Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 14 de fevereiro de 2010

S. Josemaría Escrivá fala do amor de Deus durante uma tertúlia com sacerdotes (legendado em inglês)

PNDH confunde Estado e sociedade e busca “despir “o Brasil de seus valores religiosos e culturais, afirma Arcebispo de Porto Alegre

Em seu recente artigo que leva o nome “O decreto da discórdia”, D. Dadeus Grings, Arcebispo de Porto Alegre, denuncia que o Decreto do PNDH-3 é uma tentativa do Estado que “procura abafar a sociedade”.

Entre as críticas de D. Grings, ele afirma que desde uma perspectiva “chavista” não se pode “impunemente despir o Brasil de seus valores religiosos e culturais, a título de equipará-lo aos países de outras tradições”. “Temos que lutar pelo que é nosso”, exortou o Arcebispo da capital gaúcha.

O seu artigo com data de ontem foi enviado à nossa Redacção e o publicamos na íntegra a seguir.
“O Decreto presidencial 7.037, do Programa Nacional de Direitos Humanos, suscitou muitas reacções de todos os sectores da sociedade, desde militares à Igreja, desde imprensa aos advogados... Que houve de errado? Alega-se, em defesa, que já sugiram duas edições anteriores de "Direitos Humanos", que não provocaram estranheza e que se consideram similares. Vem então a pergunta: se duas edições iguais não deram certo, porque reeditá-la numa terceira, fora de época?

Se o paradigma das duas primeiras ainda era a globalização, hoje o paradigma tende a proteger os valores particulares e as tradições próprias. Não é, pois, um contra-senso reeditar medidas fora de época, ainda mais numa perspectiva chavista, como se ouve aos quatro ventos? A falha está no próprio método.

Nossa República Federativa apresenta três instâncias, que a Constituição define como independentes e quer harmoniosas: Executivo, Legislativo e Judiciário. Infelizmente, chegamos a uma situação paradoxal em que o Executivo legisla por decretos e medidas provisórias; o Legislativo julga por CPIs; e o Judiciário governa com liminares. Consequentemente, o país fica em contínuo sobressalto, porque nenhum dos Três Poderes tem as devidas credenciais e os indispensáveis dispositivos para agir nestes campos que, constitucional e organicamente, pertencem a outro poder.

Por que editar decretos, com uma salada de leis indigestas, a serem acolhidas em bloco? Compete ao Legislativo legislar. Foi eleito e tem os devidos dispositivos para isso, sem provocar celeumas na sociedade, mesmo que não o faça sempre a contento... Além do mais, o Decreto 7.037 confunde Estado e sociedade. O Estado procura abafar a sociedade. A sociedade, ao contrário do Estado, é pluralista e tem cultura que conquistou ao longo de sua história. Não se pode impunemente abafar o que lhe pertence.

A Revolução Cultural Chinesa, por isso, se frustrou, além de causar muito sofrimento e muitos dissabores. Feriu profundamente a nação. O mesmo aconteceu com a Revolução Francesa, que tentou eliminar até o domingo e a semana, tão profundamente arraigados na sociedade ocidental. Nem falemos das tentativas semelhantes do nazismo e do marxismo, que não só teoricamente, por decreto, mas na prática, tentaram fazer tabula rasa do passado cultural. E para sintetizar tudo, lembremos a destruição de uma das maiores estátuas de Buda, esculpida em pedra, no século V. Pois, em 2001, iniciando o Novo Milênio, os "donos do poder" no Afeganistão julgaram não poder tolerar esta "idolatria" e decretaram que ela não fazia parte da cultura do momento. Hoje estes governantes são execrados.

Os novos governantes procuram reconstruir o que os outros malfadadamente destruíram. Não podemos impunemente despir o Brasil de seus valores religiosos e culturais, a título de equipará-lo aos países de outras tradições. Temos que lutar pelo que é nosso.

Se, em vez de legislar por decretos, o governo tivesse editado, dentro de sua competência, e executasse um pacote de medidas para conter a violência, enfrentar a difusão da droga e acabar com a corrupção, teria colhido uma aprovação praticamente unânime da sociedade. Se em vez do "Decreto da Discórdia", como se revelou o Programa Nacional dos Direitos Humanos, se tivesse empenhado pela reconciliação da sociedade brasileira, superando os conflitos e tensões em todos os campos, pela solidariedade e por uma moradia digna, em lugar das favelas, teria colhido maiores consensos da população brasileira”.

(Fonte: ‘Acidigital’ com edição de JPR)

Peregrinos portugueses saudados por Bento XVI

27 Anos depois, um grupo de peregrinos portugueses que esteve em Roma para agradecer a João Paulo II a visita a Portugal, regressou ao Vaticano.

O grupo esteve esta manhã na praça de São Pedro, acompanhados pelo Cardeal Patriarca de Lisboa D. José Policarpo.

João Seródio recordou a primeira visita e o momento do regresso.

O grupo foi saudado pelo Papa em português, como testemunhou o enviado da Renascença João Santos Duarte.

“A minha saudação aos peregrinos de língua portuguesa e ao senhor Cardeal D. José Policarpo”, disse Bento XVI.

O encontro de hoje foi em Roma, daqui a três meses o Papa estará em Portugal.

(Fonte: site Rádio Renascença)

Ao Angelus, Papa recomenda leitura da Mensagem quaresmal e saúda peregrinação do patriarcado de Lisboa


Ao meio-dia, da janela dos seus aposentos sobre a Praça de São Pedro, na costumada alocução antes da recitação do Angelus, Bento XVI evocou o Evangelho deste domingo, as bem-aventuranças, observando que estas “se baseiam no facto de existir uma justiça divina, que eleva quem foi injustamente humilhado e abaixa quem se exaltou”.

“Esta justiça e esta bem-aventurança realizam-se no Reino dos céus, ou Reino de Deus, que terá o seu cumprimento no final dos tempos, mas que está já presente na história. Onde os pobres são consolados e admitidos ao banquete da vida, ali se manifesta já desde agora a justiça de Deus. É esta a tarefa que os discípulos do Senhor estão chamados a desempenhar na sociedade actual”.

O Papa recordou também a sua Mensagem para a Quaresma, que começa já nesta quarta-feira, texto este ano dedicada ao tema de justiça. Bento XVI quis como que entregá-la a todos, “idealmente”, para que a leiam e meditem.

“O Evangelho de Cristo responde positivamente à sede que o homem tem de justiça, mas fá-lo de um modo inesperado e surpreendente. Ele não propõe uma revolução de tipo social e político, mas sim a revolução do amor, que ele já realizou com a sua Cruz e Ressurreição. Aí se fundamentam as bem-aventuranças, que propõem o novo horizonte de justiça, inaugurado pela Páscoa, graças ao qual nos podemos tornar justos e construir um mundo melhor”.

Depois da oração do Angelus, nas diversas saudações pronunciadas pelo Papa, este evocou antes de mais os países da Ásia, como a China e o Vietnam, que celebram neste dia o Ano Novo lunar.

“São dias de festa, que estes povos vivem como ocasião privilegiada para reforçar os vínculos familiares e entre as gerações. Faço votos de que mantenham e promovam a rica herança de valores espirituais e morais, que se radicam firmemente nas suas culturas”.

Presente desta vez na Praça de São Pedro uma peregrinação do patriarcado de Lisboa, presidida pelo senhor D. José Policarpo, que o Papa saudou em língua portuguesa:

“A minha saudação estende-se também aos peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente ao Senhor Cardeal Dom José Policarpo com os seus fiéis do Patriarcado de Lisboa, a quem agradeço a visita de hoje e a oração diária pelo Sucessor de Pedro. Possam irradiar a santidade de Cristo pelos caminhos da vida, particularmente no seio da família e comunidade cristã, que de coração abençoo”.


Na saudação aos fiéis polacos, Bento XVI recordou que a 14 de Fevereiro se celebram São Cirilo e São Metódio, padroeiros da Europa, observando: “Os valores que eles propagaram no nosso continente – o sinal da Cruz, o Evangelho de Cristo e a vida segundo o Evangelho – permanecem o sólido fundamento da força espiritual dos povos e da unidade da Europa. São valores importantes também para nós, contemporâneos. Rezemos para que os santos Apóstolos dos Eslavos continuem a conduzir-nos pelos caminhos da fé”.

(Fonte: site Radio Vaticana)

Visita do Papa ao Albergue da Caritas diocesana de Roma


Foi um encontro intenso e comovido, não obstante tenha durado pouco mais de uma hora, a visita que o Santo Padre realizou neste domingo de manhã, em Roma, ao Centro da Caritas diocesana, na estação central dos caminhos de ferro, Termini. Uma estrutura criada há 23 anos, inicialmente como albergue nocturno para pessoas sem abrigo, a que entretanto se foram juntando outros serviços como uma cantina e um centro de saúde.
Com esta visita, a poucas semanas da que realizou à Cantina romana da Comunidade de Santo Egídio, o Papa quis também assinalar, pela sua parte, o Ano Europeu de luta contra a pobreza e a exclusão social.

“A minha visita tem lugar no Ano Europeu de luta contra a pobreza e a exclusão social”, promulgado pelo Parlamento Europeu e pela Comissão Europeia. Vindo a este lugar como Bispo de Roma, a Igreja que desde os primeiros tempos do cristianismo preside à caridade, desejo encorajar não só os católicos, mas todos os homens de boa vontade, em particular os que têm responsabilidades na administração pública e nas diversas instituições, a empenharem-se na construção de um futuro digno do homem , redescobrindo na caridade a força propulsora para um autêntico desenvolvimento e para a realização de uma sociedade mais justa e fraterna”.

Evocando o generoso serviço ali desenvolvido por tantos voluntários, Bento XVI sublinhou que estes põem assim em prática as palavras de Jesus: “Tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era estrangeiro e vós acolhestes-me, estava nu e vestistes-me, doente e fostes visitar-me”.

“Caros irmãos e amigos, que aqui encontrais acolhimento, sabei que a Igreja vos ama profundamente e não vos abandona, porque reconhece no rosto de cada um de vós o rosto de Jesus. Ele quis identificar-se de maneira muito particular com aqueles que se encontram na pobreza e na indigência. O testemunho da caridade, que neste lugar encontra uma especial concretização, pertence à missão da Igreja juntamente com o anúncio da verdade do Evangelho.”

Bento XVI fez notar que o homem não tem apenas necessidade de ser nutrido materialmente e ajudado a superar os momentos de dificuldade. Precisa também de saber quem é e de conhecer a verdade sobre si mesmo, sobre a sua dignidade. “A Igreja, com o seu serviço a favor dos pobres, está portanto empenhada em anunciar a todos a verdade sobre o homem, amado por Deus, criado à sua imagem, redimido por Cristo e chamado à comunhão eterna com Ele”.

Este Albergo da Caritas – observou o Papa – “constitui para a Igreja de Roma uma preciosa ocasião para educar nos valores do Evangelho”. Ele “manifesta concretamente que a comunidade cristão, através dos seus próprios organismos e sem prescindir da Verdade que anuncia, colabora utilmente com as instituições civis para a promoção do bem comum”. Bento XVI exprimiu a esperança de esta “fecunda sinergia” se estenda também a outras realidades da Cidade, “em particular nas zonas onde mais se advertem as consequências da crise económica e maiores são os riscos da exclusão social”.

“No seu serviço às pessoas em dificuldade a Igreja é unicamente movida pelo desejo de exprimir a própria fé naquele Deus que é o defensor dos pobres e que ama cada homem por aquilo que é e não por aquilo que possui e realiza. A Igreja vive na história com a consciência de que as angústias e necessidades dos homens, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as angústias e necessidades dos discípulos de Cristo”.

(Fonte: site Radio Vaticana)

S. Josemaría nesta data em 1930 e 1943

Em Madrid, enquanto celebra a Santa Missa, compreende que deve começar o trabalho do Opus Dei com mulheres. Em 1943, recebe uma luz de Deus para resolver o problema da incardinação de sacerdotes no Opus Dei, provenientes dos leigos já incorporados na Obra: assim nasce a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Conferência – A Família uma Visão Bíblica II – 17 Fev. Oratório S. Josemaría


Meditação de Francisco Fernández Carvajal

CONHECER BENTO XVI - O amor, chave da existência cristã

Na sua primeira encíclica, Bento XVI convida a fixar a atenção na realidade primordial do amor - na sua dimensão humana e divina - como chave para entender a existência cristã. Com esse ponto de partida, o Papa reflecte também sobre as consequências que o amor ao próximo tem para a vida da Igreja e sobre as relações entre caridade e justiça. Fazemos uma síntese da encíclica, apresentada no dia 25 de Janeiro [de 2006].

"Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo". A fé cristã, ao colocar o amor no centro, assumiu o núcleo da fé de Israel, dando-lhe ao mesmo tempo uma nova profundidade e amplitude. Jesus uniu o mandamento do amor a Deus com o do amor ao próximo. Como Deus nos amou primeiro, agora o amor já não é apenas um «mandamento», mas a resposta a esse dom com que Deus vem ao nosso encontro.

"Num mundo em que ao nome de Deus se associa às vezes a vingança ou mesmo o dever do ódio e da violência, esta é uma mensagem de grande actualidade e de significado muito concreto. Por isso, na minha primeira Encíclica, desejo falar do amor com que Deus nos cumula e que deve ser comunicado aos outros por nós. Ficam assim delineadas as duas grandes partes que compõem esta Carta, profundamente relacionadas entre si. A primeira terá uma índole mais especulativa, pois desejo - ao início do meu Pontificado - precisar nela alguns dados essenciais sobre o amor que Deus oferece de modo misterioso e gratuito ao homem, juntamente com a relação intrínseca daquele Amor com a realidade do amor humano. A segunda parte terá um carácter mais concreto, porque tratará de como cumprir de maneira eclesial o mandamento do amor ao próximo".

Resgatar o amor

O Papa inicia a primeira parte sublinhando que o termo "amor" se tornou hoje uma das palavras de que mais se usa e abusa, a que damos acepções completamente diferentes. Em toda essa multiplicidade de significados sobressai, como arquétipo por excelência, o amor entre o homem e a mulher, em que intervêm inseparavelmente corpo e alma.

Esse amor entre homem e mulher definia-se na antiga Grécia com o nome de eros. Na Bíblia, e sobretudo no Novo Testamento, aprofunda-se no conceito de "amor", e põe-se de lado a palavra eros em favor do termo ágape, para exprimir um amor de doação, oblativo.

Esta nova visão do amor, que é uma novidade essencial do cristianismo, foi julgada com frequência de forma negativa, como se se tratasse de uma rejeição do eros e da corporeidade. Embora tenha havido tendências desse tipo, o sentido deste aprofundamento é outro. O eros, posto na natureza do ser humano pelo seu próprio Criador, tem necessidade de disciplina, de purificação e de amadurecimento para não perder a sua dignidade original e não se degradar em puro "sexo", transformando-se em mercadoria.

Desejo e entrega

A fé cristã considerou sempre o homem como um ser em que o espírito e a matéria se compenetram, alcançando assim uma nova nobreza. "A evolução do amor para níveis mais altos, para as suas íntimas purificações, faz que ele procure agora o carácter definitivo, e isto num duplo sentido: no sentido da exclusividade -«apenas esta única pessoa»- e no sentido de ser «para sempre». O amor compreende a totalidade da existência em toda a sua dimensão, inclusive a temporal. Nem poderia ser de outro modo, porque a sua promessa visa o definitivo: o amor visa a eternidade. Sim, o amor é «êxtase»; êxtase, não no sentido de um instante de inebriamento, mas como caminho, como êxodo permanente do eu fechado em si mesmo para a sua libertação no dom de si, precisamente dessa forma, para o reencontro de si mesmo, mais ainda para a descoberta de Deus".

Eros e agape exigem não estar nunca separados completamente um do outro. Pelo contrário, quanto mais encontram o seu justo equilíbrio - embora em dimensões diversas -, mais se cumpre a verdadeira natureza do amor. Embora o eros inicialmente seja sobretudo desejo, à medida que se aproximar da outra pessoa centrar-se-á cada vez menos sobre si próprio, procurará cada vez mais a felicidade do outro, entregar-se-á e desejará "ser" para o outro: assim se adentra nele e se afirma o momento do agape.

Com frequência, no debate filosófico e teológico, estas distinções radicalizaram-se até ao ponto de se contraporem: seria, assim, tipicamente cristão o agape; a cultura não-cristã, sobretudo a grega, caracterizar-se-ia pelo eros. Se este antagonismo fosse levado ao extremo, a essência do cristianismo ficaria desvinculada das relações vitais fundamentais da existência humana. Constituiria um mundo totalmente singular, que talvez se pudesse considerar, mas nitidamente apartado do conjunto da vida humana. Quando as duas dimensões se separam completamente uma da outra, produz-se uma caricatura ou, quando muito, uma forma redutiva do amor.

Eros e matrimónio

Nas culturas que circundam o mundo da Bíblia, a imagem de deus e dos deuses permanece pouco clara e é, em si mesma, contraditória. O Deus único, em quem Israel crê, ama pessoalmente. O seu amor é, aliás, um amor de predilecção: entre todos os povos, Ele escolhe Israel e ama-o, embora com o objectivo de salvar justamente deste modo a toda a humanidade. Ele ama, e este seu amor pode ser qualificado sem dúvida como eros que, no entanto é totalmente ágape também: não só porque se dá de todo gratuitamente, sem nenhum mérito anterior, mas também porque é amor que perdoa.

"À imagem do Deus monoteísta corresponde o matrimónio monogâmico. O matrimónio baseado num amor exclusivo e definitivo torna-se o ícone do relacionamento de Deus com o seu povo e, vice-versa, o modo de Deus amar torna-se a medida do amor humano. Esta estreita ligação entre eros e matrimónio na Bíblia praticamente não encontra paralelo na restante literatura".

Deus ama-nos primeiro

Em Jesus Cristo, que é o amor de Deus incarnado, o eros-agape atinge a sua forma mais radical. Ao morrer na cruz, entregando-se para elevar e salvar o ser humano, exprime o amor na sua forma mais sublime. Jesus assegurou a este acto de oferenda a sua presença duradoura através da instituição da Eucaristia, em que se nos entrega como um novo maná que nos une a Ele.

Participando na Eucaristia, também nós nos implicamos na dinâmica da sua entrega. Unimo-nos a Ele e ao mesmo tempo unimo-nos a todos os outros a quem Ele se entrega; todos nos tornamos assim "um só corpo". Desse modo, o amor a Deus e o amor ao nosso próximo fundem-se realmente. O duplo mandamento, graças a este encontro com o agape de Deus , já não é somente uma exigência: o amor pode ser "mandado" porque antes se entregou."Na liturgia da Igreja, na sua oração, na comunidade viva dos crentes, nós experimentamos o amor de Deus, sentimos a sua presença e aprendemos deste modo também a reconhecê-la na nossa vida quotidiana. Ele amou-nos primeiro, e continua a ser o primeiro a amar-nos; por isso, também nós podemos responder com o amor. Deus não nos ordena um sentimento que não possamos suscitar em nós próprios. Ele ama-nos, faz-nos ver e experimentar o seu amor, e desta «antecipação» de Deus pode, como resposta, despontar também em nós o amor".

Amor para além do sentimento

"No desenrolar deste encontro mostra-se também claramente que o amor não é apenas um sentimento. Os sentimentos vão e vêm. O sentimento pode ser uma maravilhosa centelha inicial, mas não é a totalidade do amor".

Este encontro entre Deus e nós implica também a nossa vontade e o nosso entendimento. O sim da nossa vontade à vontade de Deus abarca entendimento, vontade e sentimento no acto único do amor. É um processo que está sempre a caminho. O amor nunca se dá por "concluído" e completado; transforma-se ao longo da vida, amadurece e, por isso mesmo, permanece fiel a si próprio.

"Amor a Deus e amor ao próximo são inseparáveis, constituem um único mandamento. Mas ambos vivem do amor preveniente com que Deus nos amou primeiro. Deste modo, já não se trata de um «mandamento» que do exterior nos impõe o impossível, mas de uma experiência do amor proporcionada do interior, um amor que, por sua natureza, deve ser ulteriormente comunicado aos outros. O amor cresce através do amor".

Um coração que vê

Na segunda parte da encíclica ("Caritas - a prática do amor pela Igreja enquanto «comunidade de amor»), o Papa salienta que o amor pelo próximo, enraizado no amor de Deus, além de ser uma obrigação para cada fiel, o é também para toda a comunidade eclesial. Nos Actos dos Apóstolos diz-se que "os crentes possuíam tudo em comum, pelo que, no meio deles, já não subsiste a diferença entre ricos e pobres. Com o crescimento da Igreja, esta forma radical de comunhão material - verdade seja dita - não pôde ser mantida. Mas o núcleo essencial ficou: no seio da comunidade dos crentes não deve haver uma forma de pobreza tal que sejam negados a alguém os bens necessários para uma vida condigna".

Tripla tarefa da Igreja

A consciência dessa obrigação teve um relevo constitutivo na Igreja já desde o seu início e cedo se evidenciou também a necessidade de uma determinada organização para a cumprir com mais eficácia.

Desse modo, na estrutura fundamental da Igreja surgiu a "diaconia" como serviço de amor pelo próximo, levado a cabo comunitariamente e de forma ordenada. Com a difusão progressiva da Igreja, este exercício de caridade confirmou-se como um dos seus âmbitos essenciais.

A natureza íntima da Igreja exprime-se, assim, numa tripla tarefa: anúncio da Palavra de Deus (kerygma-martyria), celebração dos sacramentos (leiturgia), serviço da caridade (diakonia). São tarefas em que uma pressupõe as outras e não podem separar-se entre si.

Desde o século XIX, "vemos levantar-se contra a actividade caritativa da Igreja uma objecção, esplanada depois com insistência sobretudo pelo pensamento marxista. Os pobres - diz-se - não teriam necessidade de obras de caridade, mas de justiça. As obras de caridade - a esmola - seriam na realidade, para os ricos, uma forma de subtraírem-se à instauração da justiça e tranquilizarem a consciência, mantendo as suas posições e defraudando os pobres nos seus direitos".

"O marxismo tinha indicado, na revolução mundial e na sua preparação, a panaceia para a problemática social: através da revolução e consequente colectivização dos meios de produção -asseverava-se em tal doutrina - devia de um momento para o outro caminhar tudo de modo diverso e melhor. Este sonho desvaneceu-se".

O magistério pontifício, a começar pela encíclica Rerum novarum de Leão XIII (1891) até chegar à trilogia das encíclicas sociais de João Paulo II: Laborem exercens (1981), Sollicitudo rei socialis (1987), Centesimus annus (1991), desenvolveu uma doutrina social muito elaborada, que propõe orientações válidas que vão muito para lá das fronteiras da Igreja.

O papel da Igreja e o do Estado

Para definir com maior cuidado a relação entre o necessário empenho em prol da justiça e o serviço da caridade, é preciso anotar duas situações de facto":

- A criação de uma ordem justa da sociedade e do Estado é dever central da política, e portanto, não pode ser tarefa imediata da Igreja. A doutrina social católica não quer conferir à Igreja um poder sobre o Estado, mas simplesmente purificar e iluminar a razão. Quer contribuir para a formação das consciências, para que as verdadeiras exigências da justiça sejam captadas, reconhecidas e realizadas.

- Ao mesmo tempo, não existe nenhuma normativa estatal que, por justa que seja, possa tornar supérfluo o serviço do amor. O Estado que a tudo quer prover acaba por se tornar uma instância burocrática que não pode assegurar o mais essencial de que o ser humano sofredor -qualquer ser humano - necessita : uma amorosa dedicação pessoal.

Na nossa época, um efeito positivo da globalização manifesta-se no facto de que a solicitude pelo próximo supera as fronteiras das comunidades nacionais, tende a prolongar os seus horizontes ao mundo inteiro. As estruturas do Estado e as associações humanitárias desempenham de diferentes modos a solidariedade expressa pela sociedade civil: deste modo se formaram múltiplas organizações com objectivos caritativos e filantrópicos. Além disso, na Igreja Católica e noutras comunidades eclesiais surgiram novas formas de actividade caritativa. È desejável que se estabeleça entre todas estas instâncias uma colaboração frutífera.

O específico da caridade cristã

É importante que a actividade caritativa da Igreja não perca a sua identidade, tornando-se uma simples variante da organização assistencial, mas que mantenha todo o esplendor da caridade cristã e eclesial. Portanto, a actividade caritativa cristã, além de se fundamentar na competência profissional, deve fazê-lo sobre a experiência de um encontro pessoal com Cristo, cujo amor tocou o coração do crente, suscitando nele o amor pelo próximo.

A caridade cristã deve ser também independente de partidos e ideologias. O programa do cristão -o programa do bom Samaritano, o programa de Jesus - é «um coração que vê». Este coração vê onde há necessidade de amor e actua em consequência.

A actividade caritativa cristã também não deve ser um meio para conseguir conversões. O amor é gratuito; não é realizado para alcançar outros fins. Isto não significa que esta acção deva deixar de lado a Deus e a Cristo. O cristão sabe quando deve falar de Deus e quando é justo não fazê-lo e deixar somente falar o amor.

Neste contexto, face ao perigo do secularismo que pode condicionar muitos cristãos na tarefa caritativa, é necessário reafirmar a importância da oração. O contacto vivo com Cristo evita que a experiência das enormes necessidades e dos próprios limites arrastem para uma ideologia que pretenda fazer aqui e agora aquilo que, aparentemente, Deus não consegue fazer, ou cair na tentação de ceder à inércia e à resignação. Quem reza não desperdiça o tempo, apesar de as circunstâncias o impelirem unicamente à acção, nem pretende mudar ou corrigir os planos de Deus, mas procura - seguindo o exemplo de Maria e dos santos - obter de Deus a luz e a força do amor que vence toda a obscuridade e egoísmo presentes no mundo.

O Papa glosa a encíclica

Bento XVI glosou em várias ocasiões o significado da encíclica Deus caritas est. As palavras que se seguem foram pronunciadas a 23 de Janeiro num discurso aos participantes num simpósio organizado pelo Conselho Pontifício "Cor Unum".

"Uma primeira leitura da encíclica poderia talvez dar a impressão de que se divide em duas partes pouco relacionadas entre si: uma primeira parte teórica, que fala da essência do amor, e uma segunda parte que trata da caridade eclesial, das organizações caritativas. No entanto, o que a mim me interessava era precisamente a unidade entre os dois temas, que só se compreendem bem se forem vistos como uma só coisa.

"Antes de mais nada, era necessário afrontar a essência do amor tal como se nos apresenta à luz do testemunho bíblico. Partindo da imagem cristã de Deus, era preciso mostrar que o homem está criado para amar e que este amor, que num primeiro momento se manifesta sobretudo como eros entre o homem e a mulher, tem que se transformar depois em agape, em dom de si ao outro, para responder precisamente à autêntica natureza do eros.

"Sobre esta base, teria que se esclarecer depois que a essência do amor de Deus e do próximo descrito na Bíblia é o centro da existência cristã, é fruto da fé. A seguir, era necessário sublinhar numa segunda parte que o acto totalmente pessoal do agape não pode ficar em algo meramente individual, mas pelo contrário tem que se tornar também um acto essencial da Igreja como comunidade.

"A organização eclesial da caridade não é uma forma de assistência social que se sobrepõe por casualidade à realidade da Igreja, uma iniciativa que poderia ser deixada a outros. Na realidade, essa acção faz parte da natureza da Igreja. Assim como o Logos divino tem a sua correspondência no anúncio humano, a palavra da fé, assim também ao Agape que é Deus tem que corresponder o agape da Igreja, a sua actividade caritativa. Esta actividade, além do seu primeiro significado concreto de ajuda ao próximo, contém essencialmente o de comunicar também aos outros o amor de Deus, que nós próprios recebemos. Em certo sentido, tem que tornar visível o Deus vivo. Na organização caritativa, Deus e Cristo não têm que ser palavras estranhas; na realidade, indicam o manancial originário da caridade eclesial. A força da Caritas depende da força da fé de todos os seus membros e colaboradores. O espectáculo do homem que sofre toca o nosso coração. Mas o empenho caritativo tem um sentido que vai para além da mera filantropia."

Aceprensa

As mulheres no Opus Dei – 80º aniversário da revelação feita ao seu fundador

«Desenvolvimento, maturidade, emancipação da mulher, não devem significar uma pretensão de igualdade - de uniformidade - com o homem, uma imitação do modo de agir varonil. Isso não seria uma aquisição, seria uma perda para a mulher, não porque ela seja mais ou menos que o homem, mas porque é diferente. Num plano essencial - que deve ser objecto de reconhecimento jurídico, tanto no direito civil como no eclesiástico - pode-se falar de igualdade de direitos, porque a mulher tem, exactamente como o homem, a dignidade de pessoa e de filha de Deus. Mas, a partir desta igualdade fundamental, cada um deve alcançar o que lhe é próprio, e, neste plano, emancipação é o mesmo que possibilidade real de desenvolver plenamente as próprias virtualidades: as que tem na sua singularidade e as que tem como mulher. A igualdade em face do direito, a igualdade de oportunidades perante a lei, não suprime, antes pressupõe e promove essa diversidade, que é riqueza para todos.

«A mulher é chamada a levar à família, à sociedade civil, à Igreja, alguma coisa de característico, que lhe é próprio e que só ela pode dar: a sua delicada ternura, a sua generosidade incansável, o seu amor ao concreto, a sua agudeza de engenho, a sua capacidade de intuição, a sua piedade profunda e simples, a sua tenacidade... A feminilidade não é autêntica se não reconhece a formosura dessa contribuição insubstituível e não a incorpora na própria vida.»

S. Josemaría Escrivá – Temas actuais do cristianismo, 87

Beethoven Concerto Nº 3 - Artur Rubinstein (embora não seja o compositor de excelência do intérprete é absolutamente excepcional)

Uma universidade romana projectada por São Josemaría e realizada por D. Álvaro del Portillo


A Universidade é promovida pela Prelatura da Santa Cruz e Opus Dei. Tem a sua origem no projecto de São Josemaría, fundador do Opus Dei, de criar em Roma um centro de ensino ao serviço de toda a Igreja, um centro de estudos universitários que levasse a cabo um trabalho de investigação e formação, amplo e profundo, no campo das ciências eclesiásticas.
São Josemaria, com a sua oração e o seu trabalho paciente, estabeleceu as bases da actual Universidade da Santa Cruz. Foi erigida pela Santa Sé para o ensino e a investigação das ciências eclesiásticas.

Conta, actualmente, com quatro faculdades: Teologia, Filosofia, Direito Canónico e Comunicação social Institucional, além do Instituto Superior de Ciências Religiosas do Apollinare.

As faculdades proporcionam os três ciclos de estudos universitários, e outorgam os títulos de bacharel, licenciado e doutorado. Os cursos de bacharelato em Filosofia e em Teologia facultam a preparação académica necessária aos futuros sacerdotes.

O Instituto Superior de Ciências Religiosas é um centro de educação à distância que prepara para o ensino da religião, em todos os níveis escolares, nas escolas italianas públicas e particulares.

A sede da Universidade

A Universidade tem a sua sede no Palácio de Santo Apolinário de Roma, e o centro de investigação e a Biblioteca estão situados na Via dei Farnesi.

Formação intensa

A actividade docente é orientada no sentido de favorecer e aperfeiçoar a capacidade de reflexão, o espírito de iniciativa e o sentido de responsabilidade no estudo e na investigação científica. Pretende responder ao apelo do Papa João Paulo II: “a quantos têm a responsabilidade da formação sacerdotal, tanto académica como pastoral…, para que cuidem, com particular atenção, da preparação filosófica daquele que deverá anunciar o Evangelho ao homem de hoje, e mais ainda se se vai dedicar à investigação e ao ensino da Teologia.

Não se esqueça a grave responsabilidade de uma preparação prévia e condigna do corpo docente, destinado ao ensino… nos Seminários e nas Faculdades Eclesiásticas. É necessário que uma tal docência possua a conveniente preparação científica, proponha de maneira sistemática o grande património da tradição cristã, e seja efectuada com o devido discernimento face às exigências actuais da Igreja e do mundo“ (Enc. Fides et ratio, nº 105).
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Unidade entre ciência e vida

Entre as maiores heranças espirituais recebidas de São Josemaria, encontra-se sem dúvida a exortação a uma unidade de vida profunda. Que não se manifesta só na coerência entre palavra e obra, mas também na harmonia existente entre a formação profissional e intelectual, por um lado, e a formação espiritual e teológica, por outro.

Em constante diálogo com a cultura contemporânea

Compete à Universidade estabelecer um diálogo com a cultura contemporânea. Pela sua própria natureza de centro de formação eclesiástica, acolhe no seu seio uma enorme diversidade de culturas unidas pelo interesse em aprofundar a inteligibilidade da Revelação.

As actividades académicas, organizadas com espírito interdisciplinar, estão abertas a estudiosos e intelectuais do âmbito económico, científico, filosófico e político, criando os factores necessários para um verdadeiro diálogo da fé com o mundo.

História da instituição

D. Álvaro del Portillo veio a concretizar este projecto de São Josemaría e as actividades académicas começaram em 1984. Foi então inaugurado, com a aprovação de João Paulo II, o Centro Académico Romano da Santa Cruz, instituição destinada a ser um centro de estudos e de investigação, nas áreas da formação teológica, filosófica e canónica.

Por fim, o Centro Académico foi erigido como Universidade Pontifícia pela Congregação para a Educação Católica, pelo decreto de 9 de Janeiro de 1990, confiado à Prelatura pessoal da Santa Cruz e Opus Dei. D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei, é o seu Grão-Chanceler.

São numerosos os Bispos de todo o mundo que enviam sacerdotes e seminaristas das respectivas dioceses, com o intuito de lhes ser facultada uma formação científica e espiritual profundas. Roma passa a ser, deste modo, o ponto de união que permite reforçar a fidelidade e a coesão da Sede Apostólica.

(Fonte: site S. Josemaría Escrivá AQUI)

Sacerdotes do Opus Dei


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