Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 6 de março de 2010

D. José Saraiva Martins - “É melhor menos padres, mas melhores padres”

“Mas cuidado com os teoremas jacobinos”

O envolvimento do irmão do Papa carece de qualquer fundamento. É absurdo presumir que o Monsenhor Georg Ratzinger devesse ter conhecimento dos abusos sexuais cometidos no coro por ele dirigido».

O Cardeal da Cúria D. José Saraiva Martins, colaborador próximo de Bento XVI (promovido há um ano à ordem dos Bispos do Sacro Colégio como demonstração de particular estima do Pontífice) coloca em alerta em relação aos «excessos jacobinos que, fazem de cada caso uma generalização, prejudicando a sociedade, além da indispensável obra de purificação da Igreja empreendia corajosamente por Bento XVI».

O escândalo da pedofilia está a ultrapassar a realidade?

«A pedofilia no clero infelizmente existe, mas generalizar é um boomerang porque impede a individualização dos casos autênticos e as situações nas quais se deve intervir com dureza. Ninguém disse e fez tanto contra a pedofilia quanto o Papa Ratzinger. O risco agora é que o teorema do “não poderia não saber” aplicado a um Bispo ou ao dirigente de uma instituição religiosa produza o efeito contrário ao esperado».

Quais os contra-ataques que receia?

«Deve-se enfrentar as questões de forma pragmática. Se se levantam escândalos sem existirem dados reais como aquele à volta do irmão do Papa, perder-se-á de vista o verdadeiro mal existente e este regressará inevitavelmente. Foi o próprio Bento XVI a querer total transparência e não existem alternativas à sua linha. É melhor haver menos padres, mas padres melhores, pelo que é necessário trazer à claridade todas as zonas ainda encobertas pela escuridão e os responsáveis dos abusos deverão responder pelo actos cometidos mesmo perante a justição civil».

Continuareis em frente com a «tolerância zero»?

«Prosseguir-se-á na necessária obra de limpeza, colaborando com os inquéritos sobre os abusos cometidos sacerdotes e religiosos. Mas é preciso ter-se cuidado para não se perder o quadro geral. Fui Reitor da Universidade Pontifícia Urbaniana e posso assegurar-vos, que dirigir um ateneu ou um coro não significa saber-se tudo o que sucede no seu interior».


© Copyright La Stampa, 6 Março 2010, tradução e adaptação de JPR

Pedofilia: Cardeal Walter Kasper de origem alemã defende "limpeza" na Igreja Católica

Walter Kasper, um colaborador próximo do Papa, defendeu hoje uma "limpeza" na Igreja Católica com a condenação dos culpados de abusos sexuais de menores.

O Cardeal Walter Kasper, um colaborador próximo do Papa, defendeu hoje uma "limpeza" na Igreja através da condenação dos culpados de atos de pedofilia e da indemnização das vítimas.

"Já chega. É preciso fazer a limpeza na nossa Igreja", declarou numa entrevista ao jornal La Repubblica.

"Os abusos sexuais de menores por parte de responsáveis do clero são actos criminosos, vergonhosos, pecados mortais inadmissíveis", adiantou o prelado alemão, presidente do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos e membro de várias congregações do Vaticano.

Bispos irlandeses demitidos

Segundo o Cardeal Kasper, "o Papa não tem intenção de ficar a olhar" sem agir e exige "a tolerância zero em relação aqueles que são culpados de más condutas tão graves".
Provas da determinação de Bento XVI são, segundo Kasper, as recentes demissões de bispos irlandeses acusados de terem encoberto abusos sobre crianças realizados durante dezenas de anos por padres.

O Papa "não vai parar aqui", assegurou o cardeal, referindo a carta pastoral à Igreja da Irlanda prevista para as próximas semanas.

Abusos em escolas na Alemanha

O Cardeal Kasper sugeriu mesmo que aquela mensagem podia ser alargada a toda a Igreja.

"Creio que um problema tão melindroso, que apareceu não apenas na Irlanda, mas também na Holanda, na Alemanha e nos Estados Unidos, merece uma análise mais vasta relativa à Igreja universal e não a um único país", explicou, adiantando caber "ao Santo Padre decidir".

Ao escândalo da pedofilia que envolveu o clero da Irlanda, divulgado no final de 2009, juntaram-se nas últimas semanas revelações de abusos sexuais nas escolas católicas na Alemanha, nomeadamente no coro dos pequenos cantores de Ratisbona (Baviera), dirigido durante perto de 30 anos pelo irmão do Papa, Mons. Georg Ratzinger.

(Fonte: ‘Expresso’ online correcção do título de Georg Ratzinger que é Monsenhor e não Bispo)

Nota de JPR: no ‘L’Osservatore Romano’ vem desmentido que durante o período de direcção de Mons. Georg Ratzinger, hoje com 86 anos, tenham ocorrido os referidos abusos, ainda assim este colocou-se inteiramente ao dispor para depor perante a justiça alemã, caso esta o entenda necessário.

Para quem entenda italiano transcrevemos artigo sobre esta matéria publicado no “L’Osservatore Romano” de hoje em AQUI:

La Chiesa opera con rigore per fare luce su quanto accaduto in istituti religiosi

Massima chiarezza sugli abusi in Germania

Ratisbona, 6. La diocesi di Ratisbona esaminerà le accuse di abusi sessuali che sarebbero avvenuti nel coro dei Regensburger Domspatzen "con la massima trasparenza". È quanto ha affermato il portavoce della stessa diocesi, Clemens Neck, che ha anche annunciato l'istituzione di una commissione di indagine ad hoc, a conferma che, con un rigore e un coraggio esemplari, non si ha nessun timore a fare chiarezza persino sulla base di accuse fino a questo momento non accompagnate da riscontri oggettivi.

Del resto, la notizia di un caso di abuso avvenuto negli anni Cinquanta nel convitto dove alloggiavano i coristi, era stata diffusa dallo stesso vescovo, Gerhard Ludwig Müller, in una lettera pubblicata sul suo sito in rete, destinata ai famigliari delle vittime. Il presule aveva appunto riferito di essere venuto a conoscenza di un caso per il quale fu condannato il direttore del convitto, nel frattempo deceduto. E aveva invitato chi è a conoscenza di fatti a fornire informazioni per individuare vittime e colpevoli di eventuali altri episodi dello stesso genere. Ulteriori dettagli sui casi in questione sono specificati in un comunicato che pubblichiamo qui a fianco.

Agli abusi compiuti in alcuni istituti cattolici tedeschi è stata dedicata anche parte della recente assemblea dei vescovi tedeschi. Le diverse diocesi nel cui territorio sono presenti tali istituti stanno operando con la massima trasparenza e serietà. Il direttivo del coro di Ratisbona si è detto costernato per i casi di pedofilia registratisi in ambito ecclesiastico, compresi quelli che sarebbero avvenuti nella celebre istituzione dei Regensburger Domsplatzen. "Il direttivo del Coro - si legge in una lettera pubblicata sul sito in rete della diocesi di Ratisbona - ha seguito con grande attenzione le notizie sui casi di abusi sessuali in istituzioni religiose. Siamo costernati per il fatto che simili fatti vergognosi siano avvenuti in istituzioni ecclesiastiche". Si legge ancora nel sito: "Abbiamo saputo che anche un ex allievo del Coro (all'inizio degli anni Sessanta) ha riferito alla stampa abusi sessuali". "In base a quanto previsto dalla Conferenza episcopale tedesca - aggiunge la lettera - le ammissioni dell'ex allievo sono state inoltrate alla psicologa Birgit Boehm, responsabile diocesana per i casi di abusi. La signora Boehm ha cercato di mettersi in contatto con la presunta vittima degli abusi. Sulla base delle conoscenze che si hanno al momento, non è tuttavia ancora chiaro se gli abusi siano avvenuti nella nostra istituzione o nella scuola elementare di Etterzhausen (attuale Pielenhofen)". La lettera cita anche il caso già segnalato dal vescovo di Ratisbona: "Attraverso un articolo di stampa degli anni Cinquanta, che ci è pervenuto, siamo venuti a conoscenza di una informazione concreta relativa a un abuso sessuale.
L'allora responsabile del collegio, a quanto ne sappiamo, era stato condannato per questo". A tutt'oggi comunque - continua la lettera - "non disponiamo di ulteriori elementi concreti su casi sospetti di abusi all'interno del Coro di Ratisbona".

(© L'Osservatore Romano - 7 marzo 2010)

Bach - Marcha fúnebre

Uma tragédia europeia - Um aborto em cada onze segundos

Por detrás da sua aparente insensibilidade, numa sociedade que consome informação, a estatística pode ser expressão concisa e eficaz de dramas humanos. Cada número pode ser sinal de uma vida suprimida, de uma maternidade interrompida. Na Europa, só em 2008 com o aborto renunciou-se a 2.863.649 crianças, 1.207.646 das quais 42% nos 27 países da União Europeia, onde nos últimos 15 anos foram praticados no total 20.635.919 abortos. Dados regelantes, apresentados no passado dia 2 de Março, na sede do Parlamento europeu, pelo Instituto de Política Familiar (IPF), com o relatório anual sobre o aborto na Europa e na Espanha.

De Bruxelas, Eduardo Hertfelder presidente da Federação internacional do IPF disse que "nós, europeus, e as nossas administrações não podemos virar as costas, quando na Europa se pratica um aborto em cada 11 segundos". Com efeito, o aborto é a principal causa de mortalidade do continente no seu conjunto. O número de abortos num ano mais de 1,2 milhões equivale ao deficit de natalidade da União Europeia.

O alarme do IPF amplifica-se na Espanha, onde a nova lei sobre o aborto comporta um grave passo para trás no contexto europeu, além de contradizer as tendências da maior parte dos países da União. O estudo cita o Reino Unido, a França, a Roménia, a Itália e a Espanha como os países da UE onde se verifica o maior número de abortos (no conjunto, 775.000 por ano). A Espanha, com um aumento de 61.965 abortos anuais (115%), é o país com o maior incremento nos últimos dez anos, seguido com grande distância pelo Reino Unido (mais 16.088 abortos anuais) e pela Suécia (mais 7.041 abortos anuais). As estatísticas demonstram um aumento dramático em 2008 e colocam a Espanha, com 115.912 abortos, antes da Alemanha (114.484) e quase ao mesmo nível da Itália (121.406) e da Roménia (127.907), em quinto lugar entre os países da União, onde o aborto é mais praticado e com uma tendência ao aumento, visto a actual atitude legislativa. Tudo isto está em tendência contrária, em relação ao que está a verificar-se além-fronteiras, uma vez que, em proporção ao ano precedente, em 2008 os abortos diminuíram na Roménia (menos 9.319), Itália (menos 5.156), Alemanha (menos 2.387) e Reino Unido (menos 3.361).

Desde 1985, na Espanha foram praticados 1.350.494 abortos. Hoje pratica-se um em cada quatro minutos e meio, e logo entrará em vigor a Lei sobre a saúde sexual e reprodutiva e de interrupção voluntária da gravidez, normativa definida pelo IPF"regressiva, divergente em relação à Europa e anticonstitucional", que em termos práticos permite o livre aborto até à 14ª semana de gestação, também para as jovens de 16 e 17 anos, e até à 22ª semana se estiver em perigo a saúde da mãe ou no caso de graves anomalias do nascituro. Trata-se de uma lei cujas consequências são previsíveis.

Ainda segundo o relatório, em 2015 na Espanha superar-se-á o limite de 150.000 abortos anuais; será o país da UE com o maior número de abortos, juntamente com a França e o Reino Unido. Esta previsão catastrófica pode ser evitada, pelo menos em parte, com um factor novo e não menos realista: a opinião pública espanhola, que no último ano se mostrou em grande parte contrária ao aborto, do modo como está previsto pela nova lei. Uma inversão de rota para a qual contribuiu Derecho de Vivir (DAV) plataforma da activíssima Hazte Oír que exortou os cidadãos aos seus direitos e deveres, convidando-os a reunir-se no domingo 7 de Março em toda a Espanha e em várias cidades da América e da Europa.

O epicentro será Madrid, onde se proclamará: "España Vida Sí" e recordar-se-á que na democracia se ouve o povo: "O governo legislou sem o parecer dos espanhóis", declarou a "L'Osservatore Romano" a pediatra e porta-voz do DAV, Gádor Joya. A partir desta plataforma civil foram utilizados todos os instrumentos democráticos possíveis para demonstrar a vasta oposição à lei. Foram proclamadas algumas manifestações: há um ano, meio milhão de pessoas invadiu as ruas de Madrid, em Outubro foram um milhão, assim como mais de um milhão de pessoas assinaram o petição de retirada da normativa sobre o aborto.

Centenas de organismos do mundo inteiro aderem à marcha de 7 de Março, e de Madrid voltar-se-ão a abrir os braços à vida humana, à maternidade, à mulher. "A Espanha disse que não quer esta lei e continuará a dizê-lo, até à sua abolição", assegurou Joya. Uma mensagem dirigida ao governo, num ano histórico na batalha pelo respeito da vida.

Marta Lago

(© L'Osservatore Romano - 6 de Março de 2010)

L'Osservatore Romano edição em língua portuguesa de 06-III-2010

Lembrança de hoje

Confissão Quaresmal

2010.03.06
Igreja da Lapa


O Evangelho da Missa de hoje, a belíssima parábola do “Filho Pródigo”, magistralmente escrita por S. Lucas tem sido, ao longo dos tempos, comentada e interpretada. Hoje detenho-me no capítulo que narra o arrependimento e a decisão do filho mais novo.

O arrependimento é sincero e total. Levado pelas circunstâncias desastrosas da sua conduta à situação mais aviltante para um judeu – tratar de porcos -, apertado pela fome, na mais extrema penúria cai, inevitavelmente, em si e faz um exame profundo sobre os motivos que o conduziram a tal situação.

Mas, o arrependimento, por sincero, profundo e definitivo não resolve. Só por si, a situação. Sente, sabe, que a única solução é obter o perdão do pai. E não pode fazer qualquer forma: mandar um emissário com um pedido de desculpas, escrever uma carta, retratando o seu arrependimento… não… tem de ir pessoalmente ter com o pai e dizer-lhe, face a face, o que se passa no seu coração.

Neste tempo de Quaresma, connosco, passa-se a mesma coisa. Não nos basta arrependermo-nos das nossas faltas, pequenas ou grandes, clamar aos céus, a Deus, a nossa pena pelo mal cometido. Não! Sentimos – devemos sentir – a necessidade urgente de ir ter com um sacerdote, que na personificando Cristo, nos ouvirá e nos dará o perdão divino. È a única forma de recuperar a situação de filhos de regressar ao início.

Em conclusão, fica claro que na parábola, Jesus nos diz que, para recuperar a nossa condição de filhos de Deus, o arrependimento é fundamental mas, a Confissão Sacramental, clara, completa, espontânea, feita com dor de amor, é a chave indispensável para “abrir” o coração misericordioso de Deus nosso Pai. (AMA, meditação sobre Lc 15, 1-3.11-32, 2010.03.06)

Agradecimento: António Mexia Alves

O amor será sempre necessário, mesmo nas sociedades mais justas - recordou Bento XVI dirigindo-se aos voluntários da Protecção Civil Italiana


Vídeo em espanhol

A Igreja e o Papa apoiam o precioso serviço do voluntariado: assegurou Bento XVI, dirigindo-se neste sábado de manhã, na vasta Aula das Audiências do Vaticano, a uns sete mil voluntários da Protecção Civil Italiana. O Santo Padre classificou-os como “uma das expressões mais recentes e válidas da longa tradição de solidariedade que tem as suas raízes no altruísmo e generosidade do povo italiano”.

O Papa recordou que o voluntariado da Protecção Civil se tornou em Itália um fenómeno nacional, com mais de um milhão e trezentos mil membros, atentos às necessidades primárias da pessoa e do bem comum, visando proteger as pessoas, sobretudo nos casos de emergência, que ameaçam a vida e segurança das pessoas, das famílias, de inteiras comunidades. Uma missão que – observou Bento XVI - “não consiste apenas na gestão da emergência, mas sim num “pontual e meritório contributo à realização do bem comum”, que constitui “sempre o horizonte da convivência humana, mesmo e sobretudo nos momentos de grandes provações”.

Modelo deste serviço concreto e voluntário a quem está em necessidade e abandonado é o “bom samaritano” de que fala São Lucas. O Papa sublinhou que “esta passagem do Evangelho ensina que “o amor do próximo não pode ser delegado”. O Estado e a política, não obstante as necessárias preocupações com o bem-estar das pessoas (insistiu Bento XVI), não podem substituir o amor do próximo.

Mesmo na sociedade mais justa, o amor será sempre necessário. Não há nenhum ordenamento estatal justo que possa tornar supérfluo o serviço do amor. Quem quer desembaraçar-se do amor, prepara-se para desembaraçar-se do homem enquanto homem. Sempre haverá sofrimento a carecer de consolação, de ajuda. Sempre haverá solidão. Sempre haverá situações de necessidade material nas quais é indispensável uma ajuda na linha de um amor concreto ao próximo. O que requer e sempre requererá o empenho pessoal e voluntário”.

Sem o voluntariado, não podem perdurar o bem comum e a sociedade, pois o seu progresso e dignidade dependem em grande parte das pessoas que fazem mais do que é estritamente a sua obrigação.

“Caros amigos (declarou o Papa), o vosso empenho é um serviço prestado à dignidade do homem assente no seu ser criado à imagem e semelhança de Deus. Como mostra o episódio do bom Samaritano, há olhares que podem permanecer à distância ou mesmo cair no desprezo, mas há outros olhares que podem exprimir amor”.

“Para além da defesa do território, sede cada vez mais ícones vivos do bom Samaritano, prestando atenção ao próximo, recordando a dignidade do homem e suscitando esperança.

Quando uma pessoa não se limita a cumprir apenas o seu dever, na profissão e na família, mas se empenha a favor dos outros, o seu coração dilata-se.
Quem ama e serve gratuitamente o outro como próximo, vive e actua segundo o Evangelho e toma parte na missão da Igreja, que encara sempre o homem na sua totalidade e lhe quer fazer sentir o amor de Deus”.

(Fonte: site Radio Vaticana)

Temas para reflexão

Tema: Frutos da vida interior

A vida interior do cristão, se é verdadeira, vai acompanhada de frutos: obras externas que aproveitam aos outros. (...) É questão de viver de fé e de pôr os meios que estejam ao nosso alcance em cada circunstância; não esperar com os braços cruzados situações ideais, que é possível que nunca se apresentem, para fazer apostolado; não aguardar ter todos os meios humanos para pôr-se em actuação, voltados para Deus, mas manifestar com factos o amor que levamos no coração. Veremos com agradecimento e com admiração como o Senhor faz frutificar as nossas sempre escassas forças em relação ao que Ele nos pede.

Se é autêntica, a nossa vida interior - o trato com Deus na oração e nos Sacramentos - traduzir-se-á necessariamente em realidades concretas: apostolado através da amizade e dos vínculos familiares; obras de misericórdia espirituais, ou materiais, segundo as circunstâncias: ensinar ao que não sabe (dar palestras de formação, colaborar numa catequese, dar um conselho oportuno ao que vacila ou está desorientado...), colaborar em empresas de educação que consideram uma visão cristã da vida, fazer companhia e dar consolo a esses enfermos e anciãos que se encontram praticamente abandonados.

Sempre, em todas as circunstâncias, de formas muito variadas, a vida interior deve expressar-se - de modo contínuo - em obras de misericórdia, em realidades de apostolado. A vida interior que não se manifesta em obras concretas, fica-se na mera aparência, e necessariamente deforma-se e morre. Se cresce a nossa intimidade com Cristo é lógico que melhorem o nosso trabalho, o carácter, a disponibilidade para a mortificação, o modo de tratar aqueles que temos perto de nós no viver diário, as virtudes da convivência: a Compreensão, a cordialidade, o optimismo, a ordem, a afabilidade... são frutos que o Senhor espera encontrar quando se acerca cada dia à nossa vida corrente. O amor, para crescer, para sobreviver, necessita expressar-se em realidades. (Francisco Fernández CARVAJAL, Falar com Deus, Tempo Comum, 8ª Sem., 6ª Fª.)

Doutrina: Vida humana (Evangelium Vitae 8)

É aquilo que realmente acontece, mesmo no âmbito mais especificamente político e estatal: o primordial e inalienável direito à vida é posto em discussão ou negado com base num voto parlamentar ou na vontade de uma parte — mesmo que seja maioritária — da população. É o resultado nefasto de um relativismo que reina incontestado: o próprio « direito » deixa de o ser, porque já não está solidamente fundado sobre a inviolável dignidade da pessoa, mas fica sujeito à vontade do mais forte. Deste modo e para descrédito das suas regras, a democracia caminha pela estrada de um substancial totalitarismo. O Estado deixa de ser a «casa comum», onde todos podem viver segundo princípios de substancial igualdade, e transforma-se num Estado tirano, que presume de poder dispor da vida dos mais débeis e indefesos, desde a criança ainda não nascida até ao idoso, em nome de uma utilidade pública que, na realidade, não é senão o interesse de alguns. (JOÃO PAULO II, Evangelium vitae, 20 b)

Agradecimento: António Mexia Alves

Comentário ao Evangelho de Domingo feito por:

São Cipriano (c. 200-258), Bispo de Cartago e mártir
Dos benefícios da paciência, 3-5; PL 4, 624-625 (a partir da trad. de Orval)

Imitar a paciência de Deus

Como é grande a paciência de Deus! [...] Ele faz com que o dia nasça e com que o sol se levante tanto para os bons como para os maus (Mt 5, 45); Ele rega a terra com as chuvas e ninguém fica excluído da Sua benevolência, uma vez que a água é dada indistintamente aos justos e aos injustos. Vemo-Lo agir com igual paciência para com os culpados e para com os inocentes, os fiéis e os ímpios, aqueles que Lhe dão graças e os ingratos. Para todos eles os tempos obedecem à voz de Deus, os elementos colocam-se ao Seu serviço, os ventos sopram, manam as fontes, as colheitas aumentam de abundância, a uva amadurece, as árvores carregam-se de frutos, as florestas reverdecem e os prados cobrem-se de flores. [...] E embora Ele tenha o poder de Se vingar, prefere esperar muito tempo com paciência e aguarda e adia com bondade para que, se for possível, a malícia se esbata com o tempo e o homem [...] se volte enfim para Deus, segundo o que Ele mesmo nos diz: «Não tenho prazer na morte do ímpio, mas sim na sua conversão, a fim de que tenha a vida» (Ez 33, 11). E ainda: «Voltai-vos para Mim, regressai para o Senhor vosso Deus, porque Ele é misericordioso, bom, paciente e compassivo» (Jl 2, 13). [...]

Ora, Jesus diz-nos: «Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste» (Mt 5, 48). Por estas palavras Ele nos indica que, sendo filhos de Deus e regenerados por um nascimento celeste, atingimos o cume da perfeição quando a paciência de Deus Pai permanece em nós e a semelhança divina, perdida pelo pecado de Adão, se manifesta a brilha nos nossos actos. Que grande glória a nossa, a de nos assemelharmos a Deus, que grande felicidade, termos essa virtude digna dos louvores divinos!

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de Domingo dia 7 de Março de 2010


São Lucas 13,1-9

Nessa ocasião, apareceram alguns a falar-lhe dos galileus, cujo sangue Pilatos tinha misturado com o dos sacrifícios que eles ofereciam.
Respondeu-lhes: «Julgais que esses galileus eram mais pecadores que todos os outros galileus, por terem assim sofrido?
Não, Eu vo-lo digo; mas, se não vos converterdes, perecereis todos igualmente.
E aqueles dezoito sobre os quais caiu a torre de Siloé, matando-os, eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém?
Não, Eu vo-lo digo; mas, se não vos converterdes, perecereis todos da mesma forma.»
Disse-lhes, também, a seguinte parábola: «Um homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e foi lá procurar frutos, mas não os encontrou.
Disse ao encarregado da vinha: 'Há três anos que venho procurar fruto nesta figueira e não o encontro. Corta-a; para que está ela a ocupar a terra?'
Mas ele respondeu: 'Senhor, deixa-a mais este ano, para que eu possa escavar a terra em volta e deitar-lhe estrume.
Se der frutos na próxima estação, ficará; senão, poderás cortá-la.'»

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

S. Josemaría nesta data em 1972

Diz a quem o acompanha: Non est opus valentibus medicus, sed male habentibus! [Os sãos não têm necessidade de médico, mas sim os enfermos] (Mt 9, 12). Esta é a minha oração constante durante todo o dia: Senhor, aqui estou eu, sou um doente crónico e necessito da tua ajuda!”.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Judeus acolhidos na “Abadia delle Tre Fontane” (vídeo em espanhol)

Grupo de Amigos de S. Josemaría promove noite de Fados em Lisboa

Ele há Mistérios

Conheceram-se nas Caldas da Rainha. Ele era fisioterapeuta, ela ceramista. Oriundo de Oeiras, filho de mãe católica e de pai ateu, foi baptizado em pequeno e tinha levado umas breves pinceladas de catequese. Ela nascida numa aldeia da Beira Baixa tinha estrutura cristã mas não praticava. Ele era convictamente anti-católico, ela indiferente. Viveram a sua paixão com as intimidades próprias dos casados, sem o serem, durante três anos.

Um dia encontrou um amigo que o persuadiu a passar um fim-de-semana especial com um grupo de gente nova, uns padres, um casal e uma freira! Quando perguntou que gente era essa o amigo respondeu-lhe que era informal, que não tinha nome mas que alguns denominavam-no K. Como confiava no conhecido achou graça ao enigma. Entrou ateu numa Sexta-feira à tarde, saiu católico no Domingo seguinte. Tinha encontrado Jesus Cristo, vivo e ressuscitado, e a Sua Igreja. A transformação foi tal que quando encontrou a amásia a deixou totalmente perplexa. Causa de tal assombro senão mesmo despeito foi a determinação com que ele decidiu viver castamente, renunciando aos actos próprios dos cônjuges. Algum tempo depois também ela participou num retiro semelhante. Reencontrando a Fé da infância, mas agora de um modo maduro, compreendeu muito bem o namorado. Viveram então numa grande sintonia com Cristo e um com o outro.

Testemunharam, em público, anos mais tarde, já casados e com filhos, por diversas vezes, que o facto de terem vivido a castidade perfeita naqueles dois anos, que decorreram entra a sua decisão e o matrimónio, tinham sido de uma importância fulcral para a sua relação e para a vivência enquanto casados. Tivemos grandes tentações, confidenciavam, mas pela graça de Deus resistimos e aprendemos a evitar as ocasiões de queda. Nisto pôde muito o jejum, a oração, a confissão sacramental frequente e a participação quotidiana na Santa Missa. Lamentavam não terem conhecido o Senhor desde sempre porque só teriam ganho em terem acolhido sempre a Sua vontade, que era afinal o bem deles, o amor verdadeiro.

Ele, entretanto, por inspiração Divina, e alguns empurrões do seu assistente espiritual, licenciou-se em Teologia com uma cuidada tese sobre os leigos na Igreja.

Vivem actualmente no Norte e têm cinco filhos. Ele lecciona Religião e Moral num colégio particular, ela realiza admiravelmente a sua vocação de mãe e de esposa. Quem tem ouvidos para ouvir que oiça. À honra de Cristo Ámen.

Nuno Serras Pereira
03. 03. 2010

Meditação de Francisco Fernández Carvajal

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Tiago de Saroug (c. 449-521), monge e bispo sírio
Poema (a partir da trad. P. Grelot, 1960 ; cf Orval)

«Levantar-me-ei, irei ter com meu pai»

Regressarei à casa de meu Pai como o filho pródigo, e serei acolhido. Tal como ele o fez, também eu o farei: Ele atender-me-á? Eis-me a bater, Pai misericordioso, à Tua porta; abre, para que eu entre, não me perca, não me afaste nem pereça! Fizeste-me Teu herdeiro, mas eu abandonei a herança e dissipei os meus bens; que doravante eu seja como um jornaleiro e um servo.

Assim como pelo publicano a tiveste, tem piedade de mim, e eu viverei pela Tua graça! Assim como à pecadora, a quem remiste, redime também os pecados que cometi, ó Filho de Deus. Assim como a Pedro, que salvaste, salva-me do meio das ondas. Assim como pelo ladrão a tiveste, tem piedade da minha baixeza e lembra-Te de mim! Assim como fizeste com a ovelha perdida, procura-me, Senhor, e encontrar-me-ás; e a Teus ombros, Senhor, leva-me à casa de Teu Pai.

Abre-me os olhos, como os abriste ao cego, para que eu veja a Tua luz! E tal como o fizeste ao surdo, abre-me os ouvidos, para que eu ouça a Tua voz. Cura esta minha enfermidade, como a curaste ao paralítico, para que eu louve o Teu nome. Purifica-me as chagas com o Teu hissope (cf. Sl 50,9), como ao leproso purificaste. Faz-me viver, Senhor, como fizeste à menina, a filha de Jairo. Cura-me, como à sogra de Pedro curaste, porque estou doente. Faz que me levante, como o fizeste ao rapaz, filho da viúva. Como a Lázaro, que chamaste, chama-me com a Tua própria voz e desprende-me destas faixas. Porque eu estou morto pelo pecado, como de uma doença; reergue-me desta ruína, e louvarei o Teu nome! Peço-te, Senhor da Terra e do Céu, vem em meu auxílio e indica-me o Teu caminho, para que eu vá até Ti. Leva-me até Ti, Filho do Bom Deus, e eleva ao máximo a Tua misericórdia. Irei até Ti e, junto a Ti, saciar-me-ei na alegria.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 6 de Março de 2010

São Lucas 15,1-3.11-32

Aproximavam-se dele todos os cobradores de impostos e pecadores para o ouvirem.
Mas os fariseus e os doutores da Lei murmuravam entre si, dizendo: «Este acolhe os pecadores e come com eles.»
Jesus propôs-lhes, então, esta parábola:
Disse ainda: «Um homem tinha dois filhos.
O mais novo disse ao pai: 'Pai, dá-me a parte dos bens que me corresponde.' E o pai repartiu os bens entre os dois.
Poucos dias depois, o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra longínqua e por lá esbanjou tudo quanto possuía, numa vida desregrada.
Depois de gastar tudo, houve grande fome nesse país e ele começou a passar privações.
Então, foi colocar-se ao serviço de um dos habitantes daquela terra, o qual o mandou para os seus campos guardar porcos.
Bem desejava ele encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.
E, caindo em si, disse: 'Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome!
Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e vou dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti;
já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus jornaleiros.'
E, levantando-se, foi ter com o pai. Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos.
O filho disse-lhe: 'Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho.'
Mas o pai disse aos seus servos: 'Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha; dai-lhe um anel para o dedo e sandálias para os pés.
Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos,
porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado.' E a festa principiou.
Ora, o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se de casa ouviu a música e as danças.
Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo.
Disse-lhe ele: 'O teu irmão voltou e o teu pai matou o vitelo gordo, porque chegou são e salvo.'
Encolerizado, não queria entrar; mas o seu pai, saindo, suplicava-lhe que entrasse.
Respondendo ao pai, disse-lhe: 'Há já tantos anos que te sirvo sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos;
e agora, ao chegar esse teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes, mataste-lhe o vitelo gordo.'
O pai respondeu-lhe: 'Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu.
Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; estava perdido e foi encontrado.'»

(Fonte: Evangelho Quotidiano)