Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 4 de julho de 2009

Bento XVI – “As pinturas e decorações desta Capela ajudam a rezar, particularmente os dois grandes frescos de Michelangelo”


Com a celebração das I Vésperas deste Domingo, Bento XVI reabriu ao culto, neste Sábado à tarde, após sete anos de apurado restauro, a “Capela Paulina”, situada “no coração do Palácio Apostólico”. Uma capela desejada pelo Papa Paulo III, em meados do século XVI, “como lugar de oração, reservado ao Papa e à Família pontifícia”. As pinturas e decorações desta Capela ajudam a rezar, particularmente os dois grandes frescos de Michelangelo, as duas últimas obras da sua longa existência: um representando a conversão de Paulo e o outro a crucifixão de Paulo.

Na sua homilia, Bento XVI deteve-se na contemplação meditada destas duas representações, fazendo notar que o que mais salta à vista é o rosto dos dois Apóstolos.

Surpreendentemente, Paulo é representado como um homem de idade, não obstante o artista soubesse bem que a conversão no caminho de Damasco ocorreu quando Saulo era um adulto ainda jovem. Vale a pena aprofundar o sentido desta representação.

“O rosto de Saulo/Paulo - que é afinal o do próprio artista, já velho, inquieto, que procura a luz da verdade – representa o ser humano carecido de uma luz superior. É a luz da graça divina, indispensável para adquirir uma nova vista, de modo a advertir a realidade orientada para a esperança que vos espera nos céus…”

Iluminado do Alto, à luz do Ressuscitado, não obstante toda a sua dramaticidade, o rosto de Paulo inspira paz, infunde segurança, introduzindo-nos assim num nível mais profundo:

“Aqui, portanto, no rosto de Paulo, podemos já encontrar o coração da mensagem espiritual desta Capela: o prodígio da graça de Cristo, que transforma e renova o homem mediante a luz da sua verdade e do seu amor. Nisto consiste a novidade da conversão, da chamada à fé, que encontra a sua realização no mistério da Cruz”.

Passando depois ao fresco que representa o martírio de Pedro, Bento XVI sublinhou o facto de que, no momento de ser crucificado Pedro volta-se para fixar o olhar naqueles que contemplam a cena. Como se nos quisesse interrogar. Não é uma imagem de sofrimento, pois a figura de Pedro comunica um surpreendente vigor físico. O seu rosto… parece exprimir “o estado de espírito do homem perante a morte e o mal: há como que um desassossego, um olhar vivo, intenso, como que a procurar algo ou alguém, na hora final”. Pedro experimenta toda a amargura da Cruz, no seguimento de Cristo. O discípulo não é mais do que o Mestre.

“Quem vem meditar nesta Capela – afirmou o Papa – não pode deixar de contemplar a radicalidade da questão que a Cruz nos coloca: o drama do mistério pascal: a Cruz de Cristo, Chefe e Cabeça da Igreja, e a cruz de Pedro, seu Vigário na terra”.

Bento XVI observou ainda que há como que uma troca de olhares entre os dois frescos: embora sem respeitar a cronologia dos factos, Miguel Ângelo apresenta Pedro a contemplar, na hora da sua morte, a iluminação de Paulo no momento da conversão:

“É como se Pedro, na hora da suprema provação, procurasse aquela luz que deu a Paulo a verdadeira fé. E assim, neste sentido, os dois ícones podem-se tornar em dois actos de um único drama: o drama do Mistério pascal: Cruz e Ressurreição, morte e vida, pecado e graça”.

Nesta Capela, que continuará a ser reservada ao Papa e seus directos colaboradores da Cúria, emerge – das imagens de que está repleta – aquele desígnio de salvação levado a cumprimento por Cristo, como refere a Carta aos Filipenses.

“Para quem vem rezar nesta Capela, e antes de mais para o Papa, Pedro e Paulo tornam-se mestres na fé. Com o seu testemunho convidam a ir em profundidade, a meditar em silêncio o mistério da Cruz, que acompanha a Igreja até ao fim dos tempos, e a acolher a luz da fé, graças à qual a Comunidade apostólica pode estender até aos confins da terra a acção missionária e evangelizadora que lhe confiou Cristo ressuscitado”.

A concluir, o Papa referiu ainda o mistério da Eucaristia, “o sacramento em que se concentra toda a obra da Redenção: em Jesus Eucaristia (disse) podemos contemplar a transformação da morte em vida, da violência em amor”:

“Aqui, tudo – poderíamos dizer – conflui num mesmo único hino à vitória da vida e da graça sobre a morte e sobre o pecado, numa sinfonia – altamente sugestiva - de louvor e de amor a Cristo redentor”.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Aguardando a “Caritas in veritate” : antecipação dos conteúdos da terceira Encíclica de Bento XVI com aprovação da Secretaria de Estado

Na véspera da conferência de Doha promovida pela Assembleia Geral das Nações Unidas sobre financiamento ao desenvolvimento (em Dezembro de 2008) o Conselho Pontifício Justiça e Paz publicou, com a explícita aprovação da Secretaria de Estado, uma Nota como “contributo para o diálogo”. Deste texto evidencia-se as características principais do momento económico, social e financeiro dentro do qual poderão ser lidos os conteúdos da terceira Encíclica de Bento XVI que será publicada terça-feira dia 7 de Julho.

A crise internacional de hoje

Ao longo dos últimos meses, precipitou a crise financeira global que teve origem no mercado dos empréstimos subprime nos Estados Unidos da América. Não obstante a sua longa gestação, a crise estendeu-se até envolver novos sectores do sistema financeiro e a pôr em dificuldade um número crescente de países, cuja situação financeira, na ausência do choque externo, não parecia apresentar problemas de sustentabilidade. Á espera da Caritas in Veritate.

Ao aumento dos preços agrícolas e energéticos que se verificou nos primeiros meses de 2008, acrescentou-se uma crise financeira sob certos aspectos dramática, com consequências assaz negativas: sobretudo o tema do financiamento para o desenvolvimento corre o risco de ser posto em segundo plano.

Crise e soberania nacionais

Estamos diante da necessidade de uma simples revisão, ou de uma verdadeira e própria refundação do sistema das instituições económicas e financeiras internacionais? Muitos temas, públicos e privados nacionais e internacionais, exigem uma espécie de nova Bretton Woods. Para além da expressão utilizada, indubitavelmente a crise trouxe de novo à superfície a urgência de encontrar novas formas de coordenação internacional em matérias monetária, financeira e comercial. Hoje parece claro que a soberania nacional é insuficiente; até os grandes países estão conscientes do facto de que não é possível alcançar as finalidades nacionais contando unicamente com as políticas internas: acordos, regras e instituições internacionais são absolutamente necessários. É preciso evitar que se active a cadeia do proteccionismo recíproco; pelo contrário, devem-se revigorar as práticas de cooperação em matéria de transparência e de vigilância sobre o sistema financeiro. É mesmo possível alcançar soluções de "soberania compartilhada", como demonstra a história da integração europeia, a partir de problemas concretos, no contexto de uma visão de paz e de prosperidade, arraigada em valores compartilhados.

Países ricos e países pobres

Os fluxos financeiros que ligam os países desenvolvidos aos países de baixa renda apresentam pelo menos dois elementos paradoxais. O primeiro é representado pelo facto de que no sistema global são os países "pobres" que financiam os países "ricos", que recebem recursos provenientes tanto das fugas de capital privado, como das decisões governamentais de separar reservas oficiais sob forma de actividades financeiras "seguras", inseridas nos mercados financeiramente evoluídos ou nos mercados "offshore". O segundo paradoxo é que as remessas dos emigrantes ou seja, do componente menos "liberalizado" dos processos de globalização comportam um fluxo de recursos que, a nível macro, superam amplamente os fluxos de ajuda pública destinada ao desenvolvimento. É como dizer que os pobres do "Sul" financiam os ricos do "Norte", e os próprios pobres do "Sul" devem emigrar e trabalhar no "Norte" para sustentar as suas famílias no "Sul".

Regulamentar o mercado financeiro

A crise actual amadureceu num contexto decisório em que o horizonte temporal dos agentes financeiros era extremamente breve e em que a confiança ingrediente essencial do "crédito" dependia mais dos mecanismos do mercado que dos relacionamentos entre os parceiros. Não é por acaso que a confiança definhou precisamente no sector que era considerado "seguro" por antonomásia, ou seja, as transacções interbancárias; no entanto, sem esta confiança tudo se bloqueia, inclusivamente a possibilidade de um normal financiamento das empresas produtivas. Com efeito, as crises financeiras e as suas consequências têm como componente a expectativa de que o clima financeiro chegue a piorar. Tudo isto induz os agentes a comportar-se de um modo que torna mais provável o piorar efectivo da situação, com um previsível efeito cumulativo. Com a crise debelou-se repentinamente a confiança fideísta depositada no mercado, entendido como mecanismo capaz de auto-regular-se e de gerar desenvolvimento para todos.

Confiança , transparência e regras

Os mercados financeiros não podem agir sem confiança; e sem transparência e sem regras, não pode haver confiança. Por conseguinte, o bom funcionamento do mercado exige um importante papel do Estado e, onde é apropriado, da comunidade internacional para fixar e fazer respeitar regras de transparência e de prudência. No entanto, deve-se recordar que nenhuma intervenção de regulação pode "garantir" a sua eficácia prescindindo da consciência moral bem formada e da responsabilidade quotidiana dos agentes do mercado, especialmente dos empresários e dos grandes agentes financeiros. As regras do presente, tendo sido delineadas segundo a experiência do passado, não necessariamente preservam contra os riscos do futuro. Assim, embora também existam boas estruturas e boas regras que a ajudam, é necessário recordar que sozinhas elas não são suficientes, pois o homem jamais pode ser mudado ou redimido simplesmente a partir de fora. É necessário alcançar o ser moral mais profundo das pessoas, é preciso uma educação real ao exercício da responsabilidade em relação ao bem de todos, por parte de todos os indivíduos, a todos os níveis: agentes financeiros, famílias, empresas, instituições financeiras, autoridades públicas e sociedade civil.

Papel da sociedade civil no financiamento ao desenvolvimento

As finanças para o desenvolvimento exige que se enfrente tanto o tema da ajuda pública ao desenvolvimento, como o papel das outras protagonistas: pessoas, empresas e organizações. De modo particular, a sociedade civil não só desempenha um importante papel activo na cooperação para o desenvolvimento, mas ela mesma cumpre uma função significativa também no financiamento para o desenvolvimento. E fá-lo, em primeiro lugar, através da contribuição voluntária de pessoa a pessoa, como nas remessas dos emigrantes, ou através de formas organizativas relativamente simples (pense-se na adopção à distância). Além disso, existem os recursos para o desenvolvimento, postos em movimento pelas empresas, no exercício activo da sua própria responsabilidade social; e aquelas que, às vezes bastante conspícuas, são destinadas por parte de importantes fundações. Também a adopção de comportamentos responsáveis em matéria de consumo e de investimento constitui um importante recurso para o desenvolvimento. O difundir-se de tais comportamentos responsáveis, do ponto de vista dos efeitos materiais, pode fazer a diferença sobre o funcionamento de determinados mercados em particular; no entanto, a sua importância está sobretudo no facto de que eles expressam uma participação concreta da parte das pessoas enquanto consumidores, enquanto investidores da poupança familiar, ou então enquanto responsáveis pelas decisões relativas às estratégias empresariais na possibilidade de que os mais pobres saiam da sua condição de pobreza.

Meios e fins

Uma última, importante cautela: é necessário prestar atenção para não confundir os meios (os recursos financeiros) e a finalidade, ou seja, o desenvolvimento. Não é suficiente predispor uma adequada quantia de financiamento para pensar em alcançar, de modo mecânico, o desenvolvimento. Ele não é tanto o "resultado" que se encontrará no final, mas sim o caminho que dia após dia é traçado pelas opções concretas de múltiplos actores: governos doadores e receptores, organizações não governamentais e comunidades locais.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Ano Sacerdotal, oportunidade para reencontrar o sentido profundo da pastoral vocacional


O Ano Sacerdotal é “uma bela oportunidade para reencontrar o sentido profundo da pastoral vocacional” – considerou Bento XVI, recebendo neste sábado os participantes no Congresso Europeu dos responsáveis nacionais deste sector da “promoção, animação e discernimento das vocações”. A iniciativa, tendo como tema “O Evangelho da vocação para o jovem na cultura europeia”, deseja ser um momento de “reflexão, confronto e partilha entre as Igrejas na Europa”, para um novo impulso à pastoral das vocações no velho continente.

Comentando a parábola evangélica do semeador, o Papa fez notar a “abundância e gratuidade” com que o Senhor lança a semente da Palavra de Deus, apesar de saber que poderá não encontrar o terreno apropriado para germinar.

“E contudo o semeador não desanima porque sabe que uma parte da semente está destinada a encontra a terra boa, isto é, corações ardentes, capazes de acolher a Palavra com disponibilidade, para fazê-la amadurecer na perseverança, restituindo-lhe generosamente o fruto, em benefício de muitos”.

A pequena semente é um dom misterioso da Providência celeste, que desencadeia uma força extraordinária. É na verdade a Palavra de Deus, que por si mesma actua eficazmente o que diz e deseja. Na outra parábola do “grão de trigo que, se morre, dará muito fruto”, a insistência é na relação entre a morte da semente e o dar muito fruto…

“O grão de trigo é Ele, Jesus. O fruto é a vida em abundância, que Ele nos conquistou mediante a sua Cruz. É esta a lógica e a verdadeira fecundidade de toda a pastoral vocacional na Igreja: como Cristo, o padre e animador devem ser um grão de trigo, que renuncia a si mesmo, para fazer a vontade do Pai.”

À imagem de Jesus, os animadores da pastoral vocacional – sugeriu o Papa – hão-de viver longe do clamor e do rumor, renunciando à busca daquela visibilidade e grandeza de imagem que hoje muitas vezes se tornam critérios e até mesmo objectivos da vida.

Hão-de ser também “semeadores de confiança e de esperança”, perante “o sentido de confusão que muitas vezes vive a juventude de hoje”. É a Palavra de Deus que se pode tornar luz e força, nascente de esperança, apontando um caminho que passa através de Jesus, caminho e porta, através da sua Cruz, plenitude de amor”.

A concluir uma dupla referência ao Ano Paulino agora concluído e ao Ano Sacerdotal recentemente iniciado. Sobre São Paulo, Bento XVI fez notar que o Apóstolo dos Gentios suscitou e formou vocações, como se vê pelas saudações das Cartas, onde comparecem dezenas de nomes próprios, homens e mulheres que com ele colaboraram no serviço do Evangelho. Quanto ao Cura d’Ars, o Papa observou que, tendo dedicado a vida à “direcção espiritual das pessoas, com humildade e simplicidade”, ele se revelou “um autêntico mestre no ministério da consolação e do acompanhamento vocacional”.

“O Ano Sacerdotal oferece portanto uma bela oportunidade para reencontrar o sentido profundo da pastoral vocacional, como também as suas opções fundamentais de método: o testemunho, simples e credível; a comunhão, com itinerários concertados e partilhados na Igreja particular; a quotidianidade, que educa a seguir o Senhor na vida de todos os dias; a escuta, guiada pelo Espírito Santo, para orientar os jovens na busca de Deus e da verdadeira felicidade; e finalmente a verdade, sem a qual não se pode gerar liberdade interior”.

(Fonte: site Radio Vaticana)

A fé e os apóstolos - Editorial

Para a festa dos santos padroeiros de Roma Bento XVI dirigiu a todos os católicos palavras que merecem ser ouvidas também além dos confins visíveis da Igreja e que permanecerão, meditando sobre o que é essencial: a verdade. Aquela verdade que Pedro e Paulo pregaram até derramar o seu sangue sob Nero, prestando a Cristo o extremo testemunho (em grego, martýrion) na capital do império. O martírio dos dois apóstolos fundou a Igreja romana, como nos séculos reconheceram milhões de fiéis ajoelhados diante dos seus túmulos indicados há dezoito séculos pela piedade cristã, que está radicada visivelmente na história. Como afirmaram Pio XII e Paulo VI em relação a São Pedro e agora o seu sucessor em relação a São Paulo.

Ao falar do convertido no caminho de Damasco o Papa recordou como com Cristo iniciou um novo modo de adorar Deus, um culto pessoal e profundamente verdadeiro porque se realiza com a vida. Com aquele renovar-se interiormente que é o único caminho para transformar o mundo sem se conformar com ele. Para um novo modo de pensar e de ser, não como crianças mas como adultos. Certamente, não no sentido, precisamente infantil, com o qual se chegou a alterar a expressão "fé adulta", vendo nela uma atitude madura e corajosa, eventualmente também contra o magistério da Igreja. Com ironia amarga Bento XVI recordou como neste mundo não se demonstra muita coragem, nas actuais sociedades descristianizadas.

Ao contrário, é adulta a fé que, na verdade, sabe comprometer-se exemplificou o Papa pela inviolabilidade da vida humana desde o primeiro momento e pelo ordenamento, que é natural e cristão, do matrimónio indissolúvel. Opondo-se em nome da verdade, que não pode ser separada da caridade, à mentira. E o compromisso pela verdade que olha para Cristo é profundo: "Nós precisamos de uma razão iluminada pelo coração, para aprender a agir segundo a verdade na caridade", sintetizou Bento XVI.

Desde os estudos e as obras juvenis Joseph Ratzinger, imbuído da tradição cristã, estabeleceu-se como tarefa explicar "o alfabeto da fé" no nosso tempo, e continua a desempenhar este serviço, que é ao mesmo tempo teológico e pastoral, como Sucessor de Pedro. E através do primeiro dos apóstolos olhou mais uma vez para Cristo "bispo das almas" na solene liturgia da entrega do pálio, que exprime também visivelmente a comunhão católica. Para descer no profundo da verdade testemunhada pelos apóstolos e repetir que apesar dos conformismos do mundo e não obstante os inimigos, mais uma vez chamados evangelicamente "lobos" a exemplo de Pedro e de Paulo e de santos como Francisco, o Cura d'Ars e Padre Pio, os bispos e os sacerdotes têm sobretudo a tarefa de abrir os corações e as almas a Deus. Porque só assim é possível tornar presente Deus no mundo e renová-lo.


Giovanni Maria Vian - Director

Comentário ao Evangelho de Domingo feito por:

São Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego

Crer em Jesus actualmente

Muitos não se cansam de dizer: «Se nós tivéssemos vivido na época dos apóstolos e se tivéssemos sido considerados dignos de ver Cristo como eles, também nos teríamos tornado santos como eles». Ignoram que Ele é o mesmo, Aquele que fala, agora como nesse tempo, em todo o universo. [...] A situação actual não é certamente a mesma que se vivia então, mas é a situação de hoje, de agora, que é muito mais feliz. Ela conduz-nos mais facilmente a uma fé e convicção mais profundas do que o facto de O ter visto e ouvido fisicamente.

Naquela época, com efeito, era um homem que aparecia àqueles que não tinham inteligência, um homem de condição humilde; mas actualmente é um Deus que nos é pregado, um Deus verdadeiro. Naquele tempo, Ele frequentava fisicamente os publicanos e os pecadores e comia com eles; mas agora está sentado à direita de Deus Pai, nunca tendo estado separado d'Ele de maneira nenhuma. [...] Na altura, até as pessoas sem valor o desprezavam dizendo: «Não é o filho de Maria e de José, o carpinteiro?» (Mc 6, 3; Jo 6, 42) Mas agora os reis e os príncipes adoram-n'O como Filho do verdadeiro Deus e o próprio Deus verdadeiro. [...] Então, era tido por um homem perecível e mortal entre todos os outros. Ele que é Deus sem forma e invisível recebeu, sem alteração nem mudança, uma forma num corpo humano; mostrou-Se totalmente homem, sem oferecer ao olhar nada mais do que os outros homens. Comeu, bebeu, dormiu, transpirou e cansou-Se; fez tudo o que os homens fazem, excepto o pecado.

Não era fácil reconhecer e crer que um homem daqueles era Deus, Aquele que fez o céu, a terra, e tudo o que eles contêm. [...] Deste modo, quem hoje escuta diariamente Jesus proclamar e anunciar através dos santos Evangelhos a vontade do Seu Pai abençoado sem Lhe obedecer com temor e estremecimento e sem cumprir os mandamentos também não teria aceitado acreditar n'Ele naquela época.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de Domingo dia 5 de Julho de 2009


São Marcos 6, 1-6

Naquele tempo,
Jesus dirigiu-Se à sua terra
e os discípulos acompanharam-n’O.
Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga.
Os numerosos ouvintes estavam admirados e diziam:
«De onde Lhe vem tudo isto?
Que sabedoria é esta que Lhe foi dada
e os prodigiosos milagres feitos por suas mãos?
Não é Ele o carpinteiro, Filho de Maria,
e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão?
E não estão as suas irmãs aqui entre nós?»
E ficavam perplexos a seu respeito.
Jesus disse-lhes:
«Um profeta só é desprezado na sua terra,
entre os seus parentes e em sua casa».
E não podia ali fazer qualquer milagre;
apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos.
Estava admirado com a falta de fé daquela gente.
E percorria as aldeias dos arredores, ensinando.

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1946

Celebra a Santa Missa na cripta dos Papas das Catacumbas de São Calisto, em Roma. Desde jovem tinha uma particular devoção pelos primeiros cristãos: “Eles viviam a fundo a sua vocação cristã; buscavam seriamente a perfeição a que estavam chamados pelo facto, simples e sublime do Baptismo”.

(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/showevent.php?id=1892 )

Divulgado programa de Bento XVI na República Checa

Viagem decorre de 26 a 28 de Setembro, com passagens por Praga, Brno e Starà Boleslav

A sala de imprensa da Santa Sé anunciou o programa da viagem de Bento XVI à República Checa, que irá decorrer de 26 a 28 de Setembro, com passagens por Praga, Brno e Starà Boleslav.

O Papa chega à capital checa na manhã do Sábado, 26, dirigindo-se para a igreja de Santa Maria das Vitórias, para venerar a famosa imagem do "Menino Jesus de Praga". De tarde, efectua uma visita de cortesia ao presidente da República e encontra-se com autoridades políticas e civis. O dia conclui-se junto dos sacerdotes, religiosas, seminaristas e movimentos laicais da Igreja Católica.

No Domingo, Bento XVI desloca-se a Brno, celebrando a Missa no aeroporto Tufany. Regressa a Praga, onde terá um encontro ecuménica e, no Castelo da cidade, pronunciará um discurso perante membros do mundo académico.

O último dia da viagem, 28 de Setembro, inclui uma visita à igreja de São Venceslau, patrono do país, na cidade de Starà Boleslav. Na Missa, dirigirá uma mensagem aos jovens. A partida para Roma, desde Praga, está marcada para o final da tarde.

(Fonte: site Agência Ecclesia)

Nota: óptima oportunidade para os muitos estudantes portugueses de medicina de Brno, Pilzen e Praga verem e estarem com o Santo Padre, permitam-me uma pequena nota pessoal de alegria pelo meu grande amigo Kiko que estuda em Brno. (JPR)

“Faça você mesmo!”

“Faça você mesmo!” O slogan é conhecido e, em certa medida, até dá jeito… Mas aplicá-lo à fé é um desastre!

Quem o disse foi o Papa, com sua habitual frontalidade, citando São Paulo: muitos consideram que ter uma fé adulta é não ouvir a Igreja nem os seus pastores, mas escolher o que lhes apetece ou não acreditar. Mais: este género de católicos diz ter a “coragem de se exprimir contra o magistério da Igreja”.

Só que, na realidade, para isso não é preciso coragem porque está garantido o elogio público.

Coragem sim – lembra o Papa – têm aqueles que aderem à fé da Igreja mesmo quando esta contradiz os esquemas do mundo. Esta é a fé que interessa.

O oposto disto é ser infantil – conclui Bento XVI - é andar ao sabor das correntes da moda… e ser levado para aqui e para ali por quaisquer ventos de doutrina…

Realmente…tantos adultos à nossa volta e tão infantis que eles são!


Aura Miguel


(Fonte: site RR)

Brahms Piano Concerto No. 1 - Parte 2 – Orq. Fil. de Berlim dirigida por Simon Rattle

Rainha Santa Isabel de Portugal

Isabel de Aragão nasceu por volta de 1271 no Palácio de Aljaferia, na cidade de Saragoça, onde reinava o seu avô paterno D. Jaime I. Era filha de D. Pedro, futuro D. Pedro III, e de D. Constança de Navarra. A princesa recebeu o nome de Isabel por desejo de sua mãe em recordação de sua tia Santa Isabel da Hungria, Duquesa de Turíngia. O seu nascimento veio acabar com as discórdias na corte de Aragão, pelo que o seu avô lhe chamava “rosa da casa de Aragão”.

As virtudes da sua tia-avó viriam a servir-lhe de modelo e desde muito nova começou a mostrar gosto pela meditação, oração e jejum, não se sentido atraída pelos divertimentos comuns das jovens da sua idade. Isabel não gostava de música, passeios, nem jóias e enfeites, vestia-se sempre com simplicidade.

A Infanta D. Isabel tornara-se conhecida em beleza discrição e virtudes. Estas levaram muitos Príncipes a apresentarem-se a D. Pedro como pretendentes à mão da sua admirável filha. Os pais escolheram o mais próximo, D. Dinis, herdeiro do trono de Portugal, que era também o mais dotado de qualidades. Isabel estava mais inclinada a encerrar-se num Convento, no entanto, como era submissa, viu no pedido dos pais, a vontade do céu. Foram assinadas a 11 de Fevereiro de 1282 as bases do contrato de casamento, e o matrimónio realizou-se na vila de Trancoso, no dia de S. João Baptista de 1282. Nos primeiros tempos de casada acompanhava o marido nas suas deslocações pelo país e com a sua bondade conquistou a simpatia do povo. Dava dotes a raparigas pobres e educava os filhos de cavaleiros sem fortuna.

Isabel deu ao Rei dois filhos: Constância, futura rainha de Castela e Afonso, herdeiro do trono de Portugal. As numerosas aventuras extraconjugais do marido humilhavam-na profundamente. Mas Isabel mostrava-se magnânima no perdão criando com os seus também os filhos ilegítimos de Dinis, aos quais reservava igual afecto. Entre seus familiares, constantemente em luta, desempenhou obra de pacificadora, merecendo justamente o apelido de anjo da paz.

Desempenhou sempre o papel de medianeira entre o Rei e o seu irmão D. Afonso, bem como entre o Rei e o Príncipe herdeiro. Por sua intervenção foi assinada a paz em 1322.

A sua vida será marcada por quatro virtudes fundamentais: a piedade, a caridade, a humildade e a inquietude pela paz. Tornou-se uma mulher de grande piedade conservando em sua vida a prática da oração e a meditação da Palavra de Deus. Buscou sempre a reconciliação e a paz entre as pessoas, as famílias e até entre nações.

D. Isabel costumava dizer “Deus tornou-me Rainha para me dar meios de fazer esmolas.” Sempre que saía do Paço era seguida por pobres e andrajosos a quem sempre ajudava.

Após a morte de seu marido, entregou-se inteiramente às obras assistenciais que havia fundado, não podendo vestir o hábito das clarissas e professar os votos no mosteiro que ela mesma havia fundado, fez-se terciária franciscana, após ter deposto a coroa real no Santuário de Santiago de Compostela e haver dado seus bens pessoais aos necessitados. Fixou residência em Coimbra, junto ao convento de Santa Clara, nos Paços de Santa Ana, de que faria doação ao convento.

Mandou edificar o hospital de Coimbra junto à sua residência, o de Santarém e o de Leiria para receber enjeitados.

Viveu uma profunda caridade sendo sempre sensível às necessidades dos pobres e excluídos. Viveu o resto da vida em pobreza voluntária, dedicada aos exercícios de piedade e de mortificações.

Isabel faleceu a 4 de Julho de 1336, deixando em testamento grandes legados a hospitais e conventos.

O povo criou à sua volta uma lenda de santidade, atribuindo-lhe diversos milagres e a santa foi canonizada em 1625.

Foram-lhe atribuídos muitos milagres, como a cura da sua dama de companhia e de diversos leprosos. Diz-se também que fez com que uma pobre criança cega começasse a ver e que curou numa só noite os graves ferimentos de um criado. No entanto o mais conhecido é o milagre das rosas.

Reza a lenda que, durante o cerco de Lisboa, D. Isabel estava a distribuir moedas de prata para socorrer os necessitados da zona de Alvalade, quando o marido apareceu. O Rei perguntou-lhe: “O que levais aí, Senhora?” Ao que ela, com receio de desgostar a D. Dinis, e, como que inspirada pelo céu respondeu:

São rosas senhor....” E, abrindo o manto, perante o olhar atónito do Rei, não se viram moedas, mas sim rosas encarnadas e frescas

Por ordem do Bispo D. Afonso de Castelo Branco abriu-se o túmulo real, verificando-se que o corpo da saudosa Rainha estava incorrupto. A sua canonização pelo Papa Urbano III teve lugar em 1625. Quando esta notícia chegou à cidade realizaram-se grandes festejos que se prolongam até aos nossos dias.

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

São João da Cruz (1542-1591), carmelita, Doutor da Igreja

«O esposo está com eles»

Uma pessoa que ama outra e que lhe faz bem ama-a e faz-lhe bem segundo as suas qualidades, segundo as suas propriedades pessoais. É assim que age o teu Esposo, que em ti reside enquanto omnipotente: ama-te e faz-te bem segundo a Sua omnipotência.

Infinitamente sábio, Ele ama-te e faz-te bem segundo a extensão da Sua sabedoria. Infinitamente bom, Ele ama-te e faz-te bem segundo a extensão da Sua bondade. Infinitamente santo, Ele ama-te e faz-te bem segundo a extensão da Sua santidade. Infinitamente justo, Ele ama-te e concede-te as Suas graças segundo a extensão da Sua justiça. Infinitamente misericordioso, clemente e compassivo, Ele faz-te experimentar a Sua clemência e a Sua compaixão. Forte, delicado, sublime em Seu ser, Ele ama-te de maneira forte, delicada e sublime. Infinitamente puro, ama-te segundo a extensão da Sua pureza. Soberanamente verdadeiro, ama-te segundo a extensão da Sua verdade.

Infinitamente generoso, ama-te e cumula-te de graças, segundo a extensão da Sua generosidade, sem qualquer interesse pessoal e visando apenas fazer-te bem. Soberanamente humilde, ama-te com humildade soberana e com soberana estima.

Eleva-te até Si, a ti Se descobre alegremente, com uma face cheia de graça, nesta via dos conhecimentos que te dá. E tu ouve-Lo dizer-te: «Sou teu e por ti; alegro-me por ser o que sou, a fim de Me dar a ti e de ser teu para sempre.» Quem poderá exprimir o que sentes, alma bem-aventurada, vendo-te amada a este ponto, vendo-te tida por Deus em semelhante estima?

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 4 de Julho de 2009

São Mateus 9, 14-17

Naquele tempo,
os discípulos de João Baptista
foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe:
«Por que motivo nós e os fariseus jejuamos
e os teus discípulos não jejuam?».
Jesus respondeu-lhes:
«Podem os companheiros do esposo ficar de luto,
enquanto o esposo estiver com eles?
Dias virão em que o esposo lhes será tirado:
nesses dias jejuarão.
Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho,
porque o remendo repuxa o vestido
e o rasgão fica maior.
Nem se deita vinho novo em odres velhos;
aliás, os odres rebentam,
derrama-se o vinho e perdem-se os odres.
Mas deita-se o vinho novo em odres novos
e assim ambas as coisas se conservam».