques. Indicam um itinerário flexível, acomodado à tua condição de homem que vive no meio da rua, com um trabalho profissional intenso e com deveres e relações sociais que não podes descuidar, porque é nessas ocupações que prossegue o teu encontro com Deus. O teu plano de vida há-de ser como uma luva de borracha que se adapta perfeitamente à mão de quem a usa.

Não te esqueças também de que o que é importante não é fazer muitas coisas; limita-te com generosidade àquelas que possas cumprir no dia-a-dia, quer te apeteça quer não. Essas práticas conduzir-te-ão, quase sem reparares, à oração contemplativa. Brotarão da tua alma mais actos de amor, jaculatórias, acções de graças, actos de desagravo, comunhões espirituais. E tudo isto, enquanto te ocupas das tuas obrigações: ao pegar no telefone, ao subir para um meio de transporte, ao fechar ou abrir uma porta, ao passar diante de uma igreja, ao começar um novo trabalho, ao executá-lo e ao concluí-lo. Referirás tudo ao teu Pai Deus. (Amigos de Deus, 149)

São Josemaría Escrivá

Psalm 23 The Lord Is My Shepherd

Devotos comemoram 81 anos da proclamação de Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil

Dom Leme conseguiu de Dom Duarte e do Cabido Metropolitano da Sé de São Paulo a licença, que a principio lhe foi negada, para levar à capital da República a Imagem de Nossa Senhora Aparecida.

O Missionário Redentorista, padre Júlio Brustoloni descreve em seu livro ‘História de Nossa Senhora Aparecida: A Imagem, o Santuário e as Romarias’ que naquele ano, a Imagem foi conduzida, saindo de Aparecida no dia 30 de maio para o Rio de Janeiro.

“A Imagem deixou seu nicho e foi conduzida pelo povo de Aparecida até a Estação local. Preces, lágrimas e emoção acompanhavam essa peregrinação histórica”, descreve o padre Júlio no livro.

Esta publicação relata ainda que cerca de um milhão de pessoas foram prestar suas homenagens à Padroeira naquele dia 31. De manhã, o ponto alto foi a Missa Campal celebrada diante da Igreja de São Francisco de Paula, onde a multidão cantou e rezou participando da eucaristia. 
 
Mais tarde, uma procissão conduziu a Imagem para a Praça da Esplanada do Castelo. Junto do altar da Padroeira, encontrava-se o então presidente da república, Getúlio Vargas, Ministros de Estado, autoridades civis, militares e eclesiásticas junto ao Núncio Apostólico, Dom Aloísio Masella, que esperava pela Virgem de Aparecida junto ao povo.

O Santuário recorda que algumas notícias de jornais da época relatam que a imensa multidão repetiu com entusiasmo as palavras da consagração da nação e do povo a Nossa Senhora, proferidas por Dom Leme com as quais o Brasil se consagrava à Virgem de Aparecida:

“Senhora Aparecida, o Brasil é vosso!
Rainha do Brasil, abençoai a nossa gente.
Paz ao nosso povo! Salvação para a nossa Pátria!
Senhora Aparecida, o Brasil vos ama,
O Brasil, em vós confia!
Senhora Aparecida, o Brasil vos aclama,
Salve Rainha!”


Após os atos de consagração e prece, Dom Duarte levou a Imagem para o carro-capela, que esperava na Estação Dom Pedro II com destino à Aparecida.
Na época, o Superior Vice-Provincial, Pe. José Francisco Wand escreveu no livro de ponto da paróquia que é absolutamente certo que o dia 31 de maio de 1931 seria sempre um dos mais memoráveis na história eclesiástica da Terra de Santa Cruz.

“Este dia significa para Aparecida o desenvolvimento grandioso das romarias”, afirmava a mensagem.

Ainda hoje, o Santuário Nacional de Aparecida, local onde se encontra a Imagem da Padroeira do Brasil, aos cuidados dos Missionários Redentoristas acolhe centenas de romarias vindas de todas as partes do país.

Em 2010, o Santuário Nacional, que também é o maior Santuário Mariano do mundo, recebeu mais de 10 milhões de peregrinos para homenagear “a Mãe de Deus e Nossa”, a Virgem de Aparecida.


(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação de JPR)

Vaticano: Dor e preocupação pela ordenação ilegítima de um bispo na China

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, o Pe. Federico Lombardi, qualificou como um fato doloroso, preocupante e "contrário à união da Igreja presente no mundo inteiro" a ilegítima ordenação episcopal do sacerdote Giuseppe Huang Bingzhang, realizada hoje na cidade chinesa de Shantou.

Conforme informou a Rádio Vaticano alguns bispos em comunhão com o Santo Padre foram obrigados a participar da ordenação ilegítima do bispo de Shantou. 

"Com a ordenação ilegítima do Bispo de Shantou, na região chinesa de Guandong, foi aberta uma nova ferida no tecido da Igreja Católica chinesa, já atingida, duas semanas atrás, por um gesto análogo com a ordenação do Bispo de Leshan, também esta sem mandato pontifício", afirma o Pe. Lombardi em declarações reunidas pela Rádio Vaticano em português.

Conforme informou a agência UCAnews.com, o anúncio da ordenação fez que um grupo de católicos realizasse um protesto na frente dos escritórios do governo chinês em Hong Kong, já que estas ordenações ilegítimas "constituem uma grave falta de respeito à Igreja" e só geram divisão e sofrimento.

O fato renova o grande pesar de Bento XVI pela notícia da ordenação episcopal celebrada em Leshan, no dia 29 de junho deste ano.

Nesta ocasião, o governo chinês promoveu a ordenação episcopal, sem permissão do Papa, do sacerdote Lei Shiyin, apesar de sua grave situação, já que como resultado de sua relação com uma mulher, o sacerdote tornou-se pai de um filho.

A Santa Sé divulgou um comunicado no qual explicou que devido a esta grave falta o sacerdote estava excomungado, de acordo ao estabelecido no canon 1382 do Código de Direito Canónico.

Este bispo ilegítimo é atualmente Vice-presidente da Associação Patriótica Católica da China e um deputado católico da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, um importante órgão de assessoria para o governo.

O comunicado do Vaticano de 4 de julho assinalava que "a ordenação de Leshan foi um ato unilateral que semeia divisão e, infelizmente, produz divisões e tensões na comunidade católica na China", precisou.

O governo, que dirige a chamada Associação Católica Patriótica da China, tinha programado para o dia 9 de junho uma ordenação adicional, mas à última hora decidiu adiou-a para uma data ainda não especificada, ao parecer, pela resistência tanto dos fiéis como do sacerdote eleito para ser ordenado Bispo.

A China só permite o culto católico à Associação Patriótica Católica a China, subordinado ao Partido Comunista Chinês, e rechaça a autoridade do Vaticano para nomear bispos ou governá-los. A Igreja Católica fiel ao Papa não é completamente clandestina; embora seja assediada constantemente.

As relações diplomáticas entre a China e o Vaticano foram interrompidas em 1951, dois anos depois da chegada ao poder dos comunistas que expulsaram os clérigos estrangeiros.

(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação  de JPR)

Monsenhor Junmin: A bem da Igreja universal

O bispo Jin Peixian, hoje com 83 anos, passou 10 anos na prisão e mais tarde foi enviado para um campo de trabalho agrícola.

Cecília Tao Beiling, leiga, aos 19 anos foi levada para uma “quinta de re-educação” e por lá ficou mais de oito anos, sem hipótese de escolha.

A milhares de católicos aconteceu o mesmo. Com a revolução cultural, a Igreja foi suprimida. Mas, nos anos 80, o Governo de Pequim mudou de estratégia e autorizou que a Igreja abrisse as portas, mas sob o seu controlo: criou-se, então, a “Associação da Igreja Católica Patriótica”, não reconhecida pelo Papa e que tem vindo a ordenar membros próximos do partido para bispos de várias dioceses chinesas. Uma destas ordenações realizou-se ontem, em Shantou.

Os bispos que nela participaram arriscam a excomunhão. Alguns dias antes, quatro deles foram detidos pela polícia e obrigados a participar, mas houve um quinto bispo que se recusou a ir.

Monsenhor Paul Pei Junmin, bispo de Liaonig – cuja ordenação é reconhecida pelo Vaticano - resistiu às pressões do Governo e, apoiado pelo seu clero e fiéis, não participou na ordenação de ontem.

Não sabemos o que agora lhe vai acontecer. Mas a sua firmeza de pastor e o seu amor ao Papa são já, certamente, uma força de bem a favor da Igreja universal.

Obrigada Monsenhor Junmin!

Aura Miguel

(Fonte: site Rádio Renascença)

AH ESTAVAS AÍ SENHOR!

Onde estás Tu, Senhor?
Procuro-te e não Te encontro! Escondeste-te, por acaso, de mim?

Como queres Tu que eu caminhe, se não vejo a tua luz, se não me iluminas o caminho?
Não vês os meus olhos abertos, tentado perscrutar a escuridão? Não vês os meus braços estendidos, tentado detectar os obstáculos? Não vês os meus ouvidos atentos, tentando ouvir a tua voz? Não vês os meus passos incertos, que quase me fazem tombar?

Onde Te escondes, Senhor, que me deixas assim sozinho percorrer os caminhos da vida?
Tenho medo, Senhor, não percebes? Não vês a minha intranquilidade, a minha angústia?

Procuro-te em todo o lado, Senhor, sirvo-me de tudo, da minha inteligência, da minha racionalidade, de tudo o que aprendi, e nada, Senhor, não Te encontro!

Procuro-te no cimo das montanhas, no fundo dos oceanos, na brisa leve e no forte vento, no tempo e no espaço, e não Te encontro, Senhor!
Mas não estavas Tu em todo o sítio, em todas as coisas, sempre e em cada momento?
Porque não Te encontro, então, Senhor?

Tacteio a escuridão, tento afastar com as mãos as trevas que me envolvem, abro desmedidamente os olhos, grito com toda a minha força, e nada, Senhor, não Te encontro, não me respondes!

Sento-me à beira da estrada da vida, inclino-me e coloco a minha cabeça entre as mãos.
Calo-me, faço silêncio e lentamente envolvo-me com um novelo, e entro dentro de mim.
Já nada me interessa, não quero ouvir mais nada, não quero olhar mais nada, quero apenas conhecer-me, entrar no meu coração e deixar que ele me acalme, com os restos de amor que ainda nele são pobre bálsamo.

Uma calma, uma paz, uma tranquilidade tomam conta de mim. 

Parece-me agora que sou todo coração. Já não são os meus olhos que vêem, nem os meus ouvidos que ouvem. Já não são as minhas mãos que se estendem, nem os meus pés que caminham. Já não é a minha cabeça que pensa, nem a minha boca que fala. 
Sinto, cada vez mais, que agora sou todo e apenas coração.

Ouço então uma voz que me chama:
Joaquim, Joaquim, Joaquim, Eu estou aqui! Vive-me no teu coração!

A vida que não se encontrava, retoma cor e alegria, porque a Vida verdadeira, se faz vida na minha vida, e eu exclamo num grito imenso:
Ah, estavas aí, Senhor!

Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.com/2011/07/ah-estavas-ai-senhor.html

Organizadores da JMJ 2011 divulgam estudo sobre o perfil dos jovens que participarão no evento

Buscando responder à pergunta sobre Como é ‘o jovem JMJ’? o GAD (Gabinete de Análisis Demoscópico) em Espanha realizou uma pesquisa de opinião entre 1.800 jovens dos cinco continentes que têm seguido as informações da Jornada Mundial. Segundo o estudo, a grande maioria dos entrevistados têm menos de 30 anos e 9 em cada 10 consideram que a JMJ “É uma experiência que muda a vida”. 

Neste sentido, um em cada quatro jovens entrevistados já participou anteriormente nalguma Jornada. Destes, mais de metade viajaram com o Papa a Colónia (61%) e a Sidney (44%%) e quase a totalidade dos jovens que assistiram às JMJ de 2005 e 2008 (98%) avaliaram positivamente a sua experiência (80% muito positivamente e 18% positivamente).

9 em cada 10 jovens entrevistados têm como principal motivo para assistir à JMJ: ter uma nova experiência (93%), difundir a mensagem de Jesus Cristo (92%), expressar o seu compromisso com a Igreja (90%) e satisfazer as suas inquietudes espirituais. Também vão à JMJ para conhecer outras pessoas (87%) e para estar com pessoas que pensam como eles (88%).

A fé como elemento fundamental para a vida

Assim, os jovens JMJ pensam que a fé em Cristo é muito positiva para perdoar os outros (85%), ser solidário e ajudar os mais necessitados (80%) e para crescer e ser melhor pessoa (79%). Também para aceitar o sofrimento e ser feliz (75%) e ter ideias claras (67%).

(Fonte: ‘ACI digital’)

Barenboim plays Beethoven Piano Sonata No.32-1

Chegar ao próximo

- Tu, filho de Deus, que fizeste até agora para ajudar as almas dos que te rodeiam?

Não te podes conformar com essa passividade, com essa languidez: Ele quer chegar a outros com o teu exemplo, com a tua palavra, com a tua amizade, com o teu serviço...

São Josemaría Escrivá – Forja, 880

Passo-a-rezar.net (clique no título para ouvir uma meditação, o Evangelho do dia e respectiva meditação e reflectir. Obrigado!)

S. Josemaría nesta data em 1932

No verso de uma estampa da Virgem Maria escreve: “A santidade «grande» consiste em cumprir os «pequenos» deveres de cada instante”.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Chegar à certeza da Fé

Não se pode chegar à certeza da fé revelada senão pelo advento de Cristo no espírito. Cristo vem seguidamente na carne, como palavra que confirma toda a palavra profética. Foi por isso que foi dito aos Hebreus: «Muitas vezes e de muitos modos falou Deus a nossos pais, noutros tempos, pelos profetas; nestes tempos, que são os últimos, Deus falou-nos por meio de Seu Filho» (1, 1-2). Com efeito, Cristo é a Palavra do Pai, cheio de poder, e quem pode dizer-Lhe: «Por que fazes isto?». Cristo é também uma palavra cheia de verdade, mais ainda, é a própria verdade, segundo aquilo que diz São João: «Santifica-os na verdade, a Tua palavra é a verdade» (17, 17).

São Boaventura (1221-1274), franciscano, Doutor da Igreja
Sermão «Christus unus omnium magister» (a partir da trad. coll. Maîtres spirituels, Seuil 1963, p. 72)

A presença do Criador

“Na profundidade do nosso ser está inscrita a memória do Criador” – São Boaventura

Catequese de Bento XVI sobre São Boaventura em 10 de Março de 2010 (excerto)

Ouçamos o Grande Catequista que é o nosso amado Papa

Como já disse São Boaventura, entre os vários méritos, teve o de interpretar autêntica e fielmente a figura de São Francisco de Assis, por ele venerado e estudado com grande amor. Em particular, na época de São Boaventura uma corrente de Frades Menores, chamados "espirituais", afirmava que com São Francisco fora inaugurada uma fase totalmente nova da história, aparecera o "Evangelho eterno" de que fala o Apocalipse, que substituía o Novo Testamento. Este grupo afirmava que a Igreja já tinha esgotado o seu papel histórico e seria substituída por uma comunidade carismática de homens livres guiados interiormente pelo Espírito, isto é pelos "Franciscanos espirituais". Na base das ideias de tal grupo havia os escritos de um abade cisterciense, Joaquim de Fiore, falecido em 1202. Nas suas obras, ele afirmava um ritmo trinitário da história. Considerava o Antigo Testamento como era do Pai, seguido pelo tempo do Filho, o tempo da Igreja. Haveria que esperar ainda a terceira era, a do Espírito Santo. Assim, toda a história devia ser interpretada como uma história de progresso: da severidade do Antigo Testamento à relativa liberdade do tempo do Filho, na Igreja, até à plena liberdade dos Filhos de Deus, no período do Espírito Santo, que enfim seria inclusive o período da paz entre os homens, da reconciliação dos povos e das religiões. Joaquim de Fiore suscitou a esperança de que o início do novo tempo viria de um novo monaquismo. Assim, é compreensível que um grupo de Franciscanos julgasse reconhecer em São Francisco de Assis o iniciador do novo tempo e, na sua Ordem, a comunidade da nova época a comunidade do tempo do Espírito Santo, que deixava atrás de si a Igreja hierárquica, para começar a nova Igreja do Espírito, desligada das velhas estruturas.

Portanto, havia o risco de um gravíssimo mal-entendido da mensagem de São Francisco, da sua fidelidade humilde ao Evangelho e à Igreja, e tal equívoco incluía uma visão errónea do Cristianismo no seu conjunto.

São Boaventura, que em 1257 se tornou Ministro-Geral da Ordem Franciscana, encontrou-se diante de uma grave tensão no interior da sua própria Ordem precisamente por causa de quem defendia a mencionada corrente dos "Franciscanos espirituais", que se inspirava em Joaquim de Fiore. Exactamente para responder a este grupo e dar nova unidade à Ordem, São Boaventura estudou com atenção os escritos autênticos de Joaquim de Fiore e os que lhe eram atribuídos e, tendo em consideração a necessidade de apresentar correctamente a figura e a mensagem do seu amado São Francisco, quis expor uma justa visão da teologia da história. São Boaventura enfrentou o problema na sua última obra, uma colectânea de conferências aos monges do estúdio parisiense, que ficou incompleta e chegou até nós através das transcrições dos auditores, intitulada Hexaëmeron, isto é uma explicação alegórica dos seis dias da criação. Os Padres da Igreja consideravam os seis ou sete dias da narração sobre a criação como profecia da história do mundo, da humanidade. Os sete dias representavam para eles sete períodos da história, mais tarde interpretados também como sete milénios. Com Cristo teríamos entrado no último, ou seja no sexto período da história, ao qual depois se seguiria o grande sábado de Deus. São Boaventura supõe esta interpretação histórica do relatório dos dias da criação, mas de um modo muito livre e inovativo. Para ele, dois fenómenos do seu tempo tornam necessária uma nova interpretação do curso da história.

O primeiro: a figura de São Francisco, homem totalmente unido a Cristo até à comunhão dos estigmas, quase um alter Christus, e com São Francisco a nova comunidade por ele criada, diferente do monaquismo até agora conhecido. Este fenómeno exigia uma nova interpretação, como novidade de Deus que surgiu nesse momento.

O segundo: a posição de Joaquim de Fiore, que anunciava um novo monaquismo e um período totalmente novo da história, indo além da revelação do Novo Testamento exigia uma resposta.

Como Ministro-Geral da Ordem dos Franciscanos, São Boaventura viu logo que com a concepção espiritualista inspirada por Joaquim de Fiore, a Ordem não era governável, mas caminhava logicamente rumo à anarquia. Para ele, havia duas consequências:

A primeira: a necessária prática de estruturas e de inserção na realidade da Igreja hierárquica, da Igreja real, tinha necessidade de um fundamento teológico, também porque os outros, aqueles que seguiam a concepção espiritualista, mostravam um aparente fundamento teológico.

A segunda: mesmo tendo em consideração o realismo necessário, não se podia perder a novidade da figura de São Francisco.

Como respondeu São Boaventura à exigência prática e teórica? Da sua resposta posso dar aqui só um resumo muito esquemático e incompleto, em alguns pontos:

1. São Boaventura rejeita a ideia do ritmo trinitário da história. Deus é um para toda a história e não se divide em três divindades. Portanto, a história é uma só, embora seja um caminho e segundo São Boaventura um caminho de progresso.

2. Jesus Cristo é a última palavra de Deus nele Deus disse tudo, doando-se e proclamando-se a si mesmo. Mais do que Ele mesmo, Deus não pode dizer, nem doar. O Espírito Santo é Espírito do Pai e do Filho. O próprio Cristo diz do Espírito Santo: "...ensinar-vos-á tudo o que vos tenho dito" (Jo 14, 26), "receberá do que é meu para vo-lo anunciar" (Jo 16, 15). Portanto, não existe outro Evangelho mais excelso, não há outra Igreja a esperar. Por isso, até a Ordem de São Francisco deve inserir-se nesta Igreja, na sua fé, no seu ordenamento hierárquico.

3. Isto não significa que a Igreja é imóvel, fixa no passado, e que nela não possa haver novidade. "Opera Christi non deficiunt, sed proficiunt", as obras de Cristo não regridem, não vêm a faltar, mas progridem, diz o Santo na Carta De tribus quaestionibus. Assim São Boaventura formula explicitamente a ideia de progresso, e esta é uma novidade em relação aos Padres da Igreja e a uma grande parte dos seus contemporâneos. Para São Boaventura, Cristo não é mais, como era para os Padres da Igreja, o fim, mas o centro da história; com Cristo, a história não termina, mas começa um novo período.Outra consequência é a seguinte: até àquele momento predominava a ideia de que os Padres da Igreja fossem o ápice absoluto da teologia, e que todas as gerações seguintes só pudessem ser suas discípulas. Até São Boaventura reconhece os Padres como mestres para sempre, mas o fenómeno de São Francisco dá-lhe a certeza de que a riqueza da palavra de Cristo é inesgotável e que até nas novas gerações podem despontar novas luzes. A unicidade de Cristo garante também novidade e renovação em todos os períodos da história.

Sem dúvida, a Ordem franciscana assim sublinha pertence à Igreja de Jesus Cristo, à Igreja Apostólica, e não pode construir-se num espiritualismo utópico. Mas ao mesmo tempo é válida a novidade de tal Ordem em relação ao monaquismo clássico, e São Boaventura como eu disse na catequese precedente defendeu esta novidade contra os ataques do Clero secular de Paris: os Franciscanos não têm um mosteiro fixo e podem estar presentes em toda a parte para anunciar o Evangelho. Precisamente a ruptura com a estabilidade, característica do monaquismo, a favor de uma nova flexibilidade, restituiu à Igreja o dinamismo missionário.

Nesta altura, talvez seja útil dizer que até hoje existem visões segundo as quais toda a história da Igreja no segundo milénio teria sido um declínio permanente; alguns vêem o declínio já imediatamente após o Novo Testamento. Na realidade, "Opera Christi non deficiunt, sed proficiunt", as obras de Cristo não regridem mas progridem. O que seria a Igreja, sem a nova espiritualidade dos Cistercienses, dos Franciscanos e Dominicanos, da espiritualidade de Santa Teresa de Ávila e de São João da Cruz, e assim por diante? Até hoje é válida esta afirmação: "Opera Christi non deficiunt, sed proficiunt", progridem. São Boaventura ensina-nos o conjunto do discernimento necessário, mesmo severo, do realismo sóbrio e da abertura a novos carismas doados por Cristo no Espírito Santo, à sua Igreja. E enquanto se repete esta ideia do declínio, há também outra ideia, o "utopismo espiritualista" que se repete. Com efeito, sabemos que depois do Concílio Vaticano II alguns estavam convictos de que tudo era novo, como se houvesse outra Igreja, que a Igreja pré-conciliar tivesse terminado e teríamos tido outra, totalmente "outra". Um utopismo anárquico! E graças a Deus os timoneiros sábios da barca de Pedro, Papa Paulo VI e Papa João Paulo II, por um lado defenderam a novidade do Concílio e por outro, ao mesmo tempo, defenderam a unicidade e a continuidade da Igreja, que é sempre Igreja de pecadores e sempre lugar de Graça.

4. Neste sentido São Boaventura, como Ministro-Geral dos Franciscanos, assumiu uma linha de governo em que era bem claro que a nova Ordem não podia, como comunidade, viver à mesma "altura escatológica" de São Francisco, em quem ele vê antecipado o mundo futuro, mas guiado ao mesmo tempo por um realismo sadio e pela coragem espiritual tinha que se aproximar o mais possível da máxima realização do Sermão da Montanha, que para São Francisco foi a regra, mesmo tendo em consideração os limites do homem, marcado pelo pecado original.

Vemos assim que para São Boaventura governar não era simplesmente agir, mas era sobretudo pensar e rezar. Na base do seu governo encontramos sempre a oração e o pensamento; todas as suas decisões derivam da reflexão, do pensamento iluminado pela oração. O seu contacto íntimo com Cristo acompanhou sempre o seu trabalho de Ministro-Geral e por isso ele compôs uma série de escritos teológico-místicos, que expressam a alma do seu governo e manifestam a intenção de orientar interiormente a Ordem, isto é de governar não só mediante mandatos e estruturas, mas guiando e iluminando as almas, orientando para Cristo.

Destes seus escritos, que são a alma do seu governo e mostram o caminho a percorrer, tanto ao indivíduo como à comunidade,gostaria de mencionar um só, sua obra-prima, o Itinerarium mentis in Deum, que é um "manual" de contemplação mística. Este livro foi concebido num lugar de profunda espiritualidade: o monte La Verna, onde São Francisco tinha recebido os estigmas. Na introdução, o autor explica as circunstâncias que deram origem a este seu escrito: "Enquanto eu meditava sobre as possibilidades da alma se elevar a Deus, apresentou-se-me entre outros aquele acontecimento admirável ocorrido naquele lugar com o bem-aventurado Francisco, ou seja a visão do Serafim alado em forma de Crucifixo. E meditando sobre isto, dei-me conta imediatamente de que tal visão me oferecia o êxtase contemplativo do próprio pai Francisco e ao mesmo tempo o caminho que a ele conduz" (Itinerário da mente em Deus, Prólogo, 2 em Obras de São Boaventura. Opúsculos Teológicos/1, Roma 1993, pág. 499).

Assim, as seis asas do Serafim tornam-se o símbolo de seis etapas que conduzem progressivamente o homem ao conhecimento de Deus através da observação do mundo e das criaturas e através da exploração da própria alma com as suas faculdades, até à união total com a Trindade por meio de Cristo, à imitação de São Francisco de Assis. As últimas palavras do Itinerarium de São Boaventura, que respondem à pergunta sobre o modo como se pode alcançar esta comunhão mística com Deus, deviam fazer alcançar o fundo do coração: "Se agora desejas saber como acontece isto (a comunhão mística com Deus), interroga a graça, não a doutrina; o desejo, não o intelecto; o gemido da oração, não o estudo da letra; o esposo, não o mestre; Deus, não o homem; as trevas, não a clareza; não a luz, mas o fogo que tudo inflama e transporta em Deus, com as fortes unções e os afectos ardentíssimos... Portanto, entremos nas trevas, silenciemos os anseios, as paixões e os fantasmas; passemos com Cristo Crucificado deste mundo para o Pai para, depois de o ter visto, dizermos com Filipe: basta-me isto" (Ibid., VII, 6).

Queridos amigos, aceitemos o convite que nos é dirigido por São Boaventura, o Doutor Seráfico, e coloquemo-nos na escola do Mestre divino: ouçamos a sua Palavra de vida e de verdade, que ressoa no íntimo da nossa alma. Purifiquemos os nossos pensamentos e as nossas acções, a fim de que Ele possa habitar em nós, e nós possamos ouvir a sua Voz divina, que nos atrai para a verdadeira felicidade.

(© L'Osservatore Romano - 13 de Março de 2010)

S. Boaventura, Bispo, Doutor da Igreja, 1218-1274

São Boaventura nasceu em Bagnorea, actualmente Bagnoregio, no ano de 1218. Ingressou na Ordem fundada por São Francisco, que, à semelhança dos dominicanos, já se tinham estabelecido em Paris, Oxford, Cambridge, Estrasburgo e em outras universidades europeias.

Um dia, Frei Egídio em sua simplicidade indagou ao Frei Boaventura como poderia salvar-se, se desconhecia a ciência teológica. Ele respondeu-lhe: "Se Deus dá ao homem somente a graça de poder amá-lo, isso basta... Uma simples velhinha poderá amar a Deus mais do que um professor de teologia."

São Boaventura foi discípulo de Alexandre de Hales, em Paris, permanecendo nessa cidade inicialmente como professor de teologia e posteriormente como ministro geral dos Frades Menores, tendo sido eleito para este cargo com apenas trinta e seis anos de idade. Recusou a consagração episcopal várias vezes por humildade, mais foi eleito cardeal recebendo a sede de Albano Laziale.

São Tomás de Aquino e São Boaventura foram convidados pelo Papa Gregório X a prepararem o segundo Concílio de Lião, mas São Tomás de Aquino faleceu alguns meses antes da abertura do concílio que aconteceu em 7 de Maio de 1274. A caridade é o fundamento da doutrina teológica que Frei Boaventura ensinou com sua palavra e escritos. O livro "O intinerário da mente para Deus" está entre os seus livros mais conhecidos.

Foi ele quem escreveu: "Não basta a leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a pesquisa sem maravilhar-se; não basta a circuspecção sem o júbilo, o trabalho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humanidade, o estudo sem a graça."São Boaventura morreu no dia 15 de Julho do ano de 1274.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

«Permanece um repouso sabático para o povo de Deus» (Heb 4,9)

O sábado não foi estabelecido como uma prova que permita um discernimento entre a vida e a morte, entre a justiça e o pecado, tal como outros preceitos pelos quais «o homem que os observar viverá» (Lv 18,5), ou morrerá se não os cumprir.  Não, o sábado, no seu tempo, foi dado ao povo, tendo em vista o repouso; tal como os homens, os animais também deviam parar de trabalhar (cf. Ex 23,12). [...]

Se o sábado não tivesse sido instituído para o repouso de todos os seres que exercem um trabalho corporal, as criaturas que não trabalham, para serem justificadas, teriam de observar também o sábado desde a origem. Pelo contrário, nós vemos o sol avançar no céu sem cessar, a lua percorrer a sua órbita, as estrelas seguirem o seu curso, os ventos soprarem, as nuvens vogarem no céu, os pássaros voarem, os ribeiros jorrarem das nascentes, as vagas a agitarem-se, os raios caírem e iluminarem a criação, o trovão ribombar violentamente a seu tempo, as árvores darem os seus frutos e cada criatura crescer e fortificar-se. Na verdade, não vemos nenhum ser repousar ao dia de sábado, a não ser os homens e os animais de carga que estão submetidos à lei do trabalho.

A nenhum dos justos do Antigo Testamento foi dado o sábado para nele encontrarem a vida [...], mas a fidelidade ao sábado foi prescrita para que aqueles que se fatigavam com o seu trabalho, os servos, as servas, os mercenários, os estrangeiros e os animais de carga, pudessem descansar e refazer-se. Porque Deus cuida de toda a Sua criação, tanto dos animais domésticos como das feras, tanto dos pássaros como dos animais selvagens. Escuta agora qual é o sábado que agrada a Deus. Isaías disse-o: «Nisto consiste o repouso: deixem descansar os fatigados» (Is 28,12). [...] Guardemos, pois, fielmente, o sábado de Deus; façamos o que agrada ao Seu coração. Entraremos assim no sábado do grande repouso em que o céu e a terra repousarão, em que toda a criatura é recriada.

Afraates (?-c. 345), monge e bispo perto de Mossul (santo das Igrejas ortodoxas)
Exposições, nº 13, 1.3.9

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Do Evangelho de hoje

Ora Eu digo-vos que aqui está Alguém que é maior que o templo. Se vós soubésseis o que quer dizer: “Quero misericórdia e não sacrifício”, jamais condenaríeis inocentes. Porque o Filho do Homem é senhor do próprio sábado». (Mt 12, 6-8)


Leitura completa - Mt 12, 1-8