Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 24 de outubro de 2009

Porque ele está ali

Algumas vezes sabemos dentro de nós que devemos fazer qualquer coisa semelhante a plantar uma árvore, mesmo sabendo que nunca comeremos dos seus frutos nem descansaremos à sua sombra. Ou descobrimos que devemos aplicar-nos não tanto ao nosso pequeno problema, mas a reconstruir as ruínas imensas que nos rodeiam. E nunca como então somos tão grandes. E nunca como então estamos tão perto de nós mesmos.

Quem compreendeu o que é a verdade amou-a. Procurou e escavou. Desejou-a para si e para os outros, porque não há outra luz. Depois sofreu por ela, porque em toda a volta a mentira é poderosa. E continuou, sem se calar, com esse amor e a sua dor.

Quem vive para a família é habitado por ela e torna-se maior e faz o que nunca faria se vivesse para si mesmo.

Aquele que escutou os gritos silenciosos das crianças assassinadas antes de verem a luz – e as dores das mães enganadas que sofrem sem remédio – leva consigo o maior peso do mundo. Aparentemente pode pouco contra aqueles que se instalaram nos lugares onde se fazem as leis e se manobram televisões e jornais. Mas é um gigante todo aceso. Queima. E são os seus braços que sustentam este mundo doente.

E há o que quis ser médico não para garantir uma vida cómoda, mas para devolver ao mundo sorrisos que se tinham perdido. E o que sofre em si toda a fome de África. E o que se enamorou da justiça. E aquele que cuida de crianças incuráveis.

Uma vez perguntaram a um alpinista por que desejava escalar o alto pico nevado. Respondeu: “Porque ele está ali”. Queria com isso dizer a naturalidade do encontro do homem com o seu sonho, com a sua tarefa, consigo mesmo.

É triste viver sem grandeza. É como estar longe de nós mesmos. É ver apenas as sombras do mundo e da vida. É, de algum modo, não viver…

As coisas grandes são aquelas que o amor nos leva a fazer, e muitas vezes realizam-se por meio de pequenos gestos. Fazem-se pisando os nossos apetites e gostos, abandonando o cómodo estojo no qual temos tendência a encerrar a nossa existência.

Um dia sabemos que temos de partir. Que temos de fazer da vida uma outra coisa. Simplesmente isto. E vamos…

Nunca mais a paz de sermos inúteis; nunca mais os prazeres que não saciam, nunca mais a ânsia de segurança que nos vai roendo a juventude e a alegria.

É difícil subir o monte altíssimo. É preciso trocar tudo pelo instante mágico de chegar ao cume. Ali tudo é radicalmente verdadeiro: não é possível fingir que se vai a caminho. Deixam-se as forças na íngreme escalada, rasga-se a pele nos rochedos, abandona-se o aconchego do calor do corpo ao vento e à neve e ao gelo. Caímos e apetece-nos ficar por ali. Por vezes não sabemos se conseguimos dar mais um passo.

Mas é tão belo! Só ali se respira verdadeiramente. Só ali se vêem todas as coisas com o seu verdadeiro relevo e com as suas cores verdadeiras. Só ali um homem se sente realmente rico – ele que deixou tudo lá em baixo.

Os amigos que se fazem na montanha duram para sempre: nasceram da magra ração repartida debaixo das estrelas, de se apoiarem uns aos outros quando o que estava em jogo era a vida ou a morte, de cantarem juntos, das longas confidências testemunhadas apenas pelo vento.

Na montanha os amigos não são descartáveis companheiros de divertimento: precisam mesmo uns dos outros, fazem parte uns dos outros, uns são os outros.Os que ficaram lá em baixo chamam-nos loucos. Encolhemos os ombros: esses queridos estão vivos, mas ainda estão mortos. Uma pessoa não vive quando vive apenas para si mesma. Não se vive sem sal, sem risco, sem aventura. Estão a precisar de uma inundação de alegria.

E tu? Eu quereria que partisses. Não necessariamente de um lugar para outro, mas para fora de ti. Para onde precisam de ti. Para te encontrares.

E, se às vezes te falo de paciência, digo-te agora que te apresses. Tenho pressa de te conhecer. Se também eu for corajoso, havemos de nos encontrar e saberei o teu nome. Trocaremos um abraço forte e saberemos que era necessário que nos encontrássemos.

Paulo Geraldo

Agradecimento a uma leitora do blogue que me enviou este bonito e relevante texto (JPR)

Bento XVI congratula-se com bom trabalho do Sínodo, autoriza divulgação das Proposições Sinodais e encoraja Bispos africanos na sua missão


Foi num ambiente de confraternização que se concluíram ao fim da manhã deste sábado, no Vaticano, os trabalhos propriamente ditos da assembleia especial do Sínodo dos Bispos para a África. Os Padres Sinodais partilharam com o Papa, em espírito de ágape fraterna, o almoço, na Casa de Santa Marta, no Vaticano, depois de, ao longo da manhã, sempre com a presença do Santo Padre, terem votado e aprovado as 57 Proposições que compendiam os contributos de cada um e dos grupos, neste Sínodo que teve como tema a Igreja em África ao serviço da Reconciliação, da Justiça e da Paz. A conclusão solene da Assembleia sinodal terá lugar amanhã, domingo, na Eucaristia que Bento XVI presidirá na Basílica de São Pedro, às 10 horas da manhã, com todos os Padres sinodais.

Intervindo no final da refeição com os Bispos do Sínodo, Bento XVI congratulou-se com o trabalho desenvolvido, alertou para a necessidade de, na abordagem destas temáticas com forte valência social e política, saber fazê-lo na qualidade de pastores da Igreja e na perspectiva da fé e da esperança cristãs. O que – reconheceu – se conseguiu na formulação das Proposições hoje aprovadas. O Papa aprovou a sua divulgação, mesmo nas traduções ainda não definitivas. Com a conclusão do encontro sinodal não se encerra esta nova etapa da vida da Igreja em África, sublinhou, pelo contrário, agora se parte para um renovada actividade pastoral.

Bento XVI anunciou também, para satisfação de todos, a nomeação de um bispo africano como novo Presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, para suceder ao Cardeal Renato Martino, que em breve completa 77 anos. O novo titular o Cardeal Peter Appiah Turkson, de 61 anos, até agora arcebispo de Cape Coast, no Ghana. Feito Cardeal ainda por João Paulo II, em 2003, o purpurado africano desempenhou nesta assembleia especial do Sínodo o importante papel de “Relator Geral”, apresentando os dois Relatórios (Relatio) de abertura do Sínodo ("ante disceptationem) e o que resumia as intervenções ("post disceptationem").

Sobre este último dia de trabalhos e em geral sobre o andamento desta assembleia sinodal, Dulce Araújo recolheu o depoimento de alguns bispos de língua portuguesa, começando por D. Gabriel Mblinghi, arcebispo de Lubango, presidente da IMBISA…

À margem da assembleia sinodal, e perante a grave crise humana e humanitária que se vive neste momento devido às expulsões da parte de Angola e da República Democrática do Congo, de cidadãos do outro país, os bispos angolanos e congoleses (não só da RDC, mas também do Congo Brazzaville) encontraram-se para partilharem sobre o assunto todas as informações de que dispõem, reflectindo em conjunto e procurando definir uma linha comum de intervenção, como pastores que são da mesma Igreja, para além das fronteiras de cada um dos respectivos países…


(Fonte: site Radio Vaticana)

Ordinariatos pessoais - O texto da Congregação para a Doutrina da Fé

Publicamos a seguir o texto da nota informativa da Congregação para a Doutrina da Fé, a propósito dos Ordinariatos pessoais para os anglicanos que entram na Igreja católica, apresentada na manhã de terça-feira 20 de Outubro, na Sala de Imprensa da Santa Sé.

Com a preparação de uma Constituição Apostólica, a Igreja católica responde aos numerosos pedidos que foram submetidos à Santa Sé por grupos de clérigos e fiéis anglicanos, provenientes de diversas regiões do mundo, que desejam entrar na comunhão plena e visível.

Nesta Constituição Apostólica, o Santo Padre introduziu uma estrutura canónica que provê a uma reunião corporativa total através da instituição de Ordinariatos pessoais, que hão-de permitir que os fiéis ex-anglicanos entrem na plena comunhão com a Igreja católica, conservando contemporaneamente elementos do seu específico património espiritual e litúrgico anglicano.

Em conformidade com o teor da Constituição Apostólica, a vigilância e guia pastoral para tais grupos de fiéis ex-anglicanos será assegurada por um Ordinariato pessoal, cujo Ordinário será igualmente nomeado pelo clero ex-anglicano.

A Constituição Apostólica, que em breve será publicada, representa uma resposta razoável e também necessária a um fenómeno global, oferecendo um único modelo canónico para a Igreja universal, adaptável a diversas situações locais e, na sua aplicação universal, equitativo para os ex-anglicanos. Este modelo prevê a possibilidade da ordenação de clérigos ex-anglicanos casados, como sacerdotes católicos. Motivos históricos e ecuménicos não permitem que homens casados sejam ordenados Bispos, quer na Igreja católica, quer nas Igrejas ortodoxas. Por conseguinte, a Constituição Apostólica determina que o Ordinário possa ser um sacerdote, ou então um Bispo não casado.

Os seminaristas do Ordinariato são preparados juntamente com outros seminaristas católicos, não obstante o Ordinariato possa abrir uma casa de formação com a finalidade de responder às particulares necessidades de formação no património anglicano. Deste modo, a Constituição Apostólica procura criar um equilíbrio entre o interesse de conservar o precioso património anglicano litúrgico e espiritual, e a preocupação que estes grupos e o seu clero sejam incorporados na Igreja católica.

O Cardeal William Levada, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, que preparou esta iniciativa, afirmou: "Procuramos ir ao encontro, de modo unitário e equitativo, dos pedidos de uma união plena que nos foram submetidas por parte de fiéis ex-anglicanos provenientes de diversas regiões do mundo nos últimos anos. Com esta proposta, a Igreja tenciona responder às legítimas aspirações destes grupos anglicanos a uma comunhão plena e visível com o Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro".

Estes Ordinariatos pessoais serão instituídos, segundo as necessidades, com a prévia consulta das Conferências Episcopais locais, e as suas estruturas serão de certo modo semelhantes às dos Ordinariatos militares, que foram erigidos em muitos países para prover ao cuidado pastoral dos membros das forças armadas e dos seus funcionários no mundo inteiro. "Os anglicanos que entraram em contacto com a Santa Sé manifestaram claramente o seu desejo de uma comunhão plena e visível na Igreja una, santa, católica e apostólica. Ao mesmo tempo, eles falaram-nos da importância das suas tradições anglicanas, relativas à espiritualidade e ao culto para o seu próprio caminho de fé", afirmou o Cardeal Levada.

A iniciativa desta nova estrutura está em sintonia com o compromisso em prol do diálogo ecuménico, que continua a ser uma prioridade para a Igreja católica, de forma particular através dos esforços envidados pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. "Esta iniciativa provém de vários grupos de anglicanos", acrescentou o Cardeal Levada. "Eles declararam que compartilham a comum fé católica, como é expressa no Catecismo da Igreja Católica, e que aceitam o ministério petrino como um elemento desejado por Cristo para a Igreja. Para eles, chegou a hora de manifestar esta união explícita numa forma visível de comunhão plena".

Segundo o Cardeal Levada: "O Santo Padre Bento XVI faz votos a fim de que os clérigos e fiéis leigos anglicanos, desejosos da união com a Igreja católica, encontrem nesta estrutura canónica a oportunidade de preservar aquelas tradições anglicanas que são preciosas para eles e em conformidade com a fé católica. Enquanto exprimem de modo distinto a fé professada de maneira conjunta, tais tradições constituem uma dádiva que deve ser compartilhada na Igreja universal. A união com a Igreja não exige a uniformidade que ignora as diversidades culturais, como demonstra a história do Cristianismo".

"Além disso, as numerosas e diversificadas tradições hoje presentes no interior da Igreja católica estão arraigadas inteiramente no princípio formulado por São Paulo na sua Carta aos Efésios: "Um só Senhor, uma única fé, um só baptismo" (4, 5). Por conseguinte, a nossa fé é revigorada por semelhantes diversidades legítimas, e portanto estamos felizes porque estes homens e estas mulheres oferecem as suas contribuições particulares para a nossa comum vida de fé".

Informações contextuais

Desde o século XVI, quando o rei Henrique VIII declarou a independência da Igreja de Inglaterra da autoridade do Papa, a Igreja de Inglaterra criou as suas próprias confissões doutrinais, hábitos litúrgicos e práticas pastorais, incorporando muitas vezes ideias da Reforma que teve lugar no continente europeu. A expansão do Reino britânico, unida ao apostolado missionário anglicano, comportou sucessivamente o nascimento de uma Comunhão anglicana a nível mundial.

Ao longo dos mais de 450 anos da sua história, a questão da reunião entre anglicanos e católicos nunca foi posta de lado. Nos meados do século XIX, o Movimento de Oxford (na Inglaterra), demonstrou um renovado interesse pelos aspectos católicos do anglicanismo. No início do século XX, o Cardeal Mercier da Bélgica estabeleceu diálogos públicos com os anglicanos, com a finalidade de indagar sobre a possibilidade de uma união com a Igreja Católica, sob a bandeira de um anglicanismo "reunido, mas não absorvido".

O Concílio Ecuménico Vaticano II alimentou ulteriormente a esperança de uma união, de modo particular através do Decreto sobre o ecumenismo (cf. n. 13) que, fazendo referência às Comunidades separadas da Igreja católica no período da Reforma, reiterou: "Entre aquelas [comunhões] nas quais continuam a subsistir parcialmente as tradições e as estruturas católicas, a Comunhão anglicana ocupa um lugar especial". A partir do Concílio Vaticano II, as relações entre anglicanos e católicos romanos criaram um clima de compreensão e cooperação mútua. A Anglican-Roman Catholic International Commission (ARCIC) emanou uma série de declarações doutrinais ao longo dos anos, na esperança de lançar a base para uma união plena e visível. Para numerosos pertencentes às duas Comunhões, as declarações emanadas pela ARCIC puseram à disposição um instrumento em que pode ser conhecida a expressão conjunta da fé. É em tal moldura que se deve contextualizar esta nova iniciativa.

Nos anos sucessivos ao Concílio, alguns anglicanos abandonaram a tradição de conferir as Ordens sagradas somente aos homens, chamando ao presbiterato e ao episcopado também as mulheres. Mais recentemente, alguns segmentos da Comunhão anglicana afastaram-se do comum ensinamento bíblico a respeito da sexualidade humana já claramente expresso no documento da ARCIC "Vida em Cristo" conferindo as Ordens sagradas a clérigos abertamente homossexuais e abençoando as uniões entre pessoas do mesmo sexo. Não obstante, enquanto a Comunhão anglicana deve enfrentar estes novos e difíceis desafios, a Igreja católica permanece plenamente comprometida no seu diálogo ecuménico com a Comunhão anglicana, de maneira particular através da actividade levada a cabo pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos.

Entretanto, muitos anglicanos entraram individualmente na plena comunhão com a Igreja católica. Às vezes entraram também grupos de anglicanos, conservando uma determinada estrutura "corporativa". Isto teve lugar, por exemplo, no caso da diocese anglicana de Amritsar, na Índia, e inclusive de algumas paróquias individualmente nos Estados Unidos da América que, embora tenham conservado uma identidade anglicana, entraram na Igreja católica no contexto de uma chamada "providência pastoral", adoptada pela Congregação para a Doutrina da Fé e aprovada pelo Papa João Paulo II em 1982.

Nestes casos, a Igreja católica dispensou frequentemente do requisito do celibato, admitindo que esses clérigos anglicanos casados que desejam dar continuidade ao serviço ministerial como sacerdotes católicos sejam ordenados na Igreja católica. Em tal contexto, os Ordinariatos pessoais instituídos em conformidade com a supramencionada Constituição Apostólica podem ser vistos como um ulterior passo rumo à realização da aspiração da união plena e visível na única Igreja, que é uma das finalidades principais do movimento ecuménico.

(© L'Osservatore Romano - 24 de Outubro de 2009)

L'Osservatore Romano edição em língua portuguesa de 24-X-2009

África - Igreja evangelizadora agora e sempre


Vídeo em espanhol

Hora muda amanhã Domingo

Em Portugal Continental e na Madeira, a hora muda às 2h00, mas no arquipélago dos Açores os ponteiros deverão recuar à 1h00 do dia 25.

A mudança da hora é regulada pelo decreto-lei nº. 17/96, de 8 de Março, em Portugal Continental, pelo decreto legislativo regional nº. 6/96/M, de 25 de Junho, na Madeira, e pelo decreto legislativo regional nº. 16/96/A, de 1 de Agosto, nos Açores.

O Jornal Oficial das Comunidades Europeias refere que, entre os anos 2007 e 2011, inclusive, o início e o termo do período da hora de Verão são fixados, respectivamente, nas datas seguintes:

• 2009: domingo 29 de Março e domingo 25 de Outubro,
• 2010: domingo 28 de Março e domingo 31 de Outubro,
• 2011: domingo 27 de Março e domingo 30 de Outubro.


(Fonte: site Rádio Renascença)

É um Cardeal africano o novo Presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz

Bento XVI aceitou a renúncia ao cargo de presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, apresentada por limite de idade pelo Cardeal Renato Martino, que dentro de dias completa 77 anos.

O Papa nomeou para lhe suceder o Cardeal Peter Appiah Turkson, de 61 anos, até agora arcebispo de Cape Coast, no Ghana. Feito cardeal ainda por João Paulo II, em 2003, o purpurado africano desempenhou nesta assembleia especial do Sínodo o importante papel de Relator principal, apresentando os dois Relatórios (Relatio) de abertura do Sínodo ("Ante disceptationem) e o que resumia as intervenções ("post disceptationem").

O anúncio da nomeação foi dado pelo próprio Papa no final do almoço com os Padres Sinodais.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Comentário ao Evangelho de Domingo feito por:

São Gregório de Niza (c. 335-395), monge e bispo
A Vida de Moisés, II, 231-233, 251-253 (a partir da trad. de cf. SC Iter, pp. 265ss.)

«Logo ele recuperou a vista e seguiu Jesus pelo caminho»

[No Monte Sinai, Moisés disse ao Senhor: «Mostra-me a Tua glória». Deus respondeu-lhe: «Farei passar diante de ti toda a Minha bondade (...), mas tu não poderás ver a Minha face» (Ex 33, 18ss.).] Experimentar este desejo parece-me porvir de uma alma animada pelo amor à beleza essencial, uma alma a quem a esperança não pára de conduzir da beleza que já viu para aquela que está para além. [...] Este pedido audacioso, que ultrapassa os limites do desejo, almeja pela beleza que está para além do espelho, do reflexo, para a ver face a face. A voz divina satisfaz o pedido, recusando-o simultaneamente [...]: a magnanimidade de Deus concede-lhe a satisfação do desejo, mas, ao mesmo tempo, não lhe promete repouso nem saciedade. [...] É nisto que consiste a verdadeira visão de Deus: aquele que para Ele eleva os olhos nunca mais cessa de O desejar. É por isso que Ele diz: «não poderás ver a Minha face». [...]

O Senhor que tinha respondido a Moisés exprime-se da mesma forma aos Seus discípulos, clarificando o sentido desta simbologia. Ele diz «Se alguém quiser vir após Mim», (Lc 9, 23) e não: «Se alguém quiser ir à Minha frente». Ao que Lhe faz um pedido a respeito da vida eterna, propõe o mesmo: «Vem e segue-Me» (Lc 18, 22). Ora, aquele que segue caminha virado para as costas daquele que o guia. Portanto, o ensinamento que Moisés recebe sobre a maneira pela qual é possível ver a Deus é este: ver a Deus é segui-Lo para onde Ele conduzir. [...]

Com efeito, aquele que não conhece o caminho não pode viajar em segurança se não seguir o guia. Este precede-o, mostrando-lhe o caminho; por isso, quem o segue não se desviará do caminho se se mantiver virado para as costas daquele que o conduz. Com efeito, se se deixar ir ao lado ou de frente para o guia tomará uma via diferente da indicada. Por isso, Deus diz àquele a quem conduz: «Não poderás ver a Minha face», o que significa: «não olhes de frente o teu guia», porque, se assim fizesses, correrias num sentido que Lhe é contrário. [...] Como vês, é importante aprender a seguir a Deus: para aquele que assim O segue nenhuma contradição do mal se poderá opor ao seu caminhar.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de Domingo dia 25 de Outubro de 2009


São Marcos 10,46-52

Chegaram a Jericó. Quando ia a sair de Jericó com os seus discípulos e uma grande multidão, um mendigo cego, Bartimeu, o filho de Timeu, estava sentado à beira do caminho.
E ouvindo dizer que se tratava de Jesus de Nazaré, começou a gritar e a dizer: «Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim!»
Muitos repreendiam-no para o fazer calar, mas ele gritava cada vez mais: «Filho de David, tem misericórdia de mim!»
Jesus parou e disse: «Chamai-o.» Chamaram o cego, dizendo-lhe: «Coragem, levanta-te que Ele chama-te.»
E ele, atirando fora a capa, deu um salto e veio ter com Jesus.
Jesus perguntou-lhe: «Que queres que te faça?» «Mestre, que eu veja!» respondeu o cego.
Jesus disse-lhe: «Vai, a tua fé te salvou!» E logo ele recuperou a vista e seguiu Jesus pelo caminho.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Bispo oriental destaca testemunhos de perdão

O Bispo de Cairo dos Caldeus, Monsenhor Youssef Sarraf, que participa neste sínodo dos Bispos africanos, destacou o perdão e a reconciliação como as grandes lições para o continente africano.

Durante o sínodo várias pessoas apresentaram as suas experiências pessoais diante dos bispos reunidos para discutir o tema “Reconciliação, Justiça e Paz”, que dá o mote aos trabalhos sinodais.

Youssef Sarraf, encarregado do cuidado pastoral dos católicos caldeus a residir no Egipto, destacou dois dos testemunhos que mais o impressionaram: “Por exemplo, uma religiosa que foi obrigada a ver o massacre de toda a sua família. E em seguida, ela teve a coragem de se apresentar na prisão àquele que tinha morto toda a sua família e perdoou-lhe”, disse, em referência a uma freira ruandesa.

“E uma outra, obrigaram-na a comer o dedo do seu pai. E, ao fazê-lo, ela perdeu a voz e deixou de comer, até ao dia em que se apresentou para perdoar e só então ela recuperou a voz e conseguiu voltar a comer. Por isso, não é a vingança que resolve os problemas, mas é o amor. É difícil; o perdão é uma das coisas mais difíceis da vida do homem, mas se tivermos coragem de o ter, podemos verdadeiramente construir a paz e a justiça, concluiu o Bispo.


(Fonte: site Rádio Renascença)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1942

“As contradições, suportadas por amor a Deus, trazem sempre fecundidade”, escreve.

(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/24-10-5)

Bíblia é «espantoso arquivo» de observação da condição humana

Director da Faculdade de Teologia da UCP lembra que as Escrituras são um best-seller
Não há nada na literatura pré-cristã que se compare à capacidade do Antigo Testamento em “perceber a psicologia humana, os seus claros e escuros”, afirmou o vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa e director da Faculdade de Teologia, P. Peter Stilwell na abertura do colóquio "As Artes da Bíblia", que decorreu esta semana em Lisboa.

“A Bíblia é um espantoso arquivo de observação da condição humana nas suas riquezas e nas suas fraquezas, nos seus talentos e na sua espessura”, defendeu.

Para este responsável, a Sagrada Escritura é “tão legível” que é um best-seller há vários séculos, “uma obra que tem motivado o desenvolvimento da literatura ao longo dos tempos”.

O professor de Teologia admite que “os grandes heróis da Bíblia” poderiam ter sido “colocados no topo de um pináculo, escondendo as fraquezas às gerações futuras”, mas, pelo contrário, “aparecem com todas as suas fraquezas, tão humanos como nós”.

“Por isso é tão fácil aproximarmo-nos de Abraão, muito mais fácil do que de Aquiles”, assinala, sublinhando a “transparência espantosa” destes textos.

Nos Salmos, por exemplo, é possível encontrar “desejos de vingança, ao mesmo tempo que falam do amor e da contemplação de Deus”.

É nessa transparência que, segundo o Pe. Stilwell, a Bíblia “se aproxima de uma compreensão do que é o divino”, que não se vê face a face.

“A atitude de fé profunda que está presente na Bíblia é de que o Criador de tudo é um Deus justo, mas também misericordioso. Nada do que existe está fora das suas mãos”, apontou.

Esse é, segundo o director da Faculdade de Teologia, “o grande fascínio” que o texto exerce, levando mesmo “aqueles que são adversos” à Bíblia a “sentirem-se estimulados a desenvolver as suas próprias reflexões, ao longo dos séculos”.


(Fonte: site Rádio Renascença)

Bach - Magnificat - 1 - Magnificat anima mea

Meditação do dia de Francisco Fernández Carvajal

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Didaqué (entre 60-120), catequese judaico-cristã
§§ 1-6 (a partir da trad. de coll. Icthus, t. 1, pp. 112ss.)

«Escolhe a vida» (Dt 30, 19)

Há dois caminhos: um de vida e outro de morte, mas há uma grande diferença entre os dois. Ora o caminho da vida é o seguinte: primeiro que tudo, amarás a Deus que te criou; em segundo lugar, amarás o teu próximo como a ti mesmo e aquilo que não queres que ele te faça não o faças tu a outrem. Eis o ensinamento contido nestas palavras: Bendizei aqueles que vos maldizem, rezai pelos vossos inimigos, jejuai pelos que vos perseguem. Com efeito, que mérito tendes em amar os que vos amam? Não o fazem também os pagãos? Quanto a vós, amai os que vos odeiam e não tereis inimigos. Abstende-vos dos desejos carnais e corporais. [...]

Segundo mandamento da doutrina: não matarás, não cometerás adultério, não seduzirás rapazes, não cometerás fornicação, nem roubo, nem magia, nem envenenamento; não matarás nenhuma criança, por aborto ou depois do nascimento; não desejarás os bens do teu próximo. Não cometerás perjúrio, não levantarás falsos testemunhos, não terás intenções de maledicência e não guardarás rancor. Não terás duas maneiras de pensar nem duas palavras: porque a duplicidade de linguagem é uma armadilha de morte. A tua palavra não será mentirosa nem vã, mas plena de sentido. Não serás avarento, nem ganancioso, nem hipócrita, nem maldoso, nem orgulhoso; não terás má vontade com o teu próximo. Não deves odiar ninguém: deves corrigir uns e rezar por eles e amar os outros mais do que a própria vida.

Meu filho, foge de tudo o que é mal e de tudo o que te parece mal. [...] Vigia para que ninguém te desvie da doutrina, porque esse estará a guiar-te para longe de Deus. Se puderes suportar todo o jugo do Senhor, serás perfeito; se não, faz ao menos o que te for possível.

(Referências bíblicas: Mt 22, 37ss.; 7, 12; Tb 4, 15; Mt 5, 44ss.; 1Pe 2, 11; Ex 20; Mt 24, 4)


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 24 de Outubro de 2009

São Lucas 13,1-9

Nessa ocasião, apareceram alguns a falar-lhe dos galileus, cujo sangue Pilatos tinha misturado com o dos sacrifícios que eles ofereciam.
Respondeu-lhes: «Julgais que esses galileus eram mais pecadores que todos os outros galileus, por terem assim sofrido?
Não, Eu vo-lo digo; mas, se não vos converterdes, perecereis todos igualmente.
E aqueles dezoito sobre os quais caiu a torre de Siloé, matando-os, eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém?
Não, Eu vo-lo digo; mas, se não vos converterdes, perecereis todos da mesma forma.»
Disse-lhes, também, a seguinte parábola: «Um homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e foi lá procurar frutos, mas não os encontrou.
Disse ao encarregado da vinha: 'Há três anos que venho procurar fruto nesta figueira e não o encontro. Corta-a; para que está ela a ocupar a terra?'
Mas ele respondeu: 'Senhor, deixa-a mais este ano, para que eu possa escavar a terra em volta e deitar-lhe estrume.
Se der frutos na próxima estação, ficará; senão, poderás cortá-la.'»


(Fonte: Evangelho Quotidiano)