Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Bento XVI - “In Te, Domine, speravi: non confundar in aeternum”

Bento XVI concluiu o ano presidindo na Basílica de São Pedro às I Vésperas da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, com a exposição solene do Santíssimo Sacramento e o tradicional «Te Deum» de acção de graças. Na sua homilia, Bento XVI deteve-se antes de mais a considerar a oportunidade de celebrar, neste tempo natalício, a uma semana do 25 de Dezembro, a maternidade divina de Maria, como estabeleceu o Papa Paulo VI em 1975, restabelecendo aliás uma antiga tradição.

“O Natal de Cristo, que comemoramos nestes dias, está inteiramente abrangido pela luz de Maria e, ao passo que no presépio nos detemos a contemplar o Menino, o olhar não pode deixar de dirigir-se reconhecidamente também a Maria que com o seu sim tornou possível o dom da Redenção. É por isso que o tempo natalício contém uma profunda conotação mariana: o nascimento de Jesus, homem-Deus e a maternidade divina de Maria são realidades inseparáveis entre si: o mistério de Maria e o mistério do Filho unigénito de Deus que se faz homem, formam um único mistério onde um ajuda a compreender melhor o outro”.

Se na noite de Natal, o Papa tinha recordado especialmente as crianças, neste final de ano foi sobretudo os jovens que Bento XVI quis evocar. Considerando-os “responsáveis pelo futuro” da cidade, o Papa exortou-os a não terem medo da tarefa apostólica que o Senhor lhes confia. “Não hesiteis em escolher um estilo de vida que não siga a mentalidade hedonística corrente! O Espírito Santo assegura-vos a força necessária para testemunhar a alegria da fé e a beleza de serdes cristãos”.

Recordando “as crescentes necessidades da evangelização”, Bento XVI convidou os jovens romanos a responderem prontamente ao Senhor, se por Ele se sentirem chamados, pois “a sociedade tem necessidade de cidadãos que não se preocupem apenas com os seus próprios interesses”. Observando que 2008 se conclui com “a consciência de uma crescente crise social e económica, que abrange o mundo inteiro”, o Papa observou que se trata de “uma crise que pede a todos mais sobriedade e solidariedade para ir em ajuda especialmente das pessoas e das famílias em mais dificuldade”. Para além do empenho já existente da parte da Caritas e de outras organizações católicas, Bento XVI aproveitou a presença do presidente da Câmara de Roma e outras autoridades locais para sublinhar que é “necessária a colaboração de todos, porque ninguém pode construir sozinho a sua felicidade”.

Já antes, dirigindo-se especialmente aos agentes pastorais da diocese de Roma, o Papa recordara a utilidade de incrementar “a sinergia entre as família, a escola e as paróquias para uma profunda evangelização e uma corajosa promoção humana, capazes de comunicar ao maior número possível de pessoas a riqueza que brota do encontro com Cristo”.

Quase a concluir, um apelo à esperança, uma esperança que se apoia na certeza de que Deus não abandona quem n’Ele confia:

“Não obstante o horizonte apresente muitas sombras ameaçadoras para o nosso futuro, não devemos ter medo. A nossa grande esperança de crentes é a vida eterna na comunhão de Cristo e de toda a família de Deus. Esta grande esperança dá-nos a força de enfrentar e superar as dificuldades da vida neste mundo. A materna presença de Maria assegura-nos esta tarde que Deus nunca nos abandona, se confiamos n’Ele e seguimos os seus ensinamentos”. E o Papa concluiu com as palavras finais do Te Deum que se preparava para entoar, ao terminar o ano 2008:

“In Te, Domine, speravi: non confundar in aeternum – És Tu, Senhor, a nossa esperança, não seremos confundidos para sempre. Sim, Senhor, em Ti esperamos, hoje e sempre. És Tu a nossa esperança”.
No final da celebração, Bento XVI desceu à Praça São Pedro, para uma breve visita ao Presépio ali montado junto do obelisco central, tendo ao lado uma grande Árvore de Natal.


(Fonte: site Radio Vaticana)

O Evangelho de dia 1 de Janeiro de 2009 - Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas – Lc 2,16-21

Naquele tempo, os pastores dirigiram-se apressadamente para Belém e encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura.

Quando O viram, começaram a contar o que lhes tinham anunciado sobre aquele Menino.

E todos os que ouviam admiravam-se do que os pastores diziam.
Maria conservava todas estas palavras, meditando-as em seu coração.

Os pastores regressaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes tinha sido anunciado.

Quando se completaram os oito dias para o Menino ser circuncidado, deram-Lhe o nome de Jesus, indicado pelo Anjo, antes de ter sido concebido no seio materno.

Belém

Celebração do Solene “Te Deum” de Acção de Graças

«Diante do Menino, que Maria envolve em panos e coloca na manjedoira, parece que tudo pára. Aquele que é o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim, geme entre os braços de uma mulher: o Criador nasceu entre nós!

Em Jesus o Pai celeste quis resgatar-nos do pecado e adoptar-nos como filhos (cf. Gl 4, 5). Detenhamo-nos com Maria em silêncio e em adoração face a um mistério tão grande!»

(...)

«"Fiat misericordia tua, Domine, super nos, quemadmodum speravimus in Te A Tua misericórdia esteja connosco: em Ti esperamos".

A tua misericórdia, Senhor! Nesta Liturgia de fim de ano o louvor e a acção de graças são acompanhados por um sincero exame de consciência pessoal e comunitário. Pedimos perdão ao Senhor pelas faltas de que somos culpados, com a certeza de que Deus, rico em misericórdia, é infinitamente maior que os nossos pecados.»


(Homilia a 31-XII-2002 – João Paulo II)

Te Deum laudamus

BREVIDADE DA VIDA – Livro de Salmos 39

Eu disse a mim próprio: "Vigiarei sobre a minha conduta,
para não pecar com a língua;
refrearei a minha boca,
enquanto o ímpio estiver diante de mim."
Fiquei calado e em silêncio, mas sem proveito,
porque se agravou a minha dor.
O coração ardia-me no peito;
de tanto pensar nisto, esse fogo avivava-se
e deixei a minha língua dizer:
"SENHOR, dá-me a conhecer o meu fim
e o número dos meus dias,
para que veja como sou efémero.
De poucos palmos fizeste os meus dias;
diante de ti a minha existência é como nada;
o homem não é mais do que um sopro!
Ele passa como simples sombra!
É em vão que se agita:
amontoa riquezas e não sabe para quem ficam.
Agora, Senhor, que posso eu esperar?
A minha esperança está em ti.
Livra-me de todas as minhas faltas;
não deixes que o insensato se ria de mim.
Fiquei calado, sem abrir a boca,
porque és Tu quem intervém.
Afasta de mim os teus castigos;
desfaleço ao peso da tua mão.
Tu corriges o homem, castigando a sua culpa,
e, como a traça, destróis o que ele mais estima.
Na verdade, o homem é apenas um sopro.
SENHOR, ouve a minha oração,
escuta o meu lamento;
não fiques insensível às minhas lágrimas.
Diante de ti sou como um estrangeiro,
um hóspede, como os meus antepassados.
Desvia de mim os olhos, para que eu possa respirar,
antes que tenha de partir, e acabe a minha existência."

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Obrigado!

Caríssimos (as),

O blogue “Spe Deus” que existe desde o dia 14 de Fevereiro de 2008 e tem um contador de visitantes desde o dia 20 de Abril, em pouco mais de 8 meses atingiu as 7.000 visitas e quase 11.850 páginas consultadas, pelo que sendo muitas delas vossas, gostaria de aqui deixar um obrigado pelo apoio, sugestões e críticas que foram dando ao longo destes meses.

Espero estar à altura da confiança e poder continuar a “alimentá-lo”, sempre no total respeito pela fé que nos une e em sintonia com os ensinamentos de Jesus Cristo Deus Nosso Senhor, das Sagradas Escrituras, da Santa Madre Igreja e em plena união com o Romano Pontífice.

Gostaria ainda de salientar com alegria, que cerca de metade dos visitantes têm origem no Brasil, o que é revelador que além da língua, nos une a mesma fé.

Bem hajam e votos sinceros de um Bom Ano de 2009,

JPR

Papa termina ano com celebração no Vaticano

Bento XVI vai presidir este dia 31, ao final da tarde, na Basílica de São Pedro, às I Vésperas da Solenidade de Maria Santíssima, Mãe de Deus, e ao «Te Deum» de agradecimento pelo ano que termina.

No final da celebração, Bento XVI descerá à Praça São Pedro, para fazer uma breve visita ao Presépio, ali montado ao lado da grande Árvore de Natal.

Mais tarde, o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, dará início, na mesma Praça São Pedro, à grande vigília de oração promovida pelo “Movimento pelo Amor Familiar”.

A cerimónia decorrerá diante do Presépio, a partir das 23h30 (hora local, menos uma em Lisboa), e prolongar-se-á por toda a noite de passagem de ano, até às sete da manhã do dia seguinte, o primeiro de 2009.

Internacional Agência Ecclesia 30/12/2008 16:41 749 Caracteres
5 Bento XVI



(Fonte: site Ecclesia)

Por uma sexualidade integrada

A comunicação humana se faz pelo corpo. Nosso corpo fala, é “sacramento” do que nos vai por dentro. Sentimo-nos felizes quando temos de nós mesmos uma experiência positiva de unidade interior que inclui necessariamente uma relação harmoniosa com o outro - mundo e pessoas. Sentir-se profundamente ligado ao outro é, no ser humano uma experiência espiritual, que se exprime na palavra e nos gestos. Os sinais corporais de comunhão - o olhar, a aperto de mão, o abraço - são importantes: exprimem e alimentam o amor. O adulto sabe receber amor, mas não depende do outro para experimentar amor. É assim que Jesus se tornou para nós modelo supremo de humanidade.

Como dizíamos em artigo anterior, “a impossibilidade de experimentar-se positivamente em comunhão com os outros - experimentar amor - é a morte. Como se trata de um processo, nenhum de nós chegou à plenitude dessa experiência. Vivemo-la como caminho. Isto é suficiente para sermos felizes no tempo da história. Os vazios dessa experiência são assumidos como apelos a nela crescer. Donde a importância da esperança como certeza do acerto do caminho”.

No ser humano sexo, enquanto relação, exprime e comunica o que a pessoa vive. Deveria ser expressão de amor, manifestação da riqueza interior que se comunica ao parceiro e que tem a força de gerar outra vida. O que foge disto é perda de dignidade. A relação sexual perde sua dimensão de grandeza quando se torna gesto de dominação: o macho subjuga a fêmea. A mulher se torna simples objecto de prazer, a serviço do homem no conjunto da vida. “Se é essa a condição do homem em relação à mulher, não vale a pena se casar” (Mt 19,10), exclamaram os discípulos diante da palavra de Jesus sobre a dignidade do matrimónio.

O sexo, quando é simples busca de prazer, ainda que acordada entre as partes, sem nenhum projecto de vida a dois, não gera verdadeira comunhão, antes se torna expressão de um vazio interior jamais resolvido. Em nossa cultura, fortemente marcada pelo hedonismo, o sexo é proposto como resposta ao desejo de vida que pulsa forte no coração humano. Mas a verdade é que nos momentos em que a boa experiência de ser alguém - pessoa - entra em crise, emerge forte o apelo ao sexo como resposta ao desconforto do momento. Crises prolongadas de identidade, ausência da satisfação no trabalho e na missão, levam inevitavelmente a buscar no sexo a compensação. Donde a importância de educar para a castidade desde a infância, oferecendo, sobretudo aos adolescentes, uma recta compreensão do sentido da sexualidade e proporcionando-lhes um ambiente sadio, feito de compreensão e de sincera amizade.

Se a família e a escola não oferecerem uma sólida formação para a virtude, não teremos cidadãos capazes de sacrifício pelo bem comum. Mas, será possível apresentar aos jovens a castidade como parte integrante de um projecto de vida? É claro que é possível, desde que os educadores, eles mesmos, estejam convencidos da beleza da virtude. A castidade é parte da virtude cardeal da temperança “que tem em vista impregnar de razão as paixões e os apetites da sensibilidade humana”, conforme nos ensina o Catecismo da Igreja Católica (§ 2341). Nenhum educador, em sã consciência, julga que deixar-se levar pelos impulsos instintivos ou se dominar por paixões desordenadas possa ser fonte de felicidade para a pessoa.

Entretanto, há, em nosso país (Brasil), uma campanha sistemática, com o intuito de prevenir SIDA//AIDS e gravidez precoce, que passa a seguinte mensagem: “pratique sexo à vontade, mas se cuide, use camisinha”. Aristóteles propôs, já antes de Cristo, a virtude como o caminho necessário para a construção da felicidade. E como a felicidade é aspiração de todos, Aristóteles considerava ser tarefa da política procurá-la. Por isso atribuía ao Estado a missão de promover a educação para a virtude das crianças e dos jovens.

A sexualidade só é verdadeiramente humana quando inserida no horizonte da razão, da liberdade e do amor. Ela “comporta uma aprendizagem do domínio de si, que é uma pedagogia da liberdade humana. A alternativa é clara: ou o ser humano comanda suas paixões e obtém a paz, ou se deixa subjugar por elas e se torna infeliz” (Catecismo da Igreja Católica § 2339). A castidade é virtude necessária para casados e para celibatários. Ela dá grandeza à intimidade própria dos casais fazendo de suas relações íntimas verdadeira doação de amor e dá dignidade à continência sexual, tantas vezes exigida na vida do casal. É ainda o empenho por uma vida casta que prepara os jovens para o matrimónio, garantindo-lhes que a força que os une é maior do que a mera paixão que os atrai. Conter-se no tempo de namoro é abrir espaço para emergência de um amor maior capaz de sustentar a futura união “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença” até o fim. Quando é a mera paixão o motivo do casamento, este tem duração fugaz: morre quando morre o “amor-paixão”.

Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues – Bispo de Lorena – SP / Brasil


(Fonte: site CNBB – Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros)

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

“Jesus ainda está à procura de pousada”

Não me afasto da mais rigorosa verdade se vos digo que Jesus continua agora a buscar pousada no nosso coração. Temos de Lhe pedir perdão pela nossa cegueira pessoal, pela nossa ingratidão. Temos de Lhe pedir a graça de nunca mais Lhe fechar a porta das nossas almas.

O Senhor não nos oculta que a obediência rendida à vontade de Deus exige renúncia e entrega porque o amor não pede direitos: quer servir. Ele percorreu primeiro o caminho. Jesus, como obedecestes Tu? Usque ad mortem, mortem autem crucis, até à morte e morte de Cruz. É preciso sair de nós mesmos, complicar a vida, perdê-la por amor de Deus e das almas... Tu querias viver e que nada te acontecesse; mas Deus quis outra coisa... Existem duas vontades: a tua vontade deve ser corrigida para se identificar com a vontade de Deus, e não torcida a de Deus para se acomodar à tua.

Com alegria, tenho visto muitas almas que jogaram a vida – como Tu, Senhor, "usque ad mortem"! – para cumprir o que a vontade de Deus lhes pedia, dedicando os seus esforços e o seu trabalho profissional ao serviço da Igreja, pelo bem de todos os homens.

Aprendamos a obedecer, aprendamos a servir. Não há maior fidalguia do que entregar-se voluntariamente ao serviço dos outros. Quando sentimos o orgulho que referve dentro de nós, a soberba que nos leva a pensar que somos super-homens, é o momento de dizer que não, de dizer que o nosso único triunfo há-de ser o da humildade. Assim nos identificaremos com Cristo na Cruz, não aborrecidos ou inquietos, nem com mau humor, mas alegres, porque essa alegria, o esquecimento de nós mesmos, é a melhor prova de amor.


(Cristo que passa, 19 – S. Josemaría Escrivá de Balaguer)

domingo, 28 de dezembro de 2008

O Espírito e a Igreja - Editorial

Foi uma longa reflexão sobre a fé cristã isto é, sobre a presença do Espírito de Deus e a responsabilidade da Igreja o discurso de Bento XVI para os bons votos à Cúria romana. Precisamente o habitual encontro com os seus colaboradores mais próximos permitiu que o Papa reflectisse sobre o ano que está para terminar. Contudo, as palavras do Bispo de Roma não foram de circunstância, mas um verdadeiro contributo para a reflexão, que deve ser considerado se se quiser deveras compreender as intenções de Bento XVI e da sua Igreja, talvez até para a criticar.

Todavia, isto não acontece sempre: aliás, com frequência não há vontade alguma de compreensão e prefere-se aproveitar a ocasião para polémicas tão ásperas como preconceituosas, mas sobretudo, sem fundamento real. O que deseja a Igreja? Simplesmente o que sempre procurou este é o sentido da tradição e da sua continuidade, desde a presença do apóstolo Paulo até aos ensinamentos dos Papas mais recentes ou seja, permitir, naturalmente com as suas imperfeições humanas, que a graça de Deus "se torne cada vez mais visível".

Por isso o Bispo de Roma fala e viaja, a Santa Sé e a Igreja intervêm de diversos modos como "força espiritual" que indica o caminho. Sem querer impor algo, mas propondo e reflectindo. E é singular que uma instituição, em geral apontada como máquina de poder obscurantista e cruel, seja acusada frequentemente como acontece sobre as questões da origem e do fim da vida, desde as manipulações genéticas até aos sinais da morte de ser dogmática justamente no momento em que propõe debater.

Bento XVI recordou as suas viagens, a Jornada Mundial da Juventude e o Sínodo sobre a Palavra de Deus: episódios diferentes mas ligados entre si pelo facto de que a Igreja vive também hoje a presença do Espírito, como no Pentecostes de há quase vinte séculos. Deus fala e está presente também hoje e a Igreja quer escutá-lo e convidar cada ser humano a escutá-lo, ou pelo menos a considerá-lo. Mas a fé fundada na encarnação do Filho de Deus tem necessidade de ver e de tocar. Eis então o verdadeiro sentido do Dia de Sidney: não foi um festival de rock ao redor de um Papa protagonista como o apresentam inclusive algumas "vozes católicas", mas uma celebração longamente preparada e que está destinada a continuar; definitivamente é um evento no qual se considera de maneira séria a questão de Deus e a presença do Espírito criador. E o abrir-se a Deus ou pelo menos à sua possibilidade, mas uma possibilidade que não é insensata tem consequências: sobre a atitude em relação à criação e a uma matéria "estruturada de modo inteligente" e sobre a necessidade de uma "ecologia do homem". Ela não deriva de uma "metafísica superada", afirmou com exactidão Bento XVI, que explicou mais uma vez o modo como ela provém de uma escuta da "linguagem da criação". Na rejeição da ideologia do gender, que nega o ser humano como homem e mulher, e portanto nega a sexualidade. Sim, o Espírito de Deus entrou na história e oferece a sua alegria. Compete a cada ser humano prestar atenção a isto.


Giovanni Maria Vian (Director)

Bento XVI - “A família é certamente uma graça de Deus, que deixa transparecer aquilo que Ele próprio é: Amor”

A família de Jesus, modelo para todas as famílias cristãs é modelo de amor conjugal, de colaboração, de sacrifício, de confiança na Providencia Divina, de laboriosidade e solidariedade; por outras palavras -comenta Bento XVI.- de todos aqueles valores que a família guarda e promove, contribuindo de maneira primária a formar o tecido de cada sociedade.

Foi o que afirmou o Santo Padre neste Domingo antes da recitação do Angelus e antes de dirigir a sua saudação aos participantes na jornada da família, organizada em Madrid pela Igreja espanhola.

A família é certamente uma graça de Deus, que deixa transparecer aquilo que Ele próprio é: Amor. Um amor plenamente gratuito, que sustenta a fidelidade sem limites, até mesmo nos momentos de dificuldade e de abatimento. Estas qualidades encontram-se de maneira eminente na Sagrada Família, na qual Jesus veio ao mundo e cresceu cheio de sabedoria, com os cuidados cheios de desvelo de Maria e a custódia fiel de São José.

Queridas famílias, não deixeis que o amor, a abertura á vida e aos laços incomparáveis que unem o vosso lar se enfraqueçam. Pedi – o constantemente ao Senhor, rezai unidos, para que os vossos propósitos sejam iluminados pela fé e corroborados pela graça divina no caminho para a santidade. Desta maneira, com a alegria vosso partilhar tudo no amor, dareis ao mundo um lindo testemunho de quanto é importante a família para a pessoa humana e para a sociedade. O Papa está ao vosso lado, rezando especialmente por todos aqueles que em cada família têm maiores necessidades de saúde, trabalho, conforto e companhia.

Bento XVI recordou depois que de 14 a 18 de Janeiro de 2009 terá lugar em Cidade do México o VI encontro mundial das famílias. E pediu orações por este importante acontecimento eclesial, confiando ao Senhor cada família, especialmente aquelas mais provadas pelas dificuldades da vida e da chaga da incompreensão e da divisão..O Redentor, nascido em Belém conceda a todos a serenidade e a força de caminhar unidos no caminho do bem. O Papa manifestou preocupação pelo aumento das formas de trabalho precário e fez um apelo para que as condições de trabalho sejam sempre dignas para todos.

Bento XVI salientou-o recordando como na noite de Natal de 1968 o Papa Paulo VI celebrou a Missa no estabelecimento siderúrgico Ilva de Taranto no sul da Itália onde hoje o bispo diocesano comemora aquele acontecimento.Ocorre também neste dia 28 o centenário do trágico terramoto que atingiu Messina na Itália meridional, destruindo-a quase inteiramente e ceifando milhares de vítimas.

Os habitantes da cidade não se deixaram abater e sustentados por uma extraordinária solidariedade levantaram-se outra vez.
A cem anos de distância Bento XVI quis enviar aos habitantes de Messina um pensamento afectuoso com os votos de que nos seus corações arda sempre a esperança cristã.

(Fonte: site Radio Vaticana, foto site ABC)

Missa da Família - Madrid, Festa da Sagrada Família


Família - Intervenção de D. Javier Echevaría em 2007 (espanhol)

Madrid – Missa das Famílias, esperados um milhão de fiéis

O Arcebispado de Madrid e diversos Movimentos da Igreja organizadores da Missa das Famílias, que se celebra hoje na capital espanhola na Plaza de Colón tendo como tema de fundo “A Família, graça de Deus” estimam uma participação próxima de um milhão de fiéis, pese as más condições atmosféricas em toda a Espanha e que dificultarão o acesso à cidade aos participantes que virão de outras regiões.

Juntos ao Cardeal Arcebispo de Madrid, Mons. Antonio Rouco Varela, e seus auxiliares, já confirmaram a sua presença cinco Arcebispos e vinte e dois Bispos oriundos de toda a Espanha.

Às 12h00 locais está prevista uma ligação directa via satélite à Praça de S. Pedro em Roma, para ver e escutar o Santo Padre e rezar o Angelus.

Durante o dia esperamos poder oferecer neste blogue fotografias relativas a esta importantíssima celebração litúrgica no dia da Festa da Sagrada Família.

(JPR)

Sagrada Família - Mensagem de Fé

A mensagem que vem da Sagrada Família é, antes de tudo, uma mensagem de fé: a casa de Nazaré é aquela onde Deus está verdadeiramente no centro. Para Maria e José esta opção de fé concretiza-se no serviço ao Filho de Deus que lhes foi confiado, mas exprime-se também no seu amor recíproco, rico de ternura espiritual e de fidelidade.

Eles, com a sua vida, ensinam que o matrimónio é uma aliança entre o homem e a mulher, aliança que empenha na fidelidade recíproca e se apoia na comum entrega a Deus. Aliança tão nobre, profunda e definitiva, que constitui para os crentes o sacramento do amor de Cristo e da Igreja. A fidelidade dos cônjuges, por sua vez, põe-se como rocha sólida sobre a qual se apoia a confiança dos filhos.

Quando pais e filhos respiram juntos este clima de fé, dispõem duma energia que lhes permite enfrentar provas mesmo difíceis, como mostra a experiência da Sagrada Família.

(Angelus 29-XII-1996 - João Paulo II)

Fuga para o Egipto

Enquanto a Sagrada Família descansa, aparece o Anjo a José, para que fujam para o Egipto. Maria e José pegam no Menino e empreendem a caminhada sem demora. Não se revoltam, não se desculpam, não esperam que a noite termine...
Diz à Nossa Mãe Santa Maria e ao Nosso Pai e Senhor São José que desejamos amar e aceitar prontamente toda a penitência passiva.
(Sulco 999 - S. Josemaría Escrivá de Balaguer)

Sagrada Família - Michelangelo


Mozart Gran Misa en do m. -11. Sanctus (Bernstein)



Último concerto dirigido por Leonard Bernstein em Abril de 1990, W. A. Mozart eleva-nos até muito próximo do Senhor no Seu Reino e Bernstein, de origem judaica, e todos os músicos e intérpretes, pela excepcional qualidade da sua interpretação, ajudam-nos a aproximar do Paraíso.

Este concerto está subdividido em 11 vídeos, publicá-los-emos à cadência de um por Domingo em louvor do Senhor e para nosso gáudio e elevação espiritual.

Pois é, que pena este ser o último vídeo ;-(

Votos de um Bom Domingo do Senhor!

sábado, 27 de dezembro de 2008

O Evangelho de Domingo dia 28 de Dezembro – Festa da Sagrada Família


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas – Lucas 2,22-40

Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor, como está escrito na Lei do Senhor:
«Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor», e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei do Senhor.

Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele.

O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor; e veio ao templo, movido pelo Espírito.

Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito, Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando:
«Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos: luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo».

O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d’Ele se dizia.

Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe:
«Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; - e uma espada trespassará a tua alma - assim se revelarão os pensamentos de todos os corações».

Havia também uma profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser.

Era de idade muito avançada e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até aos oitenta e quatro.

Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações.

Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.

Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré.

Entretanto, o Menino cresci e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria.

E a graça de Deus estava com Ele.

S. João Apóstolo e Evangelista

São João nasceu na Galileia, filho de Zebedeu e Salomé, era o irmão mais novo de Tiago, o Maior. Os dois irmãos viviam da pesca quando foram chamados por Jesus.

João seria o discípulo amado do Senhor e escreveu além do Sagrado Evangelho, o quarto, o não sinóptico, o Apocalipse também chamado Livro das Revelações, o último das Sagradas Escrituras e o único de carácter profético, quando estava em exílio na ilha de Patmos perto da costa da Turquia. Este livro é uma soberba conclusão das mesmas. Nele encontra-se um certo paralelismo com o livro do Génesis que nos apresento o início mediante a acção criadora de Deus e o Livro das Revelações fala-nos da nova criação bem como do encorajamento pela espera da Parusía, e o ingresso na Jerusalém Celeste.


(JPR)

A alegria

«O verdadeiro presente de Natal é a alegria, e não as prendas caras que exigem tempo e dinheiro. Nós podemos transmitir esta alegria de modo simples: com um sorriso, com um gesto bom, com uma pequena ajuda, com um perdão. Levemos esta alegria, e o júbilo distribuído voltará para nós. Em particular, procuremos transmitir a alegria mais profunda, a de ter conhecido Deus em Cristo. Oremos para que na nossa vida transpareça esta presença da alegria libertadora de Deus.»

(Bento XVI - Homilia em 18.12.2005)

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Bento XVI – “Os cristãos não respondam ao mal com o mal mas com a força da verdade e do amor”

Na luz espiritual do Natal neste dia 26 festa de Santo Estêvão, feriado na Itália, Bento XVI, indicou como modelo a todos os cristãos o primeiro mártir da Igreja, Estêvão um jovem cheio de fé e de Espírito Santo como no-lo descrevem os Actos dos Apóstolos, o qual, juntamente com outros seis foi ordenado diácono na primeira comunidade de Jerusalém e que por causa da sua pregação ardente e corajosa foi preso e lapidado. E com ele também Paulo, que um pormenor liga inseparavelmente ao drama daquele primeiro martírio, e é a nota que as testemunhas depositaram os seus mantos aos pés de um jovem, chamado Saulo. Aqui aparece pela primeira vez – salientou o Papa – São Paulo, com o seu nome judaico de Saulo, na veste de zeloso perseguidor da Igreja, aquilo que então era por ele sentido como um dever e um motivo de orgulho.

Nas palavras proferidas hoje ao meio dia o Santo Padre recordou depois quanto o martírio de Estêvão tocou o futuro Apostolo dos Gentios, tanto que a posteriori se poderá dizer que precisamente o testemunho de Estêvão foi decisivo para a sua conversão. De facto foi pouco tempo depois do martírio de Estêvão que Saulo, sempre levado pelo zelo contra os cristãos, se deslocou a Damasco para prender aqueles que ali teria encontrado. E quando se aproximava da cidade aconteceu a sua fulguração, aquela experiência singular na qual Jesus ressuscitado lhe apareceu, lhe falou e lhe mudou a vida. Quando Saulo, que caíra por terra , ouviu chamar o seu nome por uma voz misteriosa e perguntou: Quem sois Senhor, ouviu a resposta: Eu sou Jesus que tu persegues. Saulo perseguia a Igreja e tinha colaborado também na lapidação de Estêvão: tinha-o visto morrer apedrejado e sobretudo tinha visto a maneira como Estêvão morrera: em tudo como Cristo, isto é rezando e perdoando aqueles que o mataram.

A concluir Bento XVI salientou que em Santo Estêvão vemos realizar-se os primeiros frutos da salvação que o Natal de Cristo trouxe á humanidade: a vitoria da vida sobre a morte, do amor sobre o ódio, da luz da verdade sobre as trevas da mentira.

Louvemos a Deus porque esta vitoria permite também hoje que tantos cristãos não respondam ao mal com o mal, mas com a força da verdade e do amor.

-Depois da recitação do Angelus o Santo Padre quis salientar que nesta atmosfera natalícia se adverte mais forte a preocupação por todos aqueles que se encontram em situações de sofrimento e de grave dificuldade.“ O meu pensamento vai entre outros ás duas consagradas italianas: Maria Tresa Olivero e Catarina Giraudo, pertencentes ao Movimento contemplativo missionário “Padre de Foucauld, sequestradas, há mais de um mês e meio, juntamente com um grupo de seus colaboradores locais, na aldeia de El Waq a norte do Quénia. Desejaria que neste momento sentissem a solidariedade do Papa e da Igreja inteira. O Senhor que nascendo veio trazer-nos o dom do seu amor, toque os corações dos raptores e permita quanto antes que estas nossas irmãs sejam libertadas para poderem retomar o seu serviço desinteressado aos irmãos mais pobres. Por isso, queridos irmãos e irmãs, convido-vos a rezar, sem esquecer os numerosos sequestros de pessoas noutras partes do mundo, dos quais nem sempre se possuem noticias claras: penso nas pessoas sequestradas, tanto por motivos políticos como por outros motivos na América Latina, no Médio Oriente, na África. A nossa oração solidária seja neste momento para eles todos de ajuda intima e espiritual.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Santo Estêvão – Primeiro Mártir

Santo Estêvão, protomártir da fé Cristã, e um dos mais reverenciados de todos os mártires. Estefan é um nome obviamente grego e tem sido postulado que ele era um Helenita, significando os judeus que nasceram em uma terra distante de Palestina e que falavam grego como sua língua nativa. Contra esta teoria, temos a tradição que começou no século 5° que Santo Estêvão era um nome equivalente do Aramaico "Kelil", talvez o nome original de São Estêvão, o qual foi escrito na sua tumba encontrada em 415. Que Santo Estêvão teria origem judaica ficou mais patente ainda na lista dos decanos nos "Actos dos Apóstolos"(6:5) onde lista apenas Nicolau como sendo da Antioquia, o que significaria que os demais diáconos seriam judeus.


Virtualmente nada se conhece de sua vida antes de ser convertido. A primeira menção a ele de fato ocorre nos Actos (6:5) quando ele é escolhido para ser um dos sete diáconos dos Apóstolos e tem a missão de trabalhar com os pobres. Santo Estêvão foca a sua atenção nos convertidos Helenistas e dá uma prova de grande pregador, com o dom de descrever o poder da graça e o poder de fazer milagres.

Seu martírio foi contado nos Actos (6-7) e ocorreu porque ele acabou tendo uma posição proeminente como pregador e trouxe a inimizade de um grupo de judeus em Jerusalém. Levado a presença de Sanhedrin ele defendeu-se com paixão e eloquência (Actos 7:2-53) mas não fez nada para suavizar a ira dos seu inimigos. Foi arrastado para fora da cidade e apedrejado até a morte de acordo com a Lei Moisaica.

Os seu executores colocaram suas mantas sob a guarda de Saul de Tarso (futuro São Paulo) que estaria "consentindo na sua morte (8-2)".

As últimas palavras de Santo Estêvão terão sido:"Senhor não lhes imputeis este pecado".

Pedindo ainda perdão para seus atacantes, ele foi enterrado como um homem devoto e sua morte teria sido muito lamentada. O seu túmulo foi esquecida até ser descoberta por Lucian tendo uma Igreja sido construída em sua honra perto em Damasco, pela imperatriz Eudoxia (455-460).

Serão todas as religiões verdadeiras?

O seu modo de argumentar parecia ter uma certa lógica. «Eu sou daqueles que pensam que todas as religiões são verdadeiras. Pondo de parte algumas degenerações fanáticas, todas levam o homem a fazer o bem, promovem sentimentos positivos e satisfazem a necessidade de transcendência que temos dentro de nós. No fundo, acaba por ser a mesma coisa escolher uma religião ou outra. Viva a liberdade! Quem sou eu para impor a minha religião aos outros?

«Que cada um escolha a sua própria religião. Que cada um escolha aquela que melhor se adapta ao seu modo de ser. Esta é a minha opinião e não acredito que esteja errada. Sobretudo, acho que é a única que pode ser considerada verdadeiramente tolerante. Quem acredita que a sua religião é a verdadeira acaba por ser um bocado fanático. E com pessoas fanáticas não é possível dialogar».

É verdade que todas as religiões, se o são de verdade, possuem algo de positivo. No entanto, isso não é a mesma coisa que afirmar que todas as religiões são verdadeiras. Não é sério dizer que podem ser verdadeiras ao mesmo tempo religiões que afirmam coisas diferentes e contraditórias. Assim como não é sério dizer que dois mais dois são aquilo que mais estiver de acordo com os sentimentos de cada um. A resposta é só uma. Não somos nós que a inventamos. A nós compete-nos somente descobri-la.

Se só existe um Deus, não pode haver mais do que uma verdade sobre Ele. E a descoberta do caminho para chegar a Deus é a mais importante da nossa vida. Dela depende a nossa eternidade. Viver de acordo com uma religião não é algo que esteja ao mesmo nível de escolher um produto num supermercado. Não tem a mesma importância que a selecção da cor de um automóvel que pretendemos comprar.

Uma pessoa não vive de acordo com uma religião porque isso lhe dê uma satisfação maior. Porque a faça sentir-se em harmonia com o universo. Nem porque lhe permita emitir suspiros mais ou menos celestiais. Uma pessoa vive de acordo com uma religião porque acredita que é o seu caminho para chegar a Deus. O seu caminho para que a sua vida tenha sentido. Para que a sua vida não termine no cemitério. Pelo contrário, para todos aqueles que se contentam com ficar por lá, não é necessária a procura de nenhuma religião. Nem é necessário ter a “dor de cabeça” de tentar encontrar a verdadeira.

Para os cristãos esse único caminho para chegar a Deus tem um nome: Jesus Cristo. Ele não é somente um homem especial. É Deus feito homem. Deus que se fez homem e morreu na Cruz para nos salvar. Não foram os cristãos que inventaram a Cruz por ela estar mais de acordo com os seus sentimentos. Foi Deus que escolheu esse modo concreto de nos salvar. Um modo que revela o seu infinito amor por nós e nos pede uma resposta.


Pe. Rodrigo Lynce de Faria

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

MENSAGEM URBI ET ORBI DE SUA SANTIDADE BENTO XVI


«Apparuit gratia Dei Salvatoris nostri omnibus hominibus» (Tt 2, 11).

Amados irmãos e irmãs, com as palavras do apóstolo Paulo renovo o jubiloso anúncio do Natal de Cristo: sim, hoje, «manifestou-se a todos os homens a graça de Deus, nosso Salvador»!

Manifestou-se! Isto é o que a Igreja hoje celebra. A graça de Deus, rica em bondade e ternura, já não está escondida, mas «manifestou-se», manifestou-se na carne, mostrou o seu rosto. Onde? Em Belém. Quando? Sob César Augusto, durante o primeiro recenseamento a que alude também o evangelista Lucas. E quem é o revelador? Um recém-nascido, o Filho da Virgem Maria. N’Ele manifestou-se a graça de Deus, Salvador nosso. Por isso, aquele Menino chama-Se Jehoshua, Jesus, que significa «Deus salva».

A graça de Deus manifestou-se: eis o motivo por que o Natal é festa de luz. Não uma luz total, como aquela que envolve todas as coisas em pleno dia, mas um clarão que se acende na noite e se difunde a partir de um ponto concreto do universo: da gruta de Belém, onde o Deus Menino «veio à luz». Na realidade, é Ele a própria luz que se propaga, como aparece bem representado em muitos quadros da Natividade. Ele é a luz, que, ao manifestar-se, rompe a bruma, dissipa as trevas e nos permite compreender o sentido e o valor da nossa existência e da história. Cada presépio é um convite simples e eloquente a abrir o coração e a mente ao mistério da vida. É um encontro com a Vida imortal, que Se fez mortal na mística cena do Natal; uma cena que podemos admirar também aqui, nesta Praça, tal como em inumeráveis igrejas e capelas do mundo inteiro e em toda a casa onde é adorado o nome de Jesus.

A graça de Deus manifestou-se a todos os homens. Sim, Jesus, o rosto do próprio Deus-que-salva, não Se manifestou somente para poucos, para alguns, mas para todos. É verdade que, no casebre humilde e pobre de Belém, poucas pessoas O encontraram, mas Ele veio para todos: judeus e pagãos, ricos e pobres, de perto e de longe, crentes e não crentes… todos. A graça sobrenatural, por vontade de Deus, destina-se a toda a criatura. Mas é preciso que o ser humano a acolha, pronuncie o seu «sim», como Maria, para o coração seja iluminado por um raio daquela luz divina. Os que acolheram o Verbo encarnado, naquela noite, foram Maria e José, que O esperavam com amor, e os pastores, que vigiavam durante a noite (cf. Lc 2, 1-20). Foi, portanto, uma pequena comunidade que acorreu a adorar Jesus Menino; uma pequena comunidade que representa a Igreja e todos os homens de boa vontade. Também hoje, aqueles que na vida O esperam e procuram, encontram Deus que por amor Se fez nosso irmão; quantos têm o coração voltado para Ele, desejam conhecer o seu rosto e contribuir para instaurar o seu reino. Di-lo-á o próprio Jesus na sua pregação: são os pobres em espírito, os aflitos, os mansos, os famintos de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os obreiros da paz, os perseguidos por causa da justiça (cf. Mt 5, 3-10). Estes reconhecem em Jesus o rosto de Deus e regressam, como os pastores de Belém, renovados no coração pela alegria do seu amor.

Irmãos e irmãs que me escutais, a todos os homens se destina o anúncio de esperança que constitui o coração da mensagem de Natal. Para todos nasceu Jesus e, como em Belém Maria O ofereceu aos pastores, neste dia a Igreja apresenta-O à humanidade inteira, para que toda a pessoa e cada situação humana possa experimentar a força da graça salvadora de Deus, a única que pode transformar o mal em bem, a única que pode mudar o coração do homem e torná-lo um «oásis» de paz.

Possam experimentar a força da graça salvadora de Deus as numerosas populações que vivem ainda nas trevas e nas sombras da morte (cf. Lc 1, 79). Que a Luz divina de Belém se difunde pela Terra Santa, onde o horizonte parece tornar-se a fazer escuro para os israelitas e os palestinianos, difunda-se pelo Líbano, o Iraque e todo o Médio Oriente. Torne fecundos os esforços de quantos não se resignam com a lógica perversa do conflito e da violência e privilegiam pelo contrário o caminho do diálogo e das negociações para se harmonizar as tensões internas nos diversos Países e encontras soluções justas e duradouras para os conflitos que atormentam a região. Por esta Luz que transforma e renova, anelam os habitantes do Zimbabué, em África, oprimidos há demasiado tempo por uma crise política e social que, infelizmente, continua a agravar-se, coma também os homens e as mulheres da República Democrática do Congo, especialmente na martirizada região do Kivu, do Darfour, no Sudão, e da Somália, cujos infindáveis sofrimentos são uma trágica consequência da falta de estabilidade e de paz. Por esta Luz esperam sobretudo as crianças dos países referidos e de todo os outros em dificuldade, a fim de que seja devolvida a esperança ao seu futuro.

Onde a dignidade e os direitos da pessoa humana são espezinhados; onde os egoísmos pessoais ou de grupo prevalecem sobre o bem comum; onde se corre o risco de habituar-se ao ódio fratricida a à exploração do homem pelo homem; onde lutas internas dividem grupos e etnias e dilaceram a convivência; onde o terrorismo continua a percutir; onde falta o necessário para sobreviver; onde se olha com apreensão para um futuro que se vai tornando cada vez mais incerto, mesmo nas Nações do bem-estar: lá resplandeça a Luz do Natal e encoraje todos a fazerem a própria parte, com espírito de autêntica solidariedade. Se cada um pensar só nos próprios interesses, o mundo não poderá senão caminhar para a ruína.

Amados irmãos e irmãs, hoje «manifestou-se a graça de Deus Salvador» (cf. Tt 2, 11), neste nosso mundo, com as suas potencialidades e as suas debilidades, os seus progressos e as suas crises, com as suas esperanças e as suas angústias. Hoje refulge a luz de Jesus Cristo, Filho do Altíssimo e filho da Virgem Maria: «Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro. Por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus». Adoramo-Lo hoje, em cada ângulo da terra, envolvido em faixas e reclinado numa pobre manjedoura. Adoramo-Lo em silêncio enquanto Ele, ainda infante, parece dizer-nos para nossa consolação: não tenhais medo, «Eu sou Deus e não há outro» (Is 45, 22). Vinde a Mim, homens e mulheres, povos e nações. Vinde a Mim, não temais! Vim trazer-vos o amor do Pai, mostrar-vos o caminho da paz.

Vamos, pois, irmãos! Apressemo-nos, como os pastores na noite de Belém. Deus veio ao nosso encontro e mostrou-nos o seu rosto, rico em misericórdia! A sua graça não seja vã para nós! Procuremos Jesus, deixemo-nos atrair pela sua luz, que dissipa a tristeza e o medo do coração do homem; aproximemo-nos com confiança; com humildade, prostremo-nos para O adorar. Feliz Natal para todos!


(Fonte: site Radio Vaticana)

Homilia do Santo Padre na Missa do Galo


«Quem se compara ao Senhor, nosso Deus, que tem o seu trono nas alturas e Se inclina lá do alto a olhar os céus e a terra?» Assim canta Israel num dos seus Salmos (113/112, 5s.), onde exalta simultaneamente a grandeza de Deus e sua benigna proximidade dos homens. Deus habita nas alturas, mas inclina-Se para baixo… Deus é imensamente grande e está incomparavelmente acima de nós. Esta é a primeira experiência do homem. A distância parece infinita. O Criador do universo, Aquele que tudo guia, está muito longe de nós: assim parece ao início. Mas depois vem a experiência surpreendente: Aquele que não é comparável a ninguém, que «está sentado nas alturas», Ele olha para baixo. Inclina-se para baixo. Ele vê-nos a nós, e vê-me a mim. Este olhar de Deus para baixo é mais do que um olhar lá das alturas. O olhar de Deus é um agir. O facto de Ele me ver, me olhar, transforma-me a mim e o mundo ao meu redor. Por isso logo a seguir diz o Salmo: «Levanta o pobre da miséria…» Com o seu olhar para baixo, Ele levanta-me, toma-me benignamente pela mão e ajuda-me, a mim próprio, a subir de baixo para as alturas. «Deus inclina-Se». Esta é uma palavra profética; e, na noite de Belém, adquiriu um significado completamente novo. O inclinar-Se de Deus assumiu um realismo inaudito, antes inimaginável. Ele inclina-Se: desce, Ele mesmo, como criança na miséria do curral, símbolo de toda a necessidade e estado de abandono dos homens. Deus desce realmente. Torna-Se criança, colocando-Se na condição de dependência total, própria de um ser humano recém-nascido. O Criador que tudo sustenta nas suas mãos, de Quem todos nós dependemos, faz-Se pequeno e necessitado do amor humano. Deus está no curral. No Antigo Testamento, o templo era considerado quase como o estrado dos pés de Deus; a arca santa, como o lugar onde Ele estava misteriosamente presente no meio dos homens. Deste modo sabia-se que sobre o templo, escondida, estava a nuvem da glória de Deus. Agora, está sobre o curral. Deus está na nuvem da miséria de uma criança sem lugar na hospedaria: que nuvem impenetrável e, no entanto, nuvem da glória! De facto, de que modo poderia aparecer maior e mais pura a sua predilecção pelo homem, a sua solicitude por ele? A nuvem do encobrimento, da pobreza da criança totalmente necessitada do amor, é ao mesmo tempo a nuvem da glória. É que nada pode ser mais sublime e maior do que o amor que assim se inclina, desce, se torna dependente. A glória do verdadeiro Deus torna-se visível quando se abrem os nossos olhos do coração diante do curral de Belém.

A narração do Natal feita por São Lucas, que acabámos de ouvir no texto evangélico, conta-nos que Deus levantou um pouco o véu do seu encobrimento primeiro diante de pessoas de condição muito humilde, diante de pessoas que habitualmente eram desprezadas na grande sociedade: diante dos pastores que, nos campos ao redor de Belém, guardavam os animais. Lucas diz-nos que estas pessoas «velavam». Nisto podemos ouvir ressoar um motivo central da mensagem de Jesus, na qual volta, repetidamente e com crescente urgência até ao Jardim das Oliveiras, o convite à vigilância, a permanecer acordados para nos darmos conta da vinda do Senhor e estarmos preparados para ela. Por isso, também aqui talvez a palavra signifique algo mais do que o simples estar externamente acordados durante as horas nocturnas. Eram pessoas verdadeiramente vigilantes, nas quais estava vivo o sentido de Deus e da sua proximidade; pessoas que estavam à espera de Deus e não se resignavam com o aparente afastamento d’Ele na vida de cada dia. A um coração vigilante pode ser dirigida a mensagem da grande alegria: esta noite nasceu para vós o Salvador. Só o coração vigilante é capaz de crer na mensagem. Só o coração vigilante pode incutir a coragem de pôr-se a caminho para encontrar Deus nas condições de uma criança no curral. Peçamos ao Senhor para que nos ajude, a nós também, a tornarmo-nos pessoas vigilantes.

São Lucas narra-nos ainda que os próprios pastores ficaram «envolvidos» pela glória de Deus, pela nuvem de luz, encontravam-se dentro do resplendor desta glória. Envolvidos pela nuvem santa ouvem o cântico de louvor dos anjos: «Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens por Ele amados». E quem são estes homens por Ele amados senão os pequenos, os vigilantes, aqueles que estão à espera, esperam na bondade de Deus e procuram-No olhando para Ele de longe?
Nos Padres da Igreja, é possível encontrar um comentário surpreendente ao cântico com que os anjos saúdam o Redentor. Até àquele momento – dizem os Padres – os anjos tinham conhecido Deus na grandeza do universo, na lógica e na beleza do cosmos que provêm d’Ele e O reflectem. Tinham acolhido por assim dizer o cântico de louvor mudo da criação e tinham-no transformado em música do céu. Mas agora acontecera um facto novo, até mesmo assombroso para eles. Aquele de quem fala o universo, o próprio Deus que tudo sustenta e traz na sua mão, Ele mesmo entrara na história dos homens, tornara-Se um que age e sofre na história. Do jubiloso assombro suscitado por este facto inconcebível, por esta segunda e nova maneira em que Deus Se manifestara – dizem os Padres – nasceu um cântico novo, tendo o Evangelho de Natal conservado uma estrofe para nós: «Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens». Talvez se possa dizer, segundo a estrutura da poesia hebraica, que este versículo nas suas duas frases diz fundamentalmente a mesma coisa, mas duma perspectiva diversa. A glória de Deus está no alto dos céus, mas esta sublimidade de Deus encontra-se agora no curral, aquilo que era humilde tornou-se sublime. A sua glória está sobre a terra, é a glória da humildade e do amor. Mais ainda: a glória de Deus é a paz. Onde está Ele, lá está a paz. Ele está lá onde os homens não querem fazer, de modo autónomo, da terra o paraíso, servindo-se para tal fim da violência. Ele está com as pessoas de coração vigilante; com os humildes e com aqueles que correspondem à sua elevação, à elevação da humildade e do amor. A estes dá a sua paz, para que, por meio deles, entre a paz neste mundo.

O teólogo medieval Guilherme de S. Thierry disse uma vez: Deus viu, a partir de Adão, que a sua grandeza suscitava no homem resistência; que o homem se sente limitado no ser ele próprio e ameaçado na sua liberdade. Portanto Deus escolheu um caminho novo. Tornou-Se um Menino. Tornou-Se dependente e frágil, necessitado do nosso amor. Agora – diz-nos aquele Deus que Se fez Menino – já não podeis ter medo de Mim, agora podeis apenas amar-Me.

É com tais pensamentos que, esta noite, nos aproximamos do Menino de Belém, daquele Deus que por nós quis fazer-Se criança. Em cada criança, há o revérbero do Menino de Belém. Cada criança pede o nosso amor. Pensemos, pois, nesta noite de modo particular também naquelas crianças às quais é recusado o amor dos pais; nos meninos da rua que não têm o dom de um lar doméstico; nas crianças que são brutalmente usadas como soldados e feitas instrumentos da violência, em vez de poderem ser portadores da reconciliação e da paz; nas crianças que, através da indústria da pornografia e de todas as outras formas abomináveis de abuso, são feridas até ao fundo da sua alma. O Menino de Belém é um renovado apelo que nos é dirigido para fazermos tudo o que for possível a fim de que acabe a tribulação destas crianças; para fazermos tudo o que for possível a fim de que a luz de Belém toque os corações dos homens. Somente através da conversão dos corações, somente através de uma mudança no íntimo do homem se pode superar a causa de todo este mal, pode ser vencido o poder do maligno. Somente se mudarem os homens é que muda o mundo e, para os homens mudarem, precisam da luz que vem de Deus, daquela luz que de modo tão inesperado entrou na nossa noite.

E falando do Menino de Belém, pensemos também na localidade que responde ao nome de Belém; pensemos naquela terra onde Jesus viveu e que Ele amou profundamente. E peçamos para que lá se crie a paz. Que cessem o ódio e a violência. Que desperte a compreensão recíproca, se realize uma abertura dos corações que abra as fronteiras. Que desça a paz que os anjos cantaram naquela noite.

No Salmo 96/95, Israel e, com ele, a Igreja louvam a grandeza de Deus que se manifesta na criação. Todas as criatura são chamadas a aderir a este cântico de louvor, encontrando-se lá também este convite: «Alegrem-se as árvores da floresta, diante do Senhor que vem» (12s.). A Igreja lê este Salmo também como um profecia e simultaneamente uma missão. A vinda de Deus a Belém foi silenciosa. Somente os pastores que velavam foram por uns momentos envolvidos no esplendor luminoso da sua chegada e puderam ouvir uma parte daquele cântico novo que brotara da maravilha e da alegria dos anjos pela vinda de Deus. Esta vinda silenciosa da glória de Deus continua através dos séculos. Onde há fé, onde a sua palavra é anunciada e escutada, Deus reúne os homens e dá-Se-lhes no seu Corpo, transforma-os no seu Corpo. Ele «vem». E assim desperta o coração dos homens. O cântico novo dos anjos torna-se cântico dos homens que, ao longo de todos os séculos, de forma sempre nova cantam a vinda de Deus como Menino e, a partir do seu íntimo, tornam-se felizes. E as árvores da floresta vão até Ele e exultam. A árvore na Praça de São Pedro fala d’Ele, quer transmitir o seu esplendor e dizer: Sim, Ele veio e as árvores da floresta aclamam-No. As árvores nas cidades e nas casas deveriam ser algo mais do que um costume natalício: indicam Aquele que é a razão da nossa alegria – o próprio Deus que por nós Se fez menino. O cântico de louvor, no mais fundo, fala enfim d’Aquele que é a própria árvore da vida reencontrada. Pela fé n’Ele, recebemos a vida. No sacramento da Eucaristia, dá-Se a nós: dá uma vida que chega até à eternidade. Nesta hora, juntamo-nos ao cântico de louvor da criação e o nosso louvor é ao mesmo tempo uma oração: Sim, Senhor, fazei-nos ver algo do esplendor da vossa glória. E dai a paz à terra. Tornai-nos homens e mulheres da vossa paz. Amen.

(Fonte: site Radio Vaticana)

O Evangelho do Natal do Senhor

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João – Jo 1,1-18

No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus.
No princípio, Ele estava com Deus.
Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito.
N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens.
A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam.
Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João.
Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele.
Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem.
Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu.
Veio para o que era seu e os seus não O receberam.
Mas, àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós.
Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade.
João dá testemunho d’Ele, exclamando:
«Era deste que eu dizia:
‘O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim’».
Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça.
Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.
A Deus, nunca ninguém O viu.
O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer.

São Josemaría e o Natal

Kiri Te Kanawa canta "The Most Wonderful Birthday of All"

Adoração do Menino


Fra Filippo Lippi - Gemaldegelrie - Berlim

Feliz Natal de H2Onews


Imagens da tradicional Exposição de Presépios, mais de 200 de todo o mundo, na "Piazza del Popolo", de Roma.

Natal

«Hoje a Virgem dá à luz o Eternoe a terra oferece uma gruta ao Inacessível.
Cantam-n'O os anjos e os pastores,e com a estrela os magos põem-se a caminho, porque Tu nasceste para nós,pequeno Infante. Deus eterno!»

(Kontakion, 10, In diem Nativitatis Christi – São Romano o Melódio)


«Oh admirável permuta! O Criador do género humano, tomando corpo e alma, dignou-Se nascer duma Virgem; e, feito homem sem progenitor humano, tornou-nos participantes da sua divindade!»

(Solenidade de Santa Mara Mãe de Deus, 1ª Antífona das I e II Vésperas: Liturgia Horarum)

Natal - Interpretação cénica e vocal pelo Coro dos Meninos de Viena

Parabéns a Você...

















(JPR)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

É Natal - Adélia Pedrosa

Natal é alegria


Imagem copiada do Cartão de Natal do Sac. Luis de Moya

Mensagem de Natal do Bispo de Beja - 2008

Tenho o grato privilégio de conhecer D. António Vitalino Dantas pessoalmente e permito-me dizer que a sua simplicidade irradia amor ao próximo.

(JPR)

Importante documento da CEI - Conf. Episcopal Italiana - "La Chiesa italiana per combattere la povertà"

Aos que dominarem a língua recomendo uma espreitadela em

http://www.chiesacattolica.it/pls/cci_new/bd_home_cci.vis?id_n=1887


(JPR)

A Boa Nova

Com David Mourão Ferreira apetece anunciar:

“Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
Num sótão, num porão, numa cave inundada(…)
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
Numa casa (qualquer) ontem bombardeada”

Mas, enganou-se o poeta. Não é verdade que seja Ele que vai nascer.

E essa não é sequer uma má notícia. O que os cristãos têm hoje para gritar ao mundo é que Ele já nasceu. Em concreto, em carne e osso, há mais de dois mil anos.

Não, para lançar em nós a “suspeita que existe” mas como garantia máxima dessa certeza. E esta é a boa notícia. Tão boa que chegou a toda a terra em forma de Boa Nova.

Fora hoje e o presépio provavelmente não teria reis.

Onde estariam, de Oriente a Ocidente, os três poderosos capazes de correr a dobrar os joelhos reconhecendo a existência de Deus num cúmulo de atenções ao mais pobre dos pobres?

Mas num ponto contudo tem razão o poeta:

Virá para nos pedir contas do nosso tempo. Do nosso olhar ao Outro. Àquele onde se fará nascer de novo… esta noite, à meia-noite em ponto!

Graça Franco

(Fonte: site RR)

O Presépio dos funcionários de limpeza "almeidas" de Roma



Os nossos irmãos brasileiros chamam-lhes "garis"

O Evangelho do Natal do Senhor – Missa da meia-noite

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas – Lc 2,1-14

Naqueles dias, saiu um decreto de César Augusto, para ser recenseada toda a terra.
Este primeiro recenseamento efectuou-se quando Quirino era governador da Síria.
Todos se foram recensear, cada um à sua cidade.
José subiu também da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de David, chamada Belém, por ser da casa e da descendência de David, a fim de se recensear com Maria, sua esposa, que estava para ser mãe.
Enquanto ali se encontravam, chegou o dia de ela dar à luz e teve o seu Filho primogénito.
Envolveu-O em panos e deitou-O numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.
Havia naquela região uns pastores que viviam nos campos e guardavam de noite os rebanhos.
O Anjo do Senhor aproximou-se deles e a glória do Senhor cercou-os de luz; e eles tiveram grande medo.
Disse-lhes o Anjo: «Não temais, porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor.
Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura».
Imediatamente juntou-se ao Anjo uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus, dizendo:
«Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados».

Textos de S. Josemaría Escrivá sobre o Natal

Quando chega o Natal, gosto de contemplar as imagens do Menino Jesus. Essas figuras que nos mostram o Senhor tão apoucado, recordam-me que Deus nos chama, que o Omnipotente Se quis apresentar desvalido, quis necessitar dos homens. Do berço de Belém, Cristo diz-me a mim e diz-te a ti que precisa de nós; reclama de nós uma vida cristã sem hesitações, uma vida de entrega, de trabalho, de alegria.

Não conseguiremos jamais o verdadeiro bom humor se não imitarmos deveras Jesus, se não formos humildes como Ele. Insistirei de novo: vedes onde se oculta a grandeza de Deus? Num presépio, nuns paninhos, numa gruta. A eficácia redentora das nossas vidas só se pode dar com humildade, deixando de pensar em nós mesmos e sentindo a responsabilidade de ajudar os outros. É corrente, às vezes até entre almas boas, criar conflitos íntimos, que chegam a produzir sérias preocupações, mas que carecem de qualquer base objectiva. A sua origem está na falta de conhecimento próprio, que conduz à soberba: o desejo de se tornarem o centro da atenção e da estima de todos, a preocupação de não ficarem mal, de não se resignarem a fazer o bem e desaparecerem, a ânsia da segurança pessoal... E assim, muitas almas que poderiam gozar de uma paz extraordinária, que poderiam saborear um imenso júbilo, por orgulho e presunção tornam-se desgraçadas e infecundas!

Cristo foi humilde de coração. Ao longo da Sua vida, não quis para Si nenhuma coisa especial, nenhum privilégio. Começa por estar nove meses no seio de Sua Mãe, como qualquer outro homem, com extrema naturalidade. Sabia o Senhor de sobra que a Humanidade padecia de uma urgente necessidade d’Ele. Tinha, portanto, fome de vir à terra para salvar todas as almas; mas não precipita o tempo; vem na Sua hora, como chegam ao mundo os outros homens. Desde a concepção ao nascimento, ninguém, salvo S. José e Santa Isabel, adverte esta maravilha: Deus veio habitar entre os homens!

O Natal também está rodeado de uma simplicidade admirável: o Senhor vem sem aparato, desconhecido de todos. Na Terra, só Maria e José participam na divina aventura. Depois, os pastores, avisados pelos Anjos. E mais tarde os sábios do Oriente. Assim acontece o facto transcendente que une o Céu à Terra, Deus ao homem!

Como é possível tanta dureza de coração que cheguemos a acostumar-nos a estes episódios? Deus humilha-Se para que possamos aproximar-nos d’Ele, para que possamos corresponder ao seu Amor com o nosso amor, para que a nossa liberdade se renda, não só ante o espectáculo do Seu poder, como também ante a maravilha da Sua humildade.

Grandeza de um Menino que é Deus! O Seu Pai é o Deus que fez os Céus e a Terra, e Ele ali está, num presépio, quia non erat eis locus in diversorio, porque não havia outro sítio na Terra para o dono de toda a Criação!

Cristo que passa, 18


Nosso Senhor dirige-se a todos os homens, para que venham ao seu encontro, para que sejam santos. Não chama só os Reis Magos, que eram sábios e poderosos; antes disso tinha enviado aos pastores de Belém, não simplesmente uma estrela, mas um dos seus anjos. Mas tanto uns como outros – os pobres e os ricos, os sábios e os menos sábios – têm de fomentar na sua alma a disposição de humildade que permite ouvir a voz de Deus.

Cristo que passa, 33


"Hoje brilhará sobre nós a luz, porque nos nasceu o Senhor!" Eis a grande novidade que comove os cristãos e que, através deles, se dirige à Humanidade inteira. Deus está aqui! Esta verdade deve encher as nossas vidas. Cada Natal deve ser para nós um novo encontro especial com Deus, deixando que a Sua luz e a Sua graça entrem até ao fundo da nossa alma.

Cristo que passa, 12


Foto: Detalhe Retábulo Oratório Colégio Salcantay - Lima / Peru


(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/index.php?id_cat=1001&id_scat=789 )

Kiri Te Kanawa canta “O, Holy Night”

«Naquele dia, …

… sairá um ramo do tronco de Jessé

e um rebento brotará das suas raízes.


Sobre ele repousará o Espírito do Senhor:

espírito de sabedoria e de entendimento,

espírito de conselho e de fortaleza,

espírito de conhecimento e de temor do Senhor».


(Isaías 11, 1-2)

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Anjo do Menino Jesus - Madre Kelly Patrícia

Poema de Santa Teresa do Menino Jesus

O aborto e a banalização da vida


O ambiente de banalização da vida humana e as dificuldades em proteger a vida do nascituro foram os temas da primeira “Jornada sobre Aborto e Constituição” celebrada na Universidade Abat Oliba CEU (UAO) de Barcelona nos dias 11 e 12 de Dezembro.

José Miguel Serrano Ruiz Calderón, Professor de Filosofia do Direito da Universidade Complutense de Madrid indicou que lamentavelmente se difunde cada vez mais uma mentalidade segundo a qual o aborto “liberta”.
Por seu lado, José Luis Requero Ibáñez, Magistrado da Audiência Nacional e ex Vogal do Conselho Geral do Poder Judicial, destacou que “é dever do estado proteger a vida do nascituro como indica o Tribunal Constitucional”. Da doutrina do Tribunal Constitucional Espanhol também deriva que “os direitos da mulher não podem estar acima dos do nascituro”, explicou. Em geral recordou “que se tem banalizado muito a vida humana” y criticou “o outro aborto, que é o aborto aceitável, que se vê com bons olhos, inclusive por aqueles que estão contra”.

Fernando Rey Martínez, Catedrático de Direito Constitucional da Universidade de Valladolid salientou a necessidade de definir o nascituro como ser humano recordando que este é um “problema muito sério do qual nenhum partido político assume responsabilidade” e no qual “há uma tremenda cobardia por parte de todos”.

A Jornada foi encerrada pelo Presidente da Associação Católica de Propagandistas, Alfredo Dagnino, Grande Chanceler da Universidade Abat Oliba CEU. O seu discurso girou em torno da defesa da vida, “algo que vai mais além de crença ou não crença”.

Estas Jornadas são a primeira actividade da Cátedra Gift & Task de Bioética e Direito.


(Fonte: H2O Nerws)

Preparação da possível visita de Bento XVI à Terra Santa

Estejamos preparados para celebrar o Seu nascimento




Mensagem de Natal

Kiri Te Kanawa canta "Silent Night"

Irmãos de Jesus

«No Menino de Belém, a pequenez de Deus feito homem revela-nos a grandeza do homem e a nossa dignidade de filhos de Deus e de irmãos de Jesus»

(Bento XVI - 19.12.2005)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Bento XVI à Cúria Romana “É o Espírito Santo que nos dá a alegria. É Ele a alegria”


E “faz parte da natureza da alegria difundir-se, ter que se comunicar. O espírito missionário do Evangelho mais não é do que o impulso a comunicar a alegria que nos foi dada”. Este o ponto culminante das palavras que Bento XVI dirigiu nesta segunda-feira de manhã aos cardeais e bispos da Cúria Romana recebidos para a troca de boas-festas de Natal. Uma circunstância que oferece tradicionalmente ao Sucessor de Pedro a ocasião de passar em resenha alguns factos mais salientes da sua actividade no ano que está para terminar.

Foi assim que o Papa realçou algumas das comemorações celebradas em 2008 e alguns dos acontecimentos da sua actividade petrina. Entre as primeiras, os 50 anos da morte de Pio XII e da eleição de João XXIII, os 40 anos da Encíclica “Humanae vitae” e os 30 anos do falecimento de Paulo VI. Sem esquecer o “Ano Paulino” em curso, com o qual se evocam os 2000 anos da Apóstolo dos Gentios. Quanto aos “acontecimentos específicos do ano”, Bento XVI elencou três: antes de mais, a Jornada Mundial da Juventude, na Austrália – “uma grande festa da fé” (disse); depois, as duas outras viagens – aos Estados Unidos e à França, “nas quais a Igreja se tornou visível perante o mundo e para o mundo como uma força espiritual que indica caminhos de vida”; finalmente, o Sínodo dos Bispos, sobre a Palavra de Deus.

Logo a começar, o Papa referiu “a atmosfera única e irrepetível” da festa de Natal. Uma atmosfera que há-de ser “um prolongamento daquele misterioso júbilo, daquela exultação íntima que envolveu a sagrada Família, os Anjos e os pastores de Belém”. Bento XVI definiu-a “a atmosfera da graça”, da graça de Deus que se manifestou “a todos os homens”, como escreve São Paulo. “Nisto transparece também a missão da Igreja (observou): “contribuir para que a graça de Deus, do Redentor, se torne cada vez mais visível a todos, e a todos transmita a salvação”.

Detendo-se na evocação do Sínodo dos Bispos, Bento XVI sublinhou a experiência feita pelos Bispos reunidos à volta da Palavra de Deus, ocasião para “captar de novo na sua sublimidade” o facto de que Deus fala:
“O facto de Ele, embora em palavras humanas, nos falar pessoalmente, e que nós possamos escutá-lo e que, na escuta, possamos aprender a conhecê-lo e a compreendê-lo. O facto que Ele entre na nossa vida, plasmando-a e que nós possamos sair da nossa vida e entrar na vastidão da sua misericórdia”.

Mas – prosseguiu ainda – “esta Palavra plasmou uma história comum e quer continuar a fazê-lo”.

“Precisamente porque a Palavra é tão pessoal só no nós da comunidade instituída por Deus podemos compreendê-la no modo justo e total: com a consciência de que nunca a podemos esgotar completamente e que ela tem sempre algo de novo a dizer a cada geração”.

“No fundo, Deus fala sempre no presente, e só escutaremos a Bíblia de maneira plena quando tivermos descoberto este presente de Deus que nos chama agora”.

Finalmente, e ainda a propósito do Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus, o Papa aludiu à experiência por estes feita de que “também hoje há na Igreja um Pentecostes”. Não só no sentido de que a Igreja fala muitas línguas, mas também enquanto “nela estão presentes múltiplos modos da experiência de Deus e do mundo, a riqueza das culturas”. “O Pentecostes está ainda em marcha, não está acabado, completo – acrescentou Bento XVI: “existe uma multidão de línguas que aguardam ainda a Palavra de Deus contida na Bíblia.

Neste contexto, Bento XVI referiu com apreço “o precioso contributo” que constituiu no Sínodo “o discurso de um Rabino sobre as Sagradas Escrituras de Israel, que são precisamente também as nossas Sagradas Escrituras”. Recordado também outro “momento importante para o Sínodo, mais ainda – para o caminho da Igreja no seu conjunto: quando “o Patriarca Bartolomeu, à luz da tradição ortodoxa, nos abriu, com uma penetrante análise, um acesso à Palavra de Deus”.

Referindo depois as viagens apostólicas e especialmente a Jornada Mundial da Juventude de Sidney, o Papa sublinhou que “o verdadeiro sentido” de tais iniciativas não pode ser senão o de “servir a presença da Palavra de Deus”, numa “manifestação pública da fé”.

Referindo algumas análises, da parte mesmo de “vozes católicas”, que consideram as Jornadas Mundiais da Juventude como “uma variante da moderna cultura juvenil, como uma espécie de festival rock modificado em sentido eclesial tendo o Papa como star”… Tratar-se-ia apenas de “um grande espectáculo, belo, mas com pouca incidência sobre a fé e sobre a presença do Evangelho no nosso tempo. Seriam momentos de um êxtase festivo mas que ao fim e ao cabo deixaria tudo como antes, sem influir de modo profundo sobre a vida”.

Perante tais críticas, Bento XVI fez notar antes de mais que as Jornadas Mundiais da Juventude não se limitam àquela única semana em que se tornam publicamente visíveis ao mundo. Há todo um tempo de preparação, acompanhando a peregrinação que a Cruz das JMJ (e o ícone de Nossa Senhora) fazem através de diversos países.

“As Jornadas solenes são apenas o ponto culminante de um longo caminho, com o qual as pessoas vão ao encontro umas das outras e conjuntamente ao encontro de Cristo. Não foi por acaso que na Austrália a longa Via sacra através da cidade acabou por ser o acontecimento culminante daquelas Jornadas”.

Finalmente, a própria pessoa do Papa, não é “a estrela” à volta da qual tudo gira – advertiu Bento XVI… “O Papa é totalmente e somente Vigário”. Tudo se concentra no “Outro que está no meio de nós”.

“Ele está presente. Ele entra no meio de nós. Os céus abriram-se, tornando luminosa a terra. É isto que torna a vida feliz e aberta e nos une uns aos outros numa alegria que não se pode comparar com o êxtase de um festival de rock. Friedrich Nietzsche disse um dia: A habilidade não está em organizar uma festa, mas sim em encontrar as pessoas capazes de aí retirarem alegria. Segundo a Escritura, a alegria é fruto do Espírito Santo”.
Foi a partir daqui que, na parte final do seu discurso à Cúria Romana, Bento XVI quis tratar de quatro dimensões do tema “Espírito Santo”.
Antes de mais, “a fé no Espírito criador”, um “conteúdo essencial do Credo cristão. O Papa advertiu que é na fé relativa à criação que se encontra “o fundamento último da nossa responsabilidade para com esta terra”.

“A Igreja não pode e não deve limitar-se a transmitir aos seus fiéis apenas a mensagem da salvação. Ela tem uma responsabilidade em relação à criação e deve tornar presente também em público esta responsabilidade”.
E “ao fazê-lo – deve defender não só a terra, a água e o ar, como dons da criação que pertencem a todos”.

“Deve proteger também o homem contra a destruição de si mesmo. É necessário que haja qualquer coisa como uma ecologia do homem, correctamente entendida. Não é uma metafísica superada, se a Igreja fala da natureza do ser humano como homem e mulher e pede que se respeite esta ordem da criação.Trata-se aqui da fé no Criador e da escuta da linguagem da criação, cujo desprezo seria uma autodestruição do homem e portanto uma destruição da própria obra de Deus”.

Os três últimos pontos referentes ao Espírito Santo foram apontados pelo Papa de maneira mais sintética, e corresponderam aos seguintes aspectos: a relação entre Espírito Santo e Palavra de Deus; a inseparabilidade entre Cristo e o Espírito Santo; e, finalmente, a conexão entre o Espírito e a Igreja.

Daqui a conclusão, toda centrada na alegria como fruto do Espírito Santo:
É o Espírito Santo que nos dá a alegria. É Ele a alegria. A alegria é o dom no qual se encontram resumidos todos os outros dons. É a expressão da felicidade, do estar em harmonia consigo mesmo, o que só pode derivar da harmonia com Deus e com a sua criação.

Faz parte da natureza da alegria irradiar, ter que se comunicar. O espírito missionário da Igreja mais não é do que o impulso de comunicar a alegria que nos foi dada. Esteja essa alegria sempre viva em nós, irradiando sobre o mundo nas suas tribulações: são esses os meus votos de boas festas no final deste ano”.

(Fonte: site Radio Vaticana)

Bento XVI aos jovens da Acção Católica


Jovens comprometidos, próximos de Cristo, construtores de paz – assim definiu Bento XVI os jovens da Acção Católica recebidos em audiência antes do Natal.

O Papa louvou o compromisso da Acção Católica Jovem pelos coetâneos mais desafortunados e exortou a rezar para que Senhor mude o coração dos construtores de armas, faça os terroristas consciencializarem-se, converta o coração de quem só pensa em guerra e ajude a humanidade a construir um futuro melhor para todas as crianças do mundo. Estou seguro – disse – que rezareis por mim, ajudando-me assim na não fácil tarefa que o Senhor me confiou.

(Fonte: H2O News)

Kiri Te Kanawa canta "Have Yourself a Merry Little Christmas"

O silêncio de José

«O silêncio de José não é sinal de um vazio interior, mas pelo contrário, da plenitude da fé que tem no seu coração e guia toda a sua acção. Um silêncio graças ao qual José, em uníssono com Maria, guarda a Palavra de Deus, conhecida através da Sagrada Escritura, confrontando-a a cada momento com a vida de Jesus; um silêncio feito de oração constante em que bendiz o Senhor, adora a sua vontade e manifesta uma confiança sem reservas na providência. Não será exagero pensar que terá com o seu "pai" José que Jesus aprendeu - em termos humanos - aquela sólida interioridade que constitui pressuposto da justiça autêntica... Deixemo-nos contagiar pelo silêncio de José! Precisamos tanto dele, neste mundo muitas vezes excessivamente ruidoso, onde não é possível o recolhimento para escutar a voz de Deus!

(Bento XVI - Angelus 18.12.2005)

domingo, 21 de dezembro de 2008

Mensagem de Natal de D. Manuel Clemente - Bispo do Porto

Bento XVI – “Que o Natal nos ajude a olhar para o ‘sim ‘ da Virgem Maria”

A poucos dias da festa do Natal somos convidados a fixar o olhar sobre o mistério inefável que Maria guardou durante nove meses no seu ventre virginal: o mistério de Deus Incarnado. Afirmou Bento XVI dirigindo-se aos milhares de fiéis presentes ao meio dia na Praça de S. Pedro para a recitação do Angelus.

Este – explicou é o primeiro fundamento da redenção. O segundo é a morte e ressurreição de Jesus e estes dois pontos fundamentais inseparáveis manifestam um único desígnio divino: salvar a humanidade e a sua história assumindo-as até ao fundo carregando sobre si mesmo inteiramente todo o mal que as oprime.

Segundo Bento XVI este mistério de salvação, além da dimensão histórica tem uma dimensão cósmica: Cristo é o sol de graça que com a sua luz, transfigura e acende o universo á espera.

E o Santo Padre concluiu convidando a olhar para Maria e José que esperam o nascimento de Jesus , aprendendo deles o segredo do recolhimento para saborear a alegria do Natal.

Preparemo-nos – disse o Papa – para acolher com fé o Redentor que vem estar no meio de nós, Palavra do amor de Deus pela humanidade de todos os tempos.

O facto de que precisamente hoje 21 de Dezembro, ao meio dia ocorre o solstício de Inverno, ofereceu ao Papa a oportunidade de saudar todos aqueles que participarão a vário título nas iniciativas para o ano mundial da astronomia, 2009, convocado no quarto centenário das primeiras observações com o telescópio de Galileu Galilei.

Embora sem se referir á questão de Galileu, reabilitado por João Paulo II, Bento XVI recordou que a sua pesquisa não era contra a fé mas finalizada a compreender melhor as leis da Natureza criada por Deus.”Se os céus narram a glória de Deus, também as leis da natureza que durante os séculos tantos homens e mulheres de ciência nos fizeram compreender melhor, são um grande estímulo a contemplar com gratidão as obras do Senhor.

Entre os meus predecessores de veneranda memoria – recordou o Papa – houve cultores desta ciência, como Silvestre II que a ensinou, Gregório XIII, ao qual devemos o nosso calendário, e São Pio X que sabia construir relógios solares.

Bento XVI sublinhou também que a própria colocação da festa do Natal está ligada ao solstício de Inverno, quando os dias no hemisfério boreal começam a alongar-se. A este propósito – acrescentou – talvez nem todos sabem que a Praça de São Pedro é também uma meridiana: de facto o grande obelisco lança a sua sombra ao longo de uma linha que corre na calçada em direcção á fonte que se encontra debaixo da janela do Palácio Apostólico e nestes dias a sombra é a mais comprida do ano. Isto recorda-nos – explicou o Papa – a função da astronomia na escansão do tempo de oração: o Angelus por exemplo recita-se de manhã, ao meio-dia e á noite e com a meridiana que antigamente servia precisamente para conhecer o meio-dia verdadeiro, regulavam-se os relógios.

(Fonte: site Radio Vaticana)