Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 28 de fevereiro de 2009

O Evangelho de Domingo dia 1 de Março de 2009


São Marcos 1, 12-15

Naquele tempo, o Espírito Santo impeliu Jesus para o deserto. Jesus esteve no deserto quarenta dias e era tentado por Satanás.

Vivia com os animais selvagens e os Anjos serviam-n’O.

Depois de João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia e começou a pregar o Evangelho, dizendo:

«Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».

Karol Wojtyla - Exposição fotográfica do saudoso peregrino de Fátima João Paulo II

Ave Maria

Franz Schubert - Ave Maria

Ave Maria!
Jungfrau mild,
Erhöre einer Jungfrau Flehen,
Aus diesem Felsen starr und wild
Soll mein Gebet zu dir hin wehen,
Zu dir hin wehen.
Wir schlafen sicher bis zum Morgen,
Ob Menschen noch so grausam sind.
O Jungfrau, sieh der Jungfrau Sorgen,
O Mutter, hör ein bittend Kind!
Ave Maria!
Ave Maria!
Unbefleckt,
Wenn wir auf diesen Fels hinsinken
Zum Schlaf, und uns dein Schutz bedeckt,
Wird weich der harte Fels uns dünken
Du lächelst, Rosendüfte wehen
In dieser dumpfen Felsenkluft.
O Mutter, höre Kindes Flehen,
O Jungfrau, eine Jungfrau ruft!
Ave Maria!

Ave Maria!
Reine Magd,
Der Erde und der Luft Dämonen,
Von deines Auges Huld verjagt,
Sie können hier nicht bei uns wohnen
Wir woll'n uns still dem Schicksal beugen,
Da uns dein heilger Trost anweht;
Der Jungfrau wolle hold dich neigen,
Dem Kind, das für den Vater fleht!
Ave Maria!

O Evangelho do dia 28 de Fevereiro de 2009

São Lucas 5, 27-32

Naquele tempo, Jesus viu um publicano chamado Levi, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: «Segue-Me».

Ele, deixando tudo, levantou-se e seguiu Jesus.

Levi ofereceu-lhe um grande banquete em sua casa. Havia grande número de publicanos e de outras pessoas com eles à mesa. Os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo aos discípulos: «Porque comeis e bebeis com os publicanos e os pecadores?» Então Jesus, tomando a palavra, disse-lhes: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim chamar os justos, vim chamar os pecadores, para que se arrependam».

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Nova encíclica do Papa analisará actual crise económica

Anunciou Bento XVI esta Quinta-feira, aos sacerdotes de Roma

Bento XVI está a preparar uma encíclica sobre a crise económica e os problemas sociais. O anúncio foi feito pelo Papa durante o tradicional encontro na Quaresma com os sacerdotes da diocese de Roma.

O encontro com os participantes decorreu sob a forma de diálogo e foi questionado sobre o que poderá a Igreja fazer para ajudar as muitas famílias que passam necessidades, que Bento XVI sublinhou a tarefa que a Igreja tem de denunciar os problemas sociais e económicos.

A encíclica vai abordar “a importância de falar com consciência ética”, explicou.

Segundo o Papa “precisamos de denunciar de forma concreta sem moralizar. Precisamos perceber de forma concreta como mudar esta situação”, para além de “procurar razões para o mundo económico e iluminá-lo com a fé”.

“Hoje a razão é escura. A raiz da avareza é o egoísmo que escurece a razão”, apontou.

Segundo o Papa a falência dos grandes bancos norte-americanos é uma consequência da “avareza humana e da idolatria ao dinheiro”.

Bento XVI afirmou ainda que a “justiça não pode ser construída apenas com base em bons modelos económicos”. “A justiça só pode ser alcançada com os que se comprometem com as humildes e diárias tarefas de converter os corações. Por isso o trabalho realizado pelos sacerdotes é fundamental para a humanidade ", concluiu.

Com SIR

Internacional Agência Ecclesia 27/02/2009 10:48 1331 Caracteres 168 Bento XVI

(Fonte: site Agência Ecclesia)

Bento XVI – “Os cristãos não podem permanecer indiferentes perante a pobreza”


Um apelo para cuidar das necessidades dos mais desfavorecidos foi feito pelo Papa Bento XVI à associação “Pro Petri Sede” e à associação belga Etrennes Pontificales. O Papa notou como neste ano dedicado a São Paulo seja necessário reforçar a ideia que a Igreja é um corpo vivo de pessoas ligadas pela sequela de Cristo e pela partilha da mesma Eucaristia. Por isso, os baptizados não podem ficar indiferentes às necessidades daqueles aos quais falta o necessário para comer.

Bento XVI expressou também palavras de apreço pelo renovado compromisso das duas associações a cuidarem dos deserdados aliviando os seus sofrimentos em um espírito de caridade concreta e de evangelização. Contrastar a pobreza quer dizer fazer avançar um espírito de uma mentalidade de paz nos corações das pessoas.


(Fonte: site H2O News)

As declarações de Richard Wiliamsom são consideradas insuficientes pelo Vaticano

O bispo britânico Richard Williamson da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, pediu perdão por ter negado o Holocausto. O bispo lefebvriano, recentemente expulso da Argentina por se negar a rever a sua posição sobre o Shoah, veio a público pedir perdão.


Mas esta última carta a pedir desculpa, difundida nesta quinta feira pelo bispo lefebvriano negacionista Richard Williamson “não está dirigida ao Santo Padre nem á comissão Ecclesia Dei”, e não parece respeitar as condições estabelecidas pela Secretaria de Estrado de 4 de Fevereiro que solicitava ao Bispo que assumisse de maneira absolutamente inequívoca e publica as distâncias das suas posições acerca da Shoah. Foi o que afirmou aos jornalistas o director da Sala de Imprensa da Santa Sé padre Federico Lombardi acrescentando que considera a carta de Williamson genérica e equivoca.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Fátima – O 13º Dia – Um milagre em Fátima

O filme britânico O 13.º Dia - Um milagre em Fátima, que relata a história das aparições, está «bem concebido e de acordo com a mensagem de Fátima», afirmou hoje o secretário internacional do Apostolado Mundial de Fátima (AMF).

Nuno Prazeres disse que o filme de Ian e Dominic Higgins, que se encontra em pós-produção, foi pré-apresentado em Novembro, em Fátima, para os participantes da Assembleia-Geral do AMF, «tendo sido bem recebido» pela plateia.

Segundo a Agência Ecclesia, «os realizadores independentes Ian e Dominic Higgins apresentam os acontecimentos de Maio a Outubro de 1917 no contexto das perseguições religiosas da I República e da I Guerra Mundial, falando da mensagem de esperança entregue às três crianças».

«Pelo que vimos, está de acordo com a mensagem» , disse Nuno Prazeres, acrescentando que o filme - a preto e branco, rodado em Inglaterra e com algumas cenas captadas nos arredores da Cova da Iria -, apresenta também «uma actualização da própria mensagem» de Fátima e tem alguns momentos marcados «pela emoção».

Assente nos relatos da Irmã Lúcia, que no filme aparece a escrever as suas memórias enquanto as imagens retratam os seus escritos, o filme conta com a participação do presidente nacional do AMF em Inglaterra, Timothy Robertson, na revisão dos textos.

«Algumas imagens são históricas - como as da I Guerra Mundial» , revelou Nuno Prazeres, acrescentando que «este filme é muito diferente dos que até agora são conhecidos sobre Fátima».

«Está actualizado. Conta inclusive a parte da revelação do Terceiro Segredo [revelado em Fátima em 13 de Maio de 2000, durante a terceira deslocação do Papa João Paulo II ao Santuário, para a beatificação dos videntes Jacinta e Francisco Marto], mas o principal é todo o período das aparições [entre 13 de Maio e 13 de Outubro de 1917]», contou.

De acordo com Nuno Prazeres, «este é um filme não apenas para quem conhece Fátima, mas também para quem não conhece a mensagem e mesmo para quem não é cristão ou católico».

«Quando se fala de paz, fala-se para todo o mundo», disse.

Segundo as informações de que dispõe, o filme poderá entrar no circuito comercial ainda este ano.

Também o Apostolado Mundial de Fátima poderá a ter na película um veículo de difusão da sua mensagem. Isso mesmo foi admitido por Nuno Prazeres, ressalvando que tudo depende do produto final.

Entretanto, fonte do Santuário de Fátima disse à Agência Lusa que a instituição colaborou com os responsáveis pelo filme no empréstimo de alguns dos trajes mais antigos usados pelos figurantes.

(Fonte: Lusa / SOL online)

Sede de Deus

«E a alma avança, metida em Deus, endeusada: o cristão tornou-se um viajante sedento, que abre a boca às águas da fonte»

(Amigos de Deus – S. Josemaría Escrivá)

O silencio aproxima-nos do Senhor...

Cântico - Monges Benedictinos de Santo Domingo de Silos

O Evangelho do dia 27 de Fevereiro de 2009

São Mateus 9, 14-15

Naquele tempo, os discípulos de João Baptista foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe: «Por que motivo nós e os fariseus jejuamos e os teus discípulos não jejuam?»

Jesus respondeu-lhes:
«Podem os companheiros do esposo ficar de luto, enquanto o esposo estiver com eles? Dias virão em que o esposo lhes será tirado e nessa altura hão-de jejuar».

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Pedido de perdão às vítimas do Holocausto e à Igreja Católica

D. Richard Williamson, um dos quatro bispos da Fraternidade Sacerdotal São Pio X a quem o Papa retirou a excomunhão, pediu perdão esta quinta-feira às vítimas do Holocausto e à Igreja pelas declarações em que havia negado a amplitude desse crime contra a humanidade.

Em uma declaração publicada ao regressar a Londres, após ter sido expulso pelo governo da Argentina, o prelado explica que «o Santo Padre e o meu Superior, bispo Bernard Fellay, solicitaram que eu reconsidere as observações que fiz na televisão sueca quatro meses atrás, pois as suas consequências têm sido muito pesadas».

Segundo explica, «observando essas consequências, posso verdadeiramente dizer que lamento ter feito essas observações, e que se eu soubesse de antemão todo dano e dor que elas dariam origem, especialmente à a Igreja, mas também para os sobreviventes e parentes das vítimas da injustiça sob o Terceiro Reich, eu não as teria feito».

O prelado afirma que na televisão sueca limitou-se a dar uma «opinião de uma pessoa que não é um historiador, uma opinião formada há 20 anos com base nas provas disponíveis então, e raramente expressa em público desde então».

D. Richard Williamson reconhece, «os eventos das últimas semanas e os conselhos de membros da Fraternidade São Pio X persuadiram-me da minha responsabilidade por tanto sofrimento causado».

«Para todas as almas que ficaram verdadeiramente escandalizadas com o que eu disse, diante de Deus, peço perdão», afirma.

E conclui: «como o Santo Padre tem dito, todo acto de violência injusta contra um homem fere toda a humanidade».

Um porta-voz da Conferência Episcopal Católica da Inglaterra e Gales esclareceu nessa quarta-feira que D. Richard Williamson, assim como os outros bispos da Fraternidade São Pio X, não estão em comunhão com a Igreja, motivo pelo qual não podem celebrar os sacramentos na Igreja Católica.

No dia 12 de Fevereiro passado, Bento XVI afirmou, falando da Shoá, que «está claro que toda negação ou minimização deste terrível crime é intolerável e ao mesmo tempo inaceitável».


(Fonte: site Zenit com adaptação e título de JPR)

MOVIMENTO PARA RECUPERAR DOMINGO COMO DIA DE DESCANSO

O episcopado elogia a iniciativa de cinco membros do Parlamento Europeu


O Secretariado da Comissão de Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE), as Igrejas Protestantes e a Igreja Anglicana elogiaram a decisão de cinco membros do Parlamento Europeu que apoiarão a iniciativa lançada por numerosos episcopados para solicitar o pronunciamento do Parlamento sobre a declaração escrita acerca da «protecção do domingo como pilar essencial da herança e do modelo social europeu».

Em um comunicado publicado em dias passados, os bispos da União Europeia indicaram que a Declaração para a Protecção do Domingo «pode constituir um importante compromisso frente à Europa Social».

No documento, que foi lançado pelos parlamentares europeus Anna Záborska, Martin Kastler, Jean Louis Cottigny, Patrizia Toia e Konrad Szymanski, em 2 de Fevereiro passado, os bispos da União Europeia afirmam que «a actual crise económica e financeira tornou ainda mais evidente que nem todos os aspectos da vida humana podem estar sujeitos às leis do mercado».

De facto, acrescentam que o consumismo não representa um modelo nem para a economia sustentável nem para um desenvolvimento humano saudável.

O texto indica que o trabalho dominical coloca quem o realiza em uma situação de desvantagem social: da vida familiar até as condições de saúde.

«O domingo livre é um factor decisivo no equilíbrio entre o trabalho e a vida familiar. É de fundamental importância para as relações familiares, mas também para a vida social e cultural», advertem.

Segundo as escolas da União Europeia, o domingo é o dia do descanso semanal para as crianças e para os adolescentes, pelo que os bispos asseguraram que «é necessário respeitá-lo também para os pais, para que possam estar com sua família».

Neste sentido, o episcopado da União Europeia alerta que é necessário proteger o domingo e deixar de lado «os objectivos que procuram unicamente aumentar a produção e o consumo».

«Os trabalhadores experimentam uma fragmentação em suas vidas privadas», pelo que é necessário apoiá-los, para que possam defender seus interesses familiares.

Para que a declaração seja aceita, é necessário que seja assinada pela maioria dos membros do Parlamento Europeu, ou seja, 394 membros, antes do próximo dia 7 de Maio.


(Fonte: Zenit.org)

Aplauso do Vaticano ao Oscar "Slumdog Millionaire"


O diário “L'Osservatore Romano” aprovou a decisão da academia dos prémios Oscar para melhor filme, “Slumdog Millionaire” do director Danny Boyle. O filme vencedor do Óscar “é um caso artístico e produtivo, interessante e exemplar” escreveu o jornalista Luca Pellegrini no diário da Santa Sé.

A noite dos Prémios Oscar deu protagonismo à cidade de Bombaim, Índia que se revela nas suas contradições como um lugar emblemático no qual desespero e esperança conseguem conviver perfeitamente. O enredo mostra “uma história rica de sentimentos e verdade, na qual todos se podem identificar com facilidade.”

O filme vencedor descreve a história de um adolescente que vive nos subúrbios desta cidade e que se encontra perante a possibilidade de participar num jogo que o pode fazer milionário, onde as perguntas fazem recordar momentos da sua história pessoal.

O director deste filme, Danny Boyle foi um aluno “apaixonado de teatro” da escola Salesiana de Bolton e na sua juventude ponderou a possibilidade de ser sacerdote.


(Fonte: H2O News)

No próximo Domingo têm início os Exercícios Espirituais no Vaticano


“O sacerdote encontra Jesus e segue-O”. Será este o tema que guiará os Exercícios Espirituais no Vaticano, com a participação de Bento XVI. Um período de recolhimento espiritual e de intensa oração que será entoado com as meditações do Cardeal Francis Arinze, prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

Os Exercícios terão início no Domingo próximo na Capela “Redemptoris Mater” do Palácio Apostólico, com a celebração das Vésperas, a meditação de introdução, a Adoração e a Bênção Eucarística, para concluir-se Sábado 7 de Março com a última pregação e a bênção final. Nestes dias serão suspensas todas as audiências pontifícias.

Connosco o Cardeal Arinze:

“Reflectiremos sobre o que significa seguir Jesus. O sacerdote não deve somente encontrá-Lo, deve também segui-Lo, todos os dias. Certamente é comprometedor. Jesus não nos promete um passeio, mas nos promete uma vida que tenha sentido. Uma vida que conhecemos e na qual acreditamos. Nós conhecemos Jesus, e é Ele que nós seguimos; Ele revela-nos o significado da vida. Assim, olhando para traz não sentimos ter perdido o nosso tempo ou a nossa vida; ao contrário recebemos um novo impulso, todos os dias. Sem jamais nos cansarmos de segui-Lo”.


(Fonte: H2O News)

Retiro, alimento espiritual

Parafraseando o autor do blogue UBI CARITAS em http://pejp.blogspot.com/2008/01/retiro-espiritual.html não necessito de nenhuma norma ou preceito para o fazer, pois ele tornou-se essencial na minha vida.

Desde de Novembro que ando desejoso de fazer mais um e nas últimas semanas, certamente seria o meu subconsciente a funcionar, dizia à minha mulher – para a semana não te esqueças que vou para Retiro – ao que ela carinhosamente me respondia – ainda não é para a semana, é só daqui a duas semanas.

Poder ouvir, meditar, falar com o Senhor sem o rebuliço e as azáfamas do dia-a-dia tem um valor inexplicável, só fazendo-o em silêncio e dedicação total se consegue saborear o quão bom é fazê-lo

O meu terminará no dia em que se iniciará o Retiro do Vaticano altura em que o Santo Padre suspende todas as actividades incluindo a Audiência geral das quartas-feiras, tenho a intenção de o incluir frequentemente nas minhas orações, bem como à Obra que me tem guiado e formado, fornecendo-me ferramentas, que me ajudam a sentir mais perto d'Ele, da Sua Igreja e do Romano Pontífice.

JPR :-)

Vésperas - Monges Beneditinos de Le Barroux

O Evangelho do dia 26 de Fevereiro de 2009

São Lucas 9, 22-25

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia».

E, dirigindo-Se a todos, disse: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, tem de perdê-la; mas quem perder a vida por minha causa salvá-la-á.

Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou arruinar-se a si próprio?».

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Bento XVI – Mensagem à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)

Ao iniciar o itinerário espiritual da Quaresma, a caminho da Páscoa da ressurreição do Senhor, desejo uma vez mais aderir à Campanha da Fraternidade que, neste ano de 2009, está destinada a considerar o lema “A paz é fruto da justiça”. É um tempo de conversão e de reconciliação de todos os cristãos, para que as mais nobres aspirações do coração humano possam ser satisfeitas, e prevaleça a verdadeira paz entre os povos e as comunidades.

O meu Venerável predecessor, o Papa João Paulo II, no Dia Mundial da Paz de 2002, ao ressaltar precisamente que a verdadeira paz é fruto da justiça, fazia notar que “a justiça humana é sempre frágil e imperfeita” devendo ser “exercida e de certa maneira completada com o perdão que cura as feridas e restabelece em profundidade as relações humanas transtornadas” (n. 3).

O Documento final de Aparecida, ao tratar do Reino de Deus e da promoção da dignidade humana, recordava os sinais evidentes da presença do Reino na vivência pessoal e comunitária das Bem-aventuranças, na evangelização dos pobres, no conhecimento e cumprimento da vontade do Pai, no martírio por causa da fé, no acesso de todos os bens da criação, e no perdão mútuo, sincero e fraterno, aceitando e respeitando a riqueza da pluralidade, e a luta para não sucumbir à tentação e não ser escravos do mal (n. 8.1). A Quaresma nos convida a lutar sem esmorecimento para fazer o bem, precisamente por sabermos como é difícil que nós, os homens, nos decidamos seriamente a praticar a justiça, e ainda falta muito para que a convivência se inspire na paz e no amor, e não no ódio ou na indiferença. Não ignoramos também que, embora se consiga atingir uma razoável distribuição dos bens e uma harmoniosa organização da sociedade, jamais desaparecerá a dor da doença, da incompreensão ou da solidão, da morte das pessoas que amamos, da experiência das nossas limitações. Nosso Senhor abomina as injustiças e condena quem as comete. Mas respeita a liberdade de cada indivíduo e por isso permite que elas existam, pois fazem parte da condição humana, após o pecado original. Contudo, seu coração cheio de amor pelos homens levou-o a carregar, juntamente com a cruz, todos esses tormentos: o nosso sofrimento, a nossa tristeza, a nossa fome e sede de justiça. Vamos pedir-lhe que saibamos testemunhar os sentimentos de paz e de reconciliação que O inspiraram no Sermão da Montanha, para alcançar a eterna Bem-aventurança.

Com estes auspícios, invoco a protecção do Altíssimo, para que sua mão benfazeja se estenda por todo o Brasil, e que a vida nova em Cristo alcance a todos em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural, derramando os dons da paz e da prosperidade, despertando em cada coração sentimentos de fraternidade e de viva cooperação. Com uma especial Bênção Apostólica.

Benedictus PP. XVI


(Fonte: site Radio Vaticana)

Crise: Patriarca pede «ajuda silenciosa»

D. José Policarpo fala na necessidade de mudança e de renúncia à vaidade, no nosso tempo

O Cardeal-Patriarca defendeu esta Quarta-feira que o actual momento de crise “exige a ajuda silenciosa, discreta, de pessoa para pessoa, de vizinho para vizinho, na intimidade das comunidades”.

D. José Policarpo contrapunha este tipo de ajuda “à exuberância do anúncio das medidas financeiras, económicas, sociais, para responder à crise”.

Admitindo que “o anúncio de medidas correctas pode suscitar a esperança”, este responsável diz que o combate à crise deve ir além “das respostas estruturadas, públicas por natureza”.

“Não está ao nosso alcance resolver os grandes problemas. Mas devemos acolher com amor, ajudar em tudo o que pudermos, porventura orientando as pessoas para outra fonte de solução. E aí, renunciar para partilhar pode ser manifestação da nossa esperança de conversão”, assinalou.

Para o Patriarca de Lisboa, é necessário “enriquecer a prática do jejum no contexto das actuais exigências da caridade: privar-se e renunciar, para distribuir; experimentar a modéstia, para dominar a nossa vaidade; ser pobre para poder perceber e acolher muitos dos nossos irmãos”.

D. José Policarpo presidiu à Missa de Quarta-Feira de Cinzas, na Sé Patriarcal, proferindo uma homilia subordinada ao tema «Quaresma: a esperança da conversão».

“No tempo de Jesus, como hoje, a sociedade estava cheia de vaidades, em que o primeiro efeito das atitudes que se tomam é gerar boa impressão a nosso respeito naqueles que as vêem. A verdadeira esperança da conversão tem a humildade de quem precisa, a confiança de quem implora, a alegria espiritual de quem confia”, indicou.

“A maior parte dos nossos contemporâneos, fruto da cultura ambiente actual, não desejam a conversão. O homem moderno é um homem convencido, está contente com o que é, e, se pede mudanças de vida, é nos outros e não em si próprios”, lamentou.

O Cardeal-Patriarca precisou que “a mudança de vida” em causa “não é o fruto da sua vontade e decisão humanas, mas da acção de Deus na sua vida”.

“Nós queremos mudar de vida, não para nossa honra pessoal, mas para glória de Deus e triunfo da caridade. A humildade sublinha a autenticidade do nosso desejo de conversão”, disse.


Nacional Octávio Carmo 25/02/2009 22:34 2302 Caracteres 126 Quaresma


(Fonte: site Agência Ecclesia)

Corar de vergonha

Para os católicos de todo o mundo, começa hoje a Quaresma. Um tempo especial de preparação para a Páscoa.

A grande festa do Cristianismo.

Para estes mais de mil e cem milhões, esta Quarta-feira ficará marcada pela prática do jejum. Mas, se para a maior parte dos cerca de 280 milhões que habita na Europa, um dia de privação voluntária de alimentos será, sobretudo, razão para dar graças pela sua abundância, nos restantes dias do ano, para a quase totalidade dos 150 milhões que habita em África, o mais provável é que este seja apenas um dia com a mesma fome de outro qualquer…

Apesar de trinta anos de progressos - segundo o Banco Mundial - há ainda hoje mais de mil e 400 milhões de pobres que vivem com pouco mais de um dólar por dia.

Um estudo da ONU revelou-nos, esta semana, um dado ainda mais chocante: metade da comida que actualmente se produz no mundo é desperdiçada. Não fosse assim e não só chegaria para alimentar a totalidade da população mundial como aquela que se prevê venha a existir em 2050. Para isso, bastava que se aumentasse a eficiência na cadeia alimentar e se combatesse o desperdício.

Um terço do leite produzido nunca é bebido. Um quarto da produção americana de frutos e vegetais apodrece na distribuição. Metade do lixo dos aterros australianos é constituída por restos alimentares. Um terço dos alimentos comprados na Grã-Bretanha nunca é ingerido.
Em tempos de crise, um mundo assim devia fazer-nos corar de vergonha. Basta querer para mudar.

Graça Franco


(Fonte: site RR)

Inicio da Quaresma com o Papa em Santa Sabina: o convite a redescobrir o sentido e o valor do jejum

Hoje, quarta-feira de Cinzas, iniciou a Quaresma, período forte de preparação para a celebração da Paixão, Morte e Ressurreição do Salvador. É também um tempo em que a Igreja nos convida, de modo particular, às práticas penitenciais da oração, jejum e esmola.

Nesta quarta-feira, não houve a tradicional audiência geral; esta tarde Bento XVI vai deslocar-se ao bairro romano do Aventino onde nas Basílicas de Santo Anselmo e de Santa Sabina, com inicio às 16h25 presidirá a procissão, a Santa Missa, a bênção e a imposição da Cinzas.

A mensagem que o Papa propõe este ano para o período quaresmal tem como tema: “Jesus, após ter jejuado quarenta dias e quarenta noites, no fim teve fome”.

O Santo Padre Bento XVI, na sua Mensagem para a Quaresma, convida-nos a redescobrir o sentido e o valor do jejum, tendo-nos recordado primeiro que o jejum faz parte de um conjunto de práticas penitenciais muito queridas à tradição bíblica e cristã: a oração, a esmola e o jejum.

Ao acentuar uma delas, não esquece que são indesligáveis entre si, citando São Pedro Crisólogo: “O jejum é a alma da oração e a misericórdia é a vida do jejum. Portanto quem reza jejue; quem jejua tenha misericórdia. Quem, ao pedir, deseja ser atendido, atenda quem a ele se dirige. Quem quer encontrar aberto, em seu benefício, o coração de Deus, não feche o seu a quem lhe suplica”.


(Fonte: Radio Vaticana)

Quaresma: espiritualidade e história

A Quaresma é o tempo do Ano Litúrgico preparatório da Páscoa, a grande celebração do mistério da Salvação pela morte e ressurreição de Jesus Cristo. Na actual disciplina litúrgica, vai da Quarta-Feira de Cinzas até Quinta-Feira Santa, excluindo a Missa da Ceia do Senhor, que já pertence ao Tríduo Pascal.

A Quaresma surgiu no séc. IV, a seguir à paz de Constantino, quando multidões de pagãos quiseram entrar na Igreja. Duas instituições a ela estão ligadas; a penitência pública e o catecumenado. Daí o seu duplo carácter penitencial e baptismal. Inicialmente durava 3 semanas, mas depois, em Roma, foi alargada a 6 semanas (40 dias), com início no actual I Domingo da Quaresma (na altura denominado Quadragesima die, entenda-se 40.º dia anterior à Páscoa).
O termo Quadragesima (que deu a nossa "Quaresma") passou depois a designar a duração dos 40 dias evocativos do jejum de Jesus no deserto a preparar-se para a vida pública. Como, tradicionalmente, aos Domingos nunca se jejuou, foi necessário acrescentar alguns dias para se perfazerem os 40. Daí a antecipação do início da Quaresma para a Quarta-Feira de Cinzas.

Espiritualidade

A penitência pública ao longo da Quaresma caiu em desuso, mas ficou no espírito dos fiéis a necessidade de se prepararem ao longo de 40 dias de penitência para as festas pascais. Por sua vez, o catecumenado que, durante séculos, teve na Quaresma a fase de preparação próxima para os sacramentos da iniciação cristã na Vigília Pascal, também caiu em desuso (excepto nas missões ad gentes), mas foi restaurado pelo Concílio Vaticano II, dado o número crescente de baptismos de adultos.

Assim, a "eleição" dos catecúmenos para a fase da "iluminação" passou a fazer-se no I Domingo da Quaresma, entrando os "eleitos" em clima de retiro, marcado nas últimas semanas pelos "escrutínios" com as "tradições" (entregas) do Símbolo da Fé (Credo) e da Oração Dominical (Pai-Nosso), que eles acabam por fazer seus, proclamando-os (reditio) nos últimos escrutínios. Haja ou não catecúmenos, os fiéis de cada comunidade são convidados a viver a Quaresma em espírito catecumenal, preparando-se para a "renovação das promessas do Baptismo" na Vigília Pascal.

Tempo penitencial

A Quaresma é um tempo forte de penitência. A atitude espiritual expressa por esta palavra, tantas vezes na boca dos profetas e de Jesus Cristo, é uma atitude complexa e muito rica, suscitada pela consciência do pecado. Começa por ser arrependimento pelo mal praticado e sincera dor do pecado; logicamente leva ao desejo de expiação e de reparação, para repor a justiça lesada, e de reconciliação com Deus e com os irmãos ofendidos; chega finalmente à emenda de vida e mais ainda à conversão cristã, que é muito mais que uma conversão moral, para ser uma passagem à fé e à caridade sobrenaturais, com tudo o que implica de mudança de mentalidade, sensibilidade e maneira de amar, que passam a ser as próprias dos que pela graça se tornaram verdadeiros filhos de Deus.

Disciplina canónica

Para assegurar expressão comunitária à prática penitencial, sobretudo no tempo da Quaresma, a Igreja mantém o jejum e a abstinência tradicionais. Embora estas duas práticas digam hoje pouco à sensibilidade dos fiéis, mantêm-se em vigor, com variantes de país para país.

Entre nós (Normas da CEP aprovadas na Ass. Plen. de Jul.1984), são dias de jejum para os fiéis dos 18 aos 59 anos (a menos de dispensa, por doença ou outra causa) a Quarta-Feira de Cinzas e a Sexta-Feira Santa (convidando a liturgia a prolongar o jejum deste dia ao longo de Sábado Santo). E são dias de abstinência de carnes, para os fiéis depois dos 14 anos (embora seja bom que a iniciação nesta prática se faça mais cedo), as Sextas-feiras do ano (a menos que cesse a obrigação pela coincidência com festa de preceito ou solenidade litúrgica), com possibilidade de substituição por outras práticas de ascese, esmola (caridade) ou piedade, embora seja aconselhado manter a prática tradicional nas sextas-feiras da Quaresma.

No que respeita à esmola, ela deve ser proporcional às posses de cada um e significar verdadeira renúncia, podendo revestir-se da forma de "contributo penitencial" (e, como já entrou nos hábitos diocesanos, de "renúncia quaresmal") com destino indicado pelo bispo.

D. Manuel Falcão, in Enciclopédia Católica Popular


(Fonte: site Radio Vaticana)

MENSAGEM DE SUA SANTIDADE O PAPA BENTO XVI PARA A QUARESMA DE 2009

"Jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome" (Mt 4, 1-2)

Queridos irmãos e irmãs!

No início da Quaresma, que constitui um caminho de treino espiritual mais intenso, a Liturgia propõe-nos três práticas penitenciais muito queridas à tradição bíblica e cristã – a oração, a esmola, o jejum – a fim de nos predispormos para celebrar melhor a Páscoa e deste modo fazer experiência do poder de Deus que, como ouviremos na Vigília pascal, «derrota o mal, lava as culpas, restitui a inocência aos pecadores, a alegria aos aflitos. Dissipa o ódio, domina a insensibilidade dos poderosos, promove a concórdia e a paz» (Hino pascal). Na habitual Mensagem quaresmal, gostaria de reflectir este ano em particular sobre o valor e o sentido do jejum. De facto a Quaresma traz à mente os quarenta dias de jejum vividos pelo Senhor no deserto antes de empreender a sua missão pública. Lemos no Evangelho: «O Espírito conduziu Jesus ao deserto a fim de ser tentado pelo demónio. Jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome» (Mt 4, 1-2). Como Moisés antes de receber as Tábuas da Lei (cf. Êx 34, 28), como Elias antes de encontrar o Senhor no monte Oreb (cf. 1 Rs 19, 8), assim Jesus rezando e jejuando se preparou para a sua missão, cujo início foi um duro confronto com o tentador.

Podemos perguntar que valor e que sentido tem para nós, cristãos, privar-nos de algo que seria em si bom e útil para o nosso sustento. As Sagradas Escrituras e toda a tradição cristã ensinam que o jejum é de grande ajuda para evitar o pecado e tudo o que a ele induz. Por isto, na história da salvação é frequente o convite a jejuar. Já nas primeiras páginas da Sagrada Escritura o Senhor comanda que o homem se abstenha de comer o fruto proibido: «Podes comer o fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas o da árvore da ciência do bem e do mal, porque, no dia em que o comeres, certamente morrerás» (Gn 2, 16-17). Comentando a ordem divina, São Basílio observa que «o jejum foi ordenado no Paraíso», e «o primeiro mandamento neste sentido foi dado a Adão». Portanto, ele conclui: «O “não comas” e, portanto, a lei do jejum e da abstinência» (cf. Sermo de jejunio: PG 31, 163, 98). Dado que todos estamos estorpecidos pelo pecado e pelas suas consequências, o jejum é-nos oferecido como um meio para restabelecer a amizade com o Senhor. Assim fez Esdras antes da viagem de regresso do exílio à Terra Prometida, convidando o povo reunido a jejuar «para nos humilhar – diz – diante do nosso Deus» (8, 21). O Omnipotente ouviu a sua prece e garantiu os seus favores e a sua protecção. O mesmo fizeram os habitantes de Ninive que, sensíveis ao apelo de Jonas ao arrependimento, proclamaram, como testemunho da sua sinceridade, um jejum dizendo: «Quem sabe se Deus não Se arrependerá, e acalmará o ardor da Sua ira, de modo que não pereçamos?» (3, 9). Também então Deus viu as suas obras e os poupou.

No Novo Testamento, Jesus ressalta a razão profunda do jejum, condenando a atitude dos fariseus, os quais observaram escrupulosamente as prescrições impostas pela lei, mas o seu coração estava distante de Deus. O verdadeiro jejum, repete também noutras partes o Mestre divino, é antes cumprir a vontade do Pai celeste, o qual «vê no oculto, recompensar-te-á» (Mt 6, 18). Ele próprio dá o exemplo respondendo a Satanás, no final dos 40 dias transcorridos no deserto, que «nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus» (Mt 4, 4). O verdadeiro jejum finaliza-se portanto a comer o «verdadeiro alimento», que é fazer a vontade do Pai (cf. Jo 4, 34). Portanto, se Adão desobedeceu ao mandamento do Senhor «de não comer o fruto da árvore da ciência do bem e do mal», com o jejum o crente deseja submeter-se humildemente a Deus, confiando na sua bondade e misericórdia.

Encontramos a prática do jejum muito presente na primeira comunidade cristã (cf. Act 13, 3; 14, 22; 27, 21; 2 Cor 6, 5). Também os Padres da Igreja falam da força do jejum, capaz de impedir o pecado, de reprimir os desejos do «velho Adão», e de abrir no coração do crente o caminho para Deus. O jejum é também uma prática frequente e recomendada pelos santos de todas as épocas. Escreve São Pedro Crisólogo: «O jejum é a alma da oração e a misericórdia é a vida do jejum, portanto quem reza jejue. Quem jejua tenha misericórdia. Quem, ao pedir, deseja ser atendido, atenda quem a ele se dirige. Quem quer encontrar aberto em seu benefício o coração de Deus não feche o seu a quem o suplica» (Sermo 43; PL 52, 320.332).

Nos nossos dias, a prática do jejum parece ter perdido um pouco do seu valor espiritual e ter adquirido antes, numa cultura marcada pela busca da satisfação material, o valor de uma medida terapêutica para a cura do próprio corpo. Jejuar sem dúvida é bom para o bem-estar, mas para os crentes é em primeiro lugar uma «terapia» para curar tudo o que os impede de se conformarem com a vontade de Deus. Na Constituição apostólica Paenitemini de 1966, o Servo de Deus Paulo VI reconhecia a necessidade de colocar o jejum no contexto da chamada de cada cristão a «não viver mais para si mesmo, mas para aquele que o amou e se entregou a si por ele, e... também a viver pelos irmãos» (Cf. Cap. I). A Quaresma poderia ser uma ocasião oportuna para retomar as normas contidas na citada Constituição apostólica, valorizando o significado autêntico e perene desta antiga prática penitencial, que pode ajudar-nos a mortificar o nosso egoísmo e a abrir o coração ao amor de Deus e do próximo, primeiro e máximo mandamento da nova Lei e compêndio de todo o Evangelho (cf. Mt 22, 34-40).

A prática fiel do jejum contribui ainda para conferir unidade à pessoa, corpo e alma, ajudando-a a evitar o pecado e a crescer na intimidade com o Senhor. Santo Agostinho, que conhecia bem as próprias inclinações negativas e as definia «nó complicado e emaranhado» (Confissões, II, 10.18), no seu tratado A utilidade do jejum, escrevia: «Certamente é um suplício que me inflijo, mas para que Ele me perdoe; castigo-me por mim mesmo para que Ele me ajude, para aprazer aos seus olhos, para alcançar o agrado da sua doçura» (Sermo 400, 3, 3: PL 40, 708). Privar-se do sustento material que alimenta o corpo facilita uma ulterior disposição para ouvir Cristo e para se alimentar da sua palavra de salvação. Com o jejum e com a oração permitimos que Ele venha saciar a fome mais profunda que vivemos no nosso íntimo: a fome e a sede de Deus.

Ao mesmo tempo, o jejum ajuda-nos a tomar consciência da situação na qual vivem tantos irmãos nossos. Na sua Primeira Carta São João admoesta: «Aquele que tiver bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como estará nele o amor de Deus?» (3, 17). Jejuar voluntariamente ajuda-nos a cultivar o estilo do Bom Samaritano, que se inclina e socorre o irmão que sofre (cf. Enc. Deus caritas est, 15). Escolhendo livremente privar-nos de algo para ajudar os outros, mostramos concretamente que o próximo em dificuldade não nos é indiferente. Precisamente para manter viva esta atitude de acolhimento e de atenção para com os irmãos, encorajo as paróquias e todas as outras comunidades a intensificar na Quaresma a prática do jejum pessoal e comunitário, cultivando de igual modo a escuta da Palavra de Deus, a oração e a esmola. Foi este, desde o início o estilo da comunidade cristã, na qual eram feitas colectas especiais (cf. 2 Cor 8-9; Rm 15, 25-27), e os irmãos eram convidados a dar aos pobres quanto, graças ao jejum, tinham poupado (cf. Didascalia Ap., V, 20, 18). Também hoje esta prática deve ser redescoberta e encorajada, sobretudo durante o tempo litúrgico quaresmal.

De quanto disse sobressai com grande clareza que o jejum representa uma prática ascética importante, uma arma espiritual para lutar contra qualquer eventual apego desordenado a nós mesmos. Privar-se voluntariamente do prazer dos alimentos e de outros bens materiais, ajuda o discípulo de Cristo a controlar os apetites da natureza fragilizada pela culpa da origem, cujos efeitos negativos atingem toda a personalidade humana. Exorta oportunamente um antigo hino litúrgico quaresmal: «Utamur ergo parcius, / verbis, cibis et potibus, / somno, iocis et arcitius / perstemus in custodia – Usemos de modo mais sóbrio palavras, alimentos, bebidas, sono e jogos, e permaneçamos mais atentamente vigilantes».

Queridos irmãos e irmãos, considerando bem, o jejum tem como sua finalidade última ajudar cada um de nós, como escrevia o Servo de Deus Papa João Paulo II, a fazer dom total de si a Deus (cf. Enc. Veritatis splendor, 21). A Quaresma seja portanto valorizada em cada família e em cada comunidade cristã para afastar tudo o que distrai o espírito e para intensificar o que alimenta a alma abrindo-a ao amor de Deus e do próximo. Penso em particular num maior compromisso na oração, na lectio divina, no recurso ao Sacramento da Reconciliação e na participação activa na Eucaristia, sobretudo na Santa Missa dominical. Com esta disposição interior entremos no clima penitencial da Quaresma. Acompanhe-nos a Bem-Aventurada Virgem Maria, Causa nostrae laetitiae, e ampare-nos no esforço de libertar o nosso coração da escravidão do pecado para o tornar cada vez mais «tabernáculo vivo de Deus». Com estes votos, ao garantir a minha oração para que cada crente e comunidade eclesial percorra um proveitoso itinerário quaresmal, concedo de coração a todos a Bênção Apostólica.


Vaticano, 11 de Dezembro de 2008.


BENEDICTUS PP. XVI

Quaresma

Vem do latim, quadragesima dies (o dia quadragésimo, antes da Páscoa). É o tempo de preparação «pelo qual se sobe ao monte santo da Páscoa», como o descreve o Cerimonial dos Bispos (CB 249). Começa em Quarta-Feira de Cinzas e termina pela tarde de Quinta-Feira Santa, antes da Missa Vespertina da Ceia do Senhor, com que se inaugura o Tríduo Pascal.

A Quaresma organizou-se a partir do século IV. A sua história anterior não é muito clara. Parece que o seu gérmen original foi o jejum pascal de dois dias, na Sexta e no Sábado antes do Domingo da Ressurreição, espaço que, a pouco e pouco, se alargou a uma semana, depois a três e, segundo as diversas regiões, sobretudo nas do Oriente, como o Egipto, até às seis semanas ou quarenta dias. Em Roma, a Quaresma já estava constituída, entre os anos 350 e 380.

Para dar sentido a este período, como preparação da Páscoa, teve certamente grande influência o simbolismo bíblico do número quarenta: os episódios de quarenta dias do dilúvio, antes da aliança com Noé; de Moisés e os seus quarenta dias no monte; do Povo de Israel e os seus quarenta anos pelo deserto; de Elias caminhando quarenta dias para o monte do encontro com Deus; e, sobretudo, os quarenta dias de Jesus no deserto, antes de começar a sua missão messiânica. Estes episódios têm em comum o significado de um tempo de prova, de purificação e de preparação para um acontecimento importante e salvador. «Todos os anos, pelos quarenta dias da Grande Quaresma, a Igreja une-se ao mistério de Jesus no deserto» (CIC 540).

A Quaresma começava originariamente no Domingo. Mas, mais tarde - séculos VI-VII – acentuou-se como característica determinante o jejum, e como, aos domingos, não se jejuava, adiantou-se o seu início para a quarta-feira anterior ao primeiro domingo, a que de imediato se chamou «de Cinzas», para que a Páscoa fosse precedida de quarenta dias de jejum efectivo. E, ainda se foi antecipando mais a preparação com os Domingos da Quinquagésima, Sexagésima e Septuagésima, que, na última reforma, foram suprimidos.

Na Liturgia hispano-moçárabe, a Quaresma começa no primeiro domingo com uma festiva despedida do Aleluia. A segunda parte, que começa no terceiro domingo, recebe o nome de «De Traditione» (a Paixão).

Neste contexto de Quaresma, tinha lugar a última etapa do catecumenado: os que se preparavam para serem baptizados, na Noite Pascal, tinham, nestas semanas anteriores, reuniões de oração, escrutínios e exorcismos.

O Concílio Vaticano II determinou expressamente que se acentuasse o carácter baptismal e penitencial da Quaresma, «sobretudo através da recordação ou da preparação para o Baptismo e através da Penitência, dispõe os fiéis, que com mais frequência ouvem a Palavra de Deus e se entregam à oração, para a celebração do Mistério Pascal» (SC 109). Agora «a liturgia quaresmal prepara para a celebração do Mistério Pascal tanto os catecúmenos, através dos diversos graus da iniciação cristã, como os fiéis, por meio da recordação do Baptismo e das práticas de penitência» (NG 27).

A nova ordenação do Calendário (cf. NG, de 1969) preferiu não situar o início da Quaresma no primeiro domingo, que parecia o mais lógico, pelo enraizamento que, ao longo dos séculos, tomou a Quarta-Feira de Cinzas.

As seis semanas da Quaresma dividem-se em três etapas, marcadas pelos Evangelhos correspondentes: os dois primeiros domingos, com as tentações e a transfiguração do Senhor; os três seguintes, com as catequeses baptismais da samaritana (água), do cego (luz) e Lázaro (vida), próprias do ciclo A, mas que se podem seguir cada ano, embora haja outra série de leituras para cada ciclo; e, finalmente, o domingo sexto, chamado de Ramos ou da Paixão, que inaugura a Semana Santa.

Também as primeiras leituras destes domingos têm uma organização interior que dá um sentido especial à Quaresma, sobretudo no ciclo A. São seis momentos significativos da História da Salvação: a criação do mundo, Abraão, o Êxodo e Moisés, o rei David, os profetas e o Servo de Javé. Tudo isso ajuda a entender a Quaresma como um caminho de crescente preparação para a celebração da Páscoa.

As características ambientais e celebrativas da Quaresma, já desde há séculos, são a ausência do Aleluia nos cânticos, a austeridade na ornamentação do espaço celebrativo (sem flores nem música instrumental), a cor roxa dos paramentos do sacerdote (menos no quarto domingo, «Lætare», em que se pode usar a cor rosa); os escrutínios catecumenais (o Ritual da Iniciação Cristã dos Adultos coloca o rito de «eleição» para a última etapa catecumenal, no primeiro domingo da Quaresma e, a partir daí, várias reuniões de escrutínios); as missas estacionais, à volta do próprio bispo, originadas em Roma mas recomendadas para as outras igrejas em que pareçam convenientes; o exercício da via-sacra; a «confissão pascal», a celebração do sacramento da Reconciliação, como preparação imediata para a Páscoa…

(Fonte: Dicionário Elementar de Liturgia)

O caso Eluana foi uma “provocação positiva” – D. Rino Fisichella

O Evangelho do dia 25 de Fevereiro de 2009 - Quarta-feira de Cinzas

São Mateus 6, 1-6.16-18

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tende cuidado em não praticar as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Aliás, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está nos Céus.

«Assim, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens.

«Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.

«Quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita, para que a tua esmola fique em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa.

«Quando rezardes, não sejais como os hipócritas, porque eles gostam de orar de pé, nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens.

«Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.

«Tu, porém, quando rezares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora a teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa. »

«Quando jejuardes, não tomeis um ar sombrio, como os hipócritas, que desfiguram o rosto, para mostrarem aos homens que jejuam.

«Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.

«Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que os homens não percebam que jejuas, mas apenas o teu Pai, que está presente em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa».

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

“Ser cristãos leigos é uma vocação” - Cardeal Ryłko


“Vocação e missão dos leigos na Igreja e na sociedade. Vinte anos após a Christifideles Laici: balanço e perspectivas”. Com este tema realizar-se-á um ciclo de conferências promovido pela Pontifícia Universidade Gregoriana com o patrocínio do Conselho Pontifício para os Leigos.

O primeiro encontro, dia 28 de Fevereiro, será particularmente dedicado à “Eclesiologia do Vaticano II e a Christifideles Laici”, com preâmbulo do Cardeal Stanisław Ryłko, presidente deste dicastério.

“Ser cristãos leigos – é necessário recordá-lo com frequência – é uma verdadeira e própria vocação. É uma chamada. É também uma missão, seja ao interno da Igreja, nas nossas comunidades cristãs; seja sobretudo no mundo. Um cristão leigo é fermento do Evangelho, é a luz do mundo, é o sal da terra. Esta é a sua vocação… Hoje ser cristãos leigos, cristãos coerentes por vezes requer não pouca coragem, requer andar contra a corrente. O nosso dicastério procura favorecer e ajudar os leigos a viver a sua vocação de modo corajoso, convincente e persuasivo.”


(Fonte: H2O News)

Mensagem do Superior Maior da Ordem do Carmo em Portugal aos carmelitas sobre a canonização do Beato Nuno de Santa Maria

O anúncio do dia 26 de Abril de 2009 como a data para a celebração festiva da canonização do Beato Nuno de Santa Maria desperta em todos os cristãos e, dum modo particular Nos membros de toda a Família Carmelita, um sentimento de júbilo e de acção de graças!

É o ponto alto dum longo percurso em ordem ao reconhecimento oficial por parte da hierarquia da Igreja Católica da santidade deste ilustre filho da Igreja. Digo oficial porque, no mundo popular e no espírito de todos os que admiram a vida exemplar do Beato Nuno, ele já é santo desde há muito!


É um momento para agradecer!

Agradecer a Deus as maravilhas que operou e opera na e através da pessoa do Beato Nuno.

Agradecer o dom que é para a Igreja a figura do Santo Condestável!

Agradecer ao Santo Padre o Papa Bento XVI e aos seus colaboradores mais directos o reconhecimento da santidade do Beato Nuno como modelo para todos os cristãos e homens de boa vontade!

Agradecer a todos aqueles que, ao longo dos anos, acreditaram e lutaram por esta causa!

Somos convidados a uma atitude de fascínio, de encanto e de admiração diante do mistério de Deus presente dum modo tão evidente e perceptível na figura do Beato Nuno!


Alegremo-nos neste momento!

Unamo-nos em Igreja! Sendo português, o Beato Nuno é um santo da Igreja universal!

Unamo-nos como Igreja em Portugal! O tempo actual, marcado pela crise económica e por uma série de temas fracturantes lançados para a discussão pública, exige de nós uma Fé clara e uma radicalidade na vivência da nossa Espiritualidade cristã, sobretudo no âmbito da solidariedade. Ao contemplarmos a vida do Beato Nuno e confiados na força de Deus, acreditamos que isso é possível e real!

Unamo-nos como Carmelitas! O Beato Nuno abraçou a vocação Carmelita! É um testemunho vivo daquilo que somos chamados a ser: profetas de Deus que vivem e ensinam os outros a viver aquilo que experimentamos na oração contemplativa, transformando esta oração em gestos efectivos de ajuda aos mais necessitados!

Deixo aqui o desafio para nos prepararmos intensamente para celebrar o dia solene desta canonização!

Procuremos conhecer em profundidade o itinerário espiritual do Beato Nuno de Santa Maria! São várias as publicações que nos relatam o seu percurso na nossa história! A simples leitura da sua vida é capaz de nos edificar e de fazer crescer como carmelitas e como cristãos!

Na medida das nossas possibilidades e disponibilidade, façamos por estar atentos e participar nas iniciativas que serão organizadas para celebrar esta canonização!

Procuremos, então, num misto de louvor, admiração, conhecimento e identificação, prepararmo-nos para celebrar solenemente a canonização do Beato Nuno!


Frei Agostinho Marques de Castro, O. Carm. - Superior Maior da Ordem do Carmo em Portugal

Um dia com o Santo Padre

O tempo da Quaresma em São Leão Magno

São Leão Magno (fins do século IV-461) é considerado como «guardião da ortodoxia e salvador da civilização ocidental», porque durante o seu pontificado (440-461) teve que defender a pureza da fé contra várias heresias e proteger Roma contra os assaltos dos bárbaros sobretudo Atila e Genserico. Foi chamado grande também pela sua eloquência.

«Em todo o tempo, irmãos caríssimos, a terra está cheia da misericórdia do Senhor, e todos os fiéis encontram na própria natureza motivos de adoração a Deus, uma vez que o céu, a terra, o mar e tudo o que eles contêm, nos falam da bondade e omnipotência d’Aquele que os criou, e a admirável beleza dos elementos postos ao nosso serviço reclamam da criatura racional uma justa acção de graças.

Mas quando se aproximam estes dias que comemoram de modo especial os mistérios da redenção humana e que precedem imediatamente as festividades pascais, devemos preparar-nos com maior diligência por meio da purificação espiritual.

Na verdade, é próprio da festa da Páscoa fazer com que toda a Igreja se alegre pelo perdão dos pecados, não só aqueles que então renascem pelo santo Baptismo, como também aqueles que pertencem desde há muito à família dos filhos adoptivos.

É sem dúvida o banho da regeneração que nos faz homens novos; mas todos têm necessidade de se renovarem quotidianamente para remediar a ferrugem inerente à nossa condição mortal, e não há ninguém que não tenha que esforçar para progredir no caminho da perfeição; por isso, todos sem excepção devemos empenhar-nos para que, no dia da nossa redenção, nenhum de nós se encontre ainda nos vícios de outrora.

Portanto, irmãos caríssimos, aquilo que cada cristão deve praticar em todo o tempo, deve praticá-lo agora com maior solicitude e devoção, para que se cumpra a santa instituição apostólica do jejum quaresmal, que consiste não só na abstenção dos alimentos, mas também e sobretudo na abstenção do pecado»


SÃO LEÃO MAGNO, Sermão 6 sobre a Quaresma, 1; PL 54,285-286


(Fonte: Boletim de Fevereiro da Paróquia de Nossa Senhora da Porta do Céu em Lisboa)

ALERTA IMPORTANTE, como algumas verdade podem camufelar a realidade

Anúncio do jornal brasileiro Folha de São Paulo publicado em 1997, que este exemplo nos faça estar ainda mais atentos ao que ouvimos e lemos.

Crónica: Um homem do Norte

Aqui só entre nós, off the record como vocês dizem, a Manuela tem mesmo de se demitir e ir para casa tomar conta dos netos. Tem mais do que um neto, não tem? Não sei nada da vida dela. Nem quero. Só de a ver nos jornais me assusta. Julguei que era outro tipo de mulher e que, bem vistas as coisas, onde eu fui derrotado, ela sairia vencedora. Ela tão pragmática, dura, amiga de Cavaco Silva, enfim, com os chavões economicistas e, claro, de Lisboa ou dos arredores. Sim, sim, que eu não vinguei no PSD pela simples razão de ser do Norte. Isto de não ser de Lisboa tem muito que se lhe diga. O PSD é um partido de betinhos, fundado em Lisboa, com sede na Lapa, caramba. Eu deveria ter entendido logo, mas o que querem? Fui ingénuo e acreditei. Atirei-me de um só fôlego e fiz o que consegui. Não fiz mais, é certo. Fiz o que consegui e já foi muito. Divirto-me muito a ver como a Manuela adoptou o nosso Pedro que se vai candidatar à Câmara Municipal de Lisboa. Fico mais feliz ainda com o facto da antiga Ministra das Finanças não ter conversa que chegue para o Primeiro Ministro. É que o Sócrates, está a ver, enquanto estiver calado, está muito bem e ele quer lá conversar com a Manuela. Conversar sobre o quê?

O PSD bateu no fundo. Numa sondagem recente o partido teve o pior e mais reles índice de popularidade dos últimos 15 anos. Antigamente, garanto-lhe, era um partido que era um trampolim com características quase olímpicas. Era quase uma coisa mística: uma pessoa filiava-se e depois era ver como tudo ascendia. Falo por mim. Agora? Agora o partido é como o Martim Moniz: temos de viver com ele, mas nunca será um sonho concretizado. Estou a usa o Martim Moniz como metáfora e, já se sabe, serei acusado de tendencioso, egoísta e nortenho ferrenho. Longe de mim nomear um espaço aqui no Norte. As metáforas só ficam bem a Lisboa.

Eu cá até gosto de ser egoísta. Deixei o partido à Manuela, devolvi o Pedro ao país e agora divirto-me a criticar e a pedir cabeças. Não, não quero ser presidente dos restos do PSD, Deus me livre, mas é muito bom invocar a liberdade de expressão e desancar nos betinhos. Esperto é o Sócrates que se mantém caladinho a ver a banda passar. O Martim Moniz é tão longe de São Bento que nem faz mossa.


(Crónica de Patrícia Reis http://vaocombate.blogspot.com/ publicada no Semanário Económico de 19 de Fevereiro de 2009)

O Evangelho do dia 24 de Fevereiro de 2009

São Marcos 9, 30-37

Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos caminhavam através da Galileia, mas Ele não queria que ninguém o soubesse; porque ensinava os discípulos, dizendo-lhes:

«O Filho do homem vai ser entregue às mãos dos homens e eles vão matá-l’O; mas Ele, três dias depois de morto, ressuscitará».

Os discípulos não compreendiam aquelas palavras e tinham medo de O interrogar.

Quando chegaram a Cafarnaum e já estavam em casa, Jesus perguntou-lhes:

«Que discutíeis no caminho?».

Eles ficaram calados, porque tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior.

Então, Jesus sentou-Se, chamou os Doze e disse-lhes:

«Quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servo de todos».

E, tomando uma criança, colocou-a no meio deles, abraçou-a e disse-lhes:

«Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe; e quem Me receber não Me recebe a Mim, mas Àquele que Me enviou»

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Olmert pede desculpas por programa de TV que ofendeu cristãos


O primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, lamentou a exibição de um programa de TV que gerou protestos das comunidades cristãs no país e a indignação no Vaticano por causa do tratamento dado às figuras de Jesus e Maria.

"Lamento as declarações contra a religião cristã, particularmente contra a comunidade cristã que vive connosco em Israel ", disse Olmert, no começo da reunião semanal de ministros.

Após ressaltar que não pretende "limitar a liberdade de expressão no país", o chefe de Governo israelita pediu "sensatez e contenção", mesmo num "programa satírico".

A Santa Sé emitiu esta Sexta-feira um comunicado de imprensa, no qual revela que interpelou as autoridades de Israel a respeito das transmissões pela televisão particular israelita “Canal 10”, “nas quais foram ridicularizadas - com palavras e imagens blasfemas – Jesus e a Virgem Maria”.

Segundo a nota oficial, “as autoridades governamentais israelitas, imediatamente interpeladas pelo Núncio Apostólico, asseguraram, sem meios-termos, a sua intervenção a fim de interromper essas transmissões e fazer com que a emissora televisiva peça desculpas publicamente”.

A Sana Sé une-se à Assembleia dos Bispos Católicos da Terra Santa, que “exprimiu publicamente a sua indignação e o protesto dos cristãos”.

Nesse contexto, pode ler-se, “manifesta-se solidariedade para com os cristãos da Terra Santa e deplora-se um tão vulgar e ofensivo acto de intolerância precisamente em relação a filhos de Israel, como Jesus e Maria de Nazaré”.


Internacional Agência Ecclesia 23/02/2009 12:35 1521 Caracteres 83 Terra Santa


(Fonte. site Agência Ecclesia)

Bento XVI - Aprovadas dez novas canonizações, entre elas a do português Beato Nuno de Santa Maria

O jejum

No tempo da Quaresma a Igreja estabeleceu dois dias de jejum: a quarta-feira de Cinzas e a sexta-feira Santa. Nesses dias, todos os que têm mais de 16 anos e que não estejam impedidos por razões de saúde, devem privar-se de alimentos de uma forma que se note.

O jejum é uma prática penitencial e, neste caso, também de penitência pública porque aqueles que convivem connosco ao aperceber-se dessa prática são edificados, quer dizer, ao observar a nossa privação por um motivo penitencial, tomam consciência da importância do pecado e da necessidade de conversão em relação a ele.

No entanto existe também um jejum mais discreto. Consiste em privar-se não de todos os alimentos mas daqueles que nos agradam mais, tomando-os em menor quantidade ou tomando, em seu lugar, outros que não nos agradam tanto. Consiste igualmente em tomar os alimentos de um modo menos saboroso pela forma como os temperamos ou por outras circunstâncias. Consiste ainda em saber contentar-se com o alimento previsto e não pretender nenhum outro, sabendo não petiscar fora das refeições, não se queixando quando não nos agrada e não procurando coisas extraordinárias.

Este jejum mais discreto só é apercebido por Deus mas nem por isso lhe agrada menos, sobretudo se o praticamos com alegria e simpatia para com os outros. Então tem o condimento mais importante de todo o jejum que é o amor: o amor a Deus a quem ofendemos e o amor aos outros que vivem connosco.

«O mundo só admira o sacrifício com espectáculo, porque ignora o valor do sacrifício escondido e silencioso» (São Josemaría, Caminho 185). O nosso há-de ser sobretudo um jejum contínuo e não só dos alimentos, mas feito de boa cara, por amor.


(Fonte: Boletim de Fevereiro da Paróquia de Nossa Senhora da Porta do Céu em Lisboa)

Bach - Magnificat, Es-dur BWV 243a / 3ª parte - Maestro Ton Koopman

O Evangelho do dia 23 de Fevereiro de 2009

São Marcos 9, 14-29

Naquele tempo, Jesus desceu do monte, com Pedro, Tiago e João. Ao chegarem junto dos outros discípulos, viram uma grande multidão à sua volta e os escribas a discutir com eles.

Logo que viu Jesus, a multidão ficou surpreendida e correu a saudá-l’O.

Jesus perguntou-lhes: «Que estais a discutir?».

Alguém Lhe respondeu do meio da multidão:

«Mestre, eu trouxe-Te o meu filho, que tem um espírito mudo. Quando o espírito se apodera dele, lança-o por terra, e ele começa a espumar, range os dentes e fica rígido. Pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram».

Tomando a palavra, Jesus disse-lhes: «Oh geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando terei de vos suportar? Trazei-mo aqui».

Levaram-no para junto d’Ele. Quando viu Jesus, o espírito sacudiu fortemente o menino, que caiu por terra e começou a rebolar-se espumando.

Jesus perguntou ao pai: «Há quanto tempo lhe sucede isto?». O homem respondeu-lhe: «Desde pequeno. E muitas vezes o tem lançado ao fogo e à água para o matar. Mas se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e socorre-nos».

Jesus disse: «Se posso?...

«Tudo é possível a quem acredita».

Logo o pai do menino exclamou:

«Eu creio, mas ajuda a minha pouca fé».

Ao ver que a multidão corria para junto d’Ele, Jesus falou severamente ao espírito impuro:

«Espírito mudo e surdo, Eu te ordeno: sai deste menino e nunca mais entres nele».

O espírito, soltando um grito, agitou-o violentamente e saiu. O menino ficou como morto, de modo que muitas pessoas afirmavam que tinha morrido. Mas Jesus tomou-o pela mão e levantou-o, e ele pôs-se de pé.

Quando Jesus entrou em casa, os discípulos perguntaram-Lhe em particular:

«Porque não pudemos nós expulsá-lo?».

Jesus respondeu-lhes: «Este género de espíritos não se pode fazer sair, a não ser pela oração»

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Depoimento extraordinário a favor da Vida (vídeo legendado em português)


(Para ver as legendas clique após iniciar o video na barra inferior da esquadria na seta para cima e no segundo ícone active 'legendas')

Ela é uma jovem adolscente. É canadiana, tem 12 anos e seu nome é Lia.

A sua escola em Toronto propôs um trabalho competição para os estudantes: fazer um vídeo em casa tendo ganho o primeiro lugar.

Porém, suscitou uma “controvérsia assombrosa”. Pois escolheu o tema do aborto. E fê-lo com uma desenvoltura e uma precisão de conceitos pela vida que é de deixar pasmo.

Começou com clareza dizendo: “o que é que você acharia se lhe dissesseem agora, que alguém está “decidindo” se iráviver ou morrer?

“Meus caros alunos e professores, milhares de crianças estão exactamente agora nessa situação. Alguém está decidindo ‒ e sem sequer as conhecer ‒ a sua vida ou a sua morte. Esse alguém é mãe deles. E a ‘escolha’ é o aborto”.

Lia escolheu o tema contra a opinião da mãe, como esta contou. A professora era uma feminista pro-aborto (pelo direito de decidir), mas teve que ceder diante da convicção pura e corajosa da aluna.

O painel de juízes da escola não quis aceitar o tema. Um dos juízes chegou a abandonar a sala em acto de protesta e apresentou renúncia.

Lia não cedeu. É verdade que tinha o apoio entusiasta e unânime dos alunos e de muitos professores.

Lia acabou por vencer o primeiro prémio, facto que a qualifica para entrar no concurso regional.

A professora pro-aborto, reconheceu que “Lia me fez reflectir verdadeiramente”.


“Bem-aventurados os que têm fome e sede de Justiça”;
“Bem-aventurados os corações puros!”;
“Se vós não anunciardes a verdade eu farei falar as pedras!”;
“Se vós não vos tornardes como estas crianças, vós não entrareis no Reino dos Céus!”


(Fonte: http://revculturalfamilia.blogspot.com/2009/02/urgente-o-video-pro-vida-que-esta.html com edição de JPR)

Bento XVI - “A Cátedra de Pedro simboliza a autoridade do Bispo de Roma, chamado a desempenhar um peculiar serviço em relação a todo o Povo de Deus”

Ocorrendo a 22 de Fevereiro a festa da Cátedra de São Pedro, na alocução dominical, ao meio-dia, antes da recitação do Angelus, Bento XVI pediu orações para que possa exercer fielmente o papel que a Providência lhe confiou como Sucessor do Apóstolo Pedro, nomeadamente a bem da unidade da Igreja.

O Papa começou por evocar o Evangelho do dia, o episódio do paralítico perdoado e curado: “Esta passagem evangélica mostra que Jesus tem o poder não só de sanar o corpo doente, mas também de perdoar os pecados. Mais ainda: a cura física é sinal da cura espiritual que produz o perdão. Na verdade, o pecado é uma espécie de paralisia do espírito, da qual só a potência do amor misericordioso de Deus nos pode libertar, permitindo-nos levantar de novo, para retomar o caminho do bem”.

Para além da celebração dominical – observou depois o Papa – ocorre neste dia 22 de Fevereiro a festa da Cátedra de São Pedro: “A Cátedra de Pedro simboliza a autoridade do Bispo de Roma, chamado a desempenhar um peculiar serviço em relação a todo o Povo de Deus”.

Logo depois dos martírio de são Pedro e são Paulo, foi reconhecido à Igreja de Roma o papel primacial em toda a comunidade católica, papel já atestado no século II por santo Inácio de Antioquia e santo Ireneu de Lyon. Este singular e específico ministério do Bispo de Roma foi reafirmado pelo Concílio Ecuménico Vaticano II. ‘Na comunhão eclesiástica – lê-se na Constituição dogmática sobre a Igreja – existem legitimamente Igrejas particulares, que gozam de tradições próprias, permanecendo íntegro o primado da Cátedra de Pedro, que preside à comunhão universal da caridade, tutela as legítimas variedades, e ao mesmo tempo vela para que o que é particular, não só não prejudica a unidade, mas sim a reforce.Esta festa oferece-me a ocasião para vos pedir que me acompanheis com as vossas orações, para que possa desempenhar fielmente a alta responsabilidade que a Providência divina me confiou como Sucessor do Apóstolo Pedro”.

Quase a concluir a alocução antes das Ave-Marias, Bento XVI convidou a dirigir o olhar para Maria, que nestes dias foi celebrada em Roma sob a invocação de Nossa Senhora da Confiança. Ocasião para o Papa recordar o iminente início da Quaresma:

“A ela pedimos que nos ajude também a entrar com as devidas disposições de espírito no tempo da Quaresma , que terá início na próxima quarta-feira, com o sugestivo rito das Cinzas. Que Maria nos abra o coração à conversão e à escuta dócil da Palavra de Deus”.


(Fonte: site Radio Vaticana)

O centro visível da unidade da Igreja católica

Palavras de Bento XVI no concerto pelos 80 anos do Estado da Cidade do Vaticano

Particulares expressões de agradecimento foram dirigidas pelo Sumo Pontífice aos membros da Our Lady's Choral Society e da rte Concert Orchestra, durante o concerto que lhe foi oferecido na tarde de quinta-feira 12 de Fevereiro na Sala Paulo vi, por ocasião das manifestações para o octogésimo aniversário da constituição do Estado da Cidade do Vaticano. No final da execução musical, Bento XVI desejou recordar que o Vaticano é o centro visível da unidade da Igreja católica, espalhada por todos os confins do mundo.


Senhores Cardeais
Venerados Irmãos
no Episcopado e no Sacerdócio
Ilustres Senhores e Senhoras

No final desta bonita tarde, estou feliz por dirigir uma cordial saudação a todos vós, que participastes no concerto promovido por ocasião do 80º aniversário de fundação do Estado da Cidade do Vaticano. Saúdo as Autoridades religiosas, civis e militares, as ilustres Personalidades, com um pensamento especial para os Prelados da Cúria Romana e os colaboradores dos vários departamentos do Governatorato do Vaticano aqui reunidos para recordar, também com esta iniciativa, uma celebração tão significativa. Desejo sobretudo manifestar a minha gratidão ao Senhor Cardeal Giovanni Lajolo, Presidente da Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano, a quem estou grato inclusive pelas expressões de carinho e devoção, que me dirigiu no início do concerto. Estendo a minha saudação ao Secretário-Geral, D. Renato Boccardo, bem como aos outros responsáveis do Governatorato e exprimo o meu reconhecimento naturalmente a todos aqueles que cooperaram de vários modos para a organização e a realização deste acontecimento musical.

Persuadido de que estou a interpretar os sentimentos de todos os presentes, desejo dirigir uma especial palavra de agradecimento e de apreço aos componentes da RTE Concert Orchestra (Orquesta da Radiotelevisão Irlandesa), aos coristas da Our Lady's Choral Society, de Dublin, ao Director Proinnsias O Duinn, ao Maestro do Coro Paul Ward e aos solistas. Desejo reservar uma breve saudação à numerosa representação de fiéis de Dublin, vindos para acompanhar o Coral da sua Cidade.

Foi-nos oferecida a execução de trechos do célebre oratório Messiah de Georg Friedrich Händel, capaz de criar uma fascinante atmosfera espiritual, graças a uma rica antologia de textos sagrados do Antigo e do Novo Testamento, que constituem como que o tecido de toda a partitura musical. A Orquestra e o Coro conseguiram igualmente evocar de maneira admirável a figura do Messias, de Cristo, à luz das profecias messiânicas veterotestamentárias. Assim, a riqueza do contraponto musical e a harmonia do canto ajudaram-nos a contemplar o intenso e arcano mistério da fé cristã. Mais uma vez, parece evidente como a música e o canto, graças ao seu hábil entrelaçamento com a fé, podem revestir um exímio valor pedagógico no âmbito religioso. A música, como arte, pode ser um modo particularmente grandioso de anunciar Cristo, uma vez que consegue tornar perceptível o seu mistério com uma eloquência inteiramente sua.

Este concerto, com que se tencionava fazer memória de um aniversário significativo para o Estado da Cidade do Vaticano, insere-se no programa do Congresso organizado para esta circunstância, sobre o tema: "Um pequeno território para uma grande missão". Sem dúvida, não é este o momento para um discurso a respeito de tal acontecimento histórico, ao qual diversos especialistas estão a oferecer no Congresso a contribuição da sua competência, sob inúmeros aspectos. Além disso, terei a oportunidade de me encontrar com os participantes destes dias de estudo no próximo sábado, e de lhes dirigir a minha palavra. Também nesta circunstância, faço questão de agradecer a quantos contribuíram para tornar solene uma celebração tão significativa para a Igreja católica. Comemorando os oitenta anos da Civitas Vaticana, sente-se a necessidade de reconhecer o mérito daqueles que foram e são os protagonistas destas oito décadas de história de um pequeno espaço de terra. Em primeiro lugar, gostaria de recordar o protagonista principal, o meu venerado Predecessor Pio XI. Ao anunciar a assinatura dos Pactos lateranenses e sobretudo a constituição do Estado da Cidade do Vaticano, ele desejou referir-se a São Francisco de Assis. Disse que a nova realidade soberana era, para a Igreja como também para o Pobrezinho, "aquele tanto de corpo que era suficiente para conservar unida a alma" (cf. Discurso de 11 de Fevereiro de 1929). Peçamos ao Senhor, que orienta solidamente a sorte da "Barca de Pedro" no meio das vicissitudes nem sempre tranquilas da história, que continue a velar sobre este pequeno Estado. Peçamos-lhe, principalmente, que assista com o poder do seu Espírito Aquele que está ao timão da Barca, o Sucessor de Pedro, a fim de que possa desempenhar com fidelidade e eficazmente o seu ministério, como fundamento da unidade da Igreja católica, que possui no Vaticano o seu centro visível e que se espalha até aos confins do mundo. Confio esta oração à intercessão de Maria, Virgem Imaculada e Mãe da Igreja, e enquanto renovo em nome dos presentes um cordial agradecimento aos idealizadores desta tarde, aos valorosos membros da orquestra, aos cantores, de maneira particular aos solistas, asseguro a cada um uma recordação na oração e, sobre todos, imploro a Bênção de Deus.

Pedir ao Senhor pelo sucessor de Pedro

Façamo-lo hoje com redobrada intenção, mesmo aqueles entre vós que por uma razão ou outra possam não nutrir a maior das simpatias pela personalidade, pois a sua condição de sucessor de Pedro escolhido em Conclave, aonde só pode ter estado presente o Divino Espírito Santo, é por si só condição mais do que suficiente, se cheios de visão sobrenatural, para o respeitar profundamente.

Pessoalmente dir-vos-ei, que não só o respeito como o amo com todo o meu entendimento e coração, pois vejo nele a personalidade ideal para nos guiar na firmeza e na rectidão, neste mundo conturbado e aonde o relativismo parece predominar, há que não ter medo de ser minoria e sempre que for esse o caso, deveremos ser ainda mais firmes na defesa da nossa fé, ou seja, de Jesus Cristo que é Deus feito homem e do Seu Corpo que é a Igreja.

(JPR)

Sete Domingos em Honra de São José – Oração do 4º Domingo

Deus e Senhor meu,
em Quem eu creio,
espero e a Quem amo
sobre todas as coisas,
tende piedade de mim
e escutai meus rogos.
E vós, bondoso São José,
intercedei por mim
e obtende a graça que desejo alcançar.


Glorioso São José,
a profecia de Simeão
sobre os sofrimentos que atingiriam a Jesus e Maria
causou-vos intensa amargura.
A salvação e ressurreição que, segundo a profecia,
se sucederiam aos sofrimentos,
encheram-vos porém, de sumo gozo.


Pai Nosso, Ave Maria, Glória.

Beethoven - Missa Solemnis

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Vida de Nuno Álvares Pereira é um “exemplo” para a sociedade actual

O vice-postulador para a causa da canonização de D. Nuno Álvares Pereira congratulou-se hoje com o anúncio da canonização do beato a 26 de Abril, destacando que a vida do militar português deve ser um "exemplo" para a sociedade actual.

"Sinto-me satisfeito por todo o trabalho que houve ter chegado ao fim com êxito", afirmou o sacerdote Francisco Rodrigues, considerando que o anúncio de hoje do Vaticano é a "última palavra" de um "processo árduo".

Em declarações à agência Lusa, o vice-postulador destacou que a vida de D. Nuno Álvares Pereira é um "exemplo" para a sociedade actual. "Era o homem mais rico de Portugal que se fez pobre e padre por amor aos pobres e à Igreja", declarou o sacerdote Francisco Rodrigues. Segundo o sacerdote era um homem íntegro, respeitador, “mesmo com os castelhanos”.

"Este ano é o momento ideal para ser canonizado", acrescentou, apontando a canonização como um "sinal" num ano de "crise" que é também de "esperança" e de "partilha perante as necessidades dos outros". Para o padre carmelita, D. Nuno Álvares Pereira tinha na "eucaristia e Nossa Senhora as suas duas grandes devoções”.

"São dois pilares da sua espiritualidade", recordou o padre Francisco Rodrigues, adiantando que a vice-postulação está já a preparar peregrinações a Roma, onde vai decorrer a cerimónia de canonização, de três, cinco e oito dias.

O Papa Bento XVI anunciou hoje a canonização este ano de dez beatos, entre os quais o carmelita português Nuno de Santa Maria Álvares Pereira, segundo um comunicado do Vaticano. A canonização de D. Nuno Álvares Pereira decorrerá em 26 de Abril, no Vaticano.



(Fonte: Público online em http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1366164&idCanal=62 )

Te Deum laudamus

Presidente da República congratula-se com decisão da Santa Sé sobre canonização de D. Nuno Álvares Pereira

Na sequência do anúncio hoje feito pela Santa Sé sobre a canonização de D. Nuno Álvares Pereira, cuja cerimónia decorrerá em 26 de Abril, no Vaticano, o Presidente da República congratulou-se com a decisão, numa mensagem com o seguinte teor:

“O Presidente da República congratula-se, em nome de Portugal, pela notícia da decisão tomada hoje no processo de canonização de D. Nuno Álvares Pereira, figura maior da nossa História, que, no passado como no presente, deve inspirar os Portugueses na busca de um futuro melhor.“


(Fonte: site da Presidência da República)

Nuno Álvares Pereira será canonizado em Roma, no Domingo 26 de Abril

No final do Consistório ordinário público que teve lugar neste sábado de manhã, no Vaticano, sob a presidência do Papa, para a canonização de dez Beatos, foram divulgadas as datas destas solenes celebrações, que terão lugar em Roma.

No III domingo do Tempo Pascal, 26 de Abril, serão canonizados o Beato Nuno de Santa Maria (Nuno Álvares Pereira), juntamente com o padre Arcângelo Tadini, fundador das Irmãs Operárias da Santa Casa de Nazaré, o Abade Bernardo Tolomei, fundador da Congregação de Santa Maria de Monte Oliveto, da Ordem de São Bento; e ainda duas religiosas italianas - Gerturde Comensoli (fundadora das Irmãs do SS Sacramento) e Catarina Vopicelli, fundadora das Servas do Sagrado Coração.

Os restantes Beatos objecto deste Concistório serão canonizados no domingo 11 de Outubro: o Padre Damião de Veuster, apóstolo dos leprosos na ilha de Molokai; o bispo polaco Sigimundo Felinnski, fundador de um instituto religioso feminino; o espanhol Francisco Coll e Guitart, também ele fundador de uma congregação feminina; a francesa Marie de la Croix Jugan, fundadora das Irmãzinhas dos Pobres; e finalmente o espanhol Rafael Baron, da Ordem Cisterciense.

(Fonte: site Radio Vaticana)


Aos meus amigos da Ordem do Carmo em Portugal, na pessoa do seu Comissário-geral, Pe. Agostinho Marques de Castro, envio um grande abraço de sincera amizade e alegria, saibamos todos venerar e seguir os bons exemplos de fé e amor ao próximo do ainda Beato Nuno.

(JPR)

O Evangelho de Domingo dia 22 de Fevereiro de 2009


São Marcos 2, 1-12

Quando Jesus entrou de novo em Cafarnaum e se soube que Ele estava em casa, juntaram-se tantas pessoas que já não cabiam sequer em frente da porta; e Jesus começou a pregar-lhes a palavra. Trouxeram-Lhe um paralítico, transportado por quatro homens;

E, como não podiam levá-lo até junto d’Ele, devido à multidão, descobriram o tecto por cima do lugar onde Ele Se encontrava e, feita assim uma abertura, desceram a enxerga em que jazia o paralítico.

Ao ver a fé daquela gente, Jesus disse ao paralítico:

«Filho, os teus pecados estão perdoados».

Estavam ali sentados alguns escribas, que assim discorriam em seus corações: «Porque fala Ele deste modo? Está a blasfemar. Não é só Deus que pode perdoar os pecados?».

Jesus, percebendo o que eles estavam a pensar, perguntou-lhes:

«Porque pensais assim nos vossos corações?

«Que é mais fácil? Dizer ao paralítico: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te, toma a tua enxerga e anda’?

«Pois bem. Para saberdes que o Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os pecados, ‘Eu te ordeno – disse Ele ao paralítico – levanta-te, toma a tua enxerga e vai para casa’».

O homem levantou-se, tomou a enxerga e saiu diante de toda a gente, de modo que todos ficaram maravilhados e glorificavam a Deus, dizendo:

«Nunca vimos coisa assim».

Novos documentos de GRANDE RELEVÂNCIA para o conhecimento da verdade provam a amizade de Pio XII pelo povo judeu

Documentos descobertos recentemente provam que Pio XII teve gestos de amizade e protecção para com o povo judeu antes, durante e depois da 2ª Guerra Mundial. Divulgou ontem, através de um comunicado, a Fundação Pave The Way (PWTF), que se dedica a promover o diálogo entre as religiões.

As descobertas foram realizadas pelo historiador alemão Michael Hesemann, autor da obra The Pope Who Defied Hitler. The Truth About Pius XII («O Papa que desafiou Hitler. A verdade sobre Pio XII»). Hesemann, assessor da PWTF, revela ter encontrado uma série de documentos no Arquivo Secreto do Vaticano que confirmam numerosas intervenções do Papa Pacelli a favor dos judeus.

Uma das descobertas é a de uma intervenção do arcebispo Pacelli, então Núncio Apostólico na Baviera, datada de 1917, através do governo alemão, para pedir que os judeus da Palestina fossem protegidos frente ao Império Otomano da Turquia.

O Dr. Hesemann mostra também que em 1917, o futuro Pio XII utilizou sua influência pessoal para que o então representante da Organização Sionista Mundial, Nachum Sokolov, fosse recebido pessoalmente por Bento XV para falar sobre uma pátria judaica na Palestina.

Em 1926, Dom Pacelli animou os católicos alemães a apoiarem o Comité Pró Palestina, que apoiava os colonatos judaicos na Terra Santa.

Estas descobertas unem-se às provas oferecidas pelo próprio presidente da PTWF, Gary Krupp, das quais o Congresso sobre Pio XII celebrado em Setembro de 2008 em Roma, apresentou mais de 300 páginas de documentos originais, que contêm detalhes de como se levou a cabo a ordem do Papa, durante a guerra, de esconder os judeus em Roma.

Estes documentos, que podem ser consultados e transferidos no site da Fundação http://www.ptwf.org/, recolhem, entre outros, um manuscrito de uma freira, datado de 1943, que detalha as instruções recebidas do Papa, assim como uma lista de judeus protegidos.

Outro dos documentos é um relatório do US Foreign Service, do cônsul americano em Colónia, que informa sobre o «novo Papa» em 1939. O diplomata mostra-se surpreso pela «extrema aversão» de Pacelli a Hitler e ao regime nazi, e o seu apoio aos bispos alemães em sua oposição ao nacional-socialismo, e a sua oposição à supressão das Juventudes Católicas alemãs.

Também é apresentado um documento de 1938, assinado pelo então Secretário de Estado Eugenio Pacelli, no qual este se opõe ao projecto de lei polaco de declarar ilegal o sacrifício kosher, ao entender que esta lei «suporia uma grave perseguição contra o povo judeu».

Já como Papa, durante a guerra, Pio XII escreveu um telegrama ao então regente da Hungria, almirante Miklós Horthy, para que evitasse a deportação dos judeus, e este acedeu, o que se estima tenha salvo cerca de 80 mil vidas. Ao governo brasileiro pediu que aceitasse a 3 mil «não arianos».

Outro dos documentos que PTWF apresenta, é uma entrevista com Dom Giovanni Ferrofino, secretário do núncio no Haiti, Dom Maurilio Silvani. O prelado afirma que duas vezes por ano recebia um telegrama cifrado da parte de Pio XII que remetia ao general Trujillo, Presidente da República Dominicana, para pedir-lhe em nome do Papa 800 vistos para os judeus, com o qual se estima que pelo menos 11 mil judeus tenham sido salvos por esta via.

Também se apresentam provas de que o Vaticano falsificou secretamente certidões de baptismo para permitir que muitos judeus migrassem como «católicos».


Uma descoberta pessoal

O empenho da PWTF obedece à própria determinação de seu presidente, Gary Krupp, judeu americano, que reconhece que cresceu «desprezando Pio XII», até que leu o livro de Dan Kurzman, A Special Mission: Hitler's Secret Plot to Seize the Vatican and Kidnap Pope Pius the XII. Nele se recolhe o testemunho do general Karl Wolff, que detalha o plano de Hitler de assaltar o Vaticano e raptar o Papa Pio XII. Sabe-se que havia espiões no Vaticano e franco atiradores alemães a menos de 200 jardas das janelas papais.

A contenção nas declarações públicas do Papa, que foi fonte de críticas contra ele, explica-se pelo aumento dos castigos nos campos de concentração, testemunhado por ex-prisioneiros, cada vez que altos cargos eclesiásticos falavam contra o regime nazi.

Outra descoberta que fez Krupp mudar de sentimentos, segundo suas próprias declarações, foi a prova de que «O Vigário», a famosa obra do comunista alemão Rolf Hochhuth, apoiou-se em documentos com origem no Vaticano manipulados, como parte de um complô secreto da KGB para desacreditar a Santa Sé. Esta informação foi revelada pelo Tenente General Ion Mihai Pacepa, o agente da KGB de mais alto escalão que desertou.

Gary Krupp assegurou estar «surpreso ao pesquisar pessoalmente artigos do New York Times e do Palestine Post entre 1939 e 1958. Não pude encontrar nem um só artigo negativo sobre Pio XII».

O esclarecimento sobre a figura de Pio XII foi assumido como objectivo pela PWTF para «eliminar um obstáculo que afecta 1 bilião de pessoas» para o entendimento entre judeus e católicos. «Por justiça, nós, judeus, devemos ser conscientes dos esforços desse homem, num período em que o resto do mundo havia nos abandonado».

«É o momento de reconhecer Pio XII pelo que fez, não pelo que não disse», acrescenta Krupp, que considera que a causa de que esta «lenda negra» permaneça é, por um lado, «a rejeição dos críticos de Pio XII de consultar e ler a documentação recentemente desclassificada do Arquivo Secreto Vaticano», e por outro, «a negativa da maior parte dos meios de comunicação de dar cobertura às informações positivas sobre Pio XII».


(Fonte: Zenit em http://www.zenit.org/article-20884?l=portuguese com edição de JPR)