Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 31 de janeiro de 2009

O Vaticano II e o gesto de paz do Papa - Editorial

Há meio século, a 25 de Janeiro de 1959, o anúncio do Vaticano II feito por João XXIII foi uma clamorosa surpresa, que de repente ultrapassou os confins visíveis da Igreja católica. Já no dia seguinte o arcebispo de Milão que em 1963 se teria tornado Paulo VI definiu o futuro concílio um "acontecimento histórico de primeira grandeza", isto é "grande hoje, para amanhã; grande para os povos e para os corações humanos; grande para a Igreja inteira e para toda a humanidade".

O Cardeal Montini que seguiu as pegadas do predecessor, fazendo seu o concílio e assumindo a sua guia, tão discreta e paciente como determinada e firme viu imediatamente e com clareza, as perspectivas históricas e religiosas do Vaticano II. A mais vasta assembleia jamais celebrada na história foi intuída e aberta por um Papa de setenta e nove anos, um século depois da interrupção do Vaticano I (querido por Pio IX quase com a mesma idade), trazendo com coragem à luz uma ideia já lançada sob os pontificados de Pio XI e Pio XII. Aos sete anos da preparação e da celebração do concílio (1959-1965) seguiram-se os decénios da sua recepção, não concluída pense-se no período necessário para a aplicação dos decretos tridentinos que remodelaram o catolicismo e que foi o tema, em 1985, de uma assembleia sinodal querida por João Paulo II, que viveu o concílio como jovem bispo. Uma recepção controversa e não fácil devido à incidência das decisões conciliares na vida da Igreja, na liturgia, na missão, nas relações com as outras confissões cristãs, com o judaísmo, com a afirmação da liberdade religiosa, na atitude em relação ao mundo.

Último Papa que participou plenamente e com paixão como jovem teólogo no concílio, Bento XVI traçou em 2005 a interpretação católica do Vaticano II: um acontecimento que deve ser lido não na lógica de uma descontinuidade que, absolutizando-o, o isolaria da tradição, mas na da reforma, que o abre ao futuro. Um concílio que, como todos os outros, deve ser historicizado e não mitizado, inseparável dos seus textos, que precisamente sob o ponto de vista histórico não podem ser contrários a um suposto "espírito" do Vaticano II.

Os bons frutos do concílio são numerosos e entre eles encontra-se agora o gesto de misericórdia em relação aos bispos excomungados em 1988. Um gesto que teria agradado João XXIII e os seus sucessores, e uma oferta límpida que Bento XVI, Papa de paz, quis tornar público em coincidência com o aniversário do anúncio do Vaticano II, com a intenção clara de ver depressa sanada uma ruptura dolorosa. Intenção que não será ofuscada por inaceitáveis opiniões negacionistas e atitudes em relação ao judaísmo de alguns membros das comunidades às quais o bispo de Roma estende a mão.

Após meio século do anúncio, o Vaticano II está vivo na Igreja. Assim como o concílio permanece nas mãos de cada fiel para que o testemunho de quantos crêem em Cristo seja mais claro e forte no mundo.

Giovanni Maria Vian (Director)

Bento XVI – “que da actual crise mundial, brote a vontade comum de dar vida a uma nova cultura da solidariedade e da participação responsável”

Bento XVI recebeu em audiência neste sábado no Vaticano, os dirigentes da confederação italiana sindical dos trabalhadores, que há 60 anos dava os primeiros passos tomando parte activa na fundação do sindicato livre internacional levando o contributo dos princípios da doutrina social da Igreja e a pratica de um sindicalismo livre e autónomo de formações politicas e dos partidos.

No discurso proferido neste sábado o Santo Padre salientou que o grande desafio e oportunidade que a preocupante crise económica do momento convida a saber colher é aquela de encontrar uma nova síntese entre bem comum e mercado, entre capital e trabalho.

“Para superar a crise económica e social que estamos a viver, sabemos que é necessário um esforço livre e responsável da parte de todos; isto é, é necessário superar os interesses particulares e de sector, de maneira a enfrentar juntos e unidos as dificuldades que investem cada âmbito da sociedade, de maneira especial o mundo do trabalho.

Nunca como hoje se adverte uma tal urgência; as dificuldades que abalam o mundo do trabalho levam a uma efectiva e mais serrada concertação entre os múltiplos e diferentes componentes da sociedade”.

O auspício - disse o Papa a concluir – é que da actual crise mundial, brote a vontade comum de dar vida a uma nova cultura da solidariedade e da participação responsável, condições indispensáveis para construir juntos o futuro do nosso planeta.

(Fonte: site Radio Vaticana)

O Evangelho de Domingo dia 1 de Fevereiro de 2009


São Marcos 1, 21-28

Jesus chegou a Cafarnaum e quando, no sábado seguinte, entrou na sinagoga e começou a ensinar, todos se maravilhavam com a sua doutrina, porque os ensinava com autoridade e não como os escribas.

Encontrava-se na sinagoga um homem com um espírito impuro, que começou a gritar: «Que tens Tu a ver connosco, Jesus Nazareno? Vieste para nos perder? Sei quem Tu és: o Santo de Deus». Jesus repreendeu-o, dizendo: «Cala-te e sai desse homem». O espírito impuro, agitando-o violentamente, soltou um forte grito e saiu dele.

Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros: «Que vem a ser isto? Uma nova doutrina, com tal autoridade, que até manda nos espíritos impuros e eles obedecem-Lhe!».

E logo a fama de Jesus se divulgou por toda a parte, em toda a região da Galileia.

Ave Maria - J.S. Bach / Gounod - violinista, Linda Brava

Maratona de oração para pedir paz na Terra Santa

Neste Sábado, 31 de Janeiro, mais de 400 cidades do mundo celebram o "Dia internacional de intercessão pela paz". Trata-se de uma maratona de 24 horas de oração pela paz na Terra Santa, com celebrações eucarísticas e momentos de oração.

A iniciativa vai envolver grupos, ordens religiosas e associações na Europa, Estados Unidos da América, América do Sul, África e Austrália. Participarão fiéis de cidades como Roma, Nova Iorque e Cracóvia ou de pequenos centros no Peru e em Moçambique.

Na paróquia da Sagrada Família de Gaza, está programada uma Missa às 13h00, e na Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém, a iniciativa será inaugurada às 05h30 da manhã. O Dia internacional de intercessão pela paz é promovido por quatro associações ligadas à Igreja Católica. Para facilitar a adesão, os organizadores activaram também um grupo temático no Facebook, intitulado "Queremos a paz na Terra Santa".

(Fonte: site Radio Vaticana)

Casar-se ou juntar-se?

Perguntei-lhes se alguma vez tinham pensado em casar-se. Olharam para mim admirados. Então ele, com um sorriso de quem perdoa uma pergunta tão ingénua, tomou a iniciativa de responder. «Casar-se? Para quê? Já nos amamos e isso é o importante. Que sentido tem uma cerimónia exterior que não acrescentará nada ao nosso amor? Queremos um amor genuíno! Queremos um amor livre! Queremos um amor sem nenhum tipo de coacção! Este modo de actuar parece-nos muito mais sincero. Não necessitamos de nenhum tipo de ataduras. Ataduras que cortariam as asas da nossa liberdade». Ela concordava com a cabeça. Todo o raciocínio do namorado parecia lógico. Estava de acordo com ele. Não havia fissuras na sua argumentação.

À primeira vista, parece que o casamento significa uma perda de liberdade. Se uma pessoa decide casar-se, perde a capacidade de voltar a fazê-lo no futuro. Se a liberdade se entende somente como capacidade de escolha, sem dúvida que o casamento significa a perda dessa capacidade. Mas será que a liberdade é somente isso?

Hoje em dia, o casamento é muitas vezes visto como uma realidade oficial, formal e sem muito valor. Um convencionalismo antiquado. Uma instituição que “acorrenta” com elementos objectivos e escravizantes uma relação subjectiva e livre. A liberdade fica “atada”. A liberdade fica “obrigada” no futuro. Não parece sensato introduzir elementos “coactivos” numa relação livre. Introduzir elementos objectivos numa relação subjectiva.

É uma visão simplista. Assim como a noz não é somente a sua casca, o casamento não é somente a sua cerimónia exterior. O casamento é um vínculo que se cria a partir da livre vontade daqueles que se casam. O “sim” que pronunciam transforma-os. É um “sim” que compromete. A partir desse “sim”, o futuro fica determinado pelo “tu”. Quem ama de verdade não deseja ser nem viver sem aquele que ama. Não deseja um futuro sem o outro. Seria um futuro sem sentido. Sem sentido também para a liberdade do “eu”.

Quem ama de verdade deseja a fusão. Deseja um “nós” em lugar do “eu” e do “tu”. Deseja o compromisso que é o que dá origem ao “nós”. Um compromisso que não somente não tira a liberdade, mas liberta. Liberta o “nós” dos perigos do egoísmo e do orgulho. A eternidade no amor não pode vir da mera atracção mútua. Nem do simples enamoramento afectivo. Nem dos sentimentos românticos, por muito sinceros que eles sejam. A eternidade no amor só pode vir da liberdade que não teme comprometer-se sem condições.

Por isso, “juntar-se” não é a mesma coisa que casar-se. “Juntar-se” não muda o “eu”. Só muda as circunstâncias em que o “eu” vive. Pelo contrário, casar-se (comprometer-se de verdade), transforma o “eu”. Surge o “nós”. Um “nós” que será capaz de gerar vida e que cuidará dessa vida. Um “nós” que resistirá às intempéries, porque está protegido pela liberdade responsável daqueles que se amam de verdade.


Pe. Rodrigo Lynce de Faria

S. João Bosco (1815-1888)

Fundador e pai da família salesiana, viveu no apostolado a frase de São Dionísio: "Das coisas divinas a mais divina é cooperar com Deus para salvar as almas".

São João Bosco nasceu em 1815 próximo a Turim. Com dois anos de idade perdeu o pai, sendo que a mãe Dona Margarida batalhou contra a pobreza para criar seus filhos. Tamanha era a luta desta mãe, que diante do chamado de João ao sacerdócio, disse-lhe: "Eu nasci na pobreza, vivi sempre pobre e desejo morrer pobre. Se tu desejas tornar-te padre para ficar rico, eu nunca irei te visitar".

Providencialmente, todos os desafios e durezas da vida fizeram do coração do sacerdote, de vinte e seis anos então, um homem sensível aos problemas dos jovens abandonados ou que viviam longe de suas famílias como operários. Desta realidade começou a desabrochar o carisma que concretamente construiu os Oratórios, que eram - como ainda são - lugares de resgate das almas dos jovens. O método de apostolado de D. Bosco era o de partilhar em tudo a vida dos jovens; para isso abriu escolas de alfabetização, de artesanato, casas de hospedagem, campos de diversão para os jovens com catequese e orientação profissional (Oficinas de S.José); foi pioneiro dentro da educação em instituições católicas na educação preventiva com o accompanhamento individualizado de cada jovem, versus a prática até então da educação repressiva. Por esta razão, a Igreja reza: "Deus suscitou São João Bosco para dar à juventude um mestre e um pai".

Mesmo incompreendido por muitos e acusado de louco, conseguiu atrair a tantos jovens, que fundou a Congregação dos Salesianos, cujo nome é em homenagem à protecção de São Francisco de Sales. Também colaborou para o surgimento do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora. De porte atlético, memória incomum, inclinado para a música e arte, D. Bosco tinha uma linguagem fácil, espírito de liderança e era óptimo escritor. Este grande apóstolo da juventude foi elevado para o céu no dia 31 de Janeiro de 1888, na cidade de Turim, e segundo os médicos a causa de sua morte deveu-se a exaustão física, consonante com o que afirmava ser o motivo da sua vida, estar neste mundo para o próximo.

São João Bosco - Apóstolo da Juventude

Bispo Williamson pede desculpa ao Santo Padre

Em carta dirigida ao Cardeal Castrillón Hoyos e publicada no seu blogue http://dinoscopus.blogspot.com/ o Bispo Williamson pede a este prelado que faça chegar ao Santo Padre as suas sinceras desculpas por haver provocado tantas dificuldades e problemas desnecessariamente com as suas declarações imprudentes, terminando com uma citação do Profeta Jonas I, 12:

«Pegai em mim e lançai-me ao mar, e o mar se acalmará, porque por minha causa é que vos sobreveio esta grande tempestade.»


Texto integral na versão original em inglês:

«To His Eminence Cardinal Castrillón HoyosYour EminenceAmidst this tremendous media storm stirred up by imprudent remarks of mine on Swedish television, I beg of you to accept, only as is properly respectful, my sincere regrets for having caused to yourself and to the Holy Father so much unnecessary distress and problems.

For me, all that matters is the Truth Incarnate, and the interests of His one true Church, through which alone we can save our souls and give eternal glory, in our little way, to Almighty God. So I have only one comment, from the prophet Jonas, I, 12:

"Take me up and throw me into the sea; then the sea will quiet down for you; for I know it is because of me that this great tempest has come upon you."

Please also accept, and convey to the Holy Father, my sincere personal thanks for the document signed last Wednesday and made public on Saturday. Most humbly I will offer a Mass for both of you.

Sincerely yours in Christ

+Richard Williamson»

O Evangelho do dia 31 de Janeiro de 2009

São Marcos 4, 35-41

Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse aos seus discípulos:

«Passemos à outra margem do lago». Eles deixaram a multidão e levaram Jesus consigo na barca em que estava sentado. Iam com Ele outras embarcações.

Levantou-se então uma grande tormenta e as ondas eram tão altas que enchiam a barca de água.

Jesus, à popa, dormia com a cabeça numa almofada.

Eles acordaram-n’O e disseram:

«Mestre, não Te importas que pereçamos?».

Jesus levantou-Se, falou ao vento imperiosamente e disse ao mar: «Cala-te e está quieto».

O vento cessou e fez-se grande bonança.

Depois disse aos discípulos: «Porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?». Eles ficaram cheios de temor e diziam uns para os outros:

«Quem é este homem, que até o vento e o mar Lhe obedecem?».

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Cavaco Silva teme que nova lei do divórcio aumente número de "novos pobres"

O Presidente da República manifestou hoje a sua “perplexidade” pela forma como se legisla em Portugal em matérias tão relevantes como divórcio e disse temer que o novo diploma sobre esta matéria leve ao aumento do número de novos “novos pobres”.

Cavaco Silva falava na abertura do congresso da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, em Fátima, centrando o seu discurso numa nova camada de população exposta à pobreza. O chefe de Estado disse ter recolhido informações de que a maioria desses casos “está associada a situações de divórcio” e que essas situações “tenderão a aumentar com a nova lei".
“Das previsíveis consequências sociais e das profundas injustiças da sua aplicação, alertei os portugueses em devido tempo”, acrescentou o chefe de Estado, que, depois de ter vetado a primeira versão do diploma aprovado na Assembleia da República, acabou por promulgar o diploma, ainda que emitindo sobre ele duras críticas.

A este propósito, Cavaco Silva retomou também as críticas que proferiu aquando da abertura do ano judicial sobre a qualidade da legislação produzida em Portugal, reiterando que as leis muitas vezes partem “de uma realidade que não é a nossa, nem tem em conta o país”. “A nova lei do divórcio é bem o exemplo dessa incompreensão, como foi já sublinhado por inúmeros magistrados, juristas da área do Direito da Família e pela Associação Portuguesa das Mulheres Juristas”, insistiu.

Presidente manifesta "perplexidade"

Reforçando esta ideia, o chefe de Estado citou mesmo declarações recentes de um dos autores da nova lei do divórcio, onde “confessou que ela tinha alguns lapsos, uns ‘errozitos’ e que a culpa foi da pressa”. “A ser verdadeira esta declaração, a nossa perplexidade como se legisla em Portugal sobre matérias com esta relevância não podia ser maior”, salientou.

A nova Lei do Divórcio foi promulgada a 21 de Outubro pelo Presidente da República, depois de um primeiro veto ao diploma em Agosto. No dia em que promulgou a nova legislação, Cavaco Silva alertou para as situações de “profunda injustiça” e a vulnerabilidade em que deixaria a parte mais vulnerável.

“O novo regime jurídico do divórcio irá conduzir na prática a situações de profunda injustiça, sobretudo para aqueles que se encontram em posição de maior vulnerabilidade, ou seja, como é mais frequente, as mulheres de mais fracos recursos e os filhos menores”, lia-se na mensagem publicada por Cavaco Silva na página oficial da Presidência.

Por outro lado, referia ainda o comunicado, o diploma, incluindo as alterações introduzidas depois do veto presidencial de 20 de Agosto, “padece de graves deficiências técnico-jurídicas”. Além disso, “recorre a conceitos indeterminados que suscitam fundadas dúvidas interpretativas, dificultando a sua aplicação pelos tribunais e, pior ainda, aprofundando situações de tensão e conflito na sociedade portuguesa”.


(Fonte: Público online)


Igreja Católica subscreve críticas de Cavaco Silva

O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifestou concordância com as declarações do Presidente da República que hoje, em Fátima, afirmou que "a maioria dos casos de 'novos pobres' está associada a situações de divórcio".


"Naturalmente que a Igreja Católica subscreve as palavras do Presidente da República", afirmou o Padre Manuel Morujão, considerando que a nova Lei do Divórcio integra o conceito "simplex" que não ajuda a proteger os mais débeis".


O porta-voz da CEP lembrou que em devido tempo Cavaco Silva fez este "alerta" sobre a situação em que ficariam as mulheres e os filhos menores, com o qual a Igreja Católica concordou.
"É claramente o nosso pensamento", disse o sacerdote, recordando que às instituições de solidariedade da Igreja Católica recorrem "os casos mais delicados e que mais precisam de ajuda", destacando, sobretudo, situações de mulheres com filhos.


(Fonte: Expresso online)

Igreja crítica Presidente Obama em relação às suas iniciativas políticas de desrespeito pela vida


Os bispos dos Estados Unidos e do Vaticano mostram seu desacordo perante da decisão do novo Presidente norte-americano Barack Obama de revogar a “Política Cidade do México” que consistia na proibição de destinar fundos federais a organizações que promovem o aborto em países em via de desenvolvimento.

O Cardeal Justin Rigali, arcebispo de Filadélfia e também presidente do Comité de Actividades Pró-vida da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, afirmou que “uma administração que deseja reduzir o aborto não deveria destinar fundos federais a grupos que promovem o aborto”. Estas declarações se referem à reiterada afirmação de Obama em campanha eleitoral, de que ele não é “partidário do aborto, mas de reduzir o número de abortos sem tornar este procedimento ilegal”.

O Cardeal Francis George, arcebispo de Chicago e presidente da Conferência Episcopal, havia escrito a Obama antes da inauguração de seu mandato, pedindo-lhe que mantivesse a política de seu antecessor.

“A Política Cidade do México, estabelecida pela primeira vez em 1984, foi atacada erroneamente como uma restrição à ajuda ao exterior para o planeamento familiar. De fato, essa ajuda não se reduziu em absoluto, mas assegurou que as fundações de planeamento familiar não se desviassem a organizações que se dedicam a promover o aborto ao invés de combatê-lo.”

As críticas do Vaticano chegaram no sábado passado, quando o arcebispo Rino Fisichella, presidente da Academia Pontifícia para a Vida, afirmou ao jornal italiano “Il Corriere della Será”, que “entre as muitas coisas boas que poderia ter feito, Barack Obama escolheu a pior”.


(Fonte: H2O News)

Novos caminhos para chegar a Deus

No outro dia entrei numa Igreja, alguns minutos antes de começar a missa. Olhei e vi lá à frente um amigo meu concentrado a mexer no telemóvel. Pus-me a considerar se ele não podia arranjar melhor sítio para enviar sms… Modernices dentro da Igreja, francamente!

Afinal de contas, quem estava enganada era eu! O meu impulso moralista desabou quando, no final da missa, esse meu amigo me mostrou, entusiasmado, a mais recente aplicação do iPhone. Tirou do bolso o seu telemóvel de última geração e mostrou-me as páginas do breviário, por onde tinha rezado vésperas, antes de a missa começar!

Poucos dias depois, Bento XVI elogiou o potencial extraordinário das novas tecnologias. E inaugurou – com a sua presença no YouTube - um novo modo de comunicar!É mesmo fascinante: se nós quisermos, as novas tecnologias podem ajudar – ainda mais – a entrar em relação com os outros, até mesmo com Deus!


Aura Miguel

(Fonte: site RR)

Nota: também se podes descarregar no iPod Touch e está disponível em seis línguas.

Santo Padre: “atenção à multiplicação de declarações de nulidade matrimonial sob o pretexto da imaturidade psiquica”


É necessário prestar atenção à multiplicação exagerada de declarações de nulidade matrimonial sob o pretexto de uma qualquer imaturidade ou fraqueza psíquica do contraente; foi o que afirmou esta quinta-feira o Papa na Sala Clementina no Vaticano durante a inauguração do ano judiciário do Tribunal da Rota Romana.

O que está em jogo – afirma o Papa – é a própria verdade sobre o matrimónio.

Bento XVI chama a atenção dos agentes do direito sobre a exigência de tratar as causas com a devida profundidade que é pedida pelo ministério da verdade e da caridade que é próprio da Rota Romana. E recorda alguns princípios para discernir a validade do matrimónio sem confundir incapacidade e dificuldade.

Uma verdadeira incapacidade – afirmou citando João Paulo II – pode-se supor apenas na presença de uma forma seria de anomalia que - presente já no tempo no matrimónio – deve tocar substancialmente as capacidades de entender e de querer, e portanto a faculdade de escolher livremente o estado de vida. Anomalia que deve causar não só uma grave dificuldade, mas também a impossibilidade de enfrentar as tarefas inerentes ás obrigações essenciais do matrimónio. Para o Papa é necessário redescobrir em positivo a capacidade que em princípio, cada pessoa humana tem de casar-se em virtude da sua própria natureza de homem e de mulher.

“De facto corremos o risco de cair num pessimismo antropológico que à luz da actual situação cultural, considera quase impossível casar-se. À parte o facto que tal situação não é uniforme nas várias regiões do mundo, não se podem confundir com a verdadeira incapacidade consensual – salientou o Papa – as reais dificuldades em que se encontram muitos, especialmente os jovens, chegando a considerar que a união matrimonial é normalmente impensável e impraticável. Antes, a reafirmação da inapta capacidade humana ao matrimónio é precisamente o ponto de partida para ajudar os casais a descobrir a realidade natural do matrimónio e o relevo que tem no plano da salvação.

(Fonte: site Radio Vaticana)

IV. COMPORTAMENTOS DOS POLÍTICOS CATÓLICOS PERANTE LEGISLAÇÕES FAVORÁVEIS ÀS UNIÕES HOMOSSEXUAIS

10. Se todos os fiéis são obrigados a opor-se ao reconhecimento legal das uniões homossexuais, os políticos católicos são-no de modo especial, na linha da responsabilidade que lhes é própria. Na presença de projectos de lei favoráveis às uniões homossexuais, há que ter presentes as seguintes indicações éticas.

No caso que se proponha pela primeira vez à Assembleia legislativa um projecto de lei favorável ao reconhecimento legal das uniões homossexuais, o parlamentar católico tem o dever moral de manifestar clara e publicamente o seu desacordo e votar contra esse projecto de lei. Conceder o sufrágio do próprio voto a um texto legislativo tão nocivo ao bem comum da sociedade é um acto gravemente imoral.

No caso de o parlamentar católico se encontrar perante uma lei favorável às uniões homossexuais já em vigor, deve opor-se-lhe, nos modos que lhe forem possíveis, e tornar conhecida a sua oposição: trata-se de um acto devido de testemunho da verdade. Se não for possível revogar completamente uma lei desse género, o parlamentar católico, atendo-se às orientações dadas pela Encíclica Evangelium vitae, «poderia dar licitamente o seu apoio a propostas destinadas a limitar os danos de uma tal lei e diminuir os seus efeitos negativos no plano da cultura e da moralidade pública», com a condição de ser «clara e por todos conhecida» a sua « pessoal e absoluta oposição » a tais leis, e que se evite o perigo de escândalo. Isso não significa que, nesta matéria, uma lei mais restritiva possa considerar-se uma lei justa ou, pelo menos, aceitável; trata-se, pelo contrário, da tentativa legítima e obrigatória de proceder à revogação, pelo menos parcial, de uma lei injusta, quando a revogação total não é por enquanto possível.

CONCLUSÃO

11. A Igreja ensina que o respeito para com as pessoas homossexuais não pode levar, de modo nenhum, à aprovação do comportamento homossexual ou ao reconhecimento legal das uniões homossexuais. O bem comum exige que as leis reconheçam, favoreçam e protejam a união matrimonial como base da família, célula primária da sociedade. Reconhecer legalmente as uniões homossexuais ou equipará-las ao matrimónio, significaria, não só aprovar um comportamento errado, com a consequência de convertê-lo num modelo para a sociedade actual, mas também ofuscar valores fundamentais que fazem parte do património comum da humanidade. A Igreja não pode abdicar de defender tais valores, para o bem dos homens e de toda a sociedade.


(Congregação para a Doutrina da Fé, 3 de Junho de 2003)

Ficar-se idiota

«Os homens que não deixam amolecer o coração acabam por sofrer de amolecimento do cérebro»


("Ortodoxia" de Gilbert K. Chesterton – Alêtheia Editores (pág. 57)

O Evangelho do dia 30 de Janeiro de 2009

São Marcos 4, 26-34

Naquele tempo, disse Jesus à multidão:

«O reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra. Dorme e levanta-se, noite e dia, enquanto a semente germina e cresce, sem ele saber como.

«A terra produz por si, primeiro a planta, depois a espiga, por fim o trigo maduro na espiga.

«E quando o trigo o permite, logo se mete a foice, porque já chegou o tempo da colheita».

Jesus dizia ainda:

«A que havemos de comparar o reino de Deus?

«Em que parábola o havemos de apresentar?

«É como um grão de mostarda, que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes que há sobre a terra; mas, depois de semeado, começa a crescer e torna-se a maior de todas as plantas da horta, estendendo de tal forma os seus ramos que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra».

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Santo Padre: “renovado empenho no diálogo com os irmãos ortodoxos”


Na manhã desta quinta-feira o Papa Bento XVI recebeu no Vaticano o grupo de Bispos da Conferencia episcopal da Rússia em visita ad limina apostolorum.

O Santo Padre renovou-lhes a expressão da sua solicitude e proximidade espiritual com o encorajamento a prosseguirem unidos na actividade pastoral. Em seguida manifestou o seu apreço pelo empenho com o qual cuidam do relançamento da participação litúrgico - sacramental, da catequese, da formação sacerdotal e da preparação de um laicado maduro e responsável que seja fermento evangélico nas famílias e na sociedade civil.

Infelizmente, também na Rússia, como noutras partes do mundo - salientou depois o Papa – verifica-se a crise da família e a consequente diminuição demográfica, juntamente com outras problemáticas que afligem a sociedade contemporânea. Tais problemáticas preocupam também as Autoridades do Estado, com as quais é portanto oportuno continuar a colaborar para o bem de todos. E neste contesto a atenção dos bispos dirige-se justamente de maneira especial aos jovens aos quais a comunidade católica russa é chamada a transmitir inalterado o património de santidade e de fidelidade a Cristo, e os valores humanos e espirituais que estão na base de uma promoção humana e evangélica eficaz.Bento XVI exortou depois os bispos da conferencia episcopal da Rússia a não se desencorajarem perante a modéstia dos resultados pastorais alcançados, mas a alimentarem, neles e nos seus colaboradores um espírito de fé autentico conscientes de que Jesus Cristo não deixará de tornar fecundo, com a graça do Seu Espírito, o seu ministério para a gloria do Pai, segundo tempos e modalidades que somente Ele conheceO Santo Padre convidou os Bispos a prosseguirem na promoção e cuidado das vocações sacerdotais e religiosas.

No seu discurso Bento XVI salientou depois o facto de eles viverem num contexto eclesial particular, isto é um país caracterizado na maioria da sua população por uma milenária tradição ortodoxa com um rico património religioso e cultural.

“É essencial ter em conta a necessidade de um renovado empenho no diálogo com os nossos irmãos e irmãs ortodoxos; sabemos que este diálogo, não obstante os progressos registados, conhece ainda algumas dificuldades. Nestes dias sinto-me próximo espiritualmente dos queridos irmãos e irmãs da Igreja Ortodoxa Russa que se alegram com a eleição do Metropolita Kirill como novo Patriarca de Moscovo e de todas as Rússias: a ele formulo os meus votos muito cordiais para a delicada tarefa eclesial que lhe foi confiada. Peço ao Senhor que nos confirme a todos no empenho de caminhar juntos na via da reconciliação e do amor fraterno.

A concluir o seu discurso aos bispos da Conferencia Episcopal da Rússia , Bento XVI salientou a importância de os cristãos enfrentarem unidos os grandes desafios culturais e éticos do momento presente, concernentes a dignidade da pessoa humana e os seus direitos inalienáveis, a defesa da vida em todas as suas fases, a tutela da família e outras urgentes questões económicas e sociais.

(Fonte: site Radio Vaticana)

Novo Patriarca Ortodoxo Russo


O Metropolita Kirill de Smolensk e Kaliningrado foi eleito Patriarca de Moscovo e de Rússia. Ele representa uma esperança de continuação do diálogo ecuménico.

O arcebispo católico de Moscovo, D. Paolo Pezzi, assegurou que para a comunidade católica russa se trata de “uma notícia muito positiva” e “uma continuidade e um reconhecimento à obra do Patriarca anterior, Alexis II”.
A eleição deste Patriarca “supõe um bem também para os demais", sinalizou o prelado, e fez votos de que o novo líder da Igreja ortodoxa russa “incremente os esforços para o diálogo e a comunhão entre os cristãos”.

Kiril de Smolensk (Vladimir Gundyaev) nasceu em Leninegrado em 20 de Novembro de 1946, filho de um sacerdote ortodoxo. Estudou teologia nesta cidade e se tornou monge em 1969, e arquimandrita em 1971.
Entre 1971 e 1974, foi representante do Patriarcado de Moscovo no Conselho Ecuménico das Igrejas. Em 1976 foi ordenado bispo de Vyborg, e arcebispo de Smolensk em 1984, de onde se tornou o Metropolita em 1991.
Desde 1989, era o encarregado das relações exteriores da Igreja Ortodoxa Russa.

(Fonte: H2O News)

Os judeus e Bento XVI

No passado dia 13 de Janeiro denunciei neste blogue http://spedeus.blogspot.com/2009/01/violentssimo-ataque-do-rabino-de-veneza.html o ataque feito pelo Rabino de Veneza ao Santo Padre em artigo de opinião publicado, infelizmente acrescentaria eu, na revista mensal dos Jesuítas italianos e que poderá ser lido em http://www.popoli.info/.

Ora sucede, que nessa data ainda não havia ocorrido o levantamento da excomunhão aos quatro Bispos da Fraternidade São Pio X, nem a entrevista do Bispo, negacionista do Holocausto, Williamson havia sido difundida e, no entanto, já Bento XVI era violentamente atacado, pelo que não embarco na explicação imediatista, que terão sido este dois actos a originar as tomadas de posição entretanto ocorridas.

Inclino-me mais, para uma tentativa de branqueamento da chacina praticada pelo Estado de Israel na Faixa de Gaza e pela firmeza do Santo Padre na denúncia de ambas as partes do conflito pela barbárie que estava a acontecer.

A este factor, acrescentaria a firmeza de Bento de XVI de da Santa Sé na defesa da honra e do bom nome do Papa Pio XII vilipendiado há décadas pelos israelitas.

Numa ala nova do Museu do Holocausto, há desde 2005 uma frase escrita e fotografia, com acusações a Pio XII, que segundo a imprensa israelita dirá que o Papa Pio XII "se absteve de assinar a declaração dos Aliados condenando o extermínio dos judeus" e "manteve sua posição neutral em toda a guerra" e que Bento XVI terá manifestado a sua reserva em visitar o Museu na sua prevista e entretanto “congelada” visita à Terra Santa.

Em artigo, o historiador Giuseppe Sale, diz que Eugenio Pacelli, nome de baptismo de Pio XII, salvou muitos judeus e ofereceu refúgio e protecção para membros do partido antifascista italiano Comité de Libertação Nacional e a maçons na "cidadela da clandestinidade" do Vaticano.

"Pio XII, Papa diplomático e sábio, ao invés de denunciar ou proclamar apoio a alguma das partes envolvidas na guerra - como ambas pediam por motivo de propaganda política -, preferiu concentrar as forças da Igreja na ajuda humanitária, ou seja, ajudar os necessitados", disse.

O Pontificado de Pio XII, exercido durante a Segunda Guerra Mundial, é alvo de polémicas e acusações. Encontrando-se a decorrer o processo de canonização e beatificação, Pacelli volta a ser alvo de acusações de ter fechado os olhos diante do Holocausto, sendo inclusive considerado por comunidades judaicas como o "Papa de Hitler".

Na Radio Vaticana de 13 de Abril de 2007 http://www.vaticanradio.org/bra/Articolo.asp?c=128051 «O núncio apostólico em Israel, D. Antonio Franco, delegado apostólico em Jerusalém e Palestina, não participará da cerimonia anual em memória da Shoah, que se realizará nos dias 15 e 16 do corrente, no Yad Vashem, o Museu do Holocausto, em Jerusalém.A decisão do núncio foi tomada porque o museu colocou em exposição, uma fotografia de Pio XII, com um texto que Dom Franco considera agressivo. O núncio diz que o texto não é fiel à verdade histórica, pois mostra o pontífice como aquele que manteve posições ambíguas em relação ao holocausto dos judeus.»

Espero de alguma forma ter contribuído, ainda que modestamente, para a contextualização de todo este assunto.

(JPR)


P.S. – alguém que muito respeito e prezo diria: Carpe diem ! (Horácio, Odes 1,11)

III. ARGUMENTAÇÕES RACIONAIS CONTRA O RECONHECIMENTO LEGAL DAS UNIÕES HOMOSSEXUAIS

6. A compreensão das razões que inspiram o dever de se opor desta forma às instâncias que visem legalizar as uniões homossexuais exige algumas considerações éticas específicas, que são de diversa ordem.

De ordem relativa à recta razão

A função da lei civil é certamente mais limitada que a da lei moral. A lei civil, todavia, não pode entrar em contradição com a recta razão sob pena de perder a força de obrigar a consciência. Qualquer lei feita pelos homens tem razão de lei na medida que estiver em conformidade com a lei moral natural, reconhecida pela recta razão, e sobretudo na medida que respeitar os direitos inalienáveis de toda a pessoa. As legislações que favorecem as uniões homossexuais são contrárias à recta razão, porque dão à união entre duas pessoas do mesmo sexo garantias jurídicas análogas às da instituição matrimonial. Considerando os valores em causa, o Estado não pode legalizar tais uniões sem faltar ao seu dever de promover e tutelar uma instituição essencial ao bem comum, como é o matrimónio.

Poderá perguntar-se como pode ser contrária ao bem comum uma lei que não impõe nenhum comportamento particular, mas apenas se limita a legalizar uma realidade de facto, que aparentemente parece não comportar injustiça para com ninguém. A tal propósito convém reflectir, antes de mais, na diferença que existe entre o comportamento homossexual como fenómeno privado, e o mesmo comportamento como relação social legalmente prevista e aprovada, a ponto de se tornar numa das instituições do ordenamento jurídico. O segundo fenómeno, não só é mais grave, mas assume uma relevância ainda mais vasta e profunda, e acabaria por introduzir alterações na inteira organização social, que se tornariam contrárias ao bem comum. As leis civis são princípios que estruturam a vida do homem no seio da sociedade, para o bem ou para o mal. «Desempenham uma função muito importante, e por vezes determinante, na promoção de uma mentalidade e de um costume». As formas de vida e os modelos que nela se exprimem não só configuram externamente a vida social, mas ao mesmo tempo tendem a modificar, nas novas gerações, a compreensão e avaliação dos comportamentos. A legalização das uniões homossexuais acabaria, portanto, por ofuscar a percepção de alguns valores morais fundamentais e desvalorizar a instituição matrimonial.

De ordem biológica e antropológica

7. Nas uniões homossexuais estão totalmente ausentes os elementos biológicos e antropológicos do matrimónio e da família, que poderiam dar um fundamento racional ao reconhecimento legal dessas uniões. Estas não se encontram em condição de garantir de modo adequado a procriação e a sobrevivência da espécie humana. A eventual utilização dos meios postos à sua disposição pelas recentes descobertas no campo da fecundação artificial, além de comportar graves faltas de respeito à dignidade humana, não alteraria minimamente essa sua inadequação.

Nas uniões homossexuais está totalmente ausente a dimensão conjugal, que representa a forma humana e ordenada das relações sexuais. Estas, de facto, são humanas, quando e enquanto exprimem e promovem a mútua ajuda dos sexos no matrimónio e se mantêm abertas à transmissão da vida.

Como a experiência confirma, a falta da bipolaridade sexual cria obstáculos ao desenvolvimento normal das crianças eventualmente inseridas no interior dessas uniões. Falta-lhes, de facto, a experiência da maternidade ou paternidade. Inserir crianças nas uniões homossexuais através da adopção significa, na realidade, praticar a violência sobre essas crianças, no sentido que se aproveita do seu estado de fraqueza para introduzi-las em ambientes que não favorecem o seu pleno desenvolvimento humano. Não há dúvida que uma tal prática seria gravemente imoral e pôr-se-ia em aberta contradição com o princípio reconhecido também pela Convenção internacional da ONU sobre os direitos da criança, segundo o qual, o interesse superior a tutelar é sempre o da criança, que é a parte mais fraca e indefesa.

De ordem social

8. A sociedade deve a sua sobrevivência à família fundada sobre o matrimónio. É, portanto, uma contradição equiparar à célula fundamental da sociedade o que constitui a sua negação. A consequência imediata e inevitável do reconhecimento legal das uniões homossexuais seria a redefinição do matrimónio, o qual se converteria numa instituição que, na sua essência legalmente reconhecida, perderia a referência essencial aos factores ligados à heterossexualidade, como são, por exemplo, as funções procriadora e educadora. Se, do ponto de vista legal, o matrimónio entre duas pessoas de sexo diferente for considerado apenas como um dos matrimónios possíveis, o conceito de matrimónio sofrerá uma alteração radical, com grave prejuízo para o bem comum. Colocando a união homossexual num plano jurídico análogo ao do matrimónio ou da família, o Estado comporta-se de modo arbitrário e entra em contradição com os próprios deveres.

Em defesa da legalização das uniões homossexuais não se pode invocar o princípio do respeito e da não discriminação de quem quer que seja. Uma distinção entre pessoas ou a negação de um reconhecimento ou de uma prestação social só são inaceitáveis quando contrárias à justiça. Não atribuir o estatuto social e jurídico de matrimónio a formas de vida que não são nem podem ser matrimoniais, não é contra a justiça; antes, é uma sua exigência.

Nem tão pouco se pode razoavelmente invocar o princípio da justa autonomia pessoal. Uma coisa é todo o cidadão poder realizar livremente actividades do seu interesse, e que essas actividades que reentrem genericamente nos comuns direitos civis de liberdade, e outra muito diferente é que actividades que não representam um significativo e positivo contributo para o desenvolvimento da pessoa e da sociedade possam receber do Estado um reconhecimento legal específico e qualificado. As uniões homossexuais não desempenham, nem mesmo em sentido analógico remoto, as funções pelas quais o matrimónio e a família merecem um reconhecimento específico e qualificado. Há, pelo contrário, razões válidas para afirmar que tais uniões são nocivas a um recto progresso da sociedade humana, sobretudo se aumentasse a sua efectiva incidência sobre o tecido social.

De ordem jurídico

9. Porque as cópias matrimoniais têm a função de garantir a ordem das gerações e, portanto, são de relevante interesse público, o direito civil confere-lhes um reconhecimento institucional. As uniões homossexuais, invés, não exigem uma específica atenção por parte do ordenamento jurídico, porque não desempenham essa função em ordem ao bem comum.

Não é verdadeira a argumentação, segundo a qual, o reconhecimento legal das uniões homossexuais tornar-se-ia necessário para evitar que os conviventes homossexuais viessem a perder, pelo simples facto de conviverem, o efectivo reconhecimento dos direitos comuns que gozam enquanto pessoas e enquanto cidadãos. Na realidade, eles podem sempre recorrer – como todos os cidadãos e a partir da sua autonomia privada – ao direito comum para tutelar situações jurídicas de interesse recíproco. Constitui porém uma grave injustiça sacrificar o bem comum e o recto direito de família a pretexto de bens que podem e devem ser garantidos por vias não nocivas à generalidade do corpo social.


(Congregação para a Doutrina da Fé, 3 de Junho de 2003)

Crónica: Isso agora não interessa nada

A cultura é muito complexa. Não tenham dúvida sobre isto. Não basta ter dinheiro. É preciso ter pessoas, as pessoas certas, os especialistas que nos aconselham. Ouvi-los. Ouvir é simpático. Pagar-lhes, ouvi-los, segui-los – deste modo, no futuro imediato, não irão para os jornais dizer mal de nós, do nosso gabinete, das nossas pobres ideias. O ideal na cultura é contratar meia dúzia de iluminados e deixá-los ter várias ideias para podermos dizer que são nossas. Ideias que se transformam em vários milagres de euros de que os mesmos especialistas precisam para pensar, teorizar, para fazer performances e exposições extraordinárias que não são para o povinho, mas enfim, quem quer dar cultura ao povinho? O povinho tem a cultura do centro comercial, tem as festas da cidade e o reveillon no terreiro do paço, tem o futebol aos domingos no estádio e todos os dias na televisão. O povinho quer lá saber da cultura. Sobretudo a dos especialistas, tão conceptual e profunda, tão cheia de si e de mais cinco que são os amigos que os especialistas têm. Contratei-os com a mesma legitimidade dos meus antecessores. Aprendi com Frank Sinatra: o que faz uma grande estrela é cantar sempre a mesma coisa. Eu fui buscar os mesmos especialistas. Torna tudo mais fácil. E a comunicação social já os conhece, sabe quem são, têm créditos no mercado, para quê pensar eu, pobre de mim, em ideias inovadoras? Não há nada que seja original, até eu sei esta citação, julgo que de uma autora francesa qualquer. Como diz a Teresa Guilherme, isso agora não interessa nada. Tenho as propostas sábias e milionárias, sei o que dizer graças a esta assessora nova, discreta, com a qual ainda não embirrei e o ano começa bem. Muito bem. A cultura afinal não pode ser mais difícil que a educação. Claro que para educar é preciso cultura. Ou será ao contrário? O melhor será escovar o cabelo para irrigar o cérebro e rezar para que não me façam perguntas difíceis e para que me reconheçam, já agora. É terrível para a auto estima ser-se confundida, sobretudo quando se dá tudo pela Administração Pública.

(Crónica de Patrícia Reis http://vaocombate.blogspot.com/ publicada no Semanário Económico de 24 de Janeiro de 2009)

O Evangelho do dia 29 de Janeiro de 2009

São Marcos 4, 21-25

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Quem traz uma lâmpada para a pôr debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não se traz para ser posta no candelabro? Porque nada há escondido que não venha a descobrir-se, nem oculto que não apareça à luz do dia.

«Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça».

Disse-lhes também:

«Prestai atenção ao que ouvis: Com a medida com que medirdes vos será medido e ainda vos será acrescentado. Pois àquele que tem dar-se-lhe-á, mas àquele que não tem até o que tem lhe será tirado».

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Bento XVI – Audiência geral de hoje debruçou-se além da catequese sobre vários temas relevantes


Um premente apelo ao respeito da Escritura e da Tradição foi feito pelo Papa Bento XVI durante a audiência geral desta quarta-feira na catequese dedicada às Cartas de São Paulo a Timóteo e a Tito.

Ao dar indicações aos seus dois colaboradores, enviados por São Paulo para lugares como Macedónia e Dalmácia, naquela época novos contextos culturais onde surgiam doutrinas erróneas, São Paulo – recordou o Papa – salienta a necessidade de uma leitura inteligente das Escrituras e a necessidade de referir-se sempre ao bom depósito de quanto foi transmitido pelas gerações precedentes.

Escritura e Tradição – disse o Papa citando o Apóstolo Paulo, são os fundamentos sólidos lançados por Deus. É portanto necessário permanecer agarrados á palavra segura e conforme á doutrina. Neste contexto – concluiu Bento XVI – a Igreja nascente enraíza-se nos princípios de verdade e universalidade, conformando-se como uma “casa de Deus” da qual o Bispo representa o “pai”.

A saudação do Papa em língua portuguesa :

A todos os peregrinos de língua portuguesa, especialmente aos brasileiros provindos de diversas partes do País, envio uma afectuosa saudação, rogando a Deus que este encontro com o Sucessor de Pedro vos leve a um sempre maior compromisso com a Igreja reunida na caridade e, como “membros da família de Deus”, saibam servi-la com generosidade para a edificação do Reino de Deus neste mundo. Com a minha Bênção Apostólica.

No final da audiência geral, na Aula Paulo VI, o Papa quis exprimir, em palavras compassadas, a sua posição sobre três factos da actualidade: a eleição do novo Patriarca de Moscovo, a “remissão da excomunhão” aos bispos lefebvrianos e a questão da Shoa.

A primeira das comunicações finais da audiência disse respeito à eleição do novo patriarca de Moscovo:

“Foi com alegria que recebi a notícia da eleição do metropolita Kirill como novo Patriarca de Moscovo e de todas as Rússias. Sobre ele invoco a luz do Espírito Santo, para o generoso serviço da Igreja ortodoxa russa, confiando-o à especial protecção da Mãe de Deus”.

Bento XVI afirmou que, nestes dias em que se celebra a Shoah, lhe vêm à memória as imagens colhidas nas suas repetidas visitas a Auschwitz, “um dos lagers (disse) (Nota de JPR: O Papa referia-se aos campos de concentração e fê-lo na sua língua materna) em que se consumou o feroz morticínio de milhões de hebreus, vítimas inocentes de um cego ódio racial e religioso”.

“Ao mesmo tempo que renovo com afecto a expressão da minha plena e indiscutível solidariedade com os nossos irmãos destinatários da primeira Aliança, faço votos de que a memória da Shoah leve a humanidade a reflectir sobre a imprevisível potência do mal, quando conquista o coração do homem.

Seja a Shoah, para todos, uma advertência contra o esquecimento, a negação ou o reducionismo, porque a violência feita contra um só ser humano é uma violência contra todos. Nenhum homem é uma ilha, escreveu um conhecido poeta.Às velhas e às novas gerações a Shoah ensina especialmente que só o árduo caminho da escuta e do diálogo, do amor e do perdão, conduz os povos, as culturas e as religiões do mundo à desejada meta da fraternidade e da paz na verdade. Que nunca mais a violência humilhe a dignidade do homem!”

Foi às relações com os lefebvrianos que o Papa dedicou a segunda das suas breves comunicações especiais, no final da audiência. Recordando o comentário que na homilia do início do pontificado tinha feito à parábola da pesca milagrosa, aplicando-a à permanente busca da unidade da Igreja, Bento XVI sublinhou que foi “precisamente no cumprimento deste serviço da unidade” que decidiu conceder, há dias, “a remissão da excomunhão em que tinham incorrido os quatro bispos ordenados em 1988 por Mons. Lefebvre sem mandato pontifício”.

“Realizei este acto de misericórdia paterna por aqueles prelados me terem repetidamente manifestado o seu profundo sofrimento pela situação em que se encontravam. Faço votos que a este meu gesto se siga o solícito empenho, da parte deles, de darem os ulteriores passos necessários para realizar a plena comunhão com a Igreja, testemunhando assim autêntica fidelidade e verdadeiro reconhecimento do magistério e da autoridade do Papa e do Concílio Vaticano II”.


(Fonte: site Radio Vaticana com edição de JPR)

Coroação do Novo Patriarca de Moscovo, um pouco de história com quase 100 anos

Prudência

S. Tomás aponta três actos deste bom hábito da inteligência: pedir conselho, julgar rectamente e decidir. O primeiro passo da prudência é o reconhecimento das nossas limitações: a virtude da humildade. Admitir, em determinadas questões, que não conseguimos chegar a tudo, que não podemos abarcar, em tantos e tantos casos, circunstâncias que é preciso não perder de vista à hora de julgar. Por isso nos socorremos de um conselheiro. Não de um qualquer, mas de quem estiver capacitado e animado pelos mesmos desejos sinceros de amar a Deus e de o seguir fielmente. Não é suficiente pedir um parecer; temos de nos dirigir a quem no-lo possa dar desinteressada e rectamente.

Depois, é necessário julgar, porque a prudência exige habitualmente uma determinação pronta e oportuna. Se às vezes é prudente atrasar a decisão até conseguir todos os elementos do juízo, noutras ocasiões seria uma grande imprudência não começar a pôr em prática, quanto antes, aquilo que julgamos necessário fazer, especialmente quando está em jogo o bem dos outros.

(Amigos de Deus 86 - S. Josemaría Escrivá)

II. ATITUDES PERANTE O PROBLEMA DAS UNIÕES HOMOSSEXUAIS

5. Em relação ao fenómeno das uniões homossexuais, existentes de facto, as autoridades civis assumem diversas atitudes: por vezes, limitam-se a tolerar o fenómeno; outras vezes, promovem o reconhecimento legal dessas uniões, com o pretexto de evitar, relativamente a certos direitos, a discriminação de quem convive com uma pessoa do mesmo sexo; nalguns casos, chegam mesmo a favorecer a equivalência legal das uniões homossexuais com o matrimónio propriamente dito, sem excluir o reconhecimento da capacidade jurídica de vir a adoptar filhos.

Onde o Estado assume uma política de tolerância de facto, sem implicar a existência de uma lei que explicitamente conceda um reconhecimento legal de tais formas de vida, há que discernir bem os diversos aspectos do problema. É imperativo da consciência moral dar, em todas as ocasiões, testemunho da verdade moral integral, contra a qual se opõem tanto a aprovação das relações homossexuais como a injusta discriminação para com as pessoas homossexuais. São úteis, portanto, intervenções discretas e prudentes, cujo conteúdo poderia ser, por exemplo, o seguinte: desmascarar o uso instrumental ou ideológico que se possa fazer de dita tolerância; afirmar com clareza o carácter imoral desse tipo de união; advertir o Estado para a necessidade de conter o fenómeno dentro de limites que não ponham em perigo o tecido da moral pública e que, sobretudo, não exponham as jovens gerações a uma visão errada da sexualidade e do matrimónio, que os privaria das defesas necessárias e, ao mesmo tempo, contribuiria para difundir o próprio fenómeno. Àqueles que, em nome dessa tolerância, entendessem chegar à legitimação de específicos direitos para as pessoas homossexuais conviventes, há que lembrar que a tolerância do mal é muito diferente da aprovação ou legalização do mal.

Em presença do reconhecimento legal das uniões homossexuais ou da equiparação legal das mesmas ao matrimónio, com acesso aos direitos próprios deste último, é um dever opor-se-lhe de modo claro e incisivo. Há que abster-se de qualquer forma de cooperação formal na promulgação ou aplicação de leis tão gravemente injustas e, na medida do possível, abster-se também da cooperação material no plano da aplicação. Nesta matéria, cada qual pode reivindicar o direito à objecção de consciência.


(Congregação para a Doutrina da Fé, 3 de Junho de 2003)

Metropolita Kirill eleito Patriarca da Igreja Ortodoxa


O metropolita Kirill foi eleito Patriarca da Igreja Ortodoxa russa, com 508 votos, enquanto o outro candidato, o metropolita Kliment, de Kaluga e Borovsk, apenas conquistou o voto de 169 de mais de 700 membros do concílio reunido em Moscovo.
Kirill tornou-se o primeiro patriarca da Igreja Ortodoxa russa a ser eleito desde o fim da União Soviética, em 1991. Até aqui responsável pelas relações com o exterior dos ortodoxos russos, o metropolita de Kaliningrado e de Smolensk, de 62 anos, sucede a Alexis II, que morreu em Dezembro de 2008.

A Igreja Ortodoxa russa tem 165 milhões de seguidores.

Falando com os jornalistas o director da Sala de Imprensa da Santa Sé Padre Frederico Lombardi disse que o Papa – informado da eleição – olha com confiança para a prossecução das relações entre ortodoxos e católicos auspiciando que Kirill possa desempenhar o melhor possível o seu importantíssimo ministério.

Num comunicado o Conselho Pontifício para a promoção da unidade dos cristãos manifesta a própria satisfação pela eleição de um Patriarca com o qual mantém relações fraternas desde há muitos anos.

Confiamos – salienta o comunicado – de poder continuar o caminho comum de aproximação que iniciámos. Certamente não queremos perder de vista as dificuldades que ainda permanecem, mas estamos dispostos e desejosos de cooperar mo campo social e cultural para testemunhar os valores cristãos, sem contudo esquecer que a finalidade ultima do diálogo é a realização do testamento de Jesus Cristo nosso Senhor, isto é a comunhão plena de todos os seus discípulos.

(Fonte: site Radio Vaticana)

Redobremos as nossas orações em comunhão com Bento XVI para que os esforços iniciados pelos seus antecessores consolidem e construam novas pontes para a unidade dos cristãos.

(JPR)

Pedido de perdão ao Santo Padre

O dirigente do movimento fundado por Monsenhor Marcel Lefebvre pediu ontem terça-feira perdão ao Papa Bento XVI pelas declarações do bispo Richard Williamson que negavam a existência do Holocausto, informou o Vaticano.

"Pedimos perdão ao Sumo Pontífice e a todos os homens de boa vontade pelas consequências dramáticas desse acto", escreveu em carta monsenhor Bernard Fellay, superior-geral da Fraternidade São Pio X.

"As afirmações de monsenhor Williamson não reflectem em nenhum caso as posições da Fraternidade. Por isso foi-lhe proibido, até nova ordem, qualquer tomada de posição pública sobre assuntos políticos e históricos", sustenta a carta divulgada pela assessoria de imprensa da Santa Sé.

Em entrevista à televisão sueca, divulgada dois dias antes de levantada a excomunhão, o bispo inglês negou o Holocausto de milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial; afirmou que "não existiram as câmaras de gás na Alemanha nazi" e que só morreram "200.000 a 300.000 judeus" não os seis milhões que se calcula.

O pedido de perdão deverá, no entanto, aliviar o clima entre católicos assim como com a comunidade judaica, irritada e ofendida com as declarações do bispo "negacionista".

O jornal do Vaticano “L’Oservatore Romano” havia criticado duramente o bispo ultraconservador inglês Richard Williamson.

As declarações de Williamson "são inaceitáveis", escreveu na segunda-feira em um editorial o jornal da Santa Sé, destacando que o anti-semitismo "não é objecto de discussão" para um católico.

O jornal oficial do Vaticano lembra ainda a declaração "Nostra Aetate", adoptada em 1965 ao término do Concílio Vaticano II, documento que revolucionou o enfoque da Igreja católica em relação aos judeus, rejeitando a ideia de que podem ser acusados de "deicídio".

"Este documento marcou uma mudança decisiva" nas relações entre a Igreja católica e os judeus, aponta o jornal da Santa Sé.

"As declarações de Williamson, nas quais nega o Holocausto, contradizem os ensinamentos da Igreja e são muito graves, lamentáveis", ressalta o editorial.

Segundo o “L'Osservatore Romano”, anular a excomunhão aos quatro bispos consagrados ilegitimamente em 1988 pelo prelado tradicionalista Marcel Lefebvre, como autorizou no sábado o pontífice, "responde aos ensinamentos do Concílio, que prefere o remédio da misericórdia ao da condenação".


(Fonte: AFP Agence France-Presse com edição de JPR)

O Evangelho do dia 28 de Janeiro de 2009

São Marcos 4, 1-20

Naquele tempo, Jesus começou a ensinar de novo à beira mar. Veio reunir-se junto d’Ele tão grande multidão que teve de subir para um barco e sentar-Se, enquanto a multidão ficava em terra, junto ao mar.

Ensinou-lhes então muitas coisas em parábolas. E dizia-lhes no Seu ensino:

«Escutai: Saiu o semeador a semear.

«Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; vieram as aves e comeram-na. Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; logo brotou, porque a terra não era funda. Mas, quando o sol nasceu, queimou-se e, como não tinha raiz, secou. Outra parte caiu entre espinhos; os espinhos cresceram e sufocaram-na e não deu fruto. Outras sementes caíram em boa terra e começaram a dar fruto, que vingou e cresceu, produzindo trinta, sessenta e cem por um».

E Jesus acrescentava:

«Quem tem ouvidos para ouvir, oiça».

Quando ficou só, os que O seguiam e os Doze começaram a interrogá-l’O acerca das parábolas. Jesus respondeu-lhes:

«A vós foi dado a conhecer o mistério do reino de Deus, mas aos de fora tudo se lhes propõe em parábolas, para que, ao olhar, olhem e não vejam, ao ouvir, oiçam e não compreendam; senão, convertiam-se e seriam perdoados».

Disse-lhes ainda: «Se não compreendeis esta parábola, como haveis de compreender as outras parábolas? O semeador semeia a palavra.

Os que estão à beira do caminho, onde a palavra foi semeada, são aqueles que a ouvem, mas logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles. Os que recebem a semente em terreno pedregoso são aqueles que, ao ouvirem a palavra, logo a recebem com alegria; mas não têm raiz em si próprios, são inconstantes, e, ao chegar a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, sucumbem imediatamente. Outros há que recebem a semente entre espinhos. Esses ouvem a palavra, mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e todas as outras ambições entram neles e sufocam a palavra, que fica sem dar fruto.

«E os que receberam a palavra em boa terra são aqueles que ouvem a palavra, a aceitam e frutificam, dando trinta, sessenta ou cem por um».

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Cerrar fileiras em torno do Santo Padre

Nos últimos tempos e de diversos quadrantes, seja na Europa, com particular incidência em Itália, seja nos EUA, vide “New York Times” de hoje, que chega a alvitrar um novo cisma, têm surgido notícias dos lobbies judaicos a atacar Bento XVI, pelo ridículo e caricato das mesmas não as explícito, pois ao fazê-lo estaria a fazer o jogo dos que atacam o Santo Padre.

Com perfeita consciência de que é politicamente incorrecto dizê-lo ou pior ainda escrevê-lo e publicá-lo, julgo ter a chegado a altura de dizer um claro NÃO aos novos fariseus e saduceus e infelizmente vejo alguns dentro da própria Igreja.

Há que ser muito firme, pois se entrarmos no jogo do não dizer para não ofender, estaremos a pecar por omissão e sem darmos por isso seremos condicionados, mais tarde ou mais cedo, na celebração da Conversão de São Paulo ou no Natal, sim, não é exagero ou ainda não repararam que tendem a desaparecer os votos de um Bom ou Santo Natal para um sem sentido Boas Festas.

Por este andar não faltarão muitos anos que nos queiram confinar a celebrar a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor quase que às escondidas para não ofender uma minoria, muito minoria que são os judeus.

Não, não se trata de anti-semitismo, pois nós cristãos veneramos, adoramos e glorificamos Jesus Cristo que é Deus em unidade com o Pai e o Espírito Santo, mas que Encarnou como judeu. A Virgem Santíssima era judia e apresentou-O no templo, S. José, S. Paulo e tantos outros também o eram. As nossas raízes na fé provêm das Sagradas Escrituras incluindo o Antigo Testamento, que Jesus Cristo frequentemente invocou na sua vida pública e que são pilares fundamentais do cristianismo e frequentemente citados nos Santos Evangelhos.

Trata-se sim, de amor com firmeza e rectidão de intenção, temos com inteligência e sabedoria, mas sem tibieza, defender os valores e símbolos fundamentais da nossa fé, acomodarmo-nos, calarmo-nos pode ser um acto de cobardia, há que proclamar bem alto as nossas convicções, sem palavras ou gestos ofensivos, mas claros.

Desculpem-me se volto à Conversão de S. Paulo, que ainda ontem celebrámos, mas se nos deixamos tolher agora nada fará parar a poderosa máquina judaica até nos condenarem pela nossa alegria por tão bela conversão.

Estejamos pois atentos e firmes por amor a Deus Nosso Senhor, à Santa Madre Igreja e ao nosso queridíssimo Santo Padre.

Saibamos estar à altura do Senhor, mesmo que para tal tenhamos que sofrer a incompreensão e a maledicência, aliás, o que seria isso comparado com os tantos mártires, que com tanta frequência recordamos e veneramos na Santa Missa.

(JPR)

Excerto do editorial do último número de “L’Osservatore Romano”

“A revogação das excomunhões aos bispos ordenados em 1988 tornou-se em mais um caso mediático cheio de tons emotivos. Não faltou quem se precipitasse a atribuir apressadamente a Bento XVI não só a culpa de ter cedido a posições anti-conciliares, mas até mesmo, se não a conivência, pelo menos a imprudência perante teses negacionistas da Shoah (“Holocausto” dos judeus). As palavras do Papa nas Vésperas conclusivas da Semana de Oração pela Unidades dos Cristãos e a sua reflexão na oração do Angelus foram um desmentido a estes receios difusos.

Bento XVI disse palavras importantes garantindo que ‘os mais velhos entre nós não esquecem certamente” o primeiro anúncio do Concílio feito por João XXIII ‘ a 25 de Janeiro, faz agora precisamente 50 anos”. Um gesto que hoje Papa Ratzinger define como ‘providencial decisão’ sugerida pelo Espírito Santo…

É à luz desta convicção de que o Concílio foi um acontecimento inspirado pelo Alto que se deve ler o gesto de revogação das excomunhões. A reforma do Concílio ainda não está completamente aplicada, mas encontra-se já tão consolidada na Igreja Católica que não pode ser posta em dúvida por um magnânimo gesto de misericórdia. Inspirado aliás pelo novo estilo de Igreja preconizado pelo Concílio, que em vez da condenação prefere o remédio da misericórdia…

O diálogo é parte constitutiva da Igreja conciliar e Bento XVI tem repetido diversas vezes, e de novo o fez agora, que o ecumenismo requer a conversão de todos – mesmo da Igreja Católica – a Cristo…

O percurso de reconciliação com os tradicionalistas é uma opção colegial e já bem conhecida da Igreja de Roma e não um gesto repentino e improvisado de Bento XVI. Da aceitação do Concílio deriva necessariamente um posição límpida na questão do negacionismo. A Declaração Nostra Aetate que assinala a mais autorizada mudança de posição católica em relação ao hebraísmo, deplora ‘os ódios, as perseguições e todas as manifestações de anti-semitismo, dirigidas contra os judeus em qualquer época e da parte de quem quer que seja’. Trata-se de um ensinamento indiscutível para um católico. Os últimos Papas, incluindo Bento XVI, têm explicitado este ensinamento. Em dezenas de documentos, gestos e discursos. As recentes declarações negacionistas (de um dos quatro bispos lefebvrianos) – conclui o editorial de “L’Osservatore Romano” – contradizem este ensinamento e são portanto gravíssimas e inadmissíveis. Prestadas antes do documento de revogação da excomunhão, permanecem inaceitáveis”.

Carlo Di Cicco

(Fonte: site Radio Vaticana)

O Santo Padre e o Holocausto – Dia da Memória


O Papa na Sinagoga

No século XX, uma insensata ideologia racista de matriz neopagã deu origem à tentativa de exterminar o hebraísmo europeu.

No século XX, no período mais obscuro da história alemã e europeia, uma insensata ideologia racista de matriz neopagã deu origem à tentativa, projectada e sistematicamente actuada pelo regime, de exterminar o hebraísmo europeu: então, teve lugar aquilo que passou para a história como o Shoah. Somente em Colónia, contam-se onze mil vítimas deste crime inaudito, e até àquele momento também inimaginável, que são conhecidas pelo seu próprio nome; na realidade, sem dúvida, elas foram muito mais numerosas. Nessa época, deixou-se de reconhecer a santidade de Deus e, por este motivo, espezinhou-se também a sacralidade da vida humana.



Bento XVI em Auschwitz

O lugar no qual nos encontramos é um lugar da memória, é o lugar do Holocausto. O passado nunca é apenas passado. Ele refere-se a nós e indica-nos os caminhos que não devem ser percorridos e os que o devem ser.

Como João Paulo II, percorri o caminho ao longo das lápides que, nas várias línguas, recordam as vítimas deste lugar. Todas estas lápides comemorativas falam de dor humana, deixam-nos intuir o cinismo daquele poder que tratava os homens como material e não os reconhecia como pessoas, nas quais resplandece a imagem de Deus. Algumas lápides convidam a uma comemoração particular. Há uma em língua hebraica. Os poderosos do Terceiro Reich queriam esmagar o povo judeu na sua totalidade; eliminá-lo do elenco dos povos da terra.

Então as palavras do Salmo: "estamos todos os dias expostos à morte; tratam-nos como ovelhas para o matadouro", verificam-se de modo terrível. No fundo, aqueles criminosos violentos, com a aniquilação deste povo, pretendiam matar aquele Deus que chamou Abraão, que falando no Sinai estabeleceu os critérios orientadores da humanidade que permanecem válidos para sempre. Se este povo, simplesmente com a sua existência, constitui um testemunho daquele Deus que falou ao homem e o assumiu, então aquele Deus devia finalmente estar morto e o domínio devia pertencer apenas ao homem àqueles que se consideravam os fortes que tinham sabido apoderar-se do mundo.



Bento XVI na Shoah

Antes de voltar a Roma quis visitar precisamente este lugar tristemente conhecido em todo o mundo.

"Antes de voltar a Roma quis visitar precisamente este lugar tristemente conhecido em todo o mundo. No campo de Auschwitz-Birkenau, como noutros campos semelhantes, Hitler fez exterminar mais de seis milhões de judeus. Em Auschwitz-Birkenau também morreram cerca de 150 mil polacos e dezenas de milhares de homens e mulheres de outras nacionalidades.
Perante o horror de Auschwitz não há outra resposta que a cruz de Cristo: o amor que desceu até ao fundo do abismo de mal, para salvar ao homem na raiz, onde a sua liberdade pode rebelar-se contra Deus.

A humanidade de hoje não deve esquecer Auschwitz e as demais 'fabricas de morte' nas quais o regime nazi tentou eliminar Deus para ocupar o seu lugar! Não deve ceder à tentação do ódio racial, que está na origem das piores formas de anti-semitismo! Os homens devem voltar a reconhecer que Deus é Pai de todos e que a todos nos chama em Cristo para construir juntos um mundo de justiça, de verdade, e de paz!

Queremos pedir ao Senhor por intercessão de Maria, a quem hoje, ao concluir o mês de Maio, contemplamos com diligência e amor ao visitar a sua idosa parenta Isabel."


(Fonte: H2O News)

É A POLÍTICA, ESTÚPIDO!

Hoje, abre a reunião de Davos sem ilusões sobre a tísica economia. É novidade, aquela montanha suíça sempre foi lugar de esperança, quando não de euforia. Os personagens de Thomas Mann, em A Montanha Mágica, julgavam encontrar em Davos a cura da tuberculose. E muito depois disso, nestes anos recentes, aquele era o lugar dos Senhores do Universo. Querem nomes? John Thain, patrão da Merril Linch, Robert Rubin, do Citigroup, o alemão Adolf Merckle, um dos cem homens mais ricos do mundo, o magnata indiano Ramalinda Raju... Cada um deles era o que já se chamou O Homem de Davos - se o Australopithecus nos pôs de pé, o Homo de Davos pôs -nos a julgar que seríamos ricos. Pois bem, os grupos de Thain e Rubin faliram, o Merckle suicidou-se, o Raju tem o passaporte cassado por trafulhices na sua empresa... E tudo aconteceu entre a reunião de Davos de 2008 e a deste ano, sempre em fins de Janeiro quando àquela montanha lhe dá para a magia. Davos vivia da frase de Clinton: "É a economia, estúpido..." Mas os homens dos números falharam. Este ano, em Davos, vão estar os primeiros-ministros da Rússia, da China, da Grã-Bretanha, da Alemanha...

Ferreira Fernandes

(Fonte: site DN de hoje)


«… poderá comparar-se ao insensato que edificou a sua casa sobre a areia» (Mt 7, 26)

Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis como aqueles que são considerados governantes das nações fazem sentir a sua autoridade sobre elas, e como os grandes exercem o seu poder. Não deve ser assim entre vós. Quem quiser ser grande entre vós, faça-se vosso servo e quem quiser ser o primeiro entre vós, faça-se o servo de todos.» (Mc 10, 42-44)

Nunca é tarde...

I. NATUREZA E CARACTERÍSTICAS IRRENUNCIÁVEIS DO MATRIMÓNIO

2. O ensinamento da Igreja sobre o matrimónio e sobre a complementaridade dos sexos propõe uma verdade, evidenciada pela recta razão e reconhecida como tal por todas as grandes culturas do mundo. O matrimónio não é uma união qualquer entre pessoas humanas. Foi fundado pelo Criador, com uma sua natureza, propriedades essenciais e finalidades. Nenhuma ideologia pode cancelar do espírito humano a certeza de que só existe matrimónio entre duas pessoas de sexo diferente, que através da recíproca doação pessoal, que lhes é própria e exclusiva, tendem à comunhão das suas pessoas. Assim se aperfeiçoam mutuamente para colaborar com Deus na geração e educação de novas vidas.

3. A verdade natural sobre o matrimónio foi confirmada pela Revelação contida nas narrações bíblicas da criação e que são, ao mesmo tempo, expressão da sabedoria humana originária, em que se faz ouvir a voz da própria natureza. São três os dados fundamentais do plano criador relativamente ao matrimónio, de que fala o Livro do Génesis.

Em primeiro lugar, o homem, imagem de Deus, foi criado «homem e mulher» (Gn 1, 27). O homem e a mulher são iguais enquanto pessoas e complementares enquanto homem e mulher. A sexualidade, por um lado, faz parte da esfera biológica e, por outro, é elevada na criatura humana a um novo nível, o pessoal, onde corpo e espírito se unem.

Depois, o matrimónio é instituído pelo Criador como forma de vida em que se realiza aquela comunhão de pessoas que requer o exercício da faculdade sexual. «Por isso, o homem deixará o seu pai e a sua mãe e unir-se-á à sua mulher e os dois tornar-se-ão uma só carne» (Gn 2, 24).

Por fim, Deus quis dar à união do homem e da mulher uma participação especial na sua obra criadora. Por isso, abençoou o homem e a mulher com as palavras: «Sede fecundos e multiplicai-vos» (Gn 1, 28). No plano do Criador, a complementaridade dos sexos e a fecundidade pertencem, portanto, à própria natureza da instituição do matrimónio.

Além disso, a união matrimonial entre o homem e a mulher foi elevada por Cristo à dignidade de sacramento. A Igreja ensina que o matrimónio cristão é sinal eficaz da aliança de Cristo e da Igreja (cf. Ef 5, 32). Este significado cristão do matrimónio, longe de diminuir o valor profundamente humano da união matrimonial entre o homem e a mulher, confirma-o e fortalece-o (cf. Mt 19, 3-12; Mc 10, 6-9).

4. Não existe nenhum fundamento para equiparar ou estabelecer analogias, mesmo remotas, entre as uniões homossexuais e o plano de Deus sobre o matrimónio e a família. O matrimónio é santo, ao passo que as relações homossexuais estão em contraste com a lei moral natural. Os actos homossexuais, de facto, «fecham o acto sexual ao dom da vida. Não são fruto de uma verdadeira complementaridade afectiva e sexual. Não se podem, de maneira nenhuma, aprovar».

Na Sagrada Escritura, as relações homossexuais «são condenadas como graves depravações... (cf. Rm 1, 24-27; 1 Cor 6, 10; 1 Tm 1, 10). Desse juízo da Escritura não se pode concluir que todos os que sofrem de semelhante anomalia sejam pessoalmente responsáveis por ela, mas nele se afirma que os actos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados». Idêntico juízo moral se encontra em muitos escritores eclesiásticos dos primeiros séculos, e foi unanimemente aceite pela Tradição católica.

Também segundo o ensinamento da Igreja, os homens e as mulheres com tendências homossexuais «devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Deve evitar-se, para com eles, qualquer atitude de injusta discriminação». Essas pessoas, por outro lado, são chamadas, como os demais cristãos, a viver a castidade. A inclinação homossexual é, todavia, «objectivamente desordenada», e as práticas homossexuais «são pecados gravemente contrários à castidade».


(Congregação para a Doutrina da Fé, 3 de Junho de 2003)

A unidade em Cristo cria paz entre as nações


A unidade que Deus dá à sua Igreja é fermento de fraternidade também no plano social, nas relações entre nações e para a inteira família humana.” Disse o Papa na celebração das vésperas da Solenidade da Conversão de São Paulo que encerrou a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

No decorrer da celebração que teve lugar na Basílica de São Paulo Fora dos Muros e na qual participaram muitos representantes de outras Igrejas e comunidades eclesiais, Bento XVI explicou que “Deus promete ao seu povo uma nova unidade, que deve ser sinal e instrumento de reconciliação e de paz também no plano histórico para todas as nações”.

Tendo como horizonte a unidade plena, o caminho do diálogo ecuménico deve, segundo Bento XVI, valorizar o que foi conseguido neste anos e “encontrar novas vias para a continuação das relações entre as Igrejas e comunidade eclesiais no contexto actual”.

A unidade requer uma conversão, explicou Bento XVI, que é um dom de Cristo Ressuscitado. E é a ressurreição de Cristo, anunciada por São Paulo, que “alarga” o perímetro da unidade: não somente a unidade das tribos de Israel, mas também dos judeus e pagãos, da humanidade dispersa pelo pecado “e ainda mais a unidade de todos os crentes em Cristo.”

(Fonte: H2O News)

O Evangelho do dia 27 de Janeiro de 2009

São Marcos 3, 31-35

Naquele tempo, chegaram à casa onde estava Jesus, sua Mãe e seus irmãos, que, ficando fora, O mandaram chamar.

A multidão estava sentada em volta d’Ele, quando Lhe disseram:

«Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura».

Mas Jesus respondeu-lhes:

«Quem é minha Mãe e meus irmãos?»

E, olhando para aqueles que estavam à sua volta, disse:

«Eis minha Mãe e meus irmãos.

«Quem fizer a vontade de Deus esse é Meu irmão, Minha irmã e Minha Mãe».

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Bento XVI: No Iraque, os cristãos são cidadãos de plenos direitos e deveres


Os cristãos do Iraque são plenamente cidadãos do país, com os mesmos direitos e deveres e nenhuma discriminação deve ser feita com base na sua opção religiosa. Foi o que recordou Bento XVI ao receber os bispos da Igreja Caldeia, no final da visita Ad limina, guiados pelo Patriarca, o Cardeal Emmanuel III Delly.

Bento XVI destacou os grandes sofrimentos da Igreja iraquiana nesta fase e notou que sempre desempenhou um papel de protagonista a serviço do crescimento humano, social e espiritual do país. A Igreja Caldeia hoje, disse o Papa, é chamada a desempenhar um importante papel de moderação para construir uma sociedade na qual cada um possa viver na concórdia e em um clima de respeito recíproco. Neste sentido, os bispos podem fazer-se intérpretes junto às autoridades do pedido de ver reconhecidos os direitos humanos e civis dos cristãos.

(Fonte: H2ONews)

Bento XVI nos Camarões e Angola de 17 a 23 de Março

Foi divulgado nesta segunda feira o programa oficial da viagem apostólica de Bento XVI á Republica dos Camarões e Angola, que decorrerá de 17 a 23 de Março próximo.

O Santo Padre chega a Yaoundé, Camarões, após uma viagem de 6 horas desde Roma, a 17 de Março. O primeiro compromisso oficial acontece na manhã seguinte, com um encontro no Palácio da Unidade, com o presidente camaronês.

O Papa encontra-se, nos Camarões, com representantes da Igreja local, das outras confissões cristãs e da comunidade muçulmana. A visita a este território visa assinalar a convocação da II Assembleia especial para a África do Sínodo dos Bispos.

A chegada a Angola está prevista no inicio da tarde de sexta-feira dia 20. Ainda nesse dia o Santo Padre terá encontros com as autoridades politicas e civis e com o corpo diplomático, concluindo o seu primeiro dia de permanência em terras de Angola encontrando os bispos da conferencia episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe.

No sábado dia 21, de manhã a Santa Missa com os bispos, padres, religiosos e religiosas, os movimentos eclesiais e catequistas na Igreja de São Paulo em Luanda; e durante a tarde o encontro com os jovens no estádio dos Coqueiros da capital.

No Domingo dia 22, na esplanada de Cimangola, em Luanda a Santa Missa com os bispos da IMBISA, e de tarde na paróquia de Santo António o encontro com os movimentos católicos para a promoção da mulher.

Segunda-feira dia 23, de manhã a cerimonia de despedida e o regresso a Roma.

(Fonte: site Radio Vaticana)

Ingrid Betancourt, a fé e o perdão

A política colombiana, que esta semana receberá dois prémios em Itália, narra a seu percurso e busca religiosa durante o seu cativeiro.

Descobri a fé em Deus durante o meu cativeiro. Até então, a minha fé baseava-se no ritualismo: como muitos católicos, ia à Missa, rezava, mas o meu conhecimento de Deus era muito limitado. Quando me encontrava na selva, tive muito tempo e como única leitura a Bíblia. Tive a alegria, durante seis anos, de lê-la, de meditá-la. Se tivesse tido algo de diverso para fazer, tê-lo-ia feito, porque existe sempre preguiça para reflectir sobre o essencial.

Provavelmente foi um cativeiro necessário. Ele permitiu-me compreender quem é Deus, de estabelecer uma relação com Ele, com muita admiração, muito amor, mas, sobretudo, compreendendo quem é através da Sua palavra. Para mim não se tratam de palavras ocas mas de uma realidade: lendo a Bíblia, compreendi a essência (N.T. na versão italiana é usada a palavra "carattere" que me parece passível de interpretaçãao errónea se traduzia à letra) de Deus; não se trata de apenas de uma luz, uma energia ou apenas uma força, mas sim da Palavra, alguém que deseja comunicar comigo. Não tive visões, não! Apenas li a Bíblia racionalmente. Fui atingida por todos os fragmentos que me ligaram emocional e interiormente com a palavra de Deus. Ouvi a voz de Deus de um modo assaz humano e muito concreto.

Lia e relia algumas passagens dizendo para mim própria «Isto foi escrito para mim!». Havia ouvido durante muito tempo sem compreender e, de repente, foi como se me tivesse ligado à corrente certa. De um momento para o outro, a luz acende-se e entendem-se todas as coisas que não nos eram claras. Uma vez mais, não se tratou de uma experiência mística mas racional, que transformou profundamente a minha vida. Como me modifiquei! O meu tempo de hoje não é o mesmo de anteriormente. Tinha sempre vontade de que as coisas se movessem depressa. Hoje já não me preocupo: sei que tudo ocorre no tempo certo, a minha esperança é portanto mais forte. A passagem pelo cativeiro não fez desaparecer a minha vontade, pelo contrário alterou a natureza da minha esperança. A única resposta à violência é uma resposta de amor.

Esta resposta de amor, esta atitude não violenta, para mim, teve origem na fé cristã. Descobri que se pode ser levado a odiar uma pessoa, a odiá-la com todas as forças do nosso ser e, simultaneamente, a encontrar no amor o alívio relativo a este ódio. Não se pode amar alguém que nos faz mal, mas pode-se encontrar, e eu encontrei-o em Cristo, um “lugar” de apoio, como uma pista.

Dizia-me a mim própria «por Ti, Senhor, não digo que o detesto». O facto de não me vir à boca esta palavra de ódio era por si só um conforto. Às vezes via chegar um guerrilheiro cruel e assustador, sentava-se diante de mim e eu era capaz de lhe sorrir. O amor é necessário. Iniciei um caminho de perdão, consegui fazê-lo e não apenas aos meus sequestradores. Perdoei também àqueles que eram prisioneiros comigo, com os quais por vezes surgiram momentos de grande dificuldade. Perdoei àqueles meus amigos que não se lembraram de nós, àqueles em quem se tem confiança e que nos desiludem; pessoas que se amava e que disseram coisas horrendas, como, por exemplo, que o cativeiro eu o havia procurado.

Hoje acredito profundamente que podemos mudar o mundo, porque eu própria fui transformada, mas neste mundo de domínio e de posses, sei que é no coração de geram as principais transformações fundamentais. A paz, com que sonhamos, será uma realidade no dia em que exista uma atitude diferente nos corações.


(texto recolhido por Elisabeth Marshall para o hebdomadário francês «La Vie» e publicado a 21 de Janeiro no diário italiano «Avvenire» - tradução de JPR a partir da versão italiana)


Ingrid Betancourt

S. TIMÓTEO e S. TITO, Bispos e discípulos de S. Paulo


"A messe é grande, mas os operários são poucos. Pedi pois ao Senhor da colheita que envie operários para a sua colheita" Lc 10,2

Ontem contemplamos o grande Apóstolo São Paulo. Hoje, comemoramos dois de seus discípulos predilectos: São Timóteo e São Tito. Sobre São Timóteo, o próprio São Paulo diz: "Lembro-me de ti, noite e dia, em minhas orações. Conserva a lembrança da fé sincera que há em ti; fé que habitou primeiro em tua avó Lóide e em tua mãe, Eunice". E o Apóstolo dá ainda, a São Timóteo o excelente conselho de empenhar-se inteiramente na sua missão de velar sobre sua pessoa, bem como sobre o seu ensino. E termina, dizendo: "Perseverando nessas duas missões, salvar-te-ás e aos que te escutam". Nas duas epístolas que São Paulo escreveu a Timóteo, os sacerdotes de todos os tempos puderam encontrar conforto e incentivo para sua missão e sua vida.

São Tito, outro exímio colaborador de São Paulo, recebeu uma carta preciosa, em que se lê: "Exorta os jovens a serem equilibrados em tudo, mostrando-te como modelo de boa conduta, correcção e ensino, dignidade, palavra sã e irrepreensível". São Tito foi o chefe da comunidade cristã de Creta, onde deve ter sofrido muitos dissabores, apesar de sua grande habilidade.



(Fonte: Ecclesia, Santos do dia)

O Evangelho do dia 26 de Janeiro de 2009

S. Lucas 10,1-9.

Depois disto, o Senhor designou outros setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois, à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. Disse-lhes:

«A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos.

«Rogai, portanto, ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe.

«Ide! Envio-vos como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem alforge, nem sandálias; e não vos detenhais a saudar ninguém pelo caminho. Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: 'A paz esteja nesta casa!' E, se lá houver um homem de paz, sobre ele repousará a vossa paz; se não, voltará para vós. Ficai nessa casa, comendo e bebendo do que lá houver, pois o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei do que vos for servido, curai os doentes que nela houver e dizei-lhes:

'O Reino de Deus já está próximo de vós.'

domingo, 25 de janeiro de 2009

Bento XVI - “Saulo converteu-se porque, graças à luz divina, acreditou no Evangelho”

Antes de encontrar o Senhor no caminho de Damasco, São Paulo já era crente, mais ainda hebreu fervoroso, e portanto não passou da não -fé á fé, dos ídolos a Deus, nem teve de abandonar a fé judaica para aderir a Cristo. Recordou Bento XVI neste Domingo antes da recitação do Angelus, exaltando assim uma vez mais o laço entre hebraísmo e cristianismo, explicando o significado de festa de hoje da Conversão de São Paulo. “No caminho de Damasco – explicou – aconteceu aquilo que Jesus pede no Evangelho deste Domingo lá onde diz: completou-se o tempo e o reino de Deus está perto: arrependei-vos e acreditai na Boa Nova.

Para Bento XVI de facto, Saulo converteu-se porque, graças à luz divina, acreditou no Evangelho.

“Nisto – sublinhou – consiste a sua e a nossa conversão: acreditar em Jesus morto e ressuscitado e abrir-se á iluminação da sua graça divina. Naquele momento Saulo compreendeu que a sua salvação não dependia das boas obras feitas segundo a lei, mas do facto que Jesus morrera por ele, o perseguidor (dos primeiros cristãos) e ressuscitara.

A verdade do Evangelho, que graças ao Baptismo ilumina a existência de cada cristão, para o Papa inverte completamente a nossa maneira de viver. “Converter-se significa também, para cada um de nós, acreditar que Jesus deu a sua vida por mim morrendo na cruz e, ressuscitado vive comigo e em mim.

Entregando-me á potência do seu perdão – disse Bento XVI com voz comovida – passando a falar em primeira pessoa – deixando-me agarrar pela mão por Ele, posso sair das areias movediças do orgulho e do pecado, da mentira e da tristeza, do egoísmo e de todas as falsas seguranças, para conhecer e viver a riqueza do seu amor.O objectivo da plena unidade dos cristãos ainda não foi atingido mas ele no fim será certamente atingido. Foi o que afirmou O Santo Padre referindo-se á conclusão neste dia 25, da semana de oração pela unidade dos cristãos, particularmente importante também no plano ecuménico. Bento XVI recordou o encontro de oração ecuménica que decorrerá esta tarde em Roma na Basílica de São Paulo fora de muros.

Depois da recitação do Angelus o Papa externou o seu aplauso ás Nações Unidas que com uma recente Declaração do Alto Comissariado para os direitos humanos, solicitaram os Estados á tutela dos doentes de lepra e dos seus familiares.

No dia mundial dedicado a estes doentes (efeméride que ocorre neste último Domingo de Janeiro, Bento XVI afirmou que a Igreja, seguindo o exemplo de Jesus, tem sempre uma atenção particular pelas pessoas atingidas por esta doença. Como testemunha também a mensagem difundida nos dias passados pelo conselho pontifício para a pastoral da saúde.

O Santo Padre assegurou a sua oração por estes doentes e renovou o encorajamento a todos aqueles que lutam com eles pela cura plena e uma boa inserção social.

O Papa formulou também os bons votos aos povos do extremo oriente que hoje celebram o ano novo lunar.

“Os povos de vários países da Ásia Oriental preparam-se para celebrar o ano novo lunar. Desejo-lhes que vivam esta festa na alegria. A alegria é expressão do estar em harmonia consigo mesmo: e isto pode derivar apenas do estar em harmonia com Deus e com a sua criação. Que a alegria esteja sempre viva no coração de todos os cidadãos daquelas Nações, que me são tão queridas, e se irradie no mundo.

Depois da recitação do Angelus, Bento XVI que á janela dos seus aposentos se encontrava ladeado de um menino e uma menina da Acção Católica italiana, com grande simplicidade, cedeu o microfone a Miriam, menina eritreia, hoje romana.

Eram numerosos este domingo, na Praça de São Pedro, os meninos da acção católica da diocese de Roma que concluíram com a caravana da paz o mês de Janeiro que tradicionalmente dedicam ao tema da paz.

O Papa dirigiu-lhes uma saudação especial de agradecimento pela sua fidelidade ao empenho pela paz, um empenho, disse, que é feito não tanto de palavras, mas de opções e de gestos, como salientara precedentemente Miriam a quem o Papa cedera a palavra.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Te Deum laudamos - Louvado seja Deus Nosso Senhor pelo extraordinário Apóstolo e Santo cuja conversão hoje celebramos

Te Deum laudamus: te Dominum confitemur.
Te aeternum Patrem omnis terra veneratur.
Tibi omnes Angeli, tibi Caeli et universae Potestates:
Tibi Cherubim et Seraphim incessabili voce proclamant:
Sanctus: Sanctus: Sanctus Dominus Deus Sabaoth.
Pleni sunt caeli et terra maiestatis gloriae tuae.
Te gloriosus Apostolorum chorus:
Te Prophetarum laudabilis numerus:
Te Martyrum candidatus laudat exercitus.
Te per orbem terrarum sancta confitetur Ecclesia:
Patrem immensae maiestatis:
Venerandum tuum verum et unicum Filium:
Sanctum quoque Paraclitum Spiritum.
Tu Rex gloriae, Christe.
Tu Patris sempiternus es Filius.
Tu ad liberandum suscepturus hominem,
non horruisti Virginis uterum.
Tu devicto mortis aculeo,
aperuisti credentibus regna caelorum.
Tu ad dexteram Dei sedes, in gloria Patris.
Iudex crederis esse venturus. (Kneel)
Te ergo quaesumus, tuis famulis subveni,
quos pretioso sanguine redemisti.
Aeterna fac cum Sanctis tuis in gloria numerari.
Salvum fac populum tuum Domine,
et benedic haereditati tuae.
Et rege eos, et extolle illos usque in aeternum.
Per singulos dies, benedicamus te.
Et laudamus nomen tuum in saeculum,
et in saeculum saeculi.
Dignare Domine die isto,
sine peccato nos custodire.
Miserere nostri Domine, miserere nostri.
Fiat misericordia tua Domine super nos,
quemadmodum speravimus in te.
In te Domine speravi:
non confundar in aeternum.